Na bovinocultura leiteira atual, objetiva-se o aumento da produtividade a baixos custos. Freqüentemente, aborda-se esta questão sob diversos temas, tais como: manejo, genética, ambiente e outros. No entanto, nem sempre se é abrangente o suficiente a ponto de avaliar o comportamento para fornecer uma boa saúde ao animal, sobretudo dentro de uma Instituição para fins académicos e não para fins lucrativos.
A pecuária leiteira em Goiás passou na década de 1990 por um intenso processo de modernização, período em que a produção de leite no estado dobrou. A taxa de crescimento no período 1998/99 foi de 4,4 %, no período 1999/2000 foi de 6,1 % (SILVA, 2004).
Um conceito bastante explorado na bovinocultura leiteira, e nos demais sistemas de produção, é o de que na auséncia de bem estar, o animal não produz de acordo com o seu potencial.
O alto nível de bem-estar das vacas leiteiras é alcançado quando suas necessidades são atendidas (CURTIS, 1993). Pouco se sabe a respeito das necessidades comportamentais. Entretanto, há indícios de que a quebra da rotina diária e a impossibilidade das vacas exercerem suas preferéncias podem causar desconforto (HOPSTER et al., 1998, ROSA, 2002).
Os estudos referentes ao comportamento animal tém aumentado muito os últimos anos, devido à intensificação nos sistemas de produção animal. E esses estudos são importantes, pois permitem melhor compreensão das causas que norteiam as ações dos animais. Permitindo um melhor planejamento na implantação de sistemas de produção mais eficientes.
Situações de estresse são comuns em vacas leiteiras e tém sérios efeitos negativos sobre a sua saúde, produtividade e conforto. Os principais motivos que levam as pessoas a se preocuparem com o bem-estar de animais de fazenda são inquietações de origem ética, o efeito potencial que este possa ter na produtividade e na qualidade dos alimentos e, por último, as conexões entre bem-estar animal e comercialização internacional de seus produtos de origem animal. Todos tém releváncia e não devem ser considerados contraditórios.
A finalidade desta linha de pesquisa é desenvolver, a partir das observações de comportamento, estratégia no manejo e interação com os animais.
Observar possíveis modificações comportamentais durante a rotina de ordenha mecánica em vacas leiteiras da Universidade Católica de Goiás, e indicativas de desconforto para os animais.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar, através de análises fisiológicas (produção de leite, freqüéncia de defecções e de micções) indicativo de modificações comportamentais.
Identificar modificações comportamentais associadas a variáveis ambientais (ordenhador, temperatura, "stray voltage", pressão de vácuo do equipamento e a execução de aulas no local).
3.1- COMPORTAMENTO
Comportamento é um aspecto do fenótipo do animal que envolve a presença ou não de atividades motoras definidas, vocalização e produção de odores, os quais conduzem as ações diárias de sobrevivéncia do animal e as interações sociais. Como qualquer outra característica fenotípica, o comportamento é determinado por fatores ambientais e genéticos, podendo ser visto como processo dinámico e sensível às variações físicas do meio e a estímulos sociais (BANKS, 1982).
O manejo e tratamento zootécnico devem respeitar os requisitos biológicos básicos do animal, que precisamos ter conhecimento sobre o espaço, a ventilação, a proteção térmica, a nutrição, o comportamento do animal etc. É importante compreender como a vaca percebe e detecta acontecimentos em seu ambiente, como ela assimila o significado destes e conseqüentemente como ela age (DELAVAL, 2005).
3.2- FATORES AMBIENTAIS
O ambiente é composto por um complexo de fatores que cerca determinada espécie de ser vivo podendo ser favorável ou desfavorável ao seu desenvolvimento biológico, produtivo e reprodutivo. Caracterizam fatores ambientais o ar, a água, o calor, as chuvas, os ventos, a luz, o solo e a presença de outras espécies de seres vivos. Ao ambiente são inerentes o clima e as condições do tempo (BACCARI JR., 2001).
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