Resenha do Livro "Nada de Novo no Front"
Erich Maria Remarque nasceu em 1898 na Alemanha. Em 1916 foi obrigado a abandonar os estudos universitários para servir o Exército alemão na frente de batalha. Com o fim da guerra tentou estabelecer-se em vários empregos e dedicou-se a escrita e ao automobilismo. Viu-se então como alguém que tinha algo a contar. Testemunha ocular da guerra em que tantos morrerem, decidiu dar sua contribuição para evitar outro conflito naquelas proporções escrevendo o pacifista Nada de novo no front, lançado em 1929. O êxito do livro logo se projetou em outros países e foi adaptado para o cinema, sendo considerado o melhor filme de guerra e contemplando o autor, que mesmo …exibir mais conteúdo…
A leitura de Nada de novo no front nos levou a perscrutar o cotidiano, familiarizando-nos com o meio social em que conviviam: um período de conflitos na Europa nas primeiras décadas do século XX. Nas cidades, a inquietação e no front a caracterização de uma realidade “nua e crua” - “uma jaula”, dentro da qual se espera nervosamente os acontecimentos, “deitados sob a rede formada pelos arcos das granadas” e vivendo “na tensão da incerteza”; em hospitais onde se conhece o que é realmente a guerra, o desespero, o medo, a morte, disenteria, gripe, tifo.
Conforme Barraclough (1981:24), a Guerra de 1914-1918 anunciou com clareza o fim de uma época e aliviou as tensões ocultas e não solucionadas que ganharam força desde os últimos anos do século XIX. Não se trata apenas de conflitos armados, mas de tensões geradas pela novidade das últimas décadas: o nacionalismo. Apesar ter surgido na Revolução Francesa, tendo suas raízes na esquerda; o nacionalismo do final do século XIX é algo novo no sentido que se endireitou, ou seja, foi apropriado pela direita na intenção de conversar as hierarquias e alguns valores tradicionais2. Tornou-se, então patriotismo e difundindo os ideais de progresso arrematou os homens que viram no Estado-Nação algo forte e a causa nacional como algo primordial. Os princípios nacionalistas baseados na presteza com que as pessoas se identificaram com “sua” nação, demonstravam sua força de mobilização e o quanto