UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS

DISCIPLINA ELETIVA DE SOCIOLOGIA DA IMIGRAÇÃO

TRABALHO SOBRE A IMIGRAÇÃO ITALIANA NO BRASIL, COM FOCO NO ASPECTO DA MISCIGENAÇÃO CULTURAL

Trabalho semestral de Sociologia da Imigração, apresentado ao professor Márcio de Oliveira pelo aluno André de Freitas Nunes, do quarto período do curso de Comunicação Social – Jornalismo da UFPR.

Curitiba
2011
Introdução

O século XIX trouxe o advento da Unificação Italiana, entre os anos de 1815 e 1870, assim como várias tranformações sociais e econômicas no continente europeu. Surgia o Estado unificado da Itália, com sua identidade nacional começando a ser …exibir mais conteúdo…

“Os conflitos e choques entre tantas identidades e sentimentos foram intensos e marcaram a história da imigração no Brasil. Até os anos 1850, a experiência ‘italiana’ da maioria dos brasileiros era extremamente limitada, assim como a experiência ‘brasileira’ dos italianos. Não só a Itália não existia como Estado-nação, como poucos oriundos da península conheciam o território da ex-colônia portuguesa”, escreve Bertonha em um artigo para a revista História Viva.
Após a década de 1870, porém, essa situação de intercâmbio cultural mudou radicalmente. Em um período curto (até o início do século XX), cerca de um milhão de italianos chegaram ao Brasil.
E seus destinos foram os mais variados possíveis: desde os comércios no Norte e no Nordeste, passando pelas colônias nas fronteiras e nas vastas terras disponíveis no Sul, até a imensidão dos cafezais, que aguardavam a imensa maioria dos imigrantes em suas lavouras no Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo.
Maria Thereza Petrone, em seu História Geral da Civilização Brasileira, afirma que houveram duas fases distintas em relação às condições de trabalho do imigrante nas fazendas de café paulistas. “A primeira (fase) vai até o primeiro decênio deste século (vinte), em que (...) se subsidia grande parte da imigração. É a fase de grande atrito entre colonos e fazendeiros. A formação do fazendeiro (...) escravocrata, impede que ele compreenda