A RELIGIÃO SOB O PONTO DE VISTA FILOSÓFICO

8334 palavras 34 páginas
A RELIGIÃO SOB O PONTO DE VISTA FILOSÓFICO
FRANCISCO VIEIRA JORDÃO

A Religião , enquanto forma de comportamento cujas regras se afastam das que regulam a vida diária, assenta numa dicotomia introduzida no mundo das referências humanas, que se traduz num duplo nível de realidade - o sagrado e o profano . Diferentemente de qualquer outro género da actividade humana , a Religião tem a sua génese na convicção de que existe uma realidade ( poder ou mistério ) que está acima da realidade do nosso contacto diário, com a qual o homem pretende comunicar e da qual deseja participar 1
O primeiro problema que se coloca perante o fenómeno religioso, é o de saber se se trata de algo adventício , isto é, surgido na História ou na vida dum
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Contudo, ainda não é uma ciência, pois não pro cura o domínio da natureza através do conhecimento das suas leis, mas pela invocação dum poder que actua no seu interior, embora esteja totalmente acima dela. O principal representante desta posição é G.Frazer 4.

2 Emile Durkheim, Les formes élémentaires de Ia vie religieuse, Paris, F.Alcan, 1912.
3 Epicurus, Sententiae Selectae 10-13; Hermann
Usener, Epicurea, Fragmenta 219,
221, 227.

4 J.G.Frazer, The Golden Bough, Londres, 1890.
Mexico, Fondo de Cultura Economica, 1969. pp. 295-311

Trad. cast. La rama dorada,

Revista Filosófica de Coimbra - n." 4 - vol. 2 (1993)

A Religião sobre o ponto de vista filosófico

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O primeiro teorizador da origem psicológica da religião foi Sigmund
Freud. Para este autor, a religião nasce do facto de o homem não conseguir dominar a imensa complexidade de forças contrastantes que actuam dentro de si mesmo e é naturalmente levado a convencer-se da existência de um ser todo poderoso, cujo poder se faz sentir dentro de si mesmo, para que se coloque em tudo na sua dependência. Desconhecedor dos mecanismos que actuam no seu inconsciente e, ora acorrentado a forças invencíveis ora possuido por ideais inacessíveis, que de forma nenhuma consegue descobrir como obra sua, o homem imagina que tem de existir um ser que tudo governa e que exige inteira

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