A educação das crianças, dos jovens e dos adultos tem uma importância muito grande na formação do homem novo e da mulher nova. Ela tem de ser uma educação nova também, que estamos procurando pôr em prática de acordo com as nossas possibilidades. Uma educação completamente diferente da colonial. [...] Uma educação que dê valor à ajuda mútua e não ao individualismo, que desenvolva o espírito crítico e a criatividade, e não a passividade. Uma educação que se funde na unidade entre a prática e a teoria [...] (FREIRE, 2001).
O objetivo deste trabalho é identificar qual a concepção teórica do professor acerca do processo de ensino e aprendizagem, observando as metodologias de ensino que adota, à luz dos conceitos teóricos apontados por Fernando Becker. Também buscamos tornar visível a concepção do aluno de ensino fundamental, acerca da prática de aprendizagem escolar e a sua imagem de escola, ou melhor, o significado de aprender e ensinar para esse aluno. O corpus do trabalho contará com: pesquisa de campo - entrevista realizada com professores e alunos do ensino fundamental; conclusões e observações a partir de estudo bibliográfico. O embasamento teórico aos questionamentos de pesquisa levantados - Qual a concepção teórica do professor sobre o processo de ensino e aprendizagem? Qual a concepção do aluno de aprendizagem e escola? – além dos conceitos de Fernando Becker, contará com outros teóricos da área da educação como Demival Saviani e Juan Delval.
Palavras-chave:
ensino; educação e conhecimento; ensino e aprendizagem; função da escola; modelos epistemológicos; modelos pedagógicos; escola contemporânea; entrevistas
Um dos temas polêmicos hoje é a escola e seu propenso fracasso enquanto instituição de ensino. Educadores, pedagogos e profissionais da área da educação divergem quanto a posições e crenças acerca da função da escola e quanto às concepções sobre a aquisição de conhecimento. Os modelos de ensino e as metodologias pedagógicas adotadas por esses profissionais, também não representam um conjunto de ações lineares ou coerentes com a contemporaneidade. Figuram, logo, o resultante de conjunturas desencontradas, reproduzidas às cegas, de modo irracional, o que mais têm contribuído para o fracasso do que pra o sucesso do ensino.
Em vista dessa realidade e cientes de que a soma de pequenas ações a fim de transformar um todo, assim como a adoção de uma postura crítica e reflexiva sobre a educação, são os primeiros passos para se pensar "transformações", o presente projeto de pesquisa objetiva, primeiro, colaborar de forma singela, mas significativa, com a prática crítico-reflexiva. Tal se dá à medida que investiga e identifica os pressupostos pedagógicos que permeiam as escolas. Qual a função da escola? Quais são as concepções teóricas nas quais estão edificadas as práticas e os métodos de ensino adotados pelo professor? Buscamos respostas a essas questões em teóricos como Dermeval Saviani, em Escola e Democracia; Juan Delval, em Crescer e Pensar; e em Fernando Becker, em Educação e Construção do Conhecimento.
São essas as questões que norteiam este trabalho e, a fim de aprofundar a discussão sobre uma realidade tão complexa quanto o ensino, partimos, num segundo momento, para a pesquisas de campo, concentrando nossas atenções às ações observadas na prática. O corpus deste trabalho está, então, dividido em dois blocos: a parte teórica – reflexão crítica a cerca do ensino; a parte prática – entrevistas com professores e alunos de escolas do município de Porto Alegre.
Para falarmos de reforma do ensino, primeiro, então, propomo-nos a uma reflexão crítica sobre a função e o papel que a escola ocupa na sociedade contemporânea. A escola como instituição, historicamente se confunde com a sociedade e seus interesses, consequentemente, o ensino foi por séculos privilégio das classes dominantes. A escola se punha, então, a serviço da manutenção social, cuidando para preservar os valores e os fins da sociedade, garantindo que cada indivíduo ficasse limitado a ocupar as posições sociais em que nasceram. Com o Iluminismo, no século XVIII, passa-se a pensar em igualdade entre os homens e, consequentemente, em um ensino ao alcance de todos, mas somente com a revolução industrial, atendendo aos seus interesses, a democratização do ensino começa a tomar forma. A escola, com o tempo, passa a ter a função de preparar os jovens para a mão de obra industrial, depois para o mercado de trabalho e, em sequência, para as demandas tecnológicas. Destarte, a escola configurou, desde seus primórdios, um sistema condicionado as demandas sociais, cuja função de servir aos propósitos do intelecto e do conhecimento se ofusca diante da subserviência aos propósitos sociais dominantes.
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