Temas de ecologia trabalhados dentro das instituições a luz do serviço social: A reciclagem do lixo e o consumo consciente



  1. Resumo
  2. Lixo: o rastro humano moderno
  3. Prejulgamentos e preconceito
  4. O Serviço Social e a sua trajetória histórica
  5. O Serviço Social e as demandas da ecologia
  6. Conclusões
  7. Bibliografias

Resumo.

A população do planeta cresce de forma alarmante, em 2050 deve ultrapassar os 9,2 bilhões de habitantes. Em Dezembro de 2010 deverão contar 6,8 bilhões de indivíduos, segundo dados da ONU – Organização das Nações Unidas. Nosso planeta da clara vistas de que está sofrendo com esse contingente todo. Os recursos naturais dão mostras de que estão acabando e os recursos renováveis não suportam mais a pressão do consumo e não se refazem no ritmo em que são usados. Aliado a isso, uma cultura de consumo exacerbado da conta de contaminar aquilo que ainda não foi usado, inviabilizando os estoques que ainda restam. Especula-se que as guerras do futuro serão travadas pela necessidade de água, solo fértil e descontaminado e comida. A humanidade perecerá ou voltará às eras tribais, perdendo o caminho já percorrido dentro do progresso. Como não é possível desembarcar do nosso planeta, ou fazemos algo, ou todos sofreremos a inevitável escassez.

Caberá a sociedade como um todo engajar-se no esforço conservacionista. Cada família, cada grupo, cada profissional, deverá fazer a sua parte. As somas dos esforços individuais e coletivos resultarão em uma ação eficaz para que ganhemos tempo nessa nova caminhada evolutiva; novo paradigma universal.

Conscientes desse desafio, os profissionais do Serviço Social devem unir-se com outros profissionais num esforço multidisciplinar para maximizar resultados positivos nessa área. Alem do seu cabedal de saberes sociais, de saberes legislativos, de praticas de mediação e de superação de desafios, os Assistentes Sociais serão chamados num futuro não muito distante, a usarem seu conhecimento junto ao esforço de conservação do planeta e da natureza para tentar garantir algum meio-ambiente a todos.

Nesse trabalho buscaremos justificar esse ponto de vista: a importância do assunto conservação do meio ambiente para a classe dos Assistentes Sociais e como os profissionais poderão fazer parte dessa nova frente de engajamento dentro do mercado de trabalho. Ele foi desenvolvido com base em literaturas sobre o assunto, revistas, artigos técnicos científicos, programas televisivos, palestras, cartilhas e com a experiência adquirida em trabalho de estágio acadêmico sobre o assunto[1]

Palavras-chave:

- Reciclagem. Serviço Social. Instituições. Ecologia.

1 - Lixo: o rastro humano moderno.

A Revolução Industrial[2]foi muito mais que um conjunto de mudanças tecnológicas praticadas no século XVIII e exportadas para o mundo no século XIX. Foi o momento na historia humana onde antigas estruturas foram substituídas, conceitos foram radicalmente alterados e as relações sociais e humanas no trabalho sofreram drasticamente a sua transformação para o moderno. A era agrícola foi superada, uma nova relação entre o capital e o trabalho se impõe, criando o cadinho onde seria forjada a profissão do Assistente Social, as nações passaram a ter novas relações e a cultura de massa surgiu. Como cultura de massa entendemos a cultura popular, que se opõe a cultura acadêmica, supostamente detida pelas elites. As demais "expressões culturais"; como os folclores, resvalaram para uma vala comum, relegadas a submissão das hegemonias. Essa cultura de massa desde a sua origem ficou ligada ao poder econômico e a sua capacidade de manipulação através das mídias. Daí a necessidade de se diminuir o conhecimento popular e calcar um novo paradigma, mais voltado ao consumismo, ao excesso, ao novo; que invariavelmente leva ao desperdício. O Capitalismo nutre-se dessa inconsciência coletiva, desse individualismo das comparações, do significado maior em ter do que ser. Se isso destruir o planeta um dia, às favas o escrúpulo.

Até o advento da Revolução Industrial todo o subproduto produzido pelas atividades econômicas dos cotidianos vividos pelas pessoas era reintegrado a natureza pela ação dos agentes decompositores de material orgânico. Os povos viviam do escambo, os trabalhadores detinham conhecimentos artesanais dos produtos que fabricavam e as matérias primas eram extraídas na natureza e transformadas. Porem essa transformação gerava rejeitos biodegradáveis que na sua grande maioria virava adubo para o solo.

A sociedade moderna subverteu essa relação conforme pode ser visto no livro Lixo: um grave problema no mundo moderno, publicado pelo IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor (http://www.idec.org.br/biblioteca/mcs_lixo.pdf). A velocidade das transformações, o aumento da população, a necessidade de novos produtos, a concorrência entre fabricantes, a contaminação dos ambientes devido ao aglomeramento populacional, a necessidade de baixar custos dos manufaturados, entre mais uma infinidade de argumentos, fez com que os rejeitos anteriormente degradáveis passassem a se acumular: viraram o lixo moderno. As extrações cresceram enormemente, os materiais sofreram tantas mudanças que não se desagregam mais e o ciclo de retorno a natureza se quebrou. Os materiais acumulados viraram uma fonte perigosa de contaminação. Sua degradação quando acontece por vezes cria substancias toxicas que envenena o solo, as águas, as plantas, os animais e toda a cadeia alimentar, retornando ao homem que deu seu inicio.


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