Página anterior | Voltar ao início do trabalho | Página seguinte |
Para sobressair, o arquiteto tem que utilizar todos os meios disponíveis ao seu alcance.
As dificuldades por que passam e são impostas aos profissionais liberais, no caso específico, o arquiteto, para se promover, num ambiente cheio de mudanças, ameaças, concorrências e poucas oportunidades aparentes, ressalta o interesse e a necessidade de se avaliar a maneira mais objetiva de promoção destes profissionais. Assim, o estudo de casos de sucesso de arquitetos que se projetam no cenário profissional desta Região Metropolitana do Recife, poderão vir auxiliar a esclarecer e orientar, como outros podem seguir o mesmo caminho de triunfo. Dentre os procedimentos que contribuem para o sucesso do arquiteto, quais são aqueles ligados á área de marketing?
2.1 - Objetivo geral
Identificar os tipos de marketing adotados por arquitetos, que podem ter auxiliado em seus desenvolvimentos profissionais.
2.2 - Objetivos específicos:
· Analisar os procedimentos de marketing que podem ter orientado o arquiteto para o destaque profissional, observando suas peculiaridades.
· Obter informações que indiquem os princípios básicos para o sucesso profissional do arquiteto.
· Identificar como alguns arquitetos mantêm-se em constante destaque.
3.1- Marketing
"Marketing é um processo social e gerencial através do qual indivíduos e grupos obtêm aquilo que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros". (Kotler, 1998, p. 27).
O marketing como estudo e aplicação sistematizada e consciente, tem menos de um século, mas desde os primórdios da civilização o homem usava o marketing, embora de forma inconsciente.
O grande desenvolvimento do marketing começou nos Estados Unidos com seu estudo a partir de 1910 e sua aplicação prática a partir de 1950, chegando ao auge em nossa época. No Brasil, o estudo de marketing praticamente começou em 1970 e passou a ser realmente utilizado por volta de 1990.
Para o profissional obter o sucesso ele tem que conquistar um cliente e seu trabalho corresponder ás expectativas deste mesmo cliente (princípios de marketing). Para conquistar clientes, o profissional deve se fazer notar e esta promoção pessoal (marketing pessoal) pode começar ainda durante o período como estudante. Como exemplo, em meados dos anos 70 os Supermercados Bompreço promoveram um concurso para idealização de seu logotipo entre os estudantes de arquitetura, em Pernambuco. O primeiro prêmio foi para o estudante Régis Cavalcanti. Com este prêmio Régis obteve um destaque promocional ainda como estudante. Hoje é arquiteto de destaque no Estado da Paraíba.
Os meios mais adequados para se sobressair pessoalmente podem ser traduzidos pelo texto adiante: "Para a promoção destaca-se a propaganda indireta. Nesse caso, o profissional procura participar de eventos, convenções, escrever artigos, dar aulas, etc. A idéia é formar uma imagem positiva junto ao mercado alvo. Essas formas de contato são as mais eficientes e dão maior retorno". (Las casas, 2000 p. 158). é de se supor que os arquitetos de sucesso tenham usado, mesmo inconscientemente, as diversas formas e ferramentas de marketing como: marketing de pessoas, rede de relacionamento, marketing de serviços.
3.1.1- Marketing de pessoas
Consiste em atividades realizadas para criar, manter ou modificar atitudes ou comportamentos existentes em relação a determinadas pessoas,... "Profissionais liberais, como médicos, advogados, contadores e arquitetos fazem marketing de si mesmos para conquistar fama e aumentar seus negócios". (Kotler, 1995, p. 462).
A imagem do profissional perante o público é de suma importância para seu negócio prosperar e ter sucesso.
3.1.2- Rede de relacionamento
é a denominação que damos para o relacionamento derivado dos laços de família, amizades, relacionamento social. Muitas vezes esta rede já existe muito antes do profissional começar a exercer suas atividades.
3.1.3- Marketing de Serviços
O serviço é caracterizado pela intangibilidade, os serviços não podem ser tocados, vistos, sentidos, etc., antes de serem comprados; pela inseparabilidade, os serviços não podem ser separados de seus fornecedores; pela variabilidade, um mesmo serviço prestado nunca será exatamente igual a outro, mesmo produzido pela mesma pessoa e perecibilidade, os serviços não podem ser estocados, como os produtos. (Kotler, 1995). Assim, o marketing de serviços tem características diferenciadas do marketing feito para produtos. Sua ênfase se faz no prestador do serviço, com profissionais satisfeitos, bem treinados e produtivos; e no cliente, que pelo desempenho de alta qualidade dos serviços, ficam satisfeitos e se tornam leais e voltam a procurar aquele profissional. "A chave é superar as expectativas dos clientes quanto á qualidade do serviço. ... Conservar os clientes é a melhor medida de qualidade." (Kotler, 1995 p. 459).
Produzindo trabalhos de boa qualidade que atendam ás expectativas do cliente, o profissional conserva este cliente e atraem outros, pela divulgação chamada boca a boca.
3.2- Arquitetura e o arquiteto
A arquitetura poderíamos dizer, é arte aliada á técnica, com a finalidade de, no espaço criado, dar abrigo, conforto, bem estar e segurança ao homem. A arquitetura provavelmente começou quando o homem construiu seu primeiro abrigo, quer tenha sido ele uma caverna escavada na rocha ou uma coberta feita com folhas e cascas de árvores ou pele de animais. Existem inúmeras definições do que seja a arquitetura e o tema é bastante polêmico: "A arquitetura é o sábio jogo, correcto, magnífico, dos volumes no espaço". (Le Corbusier, citado por Bruno Zevi, 1979, p. 35).
Este híbrido de arte e técnica, que é a arquitetura, pode ter começado apenas como meio de dar abrigo. Com o passar do tempo veio proporcionar também conforto, saúde, segurança e por fim prazer e deleite ao homem, através de sua beleza e estética.
Por arquiteto ou profissional da arquitetura entende-se, aquele que manipula o espaço, modificando o meio ambiente em benefício do ser humano, quer dando abrigo, como é o caso das edificações, como delimitando e modificando os espaços, caso de praças, urbanizações.
O órgão de maior representatividade dos arquitetos é o IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil). Veja um pouco de sua história no anexo VI.
Por mais estranho que pareça, os arquitetos, assim como os engenheiros e agrônomos têm suas atividades reguladas e fiscalizadas por um só órgão, o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA) e Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) e um só Código de ética (ver anexo V).
Segundo resolução 218, de 29 de junho de 1973, usando as atribuições conferidas pela lei 5.194, de 24 de dezembro de 1966, o CONFEA designou as seguintes atividades dos arquitetos: Supervisão, coordenação e orientação técnica; estudo, planejamento, projeto e especificação; estudo de viabilidade técnico-econômica; assistência, assessoria e consultoria; direção de obra e serviço técnico; vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico: ensino,
pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica; extensão; execução de obra e serviço técnico; fiscalização de obra; e outras atividades referentes a edificações, conjuntos arquitetônicos e monumentos, arquitetura paisagística e de interiores; planejamento físico, local, urbano e regional; seus serviços afins e correlatos. (Saunders, 1999, p.62).
O número de arquitetos da Região Metropolitana do Recife registrados no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Pernambuco até o ano de 2000, segundo informações do próprio CREA-PE, era de 1.943 profissionais, para um contingente de 5.978 engenheiros, o que dá aproximadamente um arquiteto para cada 3 engenheiros.
Comparando-se o número de arquitetos em relação á população da RMR (3.331.552 habitantes), verificamos que temos aproximadamente 1 arquiteto para 1.666 habitantes. Supondo que os profissionais da RMR atuem em todo o Estado de Pernambuco, cuja população é de 7.910.992 habitantes (3.821.442 homens e 4.089.550 mulheres) e desprezando os outros arquitetos que atuam fora da RMR, teríamos 1 arquiteto para cada grupo de 4.072 habitantes, o que é um número ainda elevado de profissionais em relação á população, principalmente se considerarmos o baixo poder aquisitivo na Região
Ainda, segundo o CREA-PE, do total de arquitetos registrados da RMR, 50,59%, estavam inadimplentes com o Conselho no ano de 2000 e 21,26%, não tiveram Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Estes dados refletem um problema de grave saturamento de oferta de serviços de arquitetura na RMR e conseqüente
problema econômico para os profissionais (inadimplência com o CREA-PE). Este problema tende a se agravar, pois o número de novos arquitetos registrados no CREA-PE gira em torno de uma média de 138 profissionais a cada ano.
5.1 - Base Física de Realização da Pesquisa
A pesquisa foi desenvolvida na cidade do Recife e sua Região Metropolitana.
Recife, capital do Estado de Pernambuco e sua principal cidade tem uma área relativamente pequena, 217 km 2. é uma planície, entrecortada pelos rios Capibaribe, Beberibe, Tejipió, diversos córregos e canais. Com áreas muitas vezes, abaixo do nível do mar, é o resultado de aterros de mangues e alagadiços.
De um lado é limitada pelo oceano Atlântico e pelos outros, por municípios que praticamente dão continuidade a cidade, não se percebendo os limites entre uma e outra, como é o caso de Jaboatão dos Guararapes e Olinda.
A Cidade surgiu a partir de um núcleo de pescadores e se considera como data de sua fundação o ano de 1535. Seu nome deriva da grande quantidade de arrecifes existentes na orla marítima.
O município do Recife tem segundo o último recenseamento (IBGE, ano de 2000), 1.421.947 habitantes.
A Região Metropolitana do Recife, composta dos municípios de Abreu e Lima, 89.094 habitantes; Araçoiaba, 15.101habitantes; Cabo, 152.836 habitantes; Camaragibe, 128.627 habitantes; Igarassu, 81.793 habitantes; Ipojuca,
59.230habitantes; Itamaracá, 15.854 habitantes; Itapissuma, 20.133 habitantes; Jaboatão, 580.397 habitantes; Moreno, 45.481 habitantes; Paulista, 262.072 habitantes; Olinda, 368.643 habitantes; Recife, 1.421.947 habitantes; São Lourenço, 90.344 habitantes; perfazendo um total de 3.331.552 habitantes, que representa quase a metade da população do Estado de Pernambuco, segundo o último recenseamento realizado pelo IBGE.
5.2- Modelo e Procedimentos Adotados na Pesquisa
Admitimos o critério de classificação de pesquisa proposto por Vergara (1998, p. 44), que a qualifica em relação a dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins, a pesquisa foi exploratória e descritiva.
Exploratória porque, embora existam algumas obras sobre marketing para serviços profissionais, não se encontraram estudos a respeito do comportamento do arquiteto em relação ao seu sucesso profissional, muito menos, dos que atuam na Região Metropolitana do Recife.
Descritiva, pois descrevemos os procedimentos usados pelos arquitetos para efetivarem seu status profissional.
Quanto aos meios, usamos a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso.
Pesquisa bibliográfica, com a finalidade de dar embasamento teórico-metodológico ao trabalho, quando foi realizada investigação sobre as diversas formas de marketing nas quais poderiam ser enquadradas as atitudes dos
profissionais de arquitetura, nas várias etapas, para conseguir êxito profissional.
Estudo de caso, porque recorremos ao estudo do que poderíamos chamar comunidade, através de questionários e entrevistas semi-estruturadas feitas a
arquitetos de destaque, para podermos observar como esses profissionais se
posicionam e que recursos utilizam e utilizaram diante do problema. "O estudo de caso tem se tornado a estratégia preferida quando os pesquisadores procuram responder ás questões "como" e "por que" certos fenômenos ocorrem, quando há pouca possibilidade de controle sobre os eventos estudados e quando o foco de interesse é sobre fenômenos atuais, que só poderão ser analisados dentro de algum contexto da vida real." (Godoy, 1995, p. 25).
Os métodos utilizados foram o analítico e o dedutivo, onde analisamos os dados encontrados e formulamos conclusões sobre o assunto estudado.
Nossa intenção foi localizar os arquitetos considerados como profissionais de sucesso e comparar suas atitudes profissionais, com outros arquitetos, a fim de estabelecer diferenças que lhes proporcionaram este status quo. Para conseguirmos nosso intento, ou seja, localizar os arquitetos considerados de sucesso fizemos pesquisa através de um questionário (veja anexo II) entre 12 arquitetos atuantes na Região Metropolitana do Recife, escolhidos aleatoriamente, de uma relação fornecida pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Pernambuco, através de outro questionário (ver anexo I) por nós preparado.
No questionário (anexo II) direcionado aos arquitetos da relação do CREA-PE, entre outras solicitações, pedimos que nos relacionassem três arquitetos da RMR que considerassem como profissionais de sucesso. Dos arquitetos considerados como profissionais de sucesso, escolhemos os mais votados e no caso dos que tiveram votos em igual número, fizemos um sorteio, até completar o número de dez profissionais.
Assim de posse desta relação de dez profissionais considerados de sucesso, pelos próprios arquitetos, escolhemos mais dez arquitetos, alguns, dentre os votantes (e que não foram indicados, como de sucesso) do primeiro questionário, os quais consideramos para comparação. Infelizmente dois, dos dez arquitetos de sucesso se recusaram a participar da entrevista, ficando apenas oito entrevistados.
Foi idealizado um questionário (anexo IV), com perguntas abertas e fechadas e com um total vinte e sete questões, no qual foi direcionada a entrevista com estes dezoito profissionais. Este questionário foi dividido em quatro blocos, três baseados nas suposições que fizemos de que o sucesso dos profissionais se deveu ao uso de instrumentos de marketing e a quarta sobre a opinião pessoal, constituindo-se no modelo sintético do entrevistado: Bloco 1 - Marketing de pessoas, neste bloco verificamos como foi usado este instrumento de marketing e a influência que exerceu em suas carreiras profissionais, possibilitando a comparação entre um e outro grupo de profissionais: os considerados de sucesso e os outros.
Bloco 2 - Rede de relacionamento, verificamos através desta série de perguntas como criaram um relacionamento e como este influenciou no sucesso de suas carreiras profissionais.
Bloco 3 - Marketing de serviços, com estas questões verificamos o grau de envolvimento do profissional com seu trabalho, sua responsabilidade com seu cliente.
Bloco 4 - Opinião Pessoal, perguntas na maioria abertas, para se ter um conhecimento de maneira mais espontânea do pensamento destes profissionais, também, servindo de confirmação de algumas das questões anteriores.
Foi garantido total sigilo sobre as informações fornecidas e dada á opção de se identificarem ou não, porém, todos optaram por se identificar.
Para não influenciar nas respostas, não foi explicitado que se tratava de um trabalho sobre marketing e sim, como está no título do questionário, que se tratava de uma pesquisa visando descobrir os fatores determinantes do crescimento profissional de arquitetos da Região Metropolitana do Recife.
Em sua totalidade, houve boa vontade por parte dos entrevistados em responder as perguntas, sendo que em muitos momentos, não se limitaram a apenas respondê-las, mas teciam comentários bastante interessantes sobre cada item.
Estes questionários foram posteriormente tabelados e deram material para a análise de resultados.
Neste tópico apresentamos tabelas para maior compreensão na análise dos resultados.
6.1- Marketing de Pessoas
Para tratar o Marketing de Pessoas consideramos os seguintes aspectos: A unidade de ensino na qual efetivou seu curso superior e o tempo de formado; se foi ou não professor; se participou ou não de congressos ou convenções; se participou de concursos; se foi citado em colunas sociais; se foi notícia em jornais, revistas ou outro meio de comunicação; se escreveu artigos para jornais ou revistas; se tiveram trabalhos publicados em revistas especializadas; se fizeram outros cursos. Estas questões objetivaram verificar o quanto os profissionais da arquitetura fizeram uso da promoção pessoal e o quanto isso influenciou em suas carreiras, permitindo a comparação entre os dois grupos de arquitetos: "os de sucesso e os outros".
O marketing de pessoas vem ajudando muitos profissionais liberais a se promoverem e é inegável que este recurso foi usado em larga escala pelos "arquitetos de sucesso", ora pesquisados.
|
|
|
|
|
|
|
|
|
16 |
|
|
25% declararam que o fato de terem feito outros cursos além do de arquitetura foi decisivo em suas carreiras.
Dos "outros arquitetos" 33,33% declararam que ter feito outros cursos teve alguma influência em suas carreiras, 33,33% declararam que teve muita influência e 33,33% não responderam.
Houve arquitetos que fizeram mais de um curso.
Os cursos de pós-graduação podem dar, além de maiores conhecimentos, maior conceito para o profissional.
6.2- Rede de Relacionamento
Neste Bloco fizemos indagações que visaram identificar, se teve parentes na área da arquitetura, construção, imobiliária ou incorporação; se teve amizades na área profissional, na época em que se formou; o tamanho de sua família; se teve ou tem um bom relacionamento social; se teve sócio; se foi membro de associações; se participou de estágios, e o tempo do estágio. Assim verificando o quanto os profissionais usaram e de que maneira, este instrumento de marketing, Rede de Relacionamento e quanto isso influenciou em suas carreiras. E assim, comparar o procedimento dos dois grupos de profissionais.
A rede de relacionamento tem em muitos casos, auxiliado na divulgação dos produtos ou serviços, não só dos profissionais liberais, como também das empresas, ajudando-os a captarem mais clientes, pela divulgação e indicação boca a boca. Esta cadeia de interligações pessoais, que se efetuam através de familiares, de amizades, de ligações profissionais, é hoje muito valorizada como estratégia de marketing. E cremos firmemente que ela auxiliou e muito, os profissionais de sucesso a chegarem ao estágio em que se encontram.
Ao considerar a influência que estes fatos tiveram em suas carreiras, os "arquitetos de sucesso", 60,00%, acharam que houve muita influência; 40,00%, que houve nenhuma influência. Dos "outros arquitetos", 50,00% acharam que o fato teve muita influência; 25,00%, que teve alguma influência e 25,00% que teve pouca influência.
Além de aumentar as chances de um maior relacionamento, ter parentes nas áreas afins, serve de apoio, tanto técnico, quanto profissional, para os que estão desenvolvendo suas carreiras.
Um dos mais antigos e também renomados "arquitetos de sucesso", nos informou durante a entrevista, que muitos arquitetos, a fim de incrementar este relacionamento social, aprenderam a preparar pratos especiais, de culinária, muitas vezes exótica e requintada e convidam membros da sociedade a experimentá-los, em suas residências. Outros se transformaram em verdadeiros enólogos (especialistas em vinhos) e promovem degustações de vinhos finos e raros.
É nas associações que se criam relacionamentos entre profissionais, trocas de informações, além da defesa do grupo que nela é congregado.
Constatamos que nesta questão os "arquitetos de sucesso" superam os "outros arquitetos" em número de associados e no reconhecimento da importância que as associações proporcionaram ás suas carreiras.
Dos "arquitetos de sucesso", 75,00%, participaram de estágios e 80,00% dos "outros arquitetos" também participaram de estágios.
Os "arquitetos de sucesso", 16,67%, fizeram estágio no escritório de Acácio Borsoi o restante ficou dividido entre 9 escritórios, correspondendo cada um a 8,33% e 8,33% não responderam. Os "outros arquitetos", 18,75%, fizeram estágio com Carlos Augusto Lira; 12,50% fizeram estágio no escritório de Jerônimo & Pontual; 12,50%, com Carlos Pontual e o restante com 6,25% cada, em 9 escritórios diferentes.
Quanto ao tempo do estágio, os "arquitetos de sucesso", 40,00% fizeram até 12 meses de estágio; 40,00% acima de 24 meses e 20,00% de 13 a 24 meses. Os "outros arquitetos", 45,45% fizeram até 12 meses de estágio; 45,45%, acima de 24 meses e 9,10% de 13 a 24 meses.
Os "arquitetos de sucesso", 60,00% consideram de muita influência em suas carreiras o fato de terem feito estágios; 20,00% acharam que o fato teve alguma influência e 20,00% não responderam. Os "outros arquitetos", 25,00% consideraram de muita influência; 25,00% que foi decisivo; 12,50%,
que teve alguma influência e 37,50% não responderam.
Alguns dos entrevistados fizeram estágios em mais de um lugar.
A capacitação profissional tem nos estágios um ótimo complemento técnico/profissional e dá ao estudante ou recém formado, uma visão mais realista da profissão. O estágio com profissionais famosos, trás um ótimo conceito para o estagiário, aumenta o relacionamento com outros profissionais e outras pessoas (possíveis futuros clientes).
Um dos "arquitetos de sucesso" nos disse que, entre outros fatos que
impulsionou sua carreira, foi o estágio como arquiteto, em uma famosa casa de móveis e ambientação, onde teve oportunidade de conhecer muitos dos futuros clientes, divulgar seu nome e se relacionar com outros profissionais do ramo, alguns de projeção nacional.
6.3 - Marketing de Serviços
O uso do Marketing de Serviços foi testado através de perguntas sobre a qualidade do atendimento; qualidade dos serviços; pontualidade na entrega dos serviços; preços dos serviços; se oferece algo mais aos clientes e o que oferece. Desta maneira verificamos o quanto o uso deste instrumento, marketing de serviços, influenciou na promoção dos profissionais da arquitetura da Região Metropolitana do Recife, possibilitando a comparação entre os "arquitetos de sucesso" e os "outros arquitetos".
O profissional faz marketing de serviços com bom atendimento, serviço bem feito,
preço conveniente e entregando no prazo combinado. Sempre surpreendendo o
cliente, com algo mais, que este almeja, mesmo inconscientemente.
6.3.3- Pontualidade na entrega dos serviços. |
|
||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|
Arquitetos de Sucesso |
Outros Arquitetos |
Totais |
|||||
|
|
Nº |
% |
Nº |
% |
Nº total |
% total |
||
Pontual |
6 |
75,00 |
6 |
60,00 |
12 |
66,67 |
|||
Com atraso |
2 |
25,00 |
4 |
40,00 |
6 |
33,33 |
|||
|
Totais |
8 |
100,00 |
10 |
100,00 |
18 |
100,00 |
||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Dos "arquitetos de sucesso", 75,00% se consideram pontuais na entrega dos |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
serviços e 25,00% entregam com atraso. Os "outros arquitetos", 60,00% são |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
pontuais e 40,00% entregam com atraso. |
|
|
|
||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
O atraso na entrega de serviços pode representar enormes prejuízos para os |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
clientes e trazer grandes aborrecimentos para os dois lados. Esta deficiência se |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
deve muitas vezes a falta de estrutura, falta de organização, falta de experiência |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
no cálculo do tempo necessário para a conclusão dos trabalhos. |
|
|
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Os "arquitetos de sucesso", naturalmente, pelo tempo que têm de profissão, |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
têm mais experiência, mais estrutura e organização, para não deixar que os |
|
||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
atrasos aconteçam. |
|
|
|
|
|
|
|||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
Um dos "arquitetos de sucesso" que entrevistamos nos relatou que tem |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
atrasado alguns serviços, por causa da relutância que tiveram no passado, para |
|||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
passar da prancheta para o uso do computador. Este fato tem refletido no |
|
||||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
||
presente, na eficiência da entrega dos trabalhos. |
|
|
|
||||||
6.3.4- Preços dos serviços em relação aos outros profissionais. |
|
||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Arquitetos de Sucesso |
Outros Arquitetos |
Totais |
|||
|
|
|
% |
Nº |
% |
Nº total |
% total |
|
Menor |
|
0,00 |
4 |
33,33 |
4 |
20,00 |
|
Igual |
3 |
37,50 |
7 |
58,33 |
10 |
50,00 |
|
Maior |
5 |
62,50 |
1 |
8,33 |
6 |
30,00 |
|
Totais |
8 |
100,00 |
12 |
100,00 |
20 |
100,00 |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
* dois responderam em dois itens |
|
|||
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Dos "arquitetos de sucesso", 62,50% consideram seus preços maiores do que |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
os outros e 37,50%, consideram iguais. Dos "outros arquitetos", 58,33%, |
|
||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
consideram seus preços iguais; 33,33% consideram menores e 8,33%, maiores. |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
O justo valor de um produto ou serviço é aquele que o cliente está disposto a |
|||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
pagar. Este preço é influência no conceito que se tem do profissional, seu |
|
||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
atendimento, a qualidade de seus serviços, sua especialização e características |
|
||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
de seus serviços. |
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Assim, os "arquitetos de sucesso" possuem os requisitos que os deixam |
|
||||||
|
|
|
|
|
|
|
|
livres para conseguir um preço maior por seus produtos. |
|
|
6.4- Opinião Pessoal
Neste bloco, com perguntas como: fatores que considera essenciais para o sucesso de um arquiteto; se conhece algum arquiteto com as qualidades citadas e indicar quem; considera a si mesmo um profissional de sucesso; o que contribuiu mais para o sucesso da carreira; Sua carreira começou deslanchar em que período após a formatura; conselhos para os arquitetos que estão começando. Visamos com estas perguntas, sentir de uma maneira mais espontânea a opinião pessoal dos profissionais, além de que, com estas questões, confirmar algumas das respostas a perguntas anteriormente feitas.
Dos fatores de sucesso que consideram essenciais num arquiteto, os dois grupos de arquitetos concordaram nos seguintes pontos: "Conhecimento e prática da profissão; Profissionalismo, confiabilidade e qualidade nos serviços; gostar do que faz e ter vocação; Estar sempre se atualizando e ter bagagem cultural". O que resumindo, poderia ser descrito como: "Vocação e competência profissional".
Alguns dos entrevistados citaram mais de um nome.
Um fato interessante, é que, só um dos entrevistados, "arquiteto de sucesso", indicou a si próprio, como arquiteto com as qualidades por ele citadas.
Alguns dos entrevistados deram outros tipos de respostas para a pergunta, "se conhecia algum arquiteto com as qualidades referidas na questão anterior". Transcrevemos duas destas respostas: "Todos, quando amadurecem". "Inúmeros".
Novamente temos exposto o pensamento geral dos dois grupos, nos termos: "Vocação e competência profissional".
sorte", 4,76%, "Não atropelar ou antecipar o que só o tempo fornece", 4,76%, "Melhorar os conhecimentos técnicos"; 4,76%, "Atualizar com novas tecnologias" e 4,76%, não responderam. Dos "outros arquitetos" 20,00% deram outras respostas; 10,00%%, "Fazer estágios em bons escritórios"; 10,00% "Fazer marketing de si mesmo e de seu trabalho"; 10,00% "Vivenciar a profissão 24 horas por dia/Ser persistente"; 10,00%, "Dar atenção ao cliente"; 10,00%, "Fazer relações publicas e convivência social"; 5,00%, "O mercado está saturado, procurar outros mercados e campo de atuação"; 5,00%, "Viajar, trabalhar e estar de bem com a vida"; 5,00%, "Gostar do que faz"; 5,00%, "Não se esquecer de sonhar"; 5,00%, "Se atualizar com novas tecnologias" e 5,00%, não responderam. Nesta questão, muitos dos entrevistados deram mais de uma resposta.
Fizemos um agrupamento das respostas mais semelhantes, mesmo assim, em alguns tópicos. Fizemos questão de colocar algumas versões, para traduzir melhor o pensamento do entrevistado. Em outras respostas, tivemos pensamentos que não se enquadraram no espírito da pergunta, como por exemplo: "A profissão é muito sacrificada, cada um acha seu caminho".
Página anterior | Voltar ao início do trabalho | Página seguinte |
|
|