As entrevistas preliminares na psicanálise com uma criança

2631 palavras 11 páginas
As entrevistas preliminares na psicanálise com uma criança
Myriam R. Fernández
Nessa apresentação, vamos focalizar, na prática analítica, as entrevistas preliminares com os pais e a criança. Quanto ao analisante—a criança — as entrevistas preliminares são, como sabemos, o tempo necessário à emergência da transferência e a sua condição como campo do trabalho analítico.
O paciente, um menino, esteve em análise por dois anos e meio, quando, então, o tratamento foi concluído. No caso de uma criança, se não é possível dizer que houve um final de análise como o formulado logicamente por Lacan no seminário do Ato Analítico, pode-se, no entanto, afirmar que, naquele momento, essa análise terminara. Ao iniciá-la, o paciente tinha cerca de cinco anos e oito meses e anteriormente estivera em tratamento por um ano e meio. Era encoprético. Filho mais velho de um casal jovem já separado, tinha um irmão mais moço que nascera quando estava com aproximadamente dois anos e meio. Poucos meses depois deu-se a separação dos pais. O menino sofrerá algumas perdas praticamente concomitantes: a saída da ilha onde vivera com os pais (uma espécie de ilha encantada para ele), o nascimento do irmão (e conseqüentemente perda do lugar de filho único) e a separação dos pais.
A queixa fundamental dos pais era a encoprese, mas a mãe falava da agressividade do filho e o pai considerava-o manhoso e mimado.
Aí estava, pois, a demanda dos pais com a sua queixa. Demanda que, já sabemos,
é

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