Como conseqüência da evolução de todas as ciências, a quantidade de informação aumentou exponencialmente, provocando o que se convencionou chamar de "explosão de informação" ou "avalanche de informação" (VIDOTTI; Silva; HOEFLER, 2003). Considerando-se que, atualmente, os conhecimentos em farmacologia apresentam uma vida útil média de três anos, é lícito concluir que a informação sobre medicamentos, além de volumosa, é extensa e rapidamente superável (SILVA, 2002). A farmacoterapia evolui rapidamente, gerando uma necessidade cotidiana de informação quanto a novas indicações ou novas formas farmacêuticas, novas formas de administração e preparação, dispensação, reconstituição e diluição, efeitos adversos, etc (Pla et al., 2002). No mundo moderno, a informação está em toda parte, o grande desafio é separar as informações atualizadas das ultrapassadas, as confiáveis das questionáveis e as reais das imaginadas (BOWMAN; ADAMS; CHRISTOPHER, 2004). Contudo, a documentação que freqüentemente está ao alcance dos profissionais da saúde é aquela proporcionada pela indústria farmacêutica e, portanto, o enfoque tem um alto componente publicitário e comercial (VIDOTTI; Silva; HOEFLER, 2003). Entre os múltiplos fatores já estudados que exercem influência sobre a prescrição médica, destacam-se os relacionados às fontes de informação de que lançam mão os médicos, especialmente as produzidas e disseminadas pelos produtores (BARROS; JOANY, 2002). Vários estudos têm demonstrado que propagandas são empregadas como fonte de informação pelos prescritores, sendo consideradas determinantes da prescrição (BRASIL, 2005). A despeito dos inegáveis ganhos terapêuticos obtidos, os produtos farmacêuticos passaram a sofrer um uso indiscriminado e irracional. Há uma estimativa de que um terço para a metade de todos os medicamentos são desperdiçados, com impactos negativos óbvios na economia e na saúde (VIDOTTI, 2004). O Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) é uma alternativa para facilitar o acesso e a disponibilidade da informação, objetiva e independente sobre medicamentos, contribuindo para o uso racional (VIDOTTI; SILVA; HOEFLER, 2003).
Em virtude da solução dos problemas relacionados à má informação sobre medicamentos, embasando-se em uma revisão bibliográfica, foi descrito um breve histórico do CIM, também foram detalhadas as atividades desenvolvidas em seu serviço, definidas as condições, estruturas e demais necessidades para a efetivação de um CIM que atue na provisão de informações confiáveis sobre medicamentos, no âmbito hospitalar e nos demais setores da saúde, relevando o papel do farmacêutico nesse serviço. Tudo isto com o intuito de mobilizar uma futura implantação de um CIM que, a princípio, promova assistência ao Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago, em Florianópolis.
Desenvolvimento:
O primeiro CIM foi criado em 1962 no centro médico da Universidade de Kentucky - Estados Unidos (AMERSON; GORA-HAPER, 2001). No Brasil somente em 1992, o Conselho Federal de Farmácia (CFF), através de uma parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), implantou o Centro Brasileiro de Informações sobre Medicamentos (CEBRIM) e promoveu a implantação de centros regionais (VIDOTTI, 1999).
Entre as atividades realizadas pelos CIM, classicamente divididas em duas grandes áreas chamadas de informação ativa (proativa) e informação passiva (reativa), situam-se: responder perguntas, participar da comissão de farmácia e terapêutica, publicações de boletins e alertas, estágios, oferecer cursos, atividades de pesquisa e extensão sobre medicamentos, participação e coordenação de programas de farmacovigilância (AMERSON; GORA-HAPER, 2001; VIDOTTI et al., 2000). O fornecimento de informação sobre medicamentos está entre as responsabilidades profissionais fundamentais do farmacêutico nos sistemas de saúde, onde o mesmo deve avaliar objetivamente e aplicar a informação obtida da literatura em pacientes e situações particulares (ASHP, 1996).
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