Banalidade do mal - hanna arendt
Essa expressão sintetizou a tese defensiva de Eichmann, basicamente de que apenas era um executor de ordens e que a “Solução Final” naquele contexto não poderia ser considerada uma violência quando executada nas câmaras de gás:
“Eichmann insistiu muitas vezes na “atitude pessoal diferente” diante da morte “quando se viam mortos por toda parte”, e quando todo mundo olhava a própria morte com indiferença.(...) Nessa atmosfera de morte violenta era especialmente eciente o fato de a Solução Final,em seus últimos estágios, não ser efetuada por fuzilamento, portanto por meio de violência, mas nos pavilhões de gás.” (ARENDT, 2007, p. 122) Em sua obra, Hannah Arendt observou que Eichmann era “terrível e assustadoramente normal” (ARENDT,2007, p. 299), pertencente a uma nova espécie de criminosos, que, mesmo desprovidos de sadismo ou perversão, eram capazes de cometer terríveis atrocidades. A percepção de Hannah Arendt é que Eichmann pertencia ao senso comum,tal a sua superficialidade e mediocridade, ainda que ele tenha organizado a deportação de milhões de judeus para os campos de concentração e extermínio, aceitando esse trabalho como qualquer outro, sob escusa de lealdade e obediência a ordens recebidas: “O problema com Eichmann era exatamente que muitos eram como ele, e muitos não eram pervertidos e nem sádicos, mas eram e ainda são terrível e assustadoramente normais.”