O poder do styling nos desfiles do São Paulo Fashion Week



Partes: 1, 2, 3

  1. Resumo
  2. Introdução
  3. O stylist como construtor de imagens
  4. Sobre a importância da imagem na sociedade contemporânea
  5. Stylist na construção dos desfiles
  6. Conclusão
  7. Referências Bibliográficas
  8. Anexos

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Resumo

Este ensaio pretende localizar e compreender a importância do styling nos desfiles do São Paulo Fashion Week. Para tal, utilizaremos o instrumental teórico da semiótica francesa e cultural com o objetivo de indicar os efeitos de sentido de um desfile a partir dos cinco elementos constituintes do mesmo: ambientação da Ellus, casting de Karlla Girotto, coreografia de Jum Nakao, edição de looks de Alexandre Herchcovitch e trilha sonora de Fause Haten.

Através das performances observadas, podemos compreender que o styling, realizado ou não pelo stylist, é tão importante quanto a própria veste, já que a forma como um desfile é apresentado afeta a percepção do mesmo.

Palavras - chave: stylist, desfile, moda, imagem, edição

Abstract

This study intends to pinpoint and to comprehend the importance of styling in the São Paulo Fashion Week shows. In order to do so, we will use the abstract instrumental of the French and cultural semiotics aiming at showing the effects on the sense of a fashion show from its five constituent elements as follows: environment by Ellus, casting by Karlla Girotto, choreography by Jum Nakao, looks edition by Alexandre Herchcovitch and soundtrack by Fause Haten.

Through the performances which were studied, we can understand that styling, made or not by the stylist, is as important as the clothes themselves since the development of the fashion show affects the way it is perceived.

Key words: stylist, fashion show, fashion, image, edition

Introdução

Neste estudo, observamos o surgimento e consolidação do profissional construtor de imagens de moda[1]conhecido pelo termo em inglês stylist. Para tal, utilizamos elementos do referencial teórico da semiótica francesa e cultural para afirmar a importância deste personagem re-significador de uma imagem durante os desfiles do São Paulo Fashion Week.

Como imagem entendemos, segundo BAITELLO (2005:45) "configurações de distintas natureza, em diferentes linguagem: acústicas, olfativas, gustativas, táteis, proprioceptivas ou visuais". Podemos assim compreender a imagem de um desfile, nosso objeto de estudo, como uma composição sonora-visual-olfativa produtora de efeitos de sentido. A fotografia é apenas um fragmento da cena do show.

Tendo o livro Sociedade do Espetáculo, do filósofo Guy Debord, como uma de nossas fontes teóricas, analisamos a visibilidade do stylist a partir do Calendário de Moda oficializado na cidade de São Paulo nos anos 1990, quando a profissão começou a ganhar destaque pela atuação nos desfiles. Para contextualização, utilizamos um recorte temporal que abrange o início da década de 1990, momento de recrudescimento da Moda no Brasil, até os dias de hoje. O estudo focou-se exclusivamente na cidade de São Paulo.

A construção do trabalho se dividiu em duas etapas. A primeira, constituída de pesquisa teórica com o objetivo de identificar e conceituar o que é um stylist, sua origem e campos de atuação no Brasil. Utilizamos autores de diferentes áreas como filosofia, sociologia, marketing, semiótica discursiva de Algirdas Greimas no Dicionário de Semiótica e semiótica cultural através de Norval Baitello em A Era da Iconofagia. Como instrumento teórico referencial foi utilizado, ainda, a obra Moda é Comunicação, de Carol Garcia e Ana Paula Miranda e O Império do Efêmero de Gilles Lipovetsky. Utilizamos a perspectiva da semiótica discursiva e cultural por fornecerem recursos que possibilitam a análise dos sentidos do objeto estudado e permitem melhor avaliação do contexto sócio-histórico indispensável para a compreensão da sociedade contemporânea relacionada ao papel do stylist.

A segunda etapa concentrou-se na pesquisa de campo qualitativa onde se investigou, por meio de entrevistas com stylists e designers, a atuação, interferências e influências desse profissional na construção da imagem das coleções apresentadas no SPFW. Após a pesquisa de campo foram selecionados cinco desfiles, cada qual com um elemento constituinte (casting, ambientação, trilha sonora, edição de looks e coreografia) sendo analisados em destaque.

No terceiro e último capítulo foi investigado também a força do styling, ou seja, da imagem percebida, como produtora de sentidos através dos desfiles selecionados: a coleção da Ellus do inverno de 2006 sob o aspecto da ambientação com styling[2]de Daniel Ueda, o desfile de Karlla Girotto do verão de 2007 sob o elemento casting, o desfile de Fause Haten masculino do inverno de 2006 sob o enfoque da trilha sonora e styling de Paulo Martinez, o desfile de Jum Nakao de verão 2004/2005 enfatizando a coreografia e o desfile de Alexandre Herchcovitch de inverno 2007 sob o elemento edição de looks coordenado por Mauricio Ianês.

Partes: 1, 2, 3

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