Neste artigo aborda-se o uso da equoterapia e do balé como intervenção na marcha de crianças portadoras de Paralisia Cerebral (PC) com capacidade de deambular, o objetivo é traçar um paralelo entre a equoterapia e o balé como recurso terapêutico capaz de intervir no equilíbrio, no tempo de deslocamento e na capacidade funcional da marcha. A leitura do trabalho pressupõe descifrar o que há de comum no balé e na equoterapia como estímulo do controle do movimento corporal e ainda, conhecer as propriedades físicas da dança e a fundamentação do balé como recurso terapêutico.
Palavra-chave: Paralisia Cerebral, Balé, Equoterapia, Marcha.
O tema estudado é a intervenção da equoterapia e do balé em portadores de encefalopatia não progressiva (paralisia cerebral - PC) deambuladores, com intuito de treinar o equilíbrio durante a marcha.
Os métodos de trabalho e as abordagens terapêuticas atuais são muitos, no entanto percebeu-se a necessidade do desenvolvimento de pesquisas direcionadas a equoterapia e ao balé como recurso cinesioterapêutico, quanto sua atuação na melhora do equilíbrio durante a marcha e como forma de estimular o potencial motor, nos pacientes portadores de paralisia cerebral.
As finalidades do protocolo da pesquisa com o bailar e a equoterapia se assemelham ao objetivo comum na fisioterapia, citado por Prentice (2003) ao afirmar que tratamento fisioterapêutico tem por meta tornar o indivíduo o mais funcional possível a fim de que seja capaz de interagir com o meio e realizar suas atividades da vida diária pessoal, trabalhando o aperfeiçoamento daquilo que ele já possui através das atividades específicas progressivas com seqüências que permitirão que o paciente adquira ou readquira habilidades relacionadas às funções necessárias para o dia-a-dia.
A paralisia cerebral é uma condição que gera uma limitação funcional, assim, o uso do balé e da equoterapia tem como objetivo explorar a melhoria das condições funcionais da marcha e estimular o potencial existente de grupos musculares envolvidos na postura, no equilíbrio e no desempenho da marcha.
O elo entre o bailar e a fisioterapia é o condicionamento do movimento, no qual as concepções do balé se apresentam como um possível recurso terapêutico que usa uma série de exercícios corporais, próprios da técnica, para propiciar alinhamento biomecânico que exerce o papel da cinesioterapia ativa.
Por si própria a dança estimula a flexibilidade, controle motor, coordenação, ritmo e o alinhamento postural assim, proporciona momentos de auto-conhecimento e socialização. Ela apresenta-se como um adequado processo de reabilitação por despertar no indivíduo o uso de suas potencialidades ao máximo, até mesmo daquelas que ainda estão inconscientes.
A equoterapia e o balé compartilham seus benefícios como: melhora do equilíbrio e postura; estimulação da coordenação do movimento entre o tronco, os membros e a visão; promove a organização e consciência corporal; desenvolve a força muscular; oferece sensações de ritmo; aumenta auto-estima; facilita a integração social e o reforço da capacidade sensitiva motora e criativa.
Portanto WICKERT (1999) afirma que na equoterapia a andadura do cavalo ao passo distinguir-se por produzir no animal e transmitir ao praticante uma série de movimentos seqüenciados e simultâneos, que têm como resultante um movimento para cima e para baixo; no plano horizontal, em um movimento para direita e para a esquerda, segundo o eixo transversal do cavalo; em um movimento para frente e para trás, segundo o seu eixo longitudinal. Este movimento é completado com pequena torção da bacia do praticante que é provocada pelas inflexões laterais do dorso do animal.
Comparando os movimentos da marcha humana, percebe-se que é idêntica ao produzido por um cavalo, quando também, se desloca ao passo. Na rotação pélvica da marcha humana em superfície plana, a pelve gira em torno de um eixo vertical alternadamente para a direita e para a esquerda, com relação à linha de progressão. Numa pessoa normal, com cadência (entre 86 - 120 passos/ minuto) e passo usuais (entre 60 -61 cm), a magnitude dessa rotação é de 4 graus para cada lado do eixo central, ou seja, um total de 8 graus (INMAN; RALSTON; TODD, 1998).
Quando o praticante se encontra sentado sobre o cavalo, com uma perna de cada lado do animal, um cavalo que execute, por exemplo, 60 passos por minuto, em 30 minutos de deslocamento ao passo, ter-se-ão 1.800 passos. Estes estímulos geram pouca tensão muscular, mas a quantidade de repetições torna a atividade bastante intensa (WICKERT, 1999). Por isso, que o protocolo da sessão de equoterapia na pesquisa foi determinado para ter 30 minutos sobre o cavalo com montaria clássica.
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