Este artigo é formado por um conjunto de reflexões apresentadas em forma da conferência, com o mesmo título, na V Jornada de Psicopedagogia, promovida pelo Núcleo Sul-mineiro da ABPp Associação Brasileira de Psicopedagogia, no dia 9 de agosto de 2008, em Varginha, Minas Gerais. Trata-se de uma tessitura focada nos desafios presentes em nossa contemporaneidade e em possíveis alternativas para seus enfrentamentos, colocando em destaque os facilitadores movimentos possíveis da Psicopedagogia. A abordagem aqui adotada é a de fazer uso de nossas possibilidades de autoria de pensamento e, com isso, colaborar e empreender processos de tomada de consciência a respeito das necessárias mudanças paradigmáticas, da mudança de nossos olhares e, principalmente, de nossas percepções sobre as demandas presentes nas famílias, nas escolas e nas instituições.
Palavras-chave:
Psicopedagogia, Instituições, Mudanças Paradigmáticas.
Abstract
This article consists of a set of ideas presented in the form of the conference, with the same title, the V Journey of Psychopedagogy, sponsored by South-mining center of the Brazilian Association of ABPp Psychopedagogy on August 9, 2008 in Varginha, Minas Gerais. This is a fabric focused on the challenges in the present and possible alternatives for their confrontations, placing emphasis on facilitating the movements of possible Psicopedagogia. The approach adopted here is to make use of our possibilities for authorship of thought and thereby cooperate and undertake awareness-making processes regarding the necessary paradigmatic changes, the change in our eyes and, above all, our perceptions on the demands present in families, schools and institutions.
Keywords:
Psychopedagogy, Institutions, Paradigm Shift.
Sentipensar: uma expressão onde o lugar do sentimento e do pensamento ganha uma corporeidade significativa. Sentimos e pensamos como sujeitos quando, em nossa cotidianidade, nos propomos ao encontrar uma direção e um sentido às nossas ações.
A expressão sentipensar aprendi com La Torre (2001), Catedrático da Universidade de Barcelona, em atentas leituras de textos que me permitiram novas reflexões sobre nossas funções enquanto profissionais de Educação e Saúde, ocupados em lidar com as múltiplas dimensões da aprendizagem humana.
Sentipensar refere-se ao
"processo mediante o qual colocamos para trabalhar conjuntamente o pensamento e o sentimento(...), é a fusão de duas formas de interpretação da realidade, a partir da reflexão do impacto emocional, até convergir num mesmo ato de conhecimento a ação de sentir e pensar" TORRE, Saturnino. Sentipensar: estratégias para un aprendizage creativo. (mimeo), 2001.
De acordo com La Torre (2001), sentipensar é fundir e integrar dois verbos essenciais ao nosso movimento existencial: o sentir e o pensar, mas obviamente, indo além disso, propondo-nos a sermos resilientes, persistentes, sujeitos de interatividade e proposições, em busca de comunicação constante, atuantes em nossos campos de ação.
Assim, é válido afirmar que tais verbos, enquanto essenciais ações humanas, podem se complementar: apesar de serem polaridades distintas, temos a clara percepção que, em processos sinérgicos, tais polaridades mesclam-se uma com a outra. Será tal "mesclagem" que poderá resultar na integração de alguns humanos aspectos, tais como emoção, afetividade, amorosidade, corpo e cognição.
A realidade, com seus múltiplos níveis de compreensão, insere tais aspectos num entrelaçamento significativo e o desafio primeiro então, será o de
"compreender o ser humano em sua inteireza, reconhecendo que a identidade humana surge, realiza-se e conserva-se de maneira complexa. Na vida cotidiana, o ser humano atua como um todo, onde pensamento e sentimento encontram-se em holomovimento4, conjugando-se de tal modo que fica difícil saber qual dos prevalece sobre o outro". MORAES, Maria Cândida e TORRE, Saturnino de La. Os fundamentos do sentipensar. In: MORAES, Maria Cândida e TORRE, Saturnino de La. Sentipensar: fundamentos e estratégias para reencantar a educação. Editoria Vozes, Petrópolis, 2004.
Se aqui novos modos de ser e estar nas escolas, nas famílias e nas instituições são temas a serem discutidos e debatidos, é preciso destacar o enredamento do sentimento e do pensamento em nossas vidas, quando nossa presença se faz consciente e, por diferentes situações, envolve-nos em uma dinâmica processual que amplia a força do diálogo e da partilha no enfrentamento dos desafios de nosso tempo.
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