Identificar as metodologias de vigilância e controle da Infecção Hospitalar (IH) e analisar a atuação do engenheiro clínico no contexto do controle da IH, tendo como metodologia realizar a análise descritiva observacional prospectiva transversal dos profissionais que pertencem a essa área, através de levantamento realizado sobre o conhecimento adquirido pelos profissionais que atuam em engenharia clínica de hospitais particulares, em relação ao índice de compreensão sobre o processo de adoecimento com infecções nosocomiais nos pacientes internados e a relação existente com a manipulação de equipamentos médico-hospitalares. Quando da conclusão desta pesquisa observou-se ainda, que infelizmente, não existem profissionais com pós-graduação específica concluída em engenharia clínica na amostra do universo que foi pesquisado, que se compõem de dois engenheiros. Entretanto, os entrevistados apresentam conhecimento sólido sobre a questão. É imprescindível ressaltar que a engenharia requer um grupo de profissionais especializados, desenvolvendo atividades de maneira sistematizada e contínua, aumentando desta maneira a satisfação dos parceiros (hospitais).
Palavras-chave: engenharia clínica. infecção hospitalar. prevenção.
Avaliar o nível de conhecimento dos engenheiros clínicos sobre a manipulação adequada dos equipamentos médico-hospitalares, como um dos fatores determinantes no risco de desenvolvimento de infecção hospitalar. Na prática profissional e na formação acadêmica do engenheiro, ocorre uma deficiência quando tratamos da relação da profilaxia de infecção hospitalar x manipulação humana direta de equipamentos. Isto se torna ainda mais perceptível quando avaliamos os dados estatísticos relacionados à infecção nosocomial e seus possíveis fatores de risco.
A semente que deu início à engenharia clínica foi plantada em 10 de janeiro de 1942, na cidade de St. Louis, com a criação de um curso de manutenção de equipamentos médicos, com duração de 12 semanas, oferecido pelas forças armadas dos Estados Unidos. Este curso deu origem a uma escola de manutenção de equipamentos médicos do exército na cidade de Denver, Colorado e na ala de treinamento da força aérea na base aérea de Sheppard, Texas (Gordon, 1990).
Esta realização pioneira das forças armadas dos Estados Unidos pode ser considerada o ponto mais importante para o desenvolvimento da engenharia moderna, tendo em vista os grandes avanços tecnológicos oriundos desta iniciativa.
Outro ponto importante a destacar foi que no final da década de 60 e começo da década de 70, houve nos Estados Unidos um alarde com a notícia divulgada pelo cirurgião Cari W. Walter, da Harvard Medical School, de que no país estavam morrendo cerca de 3 pessoas por dia, ou 1200 por ano, devido a choques elétricos relacionados com equipamentos médicos (Friedlander, 1971; Dalziel,1972).
E Segundo Jurgen (1973), podia-se projetar, fabricar e colocar à venda um marca-passo sem autorização prévia do governo ou qualquer outra entidade de fiscalização.
Por conta da intensidade desta notícia divulgada em praticamente todo o território nacional norte-americano, e também, pela publicação de estudo realizado por Jurgen (1973), em que tratava da forma como eram produzidos os equipamentos médico-hospitalares, sem quaisquer protocolos de fiscalização, foram reavaliados alguns critérios quanto a elaboração destes, visando uma melhoria na incoerência dos serviços prestados na área da saúde.
Na mesma década de 70, Thomas Hargest, o primeiro engenheiro clínico certificado da história, e César Cáceres criaram o termo engenheiro clínico, para denominar o engenheiro responsável pelo gerenciamento de equipamentos de um hospital, através de consertos, treinamento de usuários, verificação da segurança e desempenho, e especificações técnicas para aquisição (Gordon, 1990).
Entretanto, mesmo após uma década de trabalhos realizados pelos engenheiros clínicos, existia ainda certa resistência por parte da equipe multidisciplinar de saúde, em especial os administradores, médicos e enfermeiros que, por não terem conhecimentos técnicos sobre equipamentos, não davam o devido respeito, cooperação e aceitação aos engenheiros clínicos (Goodman, 1989)
Segundo Wang e Calil (1991), em 1989 o Ministério do Bem-estar e da Previdência Social estimou que de 20 a 40% dos equipamentos médicos no Brasil estavam desativados por falta de conserto, peças de reposição, suprimentos ou até instalação. Isto se deve, em parte, a falta de verbas públicas destinadas, e adequadamente, distribuídas para o sistema de saúde.
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