A ética como alicerce da sociedade e das ações, impondo limites e estabelecendo valores. As empresas como desdobramento prático da organização humana e a necessidade de princípios e valores na tomada de decisões. As vantagens de se orientar por princípios éticos e os erros mais comuns ao se propor programas sobre ética. A ética como questão de sobrevivência para as organizações.
O acirramento da concorrência global entre empresas, as crises econômicas e as transformações no mercado de trabalho com regras ditadas pelo Capitalismo coloca em jogo questões sobre crenças, valores, ideais de felicidade e bem estar comum.
As novas tecnologias lidam não apenas com avançados aspectos técnico-científicos, lidam com conceitos, religiões e com a cultura das pessoas. Hoje as novas tecnologias desenvolvem-se mais visando resultados de mercados do que resultados para o bem estar, muitas empresas privadas transnacionais investem mais em tecnologia e pesquisa do que muitas nações poderiam fazer.
Estes avanços científicos e constantes evoluções mercadológicas muitas vezes abalam e colocam em discussão se não há limites no avanço destas novas ciências, se a corrida desenfreada rumo ao desenvolvimento para uns não significa o prejuízo de outros.
Neste ponto esbarramos em uma tênue linha, porém indelével, chamada ética, que mais precisa ser discutida e debatida do que propagada. Se os maiores limites ao avanço do Homem são suas próprias fraquezas e a ética o limite entre civilização e não civilização, é a necessidade de identidade coletiva que ao homem dá o formato de ser profundamente social, pois se preocupa com o próximo, um dos alicerces da civilização.
Estes valores inegociáveis parecem ficar muito mais tênues a medida que se avança no capitalismo, onde ser bom é consumir, ser bom é ser indivíduo e progredir deixando outros para trás, pois poucos são os lugares reservados nas carreiras de sucesso dentro das organizações.
Este é um extremo oposto dos conceitos e valores sociais, mas reflete a dura batalha em ser ou não ético dentro das empresas, pois a própria organização do mundo hoje é em torno de blocos econômicos e não mais pelas fronteiras nacionais ou ideologias.
Ao que parece quanto maiores são as organizações mais difíceis são estes debates e aumenta o peso destes valores na tomada das decisões, pois reconhecem que existem valores inegociáveis na busca do sucesso e fortuna.
"A ética de nossa sociedade e a ética empresarial são inseparáveis, algumas vezes indistinguíveis. Nossas preocupações diárias com a eficiência, competitividade e lucratividade não podem prescindir de um comportamento ético."
PETROBRAS, 2004 (Introdução do Código de ética do Sistema Petrobras)
Este artigo tem o objetivo apresentar e analisar alguns aspectos éticos e algumas diretrizes na condução dos negócios.
A ética pode parecer algo intangível, e o é, pois raramente é escrita e ser for escrita é um código de ética, uma interpretação limitada e focada para um propósito, e não a ética em si.
Cada indivíduo faz parte da herança cultural e social da civilização e a esta herança acrescenta-se a cultura da região onde se vive e as impressões pessoais. Este indivíduo único é o resultado de uma soma de culturas, uma herança única e ao mesmo tempo universal.
O ser humano é um ser profundamente social, e a base de valores desta sociedade chama-se ética, é tão universal e profunda como a cultura, depositada era após era, da civilização que a criou.
A ética constituí a base da civilização, não se pode imaginar a civilização sem ética, não se concebe a idéia de sociedade humana desprovida de valores, o coletivo de homens e mulheres vai muito além de povo, está impregnado de conceitos intangíveis, é isto o que quer dizer Paulo Freire quando fala de uma sociedade sem ética, "...é uma transgressão" (FREIRE, 2001 p. 36).
A mola mestra e ao mesmo tempo medida de limites da nossa cultura é a ética, seres sem ética são animais, o oposto do ser social, aquele que pensa e reflete sobre si mesmo e considera o próximo.
Se as empresas são organizações humanas então também são guiadas pelos mesmos valores universais.
Segundo McNAMARA[1] os benefícios do emprego da ética como uma ferramenta de gerenciamento são numerosos, principalmente como um meio formal de conduzir negócios em momentos nos quais é necessário tomar decisões isoladas e rápidas. Os benefícios são:
-Estabelece papéis organizacionais para controle da ética.
-Programa a auto-avaliação diária das exigências éticas.
-Estabelece valores e comportamentos operacionais requeridos.
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