Espacialidades do consumo: cultura e identidade nos shopping centers em Curitiba -PR



  1. Resumo
  2. Introdução
  3. O surgimento dos shopping centers em curitiba-pr
  4. Maffesoli e o jogo das aparências – goffman e a teoria sócio interacionista
  5. A espacialização do consumo
  6. Considerações finais
  7. Bibliografia

RESUMO:

Curitiba, a capital do Estado do Paraná, está localizada em uma região industrializada do Brasil. O município, conta com uma área correspondente a 432,17 Km e uma população de mais de 1,5 milhão de habitantes, ao seu redor foi criada uma região metropolitana. Em Curitiba, o fenômeno dos shopping centers começaram a se manifestar no final da década de 1980, e início da década de 1990. O primeiro grande centro de compras de Curitiba, o Shopping Mueller foi inaugurado em 1989. Acostumados com a espacialidade do comércio de rua, as pessoas edificaram novas identidades na busca de uma adaptação aos encantos que poderiam ser encontrados dentro de um shopping. Os shopping centers são concebidos como espaços que refletem a dinâmica da cidade, com todas as comodidades e atrativos que de certa maneira condicionam a prática do consumo. É um lugar onde se acumula em forma concentrada um grande número de lojas, de grifes e de espaços estetizados em função do entretenimento e o consumo, catalisando novas identidades de grupos culturais urbanos que manifestam padrões estéticos e performances específicas. Também é um lugar onde se criam necessidades de moda, alimentadas pelas vitrines que expõem suas mercadorias de forma elegante e atrativa, sob apoio de estratégias sofisticadas de propaganda e publicidade. Desta forma, as necessidades básicas de sobrevivência dos consumidores, são gradativamente substituídas por bens de consumo cada vez mais supérfluos, que poderão trazer aos consumidores prestígio e status. Esta substituição representa uma modificação profunda da estruturação social de forma fragmentária pulverizando as identidades. Neste contexto, o shopping center pode ser identificado como um espaço de convergência cultural e de consumo que formam valores e estéticas, atitudes e comportamentos para um grande número de pessoas. O shopping center transforma as relações societárias como também o caráter do consumidor e o seu mundo vivido. O indivíduo que procura este espaço sofre através das prefigurações dos produtos, uma fragmentação da sua identidade, em base de padronizações modistas ou de comportamentos incentivados. Afinal, A preocupação com a aparência faz um jogo simbólico, o cuidado com o corpo, com o vestuário está na origem do comércio, a moda marca uma época – "tempo social", a moda permite a participação mágica, fazer parte, valoriza a teatralidade global, á a moda de todos, do grupo. Assim o indivíduo coloca sua máscara e faz parte do conjunto da sociedade; o vestuário e os costumes estão interligados, A aparência social é também uma proteção social, a moda, a vestimenta a linguagem do corpo não tem nada de frívolo, é um motivo de identificação de comunidades que se reconhecem. As aparências são valorizadas, não como frivolidades, mas como expressão externa de uma comunhão interna que precisa menos de uma consciência teórica do que de uma proximidade instintiva, inconscientemente de dominante corporal. Os corpos servem nesse momento de mediação, o cuidado com o corpo constitui uma preocupação social. O corpo é oferecido em espetáculo e que de forma alguma é individual, serve como meio de reconhecimento, ostentar uma participação em um grupo. Cada um assim, leva a sério o jogo teatral, ressaltando a importância da comunicação não verbal – Logo centrada, dando ênfase ao "patrimônio afetivo", cada um só pode existir em relação ao outro.

À medida que a pessoa começa a freqüentar com maior assiduidade o shopping center, ele passar a ser uma localidade especial, determinando identificações com ele, tornando-se um lugar de significado e de representações. Trata-se, então não apenas de um objeto da geografia econômica, mas também da geografia social e cultural. Este ensaio tem por objetivo demonstrar como os shopping centers estruturam a sociedade urbana de Curitiba transformando o espaço urbano como expressão social e cultural, principalmente em relação aos espaços de lazer e de consumo. A tentativa é mostrar a nova "Regionalização" do tecido urbano, em relação a esses espaços de lazer e de consumo. Utilizando como base teórica os estudos de Erving Goffman e Michel Maffesoli.A partir dessa base a geografia do cotidiano pode ser estudada admitindo-se uma tentativa de relacionar diferentes cenários formando essa complexidade do nosso objeto de estudo. A contribuição desta reflexão para a Geografia Social é a possibilidade da análise integrada das espacialidades do mundo social.

Palavras-chaves: shopping center, espacialidades do consumo, grupos culturais, Curitiba-PR, Geografia Social

INTRODUÇAO


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