Conflito entre padres jesuitas e colonos paulistas
RESUMO: O objetivo deste artigo é analisar a natureza do conflito entre os padres inacianos e os colonos paulista na Capitania de São Vicente, no período compreendido entre 1611 a 1640. A essência desse embate estava na divergência entre colonos e os padres inacianos sobre a administração da mão-de-obra indígena. Nesse sentido, analisarei a questão da importância do trabalho indígena na Capitania de São Vicente e as causas que levaram a expulsão dos padres jesuítas por 13 anos da referida Capitania, apontando que e o Breve do Papa Urbano VIII, Commissum Nobis de 1639, …exibir mais conteúdo…
“Fiel ao papa e aos dogmas atacados pelo protestantismo, os jesuítas se inspiravam nos Exercícios Espirituais de Santo Ignácio. A ordem procurava fazer de seus sacerdotes uma espécie de ‘soldados do catolicismo” (FREITAS, 2006, p. 46). A primeira leva de jesuítas chegou ao Brasil em 1549, junto com a comitiva do primeiro governador geral, Tomé de Sousa. Sob a direção de Manuel da Nóbrega, primeiro Provincial, iniciaram os projetos de conversão dos índios e fundaram os colégios, da Bahia, em 1553 e o de São Paulo, em 1554. Definiram, assim, os propósitos da empresa: a evangelização e a educação Desde os primeiros tempos, os jesuítas dedicaram-se a catequização dos indígenas e, nesse trabalho, combatiam os costumes e as tradições indígenas que se chocavam com o cristianismo, como a antropofagia, a poligamia, a nudez, a crença nos rituais dos pajés etc. A história do surgimento da Capitania de São Vicente está amplamente ligada à dois personagens: João Ramalho e Martim Afonso de Sousa. Em 1513, o português João Ramalho (genro do cacique Tibiriçá), fundou no planalto paulista a vila de Santo André da Borda do Campo; começando a conquista e desbravamento dessa área. Em 22 de janeiro de 1532, como o claro objetivo de estabelecer núcleos de povoamento, Martin de Afonso fundou a primeira vila do Brasil, a vila de São Vicente.