A festa e a organização social do rei do congo
O questionamento acima, feito por Marina Mello e Souza, apresenta-nos uma reflexão sobre a importância das festas. Tal expressão popular registra de modo singular os anseios, as trocas culturais, os costumes e o imaginário de um povo, grupo social, e, ou de uma sociedade. Dentro destes conformes, temos a Festa de coroação do rei do Congo, um festejo de caráter mestiço e barroco que ocorria nas vilas açucareiras portuguesas durante os séculos XVII, XVIII, e XIX. É, pois, através do estudo da dita festividade, que …exibir mais conteúdo…
Estas associações, em muitos casos, prestavam serviços de ordem social aos seus membros e, não raro, assumiam funções da igreja, como contratação de padres, realização de missas e outros ritos, como cerimônias de sepultamento, por exemplo. Elas atuavam ainda como fator de distinção social para negros, pardos e brancos. Não só as Irmandades, mas também as corporações de oficio e nações, que veremos melhor mais adiante, compunham, também, outras formas de associações de negros dentro das cidades. Estes ajuntamentos vinculados à figura do rei do Congo formavam o que chamamos de organização social do rei do Congo: um corpo burocrático-hierárquico que dava apoio e cobertura ao status social do Rei, e se estabelecia através das representações das organizações de trabalho dos negros. Ou seja, cada representante destas corporações e nações compunha a corte real do referido rei. Isto mostra o caráter barroco desta instituição, que obedecia a algumas premissas do pensamento que se evidenciou durante a Europa dos seiscentos. Além de altamente hierarquizado, as cortes reais visavam uma espécie de controle da população através de sua própria expressão, pautadas em ritos de manifestação pomposa, faustosa e ostentatória. Nessa corte veremos estes elementos barrocos, mas que por influência de outros elementos culturais como os europeus e indígenas, tornar-se-ão mestiços. Nesta