Fichamento desigualdades raciais e segregação urbana em antigas capitais: salvador, cidade d’ oxum e rio de janeiro, cidade de ogum

9013 palavras 37 páginas
ANTONIA DOS SANTOS GARCIA
DESIGUALDADES RACIAIS E SEGREGAÇÃO URBANA
EM ANTIGAS CAPITAIS:
Salvador, Cidade d’ Oxum e Rio de Janeiro, Cidade de Ogum

Editora: Garamond

Rio de Janeiro 2009.

Antônia dos Santos Garcia Possui, graduação em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (1991), mestrado em Geografia pela Universidade Federal da Bahia (2001), doutorado em Planejamento Urbano e Regional pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional - UFRJ (2006) e pós-doutorado no Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher/UFBA (2010). Atualmente é pesquisadora da Universidade Federal da Bahia. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Urbana e Geografia Urbana, atuando principalmente nos
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Por isso acho que será útil ao leitor entender por que afinal intelectuais negras, como Antonia, consideram que, hoje em dia, não se pode entender a pobreza urbana sem falar de racismo e sexismo.
Devemos estranhar, portanto, não a presente mobilização étnico-racial, mas a sua hibernação por tão longo tempo. Acho que a geração de Antonia Garcia compreendeu a importância da “raça” no Brasil melhor que todas as anteriores porque foi, paradoxalmente, no Brasil contemporâneo, a mais beneficiada pela ampliação dos direitos democráticos e pelas possibilidades de ascensão social. Ao falar de seu lugar (Plataforma, Salvador, Bahia), enquadrando-o no Brasil – através do recurso á analise comparativa com Bangu, Rio de Janeiro – e no mundo da diáspora africana – através do recurso conceitual à “raça” -, Antonia Garcia demonstra neste livro o que é a missão de sua geração: não apenas se educar e integrar-se ao mainstream da sociedade brasileira, mas dotar-se de instrumentos políticos e conceituais que permitam que tal afluxo não pare.

Introdução
A epígrafe deste livro é uma homenagem in memoriam a um negro baiano-brasileiro, cidadão do mundo, que projetou nossa terra internacionalmente e a nossa “raça” numa das áreas de maiores barreiras para o negro/negra na nossa sociedade que é o meio intelectual. No Brasil é comum utilizar-se de algumas exceções de “negros que deram certo”, que em geral vêm do esporte (principalmente no futebol) e da música por

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