Página anterior Voltar ao início do trabalhoPágina seguinte 


Telemática na região de Aveiro. Estratégias de desenvolvimento da Sociedade da Informação (página 4)

José Alberto Afonso Alexandre
Partes: 1, 2, 3, 4, 5

Introdução

O objectivo de ExE (Extranet Education) é desenvolver um conjunto de ferramentas multimédia para ajudar os professores a introduzirem as TIC na sua actividade diária de ensino. O projecto é uma iniciativa de três organismos locais (Bolonha, Islington e Barcelona), e é co-financiada pela Task Force para o multimédia educativo da Comissão Europeia. Os parceiros desenvolveram três tipos de estratégias: uma extranet, para a recolha de material e a comunicação entre os professores, um conjunto de instrumentos educativos, ferramentas que facilitam a criação de material didáctico pelos professores sem conhecimento prévio em TIC, e um método de definição de um programa de estudo, um método para conceber e desenvolver métodos de estudo. Complementado por um programa de treino pedagógico, o projecto visa ao formar um grupo de professores literatos em TIC que possam iniciar uma cadeia de ensino transferindo o seu conhecimento aos alunos e aos outros professores.

O projecto ExE foi criado como uma iniciativa de três autoridades locais com a prolongada obrigação de promover o acesso dos cidadãos às, e a qualificação nas, novas tecnologias. Aproveitaram a oportunidade oferecida pelas propostas conjuntas na campo do multimédia educativo (Dezembro de 1996) para irem além das iniciativas mais comuns na qualificação em TIC pela administração pública e entrarem no mundo do ensino. Para este fim, foram criadas sinergias, ao nível local, com estabelecimentos de ensino e criadores de software.

Escolhas estratégicas

Várias escolhas estratégicas estão na base do projecto ExE. Antes de mais, mais do que se dirigir directamente aos estudantes, decidiu dirigir-se aos professores. Estes estão numa posição crucial colocados diariamente em contacto com uma vasta base de gente jovem e podem ser considerados o primeiro elo da cadeia de aprendizagem que progressivamente envolve cada vez mais alunos e cidadãos. O objectivo final é com certeza o de "fomentar capacidades e níveis de qualificação técnica" de todos os cidadãos, indicado pelo relatório da Comissão Europeia "Oportunidades de emprego na sociedade da informação" como uma das três áreas cuja acção imediata é necessária se a Europa quiser maximizar o seu potencial na sociedade da informação.

Em segundo lugar, mais do que explicar aos professores como ensinar novas tecnologias aos seus alunos, foi decidido ensinar aos professores como as novas tecnologias podem complementar a sua prática diária de ensino em assuntos tão tradicionais como geografia, história ou matemática, e como podem ajudar o profes-sor a organizar as actividades da classe, desde a criação de um jornal de escola à organização de um exame. Como os acima mencionados relatórios de situação, "mais do que justamente aprender tecnologia, o que é importante é aprender a ensinar com a tecnologia". Se os professores aprendem a como ensinar com as novas tecnologias, o aluno aprenderá a como aprender com as novas tecnologias.

E terceiro, mais do que desenvolver novos utensílios de software, foi decidido desenvolver ferramentas que ajudem os professores a usarem aplicações de software e recursos que estejam já em uso nos estabelecimentos de ensino. O objectivo é reduzir consideravelmente o tempo de formação necessário pelos professores antes que eles possam criar autonomamente o seu próprio multimedia baseado em material didáctico.

Instrumentos e serviços educativos

O projecto iniciou-se com uma análise das necessidades dos utilizadores, que investigou o hardware e o software existentes nas escolas, por um lado, e ao nível das competências técnicas dos professores, por outro. Dois tipos principais de tecnologia eram comunmente usados: serviços básicos (processamento de texto, bases de dados, folhas de cálculo e gestão de software) e serviços de comunicação internet. O ponto fulcral do projecto de trabalho concentrou-se no desenvolvimento de ferramentas intermediárias que facilitassem o uso das acima mencionadas ferramentas e programas por iniciadores.

Antes de mais, o projecto criou um conjunto de instrumentos educativos básicos, utensílios intermediários que adaptam a maioria dos pacotes de software comuns, linguagens de programação e plataformas para uso didáctico. Facilitam os professores a melhorar as actividades didácticas através do computador usando-as através de sequências intuitivas de comandos passo-a-passo até ao seu objectivo final. Algumas das funcionalidades previstas pelas demonstrações incluem a criação de testes de escolha múltipla, a criação de um jornal escolar, a criação de imagens de hipertexto, a criação de comentários em áudio para Web para uma série de sítios Web, uma demonstração de Web para a criação de modelos de sítios Web relacionados com tópicos específicos, etc. Um CD-ROM com o conjunto de demonstrações está disponível nas três línguas do projecto: inglês, espanhol e italiano.

Os diferentes instrumentos educativos foram criados numa primeira fase no mais adequado nível técnico (isolado, LAN ou Internet) para serem transformados numa segunda fase em aplicações Web destinadas aos clientes/servidores para permitir a completa integração da internet. Os professores estão a facilitar não só através da criação de projectos e modelos para os seus estudantes, mas também distribuindo-lhes através de uma LAN ou mesmo através da internet e reunindo os resultados a partir da rede. Por exemplo, desde que o professor tenha criado um conjunto de questões de escolha múltipla, ele pode facilmente distribuir este teste numa LAN do laboratório de TI da escola ou via internet para todos os seus alunos e convidá-los a enviarem-lhe as respostas. O professor recebe assim, automaticamente uma visão geral do desempenho dos alunos.

Aspecto do Software do Servidor

Aspecto do Software do Cliente

O outro elemento chave do projecto é a Extranet, através da qual o projecto toma o seu nome. Esta é uma plataforma Web de acesso remoto (acessível via cabo, RDIS ou ligação telefónica através de PSTN), que integra através de um interface comum de utilizador o conjunto necessário de aplicações de software para trabalhar e ensinar multimedia educativo e manejar programas de ensino à distância. Prevêm-se por um lado as funcionalidades mais "clássicas" como um sistema de correio electrónico baseado em HTML, fóruns de discussão, ferramentas básicas de trabalho cooperativo, instrumentos de busca, etc. Especificamente para o projecto ExE, este ambiente de aprendizagem integra Ferramentas Educativas, uma biblioteca de recursos com material multimedia e formação "on-demand".

Além disso, a extranet também integrará um Mecanismo de Upload, que torna possível aos professores colocarem os resultados do seu trabalho em bases de dados centralizadas na Extranet e partilhá-las com os outros professores. A extranet tornar-se-á assim num ambiente educativo on-line onde os professores podem não só comunicar e partilhar as suas experiências ou os resultados do seu trabalho mas também efectuar actividades didácticas. Os parceiros de ExE também trabalham num aperfeiçoamento gradual da extranet, transformando-a num portal para a comunidade educativa, que poderá também ser utilizada pelo consórcio com finalidades de divulgação e exploração.

O interface da Extranet ExE

Para ajudar o professor na concepção dos seus cursos, um método existente de com-cepção de programas de estudo, o Proce-dure for Learning Systems Design foi aper-feiçoado e ajustado às necessidades do en-sino em multimedia. Um utensílio de apoio online, que conduz os professores através de diferentes passos desta metodologia, está disponível através da Extranet.

Contribuição dos professores

Os professores das três cidades envolvidas têm tido um papel muito importante durante toda a duração do projecto. No início do projecto, estavam organizados em grupos centrais para fornecerem todos os detalhes necessários para a Análise das Necessidades dos Utilizadores. Deram um contributo fundamental para aqueles que desenvolvem o projecto através das suas expectativas em relação às novas tecnologias na sala de aula numa primeira fase, e um feedback importante no actual segundo estádio.

O projecto ExE lança um extensivo programa de formação de professores, que combina a qualificação básica em informática com projectos de trabalho locais e trans-nacionais com as ferramentas ExE. Este programa de formação envolve aproximadamente 300 professores.

Conclusões

Vários governos nacionais europeus tomaram importantes iniciativas para promoverem o uso das TIC nas escolas. O risco existe, se bem que, estes investimentos importantes em hardware e software permanecerão sem resultados concretos se não forem acompanhados por programas de qualificação dos professores. O projecto ExE, que está intimamente ligado ao meio onde os professores podem encontrar ferramentas amigáveis, buscar material e trocar experiências, visa reduzir o tempo de treino necessário para os professores antes que possam preparar o seu próprio material didáctico multimedia, e assim, ao ajudar os professores a fazerem a maioria dos investimentos que têm de ser feitos.

Projectos participantes

  • Municipio de Bologna http://www.comune.bologna.it
  • Nomisma S.p.A. http://www.nomisma.it
  • Horizons Unlimited s.r.l. http://www.horizons.it
  • Provveditorato agli Studi http://marconi.bo.cnr.it/provvbo
  • London Borough of Islington (Artec) http://www.artec.org.uk
  • University of North London http://www.unl.ac.uk/LaTID
  • Interaction Design Ltd. http://www.i-d.co.uk
  • Institut Municipal de Informatica de Barcelona http://www.bcn.es/imi
  • Universidad Oberta de Catalunya http://www.uoc.es
  • Universidad Politecnica de Catalunya http://www-fib.upc.es/LCFIB

2.4 - Universidade e Comunidade Universitária

A comunicação por correio electrónico e o acesso à informação na Internet tornaram-se instrumentos essenciais para as universidades e os laboratórios de investigação. A colaboração em linha é hoje uma prática corrente na Europa. No entanto, o nível de ligação varia muitíssimo na União, o que conduz a uma Internet de geometria variável na Europa.

Um acesso mais rápido à Internet facilitará uma investigação interactiva mais eficaz, permitindo que investigadores situados em diferentes locais e países partilhem dados e instrumentos para desenvolverem novos conhecimentos. É assim necessário libertar todo o potencial da Internet, assegurando a todas as comunidades de ensino e investigação o pleno acesso a uma Internet melhor e mais rápida.

As ligações de elevado débito à Internet constituem um pré-requisito para novas aplicações destinadas a estudantes e investigadores, proporcionando ainda um banco de ensaio ideal para o desenvolvimento de novas ferramentas para a Internet.

A comunidade universitária assume uma grande importância no contexto da Cidade de Aveiro. Estima-se que mais de 20% dos residentes na malha urbana de Aveiro estejam ligados à universidade quer na qualidade de alunos quer na qualidade de funcionários docentes e não docentes. A Universidade de Aveiro constitui, além disso, um importante factor de promoção do desenvolvimento local pela sua intervenção aos níveis da formação inicial, da formação permanente, da investigação, da transferência de tecnologia e da intervenção cultural. Por isso, a construção de uma universidade digital, nas suas múltiplas vertentes, é fundamental ao êxito do Programa Aveiro န Cidade Digital. Acresce que a comunidade universitária, pela sua juventude e natural abertura à inovação, constitui o microcosmos ideal para a experimentação das melhores práticas de introdução das TIC na construção da Cidade Digital.

Metas

  • Facilitar o acesso dos alunos aos serviços e à informação
  • Reorganizar e modernizar os serviços e a gestão e qualificar os recursos humanos para a SI
  • Criar a biblioteca digital universitária
  • Fomentar a utilização das TIC na formação inicial
  • Promover a formação contínua aberta e à distância
  • Promover a utilização das TIC nas actividades de I&D
  • Promover a ligação entre a Universidade e a comunidade

2.5 - Serviços de Saúde

A melhoria da qualidade e acessibilidade dos cuidados de saúde para todos os cidadãos constitui um dos mais importantes desafios que os governos europeus enfrentam. Será impossível fazer face a este desafio sem a implantação e utilização generalizada de sistemas de saúde plenamente integrados, interoperáveis e modernizados. As tecnologias digitais podem melhorar a produtividade e o âmbito dos cuidados de saúde. É necessário desenvolver serviços seguros que liguem hospitais, laboratórios, farmácias, centros de cuidados primários e lares.

A construção de um mercado único de produtos e serviços de saúde terá grande impacto na competitividade futura da Europa. Assim, a UE, com base no consignado no artigo 152º do Tratado, envida esforços para proteger e melhorar a saúde pública. Tal implica um trabalho conjunto de investigação, aprovação de normas e especificações de produtos e criação de bibliotecas médicas pan-europeias.

O desenvolvimento de bibliotecas médicas em linha, cartões inteligentes da próxima geração para a saúde e infra-estruturas mais conviviais está previsto no programa de trabalho do programa IST 2000. Este processo conduzirá a projectos focalizados nestas áreas. No entanto é necessário abordar questões mais latas da implementação de sistemas e serviços telemáticos no domínio da saúde, como a confidencialidade dos dados de saúde, a qualidade do serviço e a responsabilidade dos fornecedores de serviços (inclusive a autenticidade do serviço farmacêutico e dos conselhos médicos).

Assim, de facto a saúde é um dos sectores em que mais se tem feito sentir a importância da SI para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Com efeito, o paradigma dos cuidados de saúde está a sofrer uma mudança radical, passando de um sistema centrado nas instituições para um modelo em que o cidadão é colocado no centro do processo de prestação de cuidados. A intervenção ao nível dos cuidados de saúde tem como objectivo último a modernização dos serviços e a criação de uma rede integrada de telemedicina, envolvendo as diferentes unidades prestadoras de cuidados, fornecendo serviços ao cidadão bem como aos actores envolvidos no processo de prestação de cuidados e integrando os diferentes níveis de cuidados de saúde de uma forma continuada.

Metas

  • Facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços de saúde
  • Criar uma rede de telemedicina
  • Modernizar o planeamento e a prevenção na saúde
  • Criar uma rede de serviços de emergência

2.5.1 - O projecto PH-NET

PH-NET é uma Rede Euro-RDIS de saúde pública, destinado a ajudar as autoridades locais e os fornecedores de serviços de saúde (teleradiologia, teleconsultas de bases de dados epidemiológicos, telepatologia). Coordenado por Bolonha (I). Os parceiros deste projecto são os membros de base do grupo de trabalho "Saúde pública" de Telecities: Anvers (B), Barcelona (E), Bolonha (I) e Lewisham-Londres (UK) tal como Augsburg na Baviera e Thessaloniki na Grécia. Este projecto visa ligar as cidades utilizando o Euro-RDIS a fim de lhe permitir efectuar toda uma série de actividades de telediagnóstico, particularmente aquelas relacionadas com a patologia e a radiologia, mas igualmente abrir centros de epidemiologia que poderão trocar as suas informações, experiências e apreciações e permitirão também lançar programas comuns.

No domínio da saúde, a estratégia adoptada pela cidade de Bolonha visa melhorar a eficiência da administração pública sem portanto reduzir os serviços, fornecendo utensílios tecnológicos de ponta permitindo uma melhor planificação e uma melhor correspondência dos serviços de prevenção. Graças ao projecto PH-Net, a cidade avaliará a aplicação desta estratégia para:

  • A planificação e a gestão dos serviços de saúde pública, graças a uma interconexão das autoridades de saúde pública assim como com os hospitais e os profissionais do sector da saúde;
  • A formação em saúde pública graças à interconexão das instituições de investigação e de formação sanitárias, compreendendo os hospitais;
  • A avaliação e o controlo dos aparelhos e produtos sanitários, graças à interconexão das autoridades, dos investigadores e da indústria da saúde em geral.

CUP (Centri Unificati di Prenotazione): Baseado num cartão magnético, para o registo dos serviços de saúde, disponível para os cidadãos da área metropolitana de Bolonha, suportado pelos mesmos serviços de saúde; este serviço tem sido melhorado e fornecerá serviços complementares, como a inscrição em testes clínicos e serviços também no sector privado. Também se tem trabalhado na estrutura de acesso, para permitir à população que utilize os serviços CUP também a partir de casa.

2.6 - Solidariedade Social

A solidariedade social, nas suas componentes de segurança social e de inserção de cidadãos com necessidades especiais é uma área de intervenção fundamental para a construção da Cidade Digital. As TIC devem contribuir para uma sociedade mais justa em que a igualdade de oportunidades seja efectiva, evitando a introdução de novas barreiras e de novos desajustamentos sociais.

A Cidade Digital deverá favorecer e estimular condições de inclusão, concertação e modernização proporcionando um ambiente de solidariedade e de maior autonomia e bem estar a todos os cidadãos.

A evolução das tecnologias digitais oferece grandes oportunidades às pessoas com deficiência para ultrapassarem barreiras (socioeconómicas, geográficas, culturais, temporais, etc.). A existência de tecnologias acessíveis adequadas às suas necessidades específicas permitirá a sua participação na sociedade e no trabalho, em pé de igualdade com os outros. Por isso, o desafio para os próximos anos será a redução dos restantes hiatos entre as tecnologias e este grupo de utilizadores.

O quadro jurídico dos Estados-Membros da UE, neste domínio, é muito variado. Em muitos casos, não existe normalização de produtos especificamente orientados para este submercado. A Comissão Europeia garante que as normas dos produtos e serviços sejam conviviais para as pessoas com deficiências. Procura igualmente melhorar as oportunidades de ensino e formação e assegurar a plena participação das pessoas com deficiências na sociedade. As redes de assistência devem ser concebidas de forma a prestarem serviços especiais multilingues em linha que aumentem a independência e a segurança dessas pessoas. As tecnologias digitais podem facilitar as formalidades administrativas inerentes ao funcionamento de sistemas privados e públicos de assistência social.

Metas

  • Introduzir as TIC ao nível das instituições de solidariedade social
  • Promover a produção de conteúdos multimédia adaptados aos cidadãos com necessidades especiais
  • Criar centros de apoio remoto para pessoas com necessidades especiais
  • Flexibilizar os sistemas da SI
  • Promover a modernização do sistema de segurança social
  • Promover a integração na comunidade dos grupos socialmente desfavorecidos

2.6.1 - O projecto TEIDE - Aplicação às pessoas idosas e incapazes

No âmbito da rede Telecities, e considerando a telemática como um utensílio essencial para resolver os problemas das pessoas idosas e dos deficientes, foram empreendidas acções nesse sentido no seio do grupo de trabalho "Qualidade de vida das pessoas desfavorecidas" assim como no quadro do projecto EQUALITY.

Sete cidades decidiram, para complementar aquela abordagem, concentrar-se nas aplicações telemáticas que permitam às pessoas idosas e aos deficientes viverem de maneira autónoma. Os seus trabalhos levaram ao projecto TEIDE (Telematics applications Enabling Independent-living for Disabled and Elderly), coordenado por Barcelona e no qual participam Anvers, Bolonha, Copenhaga, Las Palmas de Gran Canária, Londres-Lewisham e Lisboa.

O projecto TEIDE, tem por objectivos:

  • Conceber, desenvolver, aplicar e testar um sistema de tele-assistência à distância, no seio do qual as necessidades dos utilizadores idosos ou deficientes e as ofertas de serviços serão coordenadas de uma forma integrada e financeiramente adequada e que oferecerá um acesso facilitado aos serviços existentes e destinados ao grande público, e
  • Testar o potencial da demótica - tecnologias da casa inteligente - (Smart Home Technology)

2.7 - Tecido Produtivo

A transição para a sociedade da informação traz dúvidas, como tem sido dito, em vários aspectos da organização financeira corrente e dos objectivos de desenvolvimento empresarial local. Por exemplo, pensemos na inovação e simplificação dos serviços administrativos e difusão da configuração digital, que tornam a vida mais fácil às empresas e representam uma atracção e competição por novos investidores; o aumento geral em níveis de concorrência em novas tecnologias através dos quais as empresas beneficiam; a promoção de novos serviços e infra-estruturas de telecomunicações, que serão de similar importância, senão de maior importância, às redes de transporte tradicionais para pessoas e bens.

Neste ponto faremos uma correspondência entre as oportunidades e os riscos das NTIC para as empresas, qualquer que seja o campo operacional, desde as actividades produtivas bem estabelecidas ou as que tentam explorar as mesmas oportunidades tecnológicas para iniciarem novos tipos de negócios.

A difusão das tecnologias digitais nas empresas obviamente que não é uma ideia nova. Na contabilidade, salários, armazenamento e outras funções administrativas, os computadores têm sido utilizados desde os anos 60: para começarem nas grandes empresas ou através de centros de cálculo, então, com a chegada dos mini-computadores (anos 70) e PC (anos 80) de uma maneira mais geral. No campo da produção também, o desenvolvimento da automação com sistemas de programação e controlo digital conta a sua história. A tecnologia esteve envolvida desde as máquinas de controlo numérico até aos sistemas flexíveis de produção, à robótica, gradualmente tomando o lugar de e integrando operações simples previamente acompanhadas pelo homem ou máquinas activadas manualmente. A evolução actual é, por um lado, orientada em direcção à integração dos processos de trabalho com a gestão dos fluxos de entrada dos fornecedores (just-in-time) e fluxos de saída para a distribuição, e por outro lado, rumo a sistemas inteligentes de produção.

Com a difusão dos sistemas de telecomunicações digitais, durante os anos 70 e 80, a informática também entrou no campo do controlo das transacções comerciais entre empresas (com as primeiras soluções EDI, Electronic Data Interchange) e com a gestão dos processos de produção distribuídos às escala geográfica também para países distantes. Devido ao tipo de solução tecnológica, basicamente baseada nos seus próprios padrões, e elevado custo dos serviços de telecomunicações, até muito recentemente, esta evolução interessou somente às grandes empresas, ou aos seus fornecedores, que eram forçados a adaptarem-se de forma a não perderem clientes.

Estas tendências estão actualmente numa fase de máxima aceleração e transformações radicais, graças à difusão em larga escala da internet e tecnologias da informação e telemática relacionadas, e graças ao desenvolvimento das telecomunicações e à liberalização do mercado, dois factores que fizeram baixar drasticamente os custos dos serviços de transmissão digital e criaram acessos.

O comércio electrónico e em geral a adição do "e-" para significar electrónico à frente de um número crescente de palavras comuns (comércio, negócio, etc.) destacam uma transformação profunda dos processos económicos, e dos parâmetros de espaço/tempo em que tradicionalmente eram organizados, o que mais tarde ou mais cede envolverá todas as empresas.

Estudos internacionais dizem que o comércio electrónico terá já saído da sua concha nos EUA (1998) e expandir-se-á no Canadá, Reino Unido e Alemanha em 2001, e no Japão, França e Itália entre os anos 2002 e 2003. Da mesma forma, dois anos depois, a fase de maior crescimento seguir-se-á, devido aos efeitos cumulativos nacionais e internacionais. De acordo com um estudo da OCDE, o valor do comércio crescerá globalmente dos 23 mil milhões de dólares em 1998 para um bilião de dólares em 2002, com aproximadamente um milhão de sítios de acesso público (não incluindo, todavia, os sítios controlados por redes fechadas de fornecedores). Nesta altura a incidência do comércio electrónico no PIB mundial rondará os 2,5%.

Tal como os países, nem todos os sectores acompanham o crescimento do comércio em linha com a mesma velocidade. Enquanto a industria das tecnologias da informação, defesa ou aeroespacial, o sector energético e a indústria automóvel também estão envolvidas nas mesmas condições, para a agro-indústria, construção e mecânica a iniciação no comércio electrónico prevê-se para 2002-2003. A diferente composição sectorial das economias nacionais individualmente é uma das principais razões que explicam as previsões acima mencionadas para cada país.

É uma opinião pública, também neste caso, que as soluções tecnológicas usadas para gerir todos os procedimentos dentro e entre empresas com as TIC serão estabelecidas mais rapidamente do que as capacidades organizacionais e de gestão. Todavia, existem actualmente muitos instrumentos de software, mais ou menos integrados, para organizar e gerir formas de comércio electrónico, e agências de serviços que auxiliam as empresas a comprar e gerir a sua própria tecnologia começam a aparecer. Estas soluções, particularmente interessantes para as PME (um sector de mercado que começa a ser considerado mais atentamente pelos fornecedores), será fundamental também devido à falta de peritos qualificados, prevendo-se para a Europa e para os EUA durante os próximos 3-4 anos como uma consequência da explosão do comércio electrónico. Falamos de centenas de milhar de postos de trabalho que ameaçam ficar desocupados devido à falta de pessoal qualificado.

O desafio real, contudo, é representado pela adaptação cultural e organizacional das empresas - que têm de aprender a gerir os clientes e fornecedores de formas completamente diferentes - e a capacidade para identificar as oportunidades emergentes de mercado, actualmente acima de tudo nas actividades terciárias e nos serviços cada vez mais importantes em relação com a produtividade.

O comércio electrónico, ou seja, a compra e venda de bens e serviços através da Internet, atinge já um valor bastante significativo na UE (cerca de 17.000 Milhões de Euros), prevendo-se que chegue aos 340.000 Milhões de Euros em 2003. O uso difundido do Euro nas transacções electrónicas contribuirá também de forma significativa para o aparecimento de um mercado electrónico comunitário.

Para acelerar o crescimento do comércio electrónico, especialmente para as PME, para que possam actuar em todo o mercado europeu, são necessárias diversas iniciativas legislativas comunitárias destinadas a garantir segurança jurídica, eliminar barreiras aos serviços transfronteiras e encorajar a inovação e a confiança dos consumidores nas transacções em linha.

Para o desenvolvimento de Aveiro, a economia digital oferece oportunidades e riscos de duas maneiras: por um lado, a transformação dos sectores existentes, desde a agro-pecuária à indústria mecânica, desde a distribuição ao turismo; por outro lado, o advento de novas actividades produtivas, particularmente no denominado sector do multimedia. Esta actividade, além de servir o mercado consumidor directamente, desempenha um papel fundamental para o desenvolvimento do comércio electrónico entre as empresas e todos os serviços da SI, incluindo os serviços públicos.

um distrito virtual para as empresas

O projecto visa implementar um sistema integrado de serviços distribuídos principalmente on-line, para as empresas e seus clientes, mas potencialmente actuando como ponto de referência do sector a um nível nacional.

A expressão "distrito virtual" implica um sistema que tenta conectar as empresas (qualquer que seja a sua localização geográfica) e fornecer instrumentos de comunicação e gestão que permitam a resposta dinâmica de relações típicas nos distritos tradicionais. O distrito virtual também terá uma natureza física na sede do organismo controlando as infra-estruturas técnicas e o desenvolvimento financeiro, desde centros de "edição", potencialmente localizados em vários pontos do território, e pontos de acesso nas organizações envolvidas na prestação de serviços do distrito.

O software do distrito virtual, bem como os serviços de um portal típico, também fornecerão serviços de comunicação e apoio para a colaboração, informação, consultoria técnica e de mercado, formação, criação e gestão de empresas, procura e oferta de emprego e outros tipos de serviços. Para tal será organizado em quatro áreas: comércio electrónico, gestão do conhecimento (consultoria e formação à distância), centro de negócios, comunidade.

A ausência de uma cultura empresarial de assunção de riscos implica que, muitas vezes, não é possível financiar, desenvolver e comercializar novas e boas ideias. Uma inovação, se tiver êxito comercial, pode criar milhares de empregos. A disponibilidade de financiamento na fase inicial é vital, num mundo que se está rapidamente a transformar numa nova economia e onde a criatividade e o acesso ao financiamento e ao mercado constituem importantes factores de competitividade.

É por isso necessário eliminar as barreiras que desincentivam a assunção de riscos, reforçando a interface entre os fornecedores de capital de risco e os produtores de ideias com potencialidades comerciais.

Assim, o desenvolvimento da SI implicará certamente alterações profundas ao nível do tecido produtivo. Tal é verdade quer pela necessidade de recurso às TIC para manutenção e incremento da competitividade num mercado cada vez mais globalizado, quer pelo desenvolvimento de novas actividades empresarias e de novos métodos de trabalho e de comercialização. A área de intervenção do tecido produtivo é constituída por um conjunto de metas e objectivos tendentes a fomentar a utilização das TIC pelas empresas existentes, com especial relevo para as PME, a criação de empresas nas áreas de actividade relacionadas com a SI, a disseminação do comércio electrónico e a dinamização do mercado de trabalho, incluindo o recurso ao teletrabalho.

É necessário pois:

2.7.1 - O exemplo de Barcelona

Barcelona Activa é a Agência de Desenvolvimento Local de Barcelona, o instrumento para a concepção e a execução das políticas do Ajuntament de Barcelona referentes à promoção económica, o emprego, a cooperação empresarial e o fomento do espirito empreendedor, sendo já uma expressão da inovação e do conhecimento através da presença do Viveiro de Empresas. Uma iniciativa de futuro criada no território de forma a gerar confiança.

Barcelona Activa é uma sociedade anónima de capital municipal que desenvolve programas que lhe são outorgados pelas diferentes administrações e instituições que têm competências na matéria: a União Europeia, o Estado ou a Generalitat de Catalunya, às quais apresenta projectos que, em caso de serem aprovados, são executados por diferentes serviços da Agência. Barcelona Activa é una empresa flexível, adaptável e com capacidade de inovação que tem na eficiência e na eficácia os seus principais motores de funcionamento.

Barcelona Activa dispõe para a consecução dos seus objectivos de quatro serviços: o Serviço de Promoção Económica, o Serviço de Apoio aos Empreendedores, o Serviço à Empresa, e o Serviço para o Emprego. Além disso, para a adaptação da cidade, dos seus profissionais e das suas empresas aos requerimentos da sociedade do conhecimento, dispõe de quatro serviços inovadores: Barcelona Netactiva, Cibernarium, Infopime e a sociedade de capital de risco Barcelona Emprèn.

Barcelona Activa está presente na cidade mediante a Rede de Centros de Promoção Económica e Ocupação nos distritos, para responder desde a proximidade e com flexibilidade e eficácia às necessidades dos cidadãos de Barcelona, organiza-se com uma estrutura horizontal orientada para o cliente que se demarca nos critérios horizontais de qualidade e descentralização do Ayuntamiento de Barcelona. Uma equipa de profissionais diversa e multidisciplinar comprometida com a criação de emprego e empresas de qualidade e com sentido de futuro.

Barcelona Activa conta desde o início com a colaboração das administrações europeia, central e autonómica, e desenvolve uma extensa experiência de cooperação público-privada que se concretiza em convénios de colaboração com entidades públicas e privadas, uma rede de empresas colaboradoras e a figura do partenariado tecnológico e metodológico.

BarcelonaNETactiva é uma a plataforma tecnológica de conteúdos e serviços para a pequena e média empresa, a partir da qual se cria uma comunidade virtual de empresas que interagem entre si com o objectivo de criar redes colaborativas para a cooperação e a inovação.

O Viveiro Virtual de Empresas de Barcelona Netactiva é uma iniciativa que tem por objectivo manter e melhorar os serviços de apoio à iniciativa empreendedora, dando resposta a novas necessidades, pretendendo ser uma referência de experiências inovadoras.

Barcelona Netactiva é real num espaço virtual onde se integra um sistema global de serviços, meios de apoio e recursos humanos e tecnológicos acessíveis universalmente através da internet e com o propósito de adaptar os produtos e serviços oferecidos actualmente por Barcelona Activa a este ambiente virtual, incorporando a cultura telemática e de colaboração graças à incorporação das melhores práticas da Gestão do Conhecimento.

O que oferece Barcelona Netactiva?

Barcelona Netactiva oferece conteúdos e serviços estruturados em quatro áreas temáticas:

  • Informação e recursos
  • Criação de empresas
  • Escola de Negócios
  • Cooperação empresarial

Os serviços estruturam-se como uma comunidade virtual segura que permite, através do registo individual, o acesso selectivo aos recursos em função dum perfil pessoal e a pertença a uma subcomunidade.

Aos membros da comunidade oferecem-se os seguintes meios de produtividade pessoal:

  • Correio electrónico e fax por internet
  • Personalização de páginas Web para as empresas
  • Motores de busca avançada
  • Ajuda contextual
  • Acesso ao directório de utilizadores
  • Serviço de avisos pessoais

Barcelona Netactiva não é uma Web convencional. O Portal de Barcelona Netactiva proporciona um ponto único de acesso à informação e serviços oferecidos por Barcelona Activa. Trata-se de um ambiente de trabalho personalizado altamente interactivo que permite de uma forma rápida e intuitiva a navegação através dos fundos de conhecimento de Barcelona Activa.

Barcelona Activa é quem aglutina a informação, gere os conteúdos e dinamiza a comunidade. Os membros da comunidade também tomam parte activa na criação de conteúdos, solicitam a publicação ou modificam os dados que estão autorizados a editar em cada caso.

Biblioteca Virtual: Acesso aos fundos de conhecimento de Barcelona Activa. O empreendedor poderá encontrar informação.

O sistema integra os fundos bibliográficos (livros, dossiers, revistas, ...) com uma colecção extensa de informação (mediateca) disponível em formato electrónico (ficheiros, vídeos, documentos, ...)

Reserva de espaço: Com este serviço pode-se consultar a disponibilidade e características dos recursos logísticos dos Viveiros de Barcelona Activa (módulos, salas de reuniões, etc.) tendo a opção de solicitar a reserva. Também se pode fazer um passeio virtual graças à visualização de fotografias panorâmicas de 360º.

Criação de empresas: Esta é uma das áreas de maior valor para os membros da comunidade virtual de empresas de Barcelona Activa já que aqui se oferecem os serviços básicos de apoio à criação de novos negócios.

Itinerário de criação de empresas: Os empreendedores podem conhecer passo a passo o itinerário a seguir para poderem completar o processo necessário para constituir uma empresa e pô-la em funcionamento.

Acessoria empresarial: Este é o principal ponto de contacto entre os empreendedores e os seus respectivos tutores graças à possibilidade de realização de consultas on-line, solicitação de entrevistas pessoais e acesso a uma base de dados de conhecimento para a resolução dos problemas mais frequentes, compilados e organizados por Barcelona Activa.

Busca de Financiamento: Os empreendedores podem aceder a informação sobre os contratos de Barcelona Activa com as entidades financeiras, podendo comparar características, realizando simulações prácticas e solicitar a sua tramitação.

Contacto com Peritos: Permite conecer e contactar com a equipa de técnicos e peritos que dão apoio às actividades de Barcelona Netactiva e que ajudam a tornar viável o projecto.

Escola de negócios: A área da escola de negócios proporciona o acesso a uma plataforma de formação distribuída que permite o seguimento de cursos através da internet num ambiente colaborativo entre empreendedores e tutores.

Os cursos articulam-se em 4 módulos:

  • Programa de actividades
  • Centro de meios multimédia
  • Aula virtual
  • Directório de alunos
  • Gestor de avaliações

Cooperação empresarial: Nesta área oferecem-se os meios de colaboração para facilitar a cooperação e a inovação graças à criação de sites empresariais com o objectivo final de incrementar as oportunidades de negócio.

Bolsa de negócio: Publicação de anúncios electrónicos para intercambiar oportunidades de negócio, colaborações, propostas, ဦ

Comércio electrónico: Proporciona às empresas que venham a abrir o seu mercado ao mundo através do comércio electrónico, apoiado em transacções económicas seguras.

Directoria de empresas: Nesta directoria estão listadas todas as empresas que tomam ou tenham tomado parte de Barcelona Activa, os contactos, os dados, a localização. Classificadas por sector, localização, etc. Cada empresa poderá modificar e personalizar a aparência da sua página, convertendo esse espaço no seu próprio espaço.

Intercâmbio de ideias: Fórum de troca de ideias para fomentar a inovação e a cooperação inter-empresarial.

Fóruns: Onde se encontram grupos de discussão, públicos ou privados, sobre temas de interesse tecnológico e empresarial dinamizado por peritos.

Chats: Espaço virtual de discussão on-line onde se encontram diferentes salas de discussão abertas dia e noite. Áreas de debate sobre temas tratados nos fóruns, tratados de uma forma não anónima para poder estabelecer um ambiente de confiança de forma a tratar dos temas com seriedade.

Infopime(Serviços Telemáticos para o sector das PME): Ligação directa à Web de InfoPime, o serviço de informação para as PMEs do Ajuntament de Barcelona, sem sair do ambiente de trabalho de Barcelona Netactiva.

Infoprime é uma rede telemática que permitirá às empresas, entre outras coisas, terem acesso à informação de bases de dados do Concelho Municipal (Base de Dados da Actividade Económica, Taxas e Impostos, Sistema de Informação em Procedimentos Administrativos, Indicadores Económicos, ...), transacções electrónicas.

2.7.2 - O distrito industrial virtual de Bolonha

Depois da realização da rede cívica metropolitana Iperbole, Bolonha desenvolve actualmente a conceito de

DISTRITO METROPOLITANO VIRTUAL. Este distrito virtual integrará um distrito industrial virtual na rede cívica metropolitana Iperbole, permitindo assim um acesso mais homogéneo tanto para a comunidade como para o tecido económico.

O número de empresas presentes na Internet tem aumentado, a presença das PME não tem parado de crescer. Mais, a maioria das empresas consideram a Web exclusivamente como um novo suporte publicitário (por exemplo a produção de brochuras em hipertexto). Em Bolonha, os principais actores do desenvolvimento económico pensam que a Web deveria permitir às PME de reforçarem a sua posição ao nível local, no "distrito industrial" existente e de fazer face com sucesso à mundialização dos mercados graças a um distrito industrial virtual. É por esta razão que o Município de Bolonha e a Câmara de Comércio da província de Bolonha decidiram criar um "distrito industrial metropolitano virtual" mesmo no seio do ambiente telemático de Iperbole. O projecto atrai já cerca de 60 municípios da zona metropolitana, perto de 20 associações profissionais locais activas no domínio da indústria, do comércio, do artesanato, etc.

O projecto procura fazer conhecer, de maneira homogénea e coordenada, o potencial económico da zona metropolitana da Província de Bolonha (sob a forma de uma brochura económica da metrópole). Por outro lado, uma série de serviços interactivos chave serão criados sob o patrocínio das autoridades municipais/metropolitanas.

Trata-se de um grande desafio para a equipa de Iperbole que, até agora, tem estado sobretudo interessada nas aplicações e nos serviços gratuitos de ordem cívica e comunitária. Estes novos serviços de valor acrescentado gerarão certamente rendimentos que contribuirão para a durabilidade dos serviços cívicos/comunitários. Graças à imagem positiva de Iperbole junto dos bolonheses, o distrito industrial virtual poderá ajudar as empresas locais a reforçarem a sua posição no mercado local mesmo abrindo-se a novos mercados.

A principal fonte de financiamento virá da publicidade electrónica das empresas participantes no distrito industrial virtual.

O sistema deverá parecer-se a:

  • Uma página de acolhimento ilustrada, tanto quanto possível, de ícones de forma que a página seja também independente da linguagem. Será acentuado especialmente o sector industrial e a página conterá os logotipos de todas as empresas participantes;
  • Sub-páginas descrevendo cada empresa, segundo uma estrutura similar (estas páginas Web serão geradas a partir de uma base de dados central):
    • Actividades principais
    • Situação
    • Tamanho e resenha histórica
    • Estrutura comercial
    • Administração
    • Produção
    • Pontos e pessoas de contacto
  • Um routeur de mensagens, capaz de enviar mensagens escritas em linguagem natural à empresa da sua escolha. Assim, o utilizador final (quer seja um habitante de Bolonha ou uma empresa japonesa) terá a possibilidade de encontrar uma empresa local ou um "artesão" que responda aos seus critérios.
  • Um fórum destinado aos utilizadores, aos prospectores e às próprias empresas.
  • Uma série de formulários estandardizados permitindo uma interacção, por correio electrónico, entre os utilizadores de Internet e o próprio distrito.
  • Uma série de serviços (transaccionáveis) implicando uma interacção entre as empresas e o Município que se desenvolva com toda a segurança no sistema (permitindo assim de lucrar com o saber-fazer de Bolonha em matéria de assinatura electrónica, a cidade fazendo autoridade em matéria de segurança electrónica).

Esperemos que o sistema facilite a concretização de partenariados inovadores no seio das PME e entre os organismos públicos e privados. Este modelo sendo facilmente adaptável em outras regiões europeias, Bolonha conta estender este conceito de distrito virtual ao nível transnacional com o objectivo de ajudar as PME locais a estender as suas actividades internacionais.

2.8 - Informação, Cultura e Lazer

A informação, a cultura e o lazer, incluindo o turismo e as actividades sociais e desportivas, assumem uma grande importância na vida das cidades e das suas populações. Elas constituem porventura aquilo que melhor caracteriza o conceito de Cidade, aquilo que as distingue de simples aglomerados populacionais. A construção da Cidade Digital é por isso inimaginável à margem destas actividades. O desenvolvimento da SI em Aveiro passará certamente pela introdução das TIC nos média e nas associações culturais, desportivas e recreativas, mas também pela produção de conteúdos culturais e recreativos que promovam o exercício da cidadania digital.

Assim são propostas as seguintes medidas:

  • Capacitar os média para a SI
  • Apoiar as associações culturais e as colectividades de cultura, desporto e recreio
  • Promover o desenvolvimento de mediatecas e de bibliotecas digitais
  • Promover a divulgação turística e de acontecimentos públicos
  • Promover a realização de acontecimentos sociais virtuais

2.8.1 - O projecto MAGICA: Applications of Intelligent Agents to International Trade and Tourism

MAGICA é um projecto de I&D co-financiado pela UE através do Telematics Applications Programme, visando a investiga-ção em novas ferramentas baseadas na tecnologia web o no Protocolo Internet. O principal objectivo é produzir catálogos electrónicos para consumo e distríbui-los aos consumidores através dos serviços telemáticos como a internet. Desta forma, os utilizadores são providos de um acesso interactivo e dinâmico a toda a informação disponível num determinado site. Por outro lado, uma aplicação de software inteligente foi implementada para proporcionar aos utilizadores um serviço de apoio activo para a busca de web sites e encontrar informação válida e relevante.

Com o projecto MAGICA, as duas áreas de aplicação seleccionadas foram o comércio internacional e o turismo. Embora MAGICA esteja direccionada para a investigação do uso de tecnologias inovadoras na distribuição de informação, é útil salientar que MAGICA é um projecto dirigido ao utilizador. Sete parceiros diferentes têm um papel de utilizadores para definirem as necessidades do utilizador, para verificar a coerência das especificações funcionais e validar as demonstrações.

PARCEIROS DE MAGICA

    • Coordenador:
      1. Olivetti Telemedia
    • Parceiros Tecnológicos:
      1. Ilog
      2. Itaca
      3. Theseus Institute
      4. Vrije Universiteit Brussels
    • Utilizadores:
      1. Municípios de Roma, Antuérpia, Nice e Bratt;
      2. Emporion srl, Câmaras de Comércio (Barcelona e Nice)

Foram criados sete sites diferentes. No que respeita à área do comércio internacional, foram implementadas três demonstrações em Roma, Nice e Barcelona com o apoio da Emporion Srl e as câmaras de comércio de Nice e Barcelona. Na área do turismo, foram disponibilizadas quatro demonstrações na internet pelas administrações das cidades de Antuérpia, Bruxelas, Nice e Roma.

Os utilizadores tanto fornecem informação como são correctores da mesma, tendo sido bastante dedicados ao projecto. Como nas duas áreas de aplicação escolhidas foram estrategicamente importantes na promoção do apoio das PME à economia local e à criação de emprego.

Os catálogos electrónicos implementados por MAGICA são interactivos - porque os catálogos foram construídos de acordo com a vontade dos utilizadores - e dinâmicos - pois extraem a informação de uma base de dados SQL e colocam-na na forma html. Suportam multimedia como imagem e som e os seus critérios selectivos são baseados no tempo, espaço e informação quantificada.

A aplicação de software filtra a informação relevante, prediz as expectativas dos utilizadores e manuseia as necessidades frequentes dos utilizadores e os padrões de navegação. Por exemplo, o mesmo site pode ser visitado por um cliente de informação e um fornecedor que tenham diferentes necessidades de informação. O agente de software pode apoiá-los a ambos facilitando o contacto entre eles.

Assim, os utilizadores ao visitarem um dos sites de MAGICA podem ter acesso à informação requerida tanto usando a opção de software ou directamente através dos catálogos como é mostrado no diagrama seguinte.

Conclusão

As novas tecnologias e os serviços on-line são pré-requisitos fundamentais para o desenvolvimento social, económico e humano na medida em que representam a infra-estrutura básica para a produtividade, emprego, comércio, educação e lazer. Portugal ainda se encontra muito aquém do desejável no que respeita ao uso das novas tecnologias da comunicação e informação que conduzem à nova economia digital. O país, no entanto, tem evidenciado uma mudança significativa.

Como este sector das NTIC também afecta a organização social, os novos serviços on-line e o uso da internet deve ser garantida a todos os cidadãos de forma idêntica e este conceito deve ser a base de desenvolvimentos futuros de forma a evitar a alienação e colonização cultural e comercial do nosso país, nomeadamente através da promoção da criação de conteúdos na nossa língua.

Conceitos como "cidades digitais", redes telemáticas locais e "comunidades de aprendizagem" tornaram-se populares. Existe um novo sentido da participação cidadã nas redes locais e no diálogo virtual. Muitos municípios planeiam ou constroem redes metropolitanas e muitas cidades associaram-se para concretizar esta tarefa. É também um esforço para construir pólos telemáticos que possibilitarão a ligação de áreas diferentes.

O conceito de cidade digital é algo vago e pode incluir desde a automação dos procedimentos locais à distribuição de programas de televisão interactiva. Qualquer que seja a forma destas cidades, existe um número de condições que devem ser cumpridas:

  • As autoridades locais devem estar prontas para mudar a sua organização interna tradicional;
  • As diferentes necessidades e interesses da comunidade devem ser asseguradas pela participação tanto dos actores públicos como dos actores privados;
  • A procura privada deve ser encorajada de forma a equilibrar as necessidades públicas e privadas através da utilização de serviços telemáticos verdadeiramente úteis;
  • As escolas devem ser capazes de perceberem a mudança na sociedade e no mercado de trabalho e devem enfrentar estas mudanças de forma prática;
  • Por último, mas não de menor importância, é necessário definir um conjunto claro de regulamentos através dos quais as autoridades tenham o poder de proteger os investidores.

Uma cidade digital representa mais do que uma simples concentração de projectos inovadores: ela necessita de uma estratégia global, elemento essencial do desenvolvimento durável. Os planeadores municipais devem participar nesta evolução, desde a fase de definição até à fase de exploração, colaborando com todos os actores locais (tanto utilizadores como fornecedores) tendo em conta o espírito da dimensão europeia. A primeira etapa é a da definição de uma estratégia de médio prazo, com uma forte participação política, seguida dum desenvolvimento progressivo da info-estrutura municipal (ou seja, a infra-estrutura de telecomunicações e o seu conteúdo), de acordo com as prioridades definidas e tendo em conta as avaliações económicas, sociais e técnicas necessárias.

O desenvolvimento de parcerias locais é a etapa seguinte, depois da criação de uma estrutura local de coordenação. As cidades têm então a possibilidade de definir as suas necessidades e as suas estratégias baseando-se nos utilizadores, preservando o espírito que o sector privado tem, em termos de tecnologia, de serviços e de investimento.

Como o consumo urbano é claramente multissectorial e dominado por um objectivo geral ligado ao desenvolvimento social e económico (a saber a luta contra o desemprego e a exclusão social, a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento comercial), as prioridades devem ser soluções telemáticas multissectoriais para servir de maneira eficaz os cidadãos e as empresas. Esta abordagem é a única maneira de dispor de recursos importantes a fim de disponibilizar serviços de qualidade baseados numa infra-estrutura genérica.

Um melhor conhecimento dos aspectos tecnológicos e jurídicos é necessário ao nível local, não somente para explorar as vantagens da sociedade da informação (ou seja a formação e a educação no seio de novos projectos de tecnologia de informação e das comunicações) mas sobretudo para planificar e controlar o desenvolvimento das cidades digitais. Isto significa que os planeadores devem dispor de conhecimentos actualizados, de saber fazer tecnológico, jurídico e em matéria de normas a fim de traduzir as necessidades dos utilizadores em características técnicas e de se assegurarem de que os serviços são propostos a um preço justo.

Um novo quadro jurídico é necessário para permitir o desenvolvimento de infra-estruturas de serviços telemáticos e de telecomunicações duráveis. A implementação de cidades digitais acarreta dois riscos maiores: investimentos importantes no estudo das possibilidades do mercado e uma discriminação crescente entre os favorecidos e os outros (democracia digital vs. aristocracia digital).

Várias cidades e regiões europeias cooperam entre si, para tal foram criadas várias iniciativas regionais em matéria de telemática. Para melhorar esta colaboração, um quadro estratégico de cooperação está a ser desenvolvido e cobrirá domínios tais como a difusão das aplicações, a transferência de saber-fazer, a organização de manifestações comuns, a localização duma peritagem apropriada e a consolidação de estratégias urbanas e regionais.

Lançado em 1998, o Programa Cidades Digitais é um conjunto articulado de projectos na área da Sociedade da Informação centrado, numa primeira fase, em cidades pré-seleccionadas e hoje já aberto a todas as cidades do país. Trata-se de projectos demonstrativos cujas aplicações têm como objectivos a melhoria da vida urbana, o combate à exclusão social, o combate à interioridade e a melhoria da competitividade de sectores económicos integrados na economia global, uma vez que a utilização de tecnologias digitais de informação e de telecomunicações pode contribuir para a melhoria da qualidade da vida urbana e para o reforço da competitividade económica e do emprego, ao nível das diferentes regiões.

O Programa Aveiro-Cidade Digital foi lançado em 10 de Fevereiro de 1998, e assume-se como um programa aberto à participação da comunidade. À semelhança do Programa de âmbito nacional - Programa Cidades Digitais - em que se insere, o Programa Aveiro-Cidade Digital organiza-se em duas fases. A primeira terminou em 1999. A segunda decorrerá nos seis anos subsequentes.

Através de um conjunto de metas e objectivos aplicáveis às diversas áreas de intervenção foi definido um quadro global no âmbito do qual se deverão desenvolver, por iniciativa das diversas instituições, os projectos que concretizarão a Cidade Digital. A filosofia é, portanto, a de motivar o aparecimento de propostas, desde que vinculadas ao quadro global definido e aos objectivos genéricos da Cidade Digital.

O programa Aveiro-Cidade Digital, liderado por um consórcio que envolve a Câmara, a Universidade e a Portugal Telecom abrange 38 projectos, distribuídos por oito áreas de intervenção - da escola à saúde, passando pela solidariedade social, cultura e lazer -.

Para a nova etapa que a Cidade Digital irá enfrentar, a aposta vai para a concretização dos projectos em curso e expansão a novos projectos em áreas temáticas que ainda não se encontram desenvolvidas, nomeadamente na área da justiça e da universidade. O consórcio que actualmente compõe a Cidade Digital revelou possuir algumas limitações. Para uma fase mais ambiciosa, é necessário um instrumento jurídico mais flexível, dotando o programa de autonomia financeira e de gestão, que disponha de profissionais a tempo inteiro.

Uma Cidade Digital não se constrói apenas pela modernização dos diversos sectores de actividade que nela são identificáveis. Existe uma componente integradora, centrada no cidadão, que é fundamental para uma efectiva melhoria da qualidade de vida urbana. A área de intervenção denominada comunidade digital é agregadora das metas e dos objectivos que, nesse sentido, podem ser considerados transversais a todo o Programa Aveiro န Cidade Digital.

As cidades digitais necessitam de cidadãos digitais, daí a concepção da ideia de cidadania digital. O instrumento básico para isso é expandir os endereços de internet dos cidadãos.

A internet tem a dupla função de comunicação e comunidade. Não só se passa através da Net, como se tem um espaço na Net. Tal significa que cada cidadão na cidade tem direito a um endereço como membro dessa cidade.

Uma cidade digital sustentável será um sistema aberto. Provavelmente a principal lição da internet pode mostrar-nos como um esforço voluntário pode sustentar uma rede internacional de computadores em rede. O modelo é ainda um sistema aberto e a razão do seu sucesso é justamente a sua abertura e interoperabilidade.

Num modelo de cidade digital aberta se os diferentes actores da sociedade da informação a nível local (associações, universidades, administração local, empresas,...) concordarem em participar na infra-estrutura, serviços e aplicações públicos e privados comuns e manter o sistema aberto e interoperacional, haverá então uma rede inter-comunitária.

Uma melhor utilização da Internet pode proporcionar aos cidadãos e empresas um acesso melhor e mais fácil às informações do sector público. A existência de melhor informação pública em linha tornaria a Internet mais importante para a vida quotidiana, aumentando, assim, o número de utilizadores da Internet e estimulando uma participação alargada na sociedade da informação.

Como o volume dos transportes está a aumentar rapidamente, dando origem a diversos problemas: acidentes rodoviários, acidentes ferroviários e marítimos, congestionamentos e atrasos. Com as tecnologias digitais, os transportes podem tornar-se mais seguros e de melhor qualidade, especialmente os transportes públicos nas cidades. O uso eficaz de serviços de gestão e informação do tráfego já fez baixar as emissões poluentes, o consumo de combustíveis e o tempo de deslocação.

A educação é fundamental para o progresso económico e social e para garantir equivalência de oportunidades na nossa sociedade. Na era digital, é essencial assegurar uma aprendizagem ao longo da vida às novas gerações de criadores, investigadores e empresários. Todos os cidadãos devem poder desempenhar um papel activo na sociedade da informação. Este processo começa na escola. Por isso é necessário acelerar a ligação à Internet das escolas e melhorar o acesso a recursos e serviços educativos multimedia de elevada qualidade, fazendo da cultura digital uma qualificação básica de todos os jovens.

Várias escolhas estratégicas estão na base do projecto ExE. Assim, mais do que se dirigir directamente aos estudantes, decidiu dirigir-se aos professores. Estes estão numa posição crucial colocados diariamente em contacto com uma vasta base de jovens e podem ser considerados o primeiro elo da cadeia de aprendizagem que progressivamente envolve cada vez mais alunos e cidadãos. O objectivo final é com certeza o de fomentar capacidades e níveis de qualificação técnica de todos os cidadãos.

Por outro lado, mais do que explicar aos professores como ensinar novas tecnologias aos seus alunos, foi decidido ensinar aos professores como as novas tecnologias podem complementar a sua prática diária de ensino em assuntos tão tradicionais como geografia, história ou matemática, e como podem ajudar o professor a organizar as actividades da classe, desde a criação de um jornal de escola à organização de um exame. Mais do que aprender tecnologia, o que é importante é aprender a ensinar com a tecnologia. Se os professores aprendem a como ensinar com as novas tecnologias, o aluno aprenderá a como aprender com as novas tecnologias.

E por último, mais do que desenvolver novos utensílios de software, foi decidido desenvolver ferramentas que ajudem os professores a usarem aplicações de software e recursos que estejam já em uso nos estabelecimentos de ensino. O objectivo é reduzir consideravelmente o tempo de formação necessário pelos professores antes que eles possam criar autonomamente o seu próprio multimedia baseado em material didáctico.

Um acesso mais rápido à Internet facilitará uma investigação interactiva mais eficaz, permitindo que investigadores situados em diferentes locais e países partilhem dados e instrumentos para desenvolverem novos conhecimentos. É assim necessário libertar todo o potencial da Internet, assegurando a todas as comunidades de ensino e investigação o pleno acesso a uma Internet melhor e mais rápida.

As ligações de elevado débito à Internet constituem um pré-requisito para novas aplicações destinadas a estudantes e investigadores, proporcionando ainda um banco de ensaio ideal para o desenvolvimento de novas ferramentas para a Internet.

A melhoria da qualidade e acessibilidade dos cuidados de saúde para todos os cidadãos constitui um dos mais importantes desafios que os governos europeus enfrentam. Será impossível fazer face a este desafio sem a implantação e utilização generalizada de sistemas de saúde plenamente integrados, interoperáveis e modernizados. As tecnologias digitais podem melhorar a produtividade e o âmbito dos cuidados de saúde. É necessário desenvolver serviços seguros que liguem hospitais, laboratórios, farmácias, centros de cuidados primários e lares.

A solidariedade social, nas suas componentes de segurança social e de inserção de cidadãos com necessidades especiais é uma área de intervenção fundamental para a construção da Cidade Digital. As TIC devem contribuir para uma sociedade mais justa em que a igualdade de oportunidades seja efectiva, evitando a introdução de novas barreiras e de novos desajustamentos sociais.

A Cidade Digital deverá favorecer e estimular condições de inclusão, concertação e modernização proporcionando um ambiente de solidariedade e de maior autonomia e bem-estar a todos os cidadãos.

A evolução das tecnologias digitais oferece grandes oportunidades às pessoas com deficiência para ultrapassarem barreiras (socio-económicas, geográficas, culturais, temporais, etc.). A existência de tecnologias acessíveis adequadas às suas necessidades específicas permitirá a sua participação na sociedade e no trabalho, em pé de igualdade com os outros. Por isso, o desafio para os próximos anos será a redução dos restantes hiatos entre as tecnologias e este grupo de utilizadores.

A transição para a sociedade da informação traz interrogações em vários aspectos da organização financeira corrente e dos objectivos de desenvolvimento empresarial local. Por exemplo, pensemos na inovação e simplificação dos serviços administrativos e difusão da configuração digital, que tornam a vida mais fácil às empresas e representam uma atracção e competição por novos investidores; o aumento geral em níveis de concorrência em novas tecnologias através dos quais as empresas beneficiam; a promoção de novos serviços e infra-estruturas de telecomunicações, que serão de similar importância, senão de maior importância, às redes de transporte tradicionais para pessoas e bens.

A difusão das tecnologias digitais nas empresas obviamente que não é um fenómeno novo. Na contabilidade, salários, stocks e outras funções administrativas, os computadores têm sido utilizados desde os anos 60: para começarem nas grandes empresas ou através de centros de cálculo, então, com a chegada dos minicomputadores (anos 70) e PC (anos 80) de uma maneira mais geral. No campo da produção também, o desenvolvimento da automação com sistemas de programação e controlo digital. A tecnologia esteve envolvida desde as máquinas de controlo digital até aos sistemas flexíveis de produção, à robótica, gradualmente tomando o lugar de e integrando operações simples previamente acompanhadas pelo homem ou máquinas activadas manualmente. A evolução actual é, por um lado, orientada em direcção à integração dos processos de trabalho com a gestão dos fluxos de entrada dos fornecedores (just-in-time) e fluxos de saída para a distribuição, e por outro lado, rumo a sistemas inteligentes de produção.

Com a difusão dos sistemas de telecomunicações digitais, durante os anos 70 e 80, a informática também entrou no campo do controlo das transacções comerciais entre empresas (com as primeiras soluções Electronic Data Interchange) e com a gestão dos processos de produção distribuídos à escala geográfica também para países distantes. Devido ao tipo de solução tecnológica, basicamente baseada nos seus próprios padrões, e elevado custo dos serviços de telecomunicações, até muito recentemente, esta evolução interessou somente às grandes empresas, ou aos seus fornecedores, que eram forçados a adaptarem-se de forma a não perderem clientes.

Estas tendências estão actualmente numa fase de máxima aceleração e transformações radicais, graças à difusão em larga escala da internet e tecnologias da informação e telemática, e graças ao desenvolvimento das telecomunicações e à liberalização do mercado, dois factores que fizeram baixar drasticamente os custos dos serviços de transmissão digital e criaram acessos.

O comércio electrónico destaca uma transformação profunda dos processos económicos, e dos parâmetros de espaço/tempo em que tradicionalmente era organizado, o que mais tarde ou mais cede envolverá todas as empresas.

Tal como os países, nem todos os sectores acompanham o crescimento do comércio em linha com a mesma velocidade. Enquanto a industria das tecnologias da informação, defesa ou aeroespacial, o sector energético e a indústria automóvel também estão envolvidas nas mesmas condições, para a agro-indústria, construção e mecânica a iniciação no comércio electrónico prevê-se mais tardiamente.

As soluções tecnológicas usadas para gerir todos os procedimentos dentro e entre empresas com as TIC serão estabelecidas mais rapidamente do que as capacidades organizacionais e de gestão. Todavia, existem actualmente muitos instrumentos de software, mais ou menos integrados, para organizar e gerir formas de comércio electrónico. Estas soluções, particularmente interessantes para as PME (um sector de mercado que começa a ser considerado mais atentamente pelos fornecedores), será fundamental também devido à falta de peritos qualificados.

O desafio real, contudo, é representado pela adaptação cultural e organizacional das empresas - que têm de aprender a gerir os clientes e fornecedores de formas completamente diferentes - e a capacidade para identificar as oportunidades emergentes de mercado, actualmente acima de tudo nas actividades terciárias e nos serviços cada vez mais importantes em relação com a produtividade.

Partes: 1, 2, 3, 4, 5


 Página anterior Voltar ao início do trabalhoPágina seguinte 



As opiniões expressas em todos os documentos publicados aqui neste site são de responsabilidade exclusiva dos autores e não de Monografias.com. O objetivo de Monografias.com é disponibilizar o conhecimento para toda a sua comunidade. É de responsabilidade de cada leitor o eventual uso que venha a fazer desta informação. Em qualquer caso é obrigatória a citação bibliográfica completa, incluindo o autor e o site Monografias.com.