Conflitos no mundo contemporâneo
Apesar de certa ilusão dos defensores do processo de globalização de que a queda de barreiras econômicas entre os países e a democratização da informação poderiam não apenas aproximar povos e culturas, como também diminuir as tensões históricas causadas por questões culturais e territoriais, criando uma sensação de cidadania mundializada, a prática nos mostra o contrário.
Nunca os aspectos locais e territoriais dos povos tiveram tanta evidência e, de fato, o papel positivo da globalização foi o de indiretamente nos mostrar que não é possível ser cidadão do mundo sem que se tenha cidadania local. Muitos dos problemas ligados aos conflitos originados por questões étnicas e religiosas em todo o mundo têm, …exibir mais conteúdo…
Em todos os continentes é possível identificar focos de tensão que colocam em risco a paz daqueles que vivem nos locais que estão envolvidos nessas questões.
Europa
No continente europeu, um dos principais motivos de conflitos é a questão do povo basco. O povo basco está distribuído no nordeste da Espanha e sudoeste da França. Essa etnia luta pela independência política e territorial há pelo menos 40 anos. Os bascos correspondem a um grupo social de origem não identificada e que provavelmente teria chegado à península Ibérica há 2000 anos. Em todo esse tempo, as nações que estão subordinadas preservaram seus principais elementos culturais, como a língua (euskara ou vasconço), costumes e tradições.
A partir desse fato, no ano de 1959, foi criado um movimento com ideias socialistas e separatistas denominado de ETA (Euskadi ta Askatsuna ou Pátria Basca e Liberdade). Com o surgimento desse grupo tiveram início os atentados, sobretudo, às autoridades.
A Irlanda do Norte (Ulster) integra o Reino Unido e por esse motivo as decisões são geradas em Londres. No caso da Irlanda do Norte, o que acontece é a luta entre católicos e protestantes. Os católicos lutam há pelo menos 30 anos em busca da unificação com a República da Irlanda e se opõem aos protestantes, que são a maioria e querem permanecer subordinados ao Reino Unido. O grupo responsável pelas ações é formado pela parte católica que criou o Ira (Exército Republicano Irlandês). Esse exército realiza diversos atos