A Retórica da Perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil

3561 palavras 15 páginas
Fichamento do livro GONÇALVES, José Reginaldo Santos. A Retórica da Perda: os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de Janeiro: Editora UFRJ; IPHAN, 1996.

O livro traz uma leitura crítica às estruturas narrativas que concebem os patrimônios nacionais, em especial o caso Brasileiro. Utilizando-se da ideologia da perda, os historiadores “criam” o patrimônios nacionais, num processo que também pode ser entendido como contraditório, porque a perda também ocorre através de seus discursos (através da homogeneização das culturas e do passado). Terminologias como alegoria, objetificação, apropriação e autenticidade, extraídas de discursos extra-nacionais são aplicadas no contexto brasileiro, em especial na atuação de dois
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“É o distanciamento mesmo desses bens culturais no tempo e no espaço, através da retórica da perda, que os transforma em “objetos de desejo”, “objetos autênticos” (...).”(p.111)

1.4. O patrimônio cultural como apropriação e perda

A idéia da perda: “A História aparece como “um processo inexorável de destruição, em que valores, instituições e objetos associados a uma “cultura”, “tradição”, “identidade” ou “memória” nacional tendem a se perder.(...)O efeito dessa visão é desenhar um enquadramento mítico para o processo histórico, que é equacionado, de modo absoluto, à destruição e homogeneização do passado e das culturas.”
(p. 22)
O discurso também provoca destruição !!!:“No entanto, este discurso, que se opõe vigorosamente àquele processo de destruição, é o mesmo que, paradoxalmente, o produz. (...)
No mesmo movimento produzem-se, transformados em colações e patrimônio culturais, os objetos que estão sendo destruídos e dispersados. Esses objetos são concebidos nos termos de uma imaginária e originária unidade, onde estariam presentes atributos tais como coerência, continuidade, totalidade e autenticidade.(...)
Embora haja um lamento constante em relação a esse processo de fragmentação e perda, ele, na verdade não é apenas um fato exterior ao discurso, mas algo que coexiste com o esforço de preservação tal como aparece nos discursos sobre patrimônio cultural.” (p. 25)

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