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O passo, por suas características é a andadura básica usada na equoterapia (WICKERT, 1999), se caracteriza por: uma andadura rolada ou marchada (sempre existe um ou mais membros em contato com o solo, não possuindo tempo de suspensão); andadura ritmada (cadenciada, a quatro tempos, isto é, ela se produz sempre no mesmo ritmo e na mesma cadência, que entre o elevar e o pousar de um membro se ouvem quatro batidas distintas, nítidas e compassadas, que correspondem ao pousar dos membros do animal); uma andadura simétrica (todos os movimentos produzidos de um lado do animal, se reproduzem de forma igual e simétrica do outro lado, em relação ao seu eixo longitudinal); a andadura mais lenta (em conseqüência as reações que por ela se produz são mais lentas, mais fracas, resultando em menores reações sobre o cavaleiro e mais duradouras).
MEDEIROS e DIAS (2002) caracterizam o passo pelo deslocamento dos membros e uma passada traduz-se pelo deslocar de um único membro. A freqüência está em função do comprimento do passo e da velocidade da andadura. Analisando o deslocamento de um cavalo passo a passo, ao final do primeiro minuto, será possível obter quantas passadas foram realizadas, que podem variar de 48 a 70. FRAZÃO e PENICHE (2002) completam dizendo que o cavalo é considerado de freqüência baixa se sua media de passadas for igual ou inferior a 56 passos por minuto. E alta, se for superior a 56 passos por minuto.
Os tipos de amplitude de passada do cavalo são classificadas por WICKERT, (1999); MEDEIROS e DIAS (2002) em: transpistar (o cavalo apresenta um comprimento de passo longo quando sua pegada ultrapassa a marca da pegada anterior); sobrepistar (o cavalo possui uma amplitude média, quando sua pegada coincide com a marca da pegada anterior); e antepistar( o cavalo apresenta um comprimento de passo curto quando sua pegada antecede a marca da pegada anterior).
Os objetivos deste trabalho é compreender os benefícios da equoterapia e/ou balé no equilíbrio durante a marcha em pacientes portadores de Paralisia Cerebral que deambulam. Baseado na hipótese de que a equoterapia e/ou balé pode melhorar o equilíbrio durante a marcha de pacientes portadores de Paralisia Cerebral.
A pesquisa foi realizada no Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo – CRER, contou com apoio de um médico e quatro fisioterapeutas. Pesquisou-se o uso da equoterapia e do balé, em dez crianças, pacientes do CRER, portadores de Paralisia Cerebral deambuladores, tendo estes permanecidos em programas de reabilitação durante a pesquisa, por questões éticas. O perfil de classificação do diagnóstico dos dez pacientes da pesquisa: - Seis com diparesia espástica; - Quatro com hemiparesia.
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO:
- Portadores de paralisia cerebral (PC);
- Deambuladores;
- Sexo masculino ou feminino;
- Idade entre 07 e 18 anos
- Assinar o termo de consentimento livre e esclarecido
CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO:
- Portadores de outras patologias;
- Não deambuladores;
- Menores de 06 e maiores de 19 anos;
- Pessoa que não consiga realizar o teste levante e ande;
- A não concordância com o termo de consentimento livre e esclarecido.
A equoterapia e o balé foram às terapias escolhidas como recurso terapêutico nesta pesquisa. Elaborou-se um protocolo para as duas modalidades com objetivo de melhorar a deambulação destes pacientes. O atendimento ocorria com a freqüência de uma vez na semana.
O protocolo de equoterapia inclui as seguintes atividades:
Na equoterapia foi realizada aproximação pela plataforma, montaria clássica individual, em manta, com cilhão de alça rígida alta, com apoio dos pés nos estribos, animal ao passo (modalidades de amplitude da passada variando entre o transpistar, sobrepistar), em areia, com curvas a direita e esquerda e em terrenos calçados com circuito de aclives e declives. Animais disponíveis para utilização durante a pesquisa: Leopoldo, Fagundes, Dourado, Pichula, Egito, Bebel, Puff, Thor.
O posicionamento do praticante: Tornozelo entre a posição neutra e a dorsiflexão; Joelho em flexão a 80°; Quadril em rotação externa, abdução e a flexão a 80°; Cotovelos fletidos a 90°, quando apoiados na alça rígida do cilhão. Todos os exercícios mantiveram as posturas que serão citadas, durante 10 segundos com uma repetição exceto ortostatismo com cinco repetições.
Atividades sobre o animal visando equilíbrio dinâmico e coordenação motora grossa, alinhamento postural. Ortostatismo com apoio dos pés nos estribos e membros superiores (MMSS) na alça do cilhão. Utilizando MMSS foi realizada descarga de peso na lateral com rotação de tronco para direita e esquerda, posterior com rotação externa do ombro, membro superior na anterior e o outro posterior com rotação de tronco para direita e esquerda. Com o ombro abdução 90º e flexão de cotovelo, abdução 90º com cotovelo estendido, abdução 90º e rotação do tronco para direita depois para esquerda, flexão com adução horizontal 90º, flexão 180º.
O protocolo do balé inclui as seguintes atividades:
O balé como recurso terapêutico foi realizado em uma quadra de esportes com delimitações para caracterizar a sala tradicional de balé, servindo de cinesioterapia ativa. As atividades que foram desenvolvidas no grupo durante a aula de balé oportunizaram o treino do ritmo, lateralidade, esquema corporal, coordenação motora, equilíbrio, descarga de peso alternando MMII, propriocepção, cinestesia e a estabilização central, simetria e alinhamento postural.
Para cada exercício das concepções do balé foram realizadas duas repetições com a direita e com a esquerda. Com olhar terapêutico para os movimentos do balé, percebe-se o trabalho em cadeia cinética aberta e fechada juntamente com a musculatura da estática e dinâmica, recrutando fibras musculares de contração concêntrica e excêntrica. A descrição da nomenclatura do balé das atividades envolvidas no protocolo da pesquisa, citada abaixo está no ANEXO II.
- Com apoio dos MMSS na barra
6° e 1º Posição dos membros inferiores (MMII)
Demi plié
Battement tendu, devant e a la second
Battement jeté, devant e a la second
Petit rond de jambe a terre
Demi plié chasse devant, a la second
Temps lié devant, a la second
Retiré
Sauté
Souplesse a la second
- Sem apoio dos MMSS no centro
Port de bras
Demi plié
Battement tendu
Temps lié devant, a la second
Sauté
Reverence
- Sem apoio dos MMSS na diagonal (bissetriz)
Trote
Skip
Galope a la second
O método de avaliação foi por meio do teste levante e ande cronometrado (Timed "Up and Go" test – TUG) antes e após 10 atendimentos de equoterapia e/ou balé. Este teste verifica a mobilidade funcional básica do individuo no que tange o equilíbrio. Mede em segundos, o tempo que cada indivíduo levanta de uma cadeira, anda por uma distância de 3 metros, retorna e senta novamente na cadeira. Um resultado menor que 10 segundos é normal; menor que 20 segundos indica boa mobilidade, pode ser considerado independente em atividades básicas e cotidianas; menor que 30 segundos indica problemas de deambulação independente, exige uma marcha com auxílio possuindo dependência nesta função. Um resultado de maior que quatorze ou igual ao segundo, foi demonstrado que indicam alto risco de quedas (PODSIADLO E RICHARDSON, 1991).
O Balé surgiu no século XIV na França com significado filosófico que integrava o governo a natureza e o universo. A partir desta época os movimentos foram sendo formatados por estudiosos e desenvolveram a técnica para treinar o equilíbrio, a coordenação motora, a cinestesia, a propriocepção e a força. A cinesiologia do balé é fundamentada basicamente na rotação externa dos quadris, retroversão pélvica, estabilização central e boa postura. Estes são fatores básicos que influenciaram os resultados positivos na intervenção no andar do paciente com Paralisia Cerebral.
De acordo com SOUZA E FERRARETTO (1998), a partir da percepção do próprio corpo abre a relação com o mundo externo, permitindo o aprendizado de orientar-se no espaço e desenvolver seu potencial motor e cognitivo.
Segundo Bertoldi (1997) a prática da dança tem mostrado resultados significativos, como recurso terapêutico para o físico e psicológico devido seu ganho de força muscular, equilíbrio estático e dinâmico, flexibilidade, alterações significativas na noção de auto-imagem, imagem corporal e sexualidade. A prática da dança na reabilitação de portadores de deficiência física vai repercutir no aspecto físico, psicológico e profissional. Bertoldi(1997) completa dizendo que a arte contribui para a reabilitação destes indivíduos, pois acarreta também alguns benefícios da musicoterapia e educação física. Porém, o conjunto destas duas atividades agrega propriedades comuns ao balé, que pode desenvolver a reabilitação global melhorando suas atividades de vida diária e permitindo também a oportunidade de se tornar um profissional da dança.
Sanvito (2005) acredita que o sistema motor participa com a força muscular, tônus muscular, reflexos tônicos de postura. As sensibilidades proprioceptivas agem a partir dos músculos, tendões e articulações que informam ao SNC da posição dos segmentos corpóreos e dos movimentos do corpo. O aparelho vestibular é fundamental na posição da postura ereta através do trato vestibuloespinhal que comanda a contração tônica dos músculos antigravitacionais e as cerebelares do vérmis com sua ação na coordenaçao da musculatura axial do corpo. Em geral ele informa ao SNC a posição e os movimentos da cabeça com seus receptores. A visão está encarregada da percepção das relações espaciais. O cerebelo coordena a ação muscular.
O movimento de andar gera os impulsos que acionam o sistema nervoso para produzir as respostas, porque envolve o controle motor, a coordenação motora, o equilíbrio, a propriocepção, a cinestesia e a força muscular. Estas propriedades físicas do movimento oferecem continuidade ao movimento e permite o deslocamento, proporcionando ao organismo maior ou menor condições de movimentar-se em função da capacidade dos músculos entrarem em atividade.
O passo do cavalo e o bailar na dança estimulam o movimento corporal e recria estratégias de equilíbrio no andar do portador de paralisia cerebral. O movimento de andar requer equilíbrio, que segundo Ferreira (2001) é a manuntenção de um corpo na posição normal, sem oscilações ou desvios pela igualdade entre forças opostas.
Conforme Kisner e Colby (1998); Shumway-Cook e Woollacott (2003); Prentice e Voight (2003) o equilíbrio é um fenômeno dinâmico que envolve a combinação de estabilidade e mobilidade consistindo na habilidade de manter o centro de gravidade sobre a base de suporte .
Durante a equoterapia ou a aula de balé são executados vários exercícios e atividades que estimulam o sistema vestibular, como também o equilíbrio é necessário e condicionado durante toda terapia.
Estimular a produção dos movimentos da técnica do balé permite superar limitação motora, assim como a equoterapia permite melhorar a independência para melhorar a autoconfiança motora para a execução dos novos movimentos que estes pacientes poderão experimentar.
O trabalho em comum do balé e a fisioterapia é aperfeiçoar o movimento corporal. Existem também objetivos em comum: no balé é a perfeição do movimento e na fisioterapia o extremo do movimento funcional.
As concepções do balé como recurso terapêutico na fisioterapia atuam no condicionamento do controle motor com as posturas e exercícios do balé, sendo mais uma ferramenta de reabilitação em patologias em que a finalidade do tratamento seja a reabilitação do controle motor, coordenação motora, equilíbrio, propriocepção, cinestesia e força muscular. Os componentes que envolvem a técnica do balé revelam a possibilidade da cinesioterapia ativa através dela.
A independência do indivíduo e sua mobilidade funcional básica durante as atividades de vida diária, englobam o equilíbrio na marcha. Por meio da aplicação da equoterapia e/ou do balé em pacientes com o quadro motor leve, poderá permitir o auxílio nas terapias convencionais de reabilitação, promovendo o aumento da capacidade de atendimento aos pacientes, reduzindo a fila de espera para iniciar a reabilitação.
Portanto a pesquisa faz parte do desenvolvimento no processo de reabilitação por meio do atendimento de pacientes selecionados que participou da pesquisa, juntamente com a elaboração de artigo científico que proporcionou estímulo a produção científica para estagiário de aperfeiçoamento envolvido em sua produção. Como também um reforço da vivência prática na clínica durante o período de aperfeiçoamento profissional oferecido pela instituição (CRER– Centro de Reabilitação Henrique Santillo) e ampliação do acervo técnico-científico da instituição.
O tratamento utilizado nesta pesquisa mostrou-se capaz de propiciar o aumento na força de membros inferiores e equilíbrio resultando na melhoria da marcha, além do desenvolvimento da integração social, assim como afirma MORELLI ET AL, (disponível em: www.equoterapia.com.br/artigos/artigo-02.php).
A técnica do balé clássico não substitui o tratamento tradicional, mas auxiliou com suas propriedades físicas, como no treino da propriocepção, equilíbrio, cinestesia, força, coordenação e controle motor. Prentice (2003) diz que as propriedades físicas, citadas anteriormente, facilitam o processo inconsciente de interpretar e integrar as sensações periféricas recebidas pelo SNC assim, resulta em respostas condizentes.
A dança em si oferece aos pacientes a possibilidade de novas experiências agradáveis que estimulam suas vias sensoriais e motoras desenvolvendo sua psicomotricidade, a fim de alcançar padrões próximos da normalidade, caracterizando-se como forma de terapia, assim como verificado por PALISANO ET AL (1997); BRACCIALLI E RAVAZZI (1998).
A coleta de dados inicial foi realizada no mês de outubro de 2008, por meio da avaliação com o uso do teste levante e ande cronometrado (Timed "Up and Go" test – TUG) antes e após 10 atendimentos de equoterapia e/ou balé. Nos meses de novembro de 2008 a janeiro de 2009 foram realizados os atendimentos com os pacientes selecionados, em fevereiro de 2009 os pacientes foram reavaliados.
O praticante na equoterapia a cada sessão apresentou um melhor alinhamento e estabilização do tronco e evolução na automatização na executar os exercícios do protocolo. Durante cada aula de balé foi visível a melhoria da coordenação motora, alinhamento postural, equilíbrio, simetria, lateralidade durante todas as etapas da aula.
A melhora percentual da individualidade de cada paciente, comparando a quantidade de tempo gasto para realizar o teste, dentro de cada grupo de terapia. O grupo de equoterapia houve melhora até de 58%, o de balé até de 43%, já os que fizeram as duas terapias houve melhora de até 42%, conforme mostra o gráfico 1.
GRAFICO 1. Melhora percentual da individualidade de cada paciente
GRAFICO 1. Melhora do tempo em percentual da individualidade de cada pacientes
após os dez atendimentos com equoterapia e/ou balé.
Com relação ao padrão de normalidade da marcha, na primeira avaliação nenhum paciente encontrava-se com Marcha normal (MN) de acordo com os parâmetros do teste selecionado. Já na segunda avaliação, realizada após dez sessões (independente da modalidade da terapia da pesquisa), haviam 60% com reposta ao teste dentro do padrão de normalidade da marcha.
Antes do atendimento 80% dos pacientes que apresentavam Marcha com Boa Mobilidade (MBM), depois reduziram para 30%. Isto ocorreu devido 20% permanecerem nesta classificação e 10% que apresentavam Marcha com problemas na deambulação independente (MPDI) passaram para MBM. Assim 50% foram classificados como Marcha normal (MN). Apresentando Marcha com problemas na deambulação independente (MPDI) antes do atendimento havia 10%, depois não havia nenhum, pois foram classificados como MBM.
Fora da graduação do teste houve 10% que com o Tempo Acima de trinta segundos (TA30S) e após os atendimentos permaneceram nesta classificação, apesar de apresentar melhora ao reduzir consideravelmente seu tempo de marcha.
Visualize no gráfico 2 o nível de marcha em percentual dos pacientes antes e depois dos atendimentos com equoterapia e/ou balé.
GRAFICO 2. Nível de Marcha em percentual dos Pacientes antes e depois dos atendimentos.
Após dez sessões os três pacientes que realizaram somente a equoterapia, um melhorou alcançando o nível da normalidade e dois permaneceram no mesmo nível apesar de apresentarem melhora relevante no tempo do teste.
O grupo com dois pacientes que realizaram dez atendimentos com a equoterapia e a aula de balé, a reposta ao teste estava fora do padrão de normalidade, pois apresentavam Marcha com Boa Mobilidade (MBM) e depois um permaneceu nesta classificação e o outro se apresentou com Marcha normal (MN).
Antes dos atendimentos os cinco pacientes que realizaram somente a aula de balé, quatro deles possuíam Marcha com Boa Mobilidade (MBM) e um apresentava Marcha com problemas na deambulação independente (MPDI). Após das dez sessões os quatro passaram para classificação de marcha normal e o que possuía MPDI passou para MBM.
No gráfico 3 podemos verificar o nível de marcha antes e depois dos atendimentos de cada grupo de terapia: equoterapia; balé e equoterapia; balé.
GRAFICO 3. Nível de Marcha antes e depois dos atendimentos de cada grupo de terapia.
A média de melhora foi relativamente semelhante entre os grupos sendo relevante ressaltar que 60% destes pacientes se enquadraram dentro dos parâmetros de tempo normal para marcha após os dez atendimentos realizados uma vez por semana com a equoterapia e/ou balé. Verificou-se a correlação do equilíbrio na marcha a nível funcional, dos grupos que foram atendidos na pesquisa.
Apesar dos atendimentos acontecerem uma vez por semana houve resultados significativos em ambas as terapias. Tanto a equoterapia quanto o as aulas de balé sejam elas isoladas ou em conjunto, conseguiram potencializar o tempo da marcha dos pacientes, comprovando o que afirma a literatura ao dizer que as duas modalidades possuem objetivos de maximizar e desenvolver o movimento próximo da perfeição.
Assim, as concepções do balé como sugestão de recurso na fisioterapia mostra sua atuação nos padrões motores de patologias que necessitam trabalhar as propriedades físicas da dança, como também no condicionamento do controle motor com as posturas e exercícios do balé, sendo mais uma ferramenta de reabilitação em patologias em que a finalidade do tratamento seja a reabilitação do controle motor, coordenação motora, equilíbrio, propriocepção, cinestesia e força muscular.
Igualmente como a literatura afirma, a equoterapia proporcionou um aumento na força de membros inferiores, adequação do tônus, desenvolvimento do equilíbrio e da mobilidade melhorando tempo da marcha dentro dos parâmetros da normalidade, além do desenvolvimento da integração social. Estes resultados foram visíveis através da avaliação realizada antes e após os dez atendimentos, quando foi percebida a considerável melhora do alinhamento biomecânico, equilíbrio na marcha.
Neste trabalho verificamos, por meio do Teste Levante Ande Cronometrado (TUG), que os efeitos são positivos do passo e o bailar na intervenção no andar do portador de paralisia cerebral. Vem confirmar os efeitos benéficos da equoterapia e a dança, afirmados nas citações da bibliografia. A equoterapia e o balé permitem melhorar a mobilidade a ponto de tornar seu tempo de execução dentro dos parâmetros de normalidade.
A equoterapia e/ou balé mostrou-se útil e foi elemento facilitador no processo cinesioterapêutico em pacientes deambuladores com encefalopatia não progressiva crônica. A metodologia utilizada contribuiu positivamente na melhora clínica da marcha destes pacientes quanto ao tempo gasto na deambulação. O balé como conduta para reabilitação motora, como foi realizado nesta pesquisa, poderá permitir a reintegração do ser nos aspectos físico e emocional, como também sua integração na sociedade assim como a equoterapia. Na pesquisa foi percebida a contribuição da equoterapia e/ou balé na mobilidade funcional básica do indivíduo durante o equilíbrio na marcha dos pacientes portadores de Paralisia Cerebral que deambulam. Mostrou que a equoterapia e/ou balé pode melhorar o equilíbrio durante a marcha destes pacientes. Como também, conseguimos estudar os benefícios destas terapias no equilíbrio durante a marcha e verificar a correlação do equilíbrio na marcha a nível funcional nos pacientes da pesquisa.
Aspectos particulares destas terapias se diferem dos demais pelo fato de visualizar e permitir a estimulação dos sistemas do copo no aspecto global do indivíduo, como também oportunizando este a se integrar na sociedade. Seria interessante enfatizar que as crianças, portadoras de Paralisia Cerebral, submetidas à pesquisa continuaram com seu tratamento regular de fisioterapia e que a equoterapia e/ou balé foram associados a este tratamento, o mérito talvez também se deva a conjunto das terapias. Seria interessante o desenvolvimento de pesquisas que quantificar e qualificar estes aspectos positivos que a equoterapia e o balé abordam.
Pensamos ser este artigo um elemento de construção de arquivos para mais pesquisas a respeito deste assunto que possam justificar, pelos ensaios clínicos, as possibilidades funcionais da equoterapia e/ou o balé como mais um dos recursos cinesioterapêuticos.
- ACHCAR, D. Balé uma arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.
- BATTISTELLA, L. R. A análise do movimento como ferramenta da reabilitação. In: SAAD, M & BATTISTELLA, L. R. Análise de marcha. São Paulo: Lemos Editorial, 1997.
- BOBATH, K. A deficiência motora em pacientes com paralisia cerebral. São Paulo: Manole, 1989. p – 71-91.
- BRACCIALLI, L. M. P; RAVAZZI, R. M. Q. Dança: influência no desenvolvimento da criança com paralisia cerebral. Temas sobre desenvolvimento, vol. 7 (38): 22-25, 1998.
- CAMINADA, E. História da Dança: Evolução Cultural. Rio de Janeiro: Sprint, 1999.
- FERNANDES, A. C; RAMOS, A. C. R; CASALIS, M. E. P; HEBERT, S. K. AACD Medicina e Reabilitação Princípios e prática. São Paulo: Artes Médicas, 2007.
- FRAZÃO, Frederico; PENICHE, Marco A. A diferença no traçado eletromiográfico dos músculos reto abdominal superior e paravertebral lombar, nas situações posturais: sentado, na marcha e montado a cavalo, em trajetória linear, com amplitudes e freqüências diferentes. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EQUOTERAPIA, 2., 2002, Jaguaruína. Anais... Brasilia: ANDE-Brasil, nov. 2002. p. 99-105.
- INMAN, Verne; RALSTON, Henry; TODD, Franck. A locomoção humana. In: ROSE, J.; GAMBLE, J. Marcha humana. 2.ed. Baltimore: Willians e Wilkins, 1998.
- KISNER, C; COLBY, L. A. Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e Técnicas. 3ª ed. São Paulo: Manole, 1998.
- LIMA, C. L. A; FONSECA, L. F. Paralisia Cerebral.1ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
- MEDEIROS M, Dias E: Equoterapia; Bases e fundamentos. Rio de Janeiro, Revinter, 2002.
- MENDES, M. G. A Dança, primeiros movimentos. In: A dança. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1987.
- MORELLI S.; ORTIZ P.; VENTURINI P.; VIEIRA T.;MANCINI G.; SAMPAIO L.; SKARLASSARI Ã.; Estudo de Caso: A Equoterapia associada ao tratamento fisioterápico na Paralisia Cerebral. Disponível em: www.equoterapia.com.br/artigos/artigo-02.php.
- PALISANO, R; ROSENBAUM, P; WALTER, S; RUSSELL, D; GALUPPI, B. Development and reliability of a system to classify gross motor function in children with cerebral palsy. Dev Med Child Neurol, 39: 214-23, 1997.
- PODSIADLO, D.; RICHARDSON, S. The timed Up & Go: a test of basic functional mobility for frail elderly persons. Journal America Geriatrics Society, 1991. 39: 142-148.
- PERRY,J.;Análise de Marcha: Marcha Normal; 1ª ed. - vol. 1, Manole, 2004.
- PRENTICE, W. E; VOIGHT M. L. Técnicas em reabilitação musculoesquelética. Porto Alegre: Artmed, 2003.
- SANVITO, W. L. Propedêutica neurológica básica. 5ª ed. São Paulo: Atheneu, 2005.
- SEVERO J.T. ; Equoterapia: 0 emprego do cavalo como motivador terapêutico; Disponível em: http://www.equitacaoterapeutica.com.br/artigos/artigo-07.php.
- SHUMWAY-COOK, A; WOOLLACOTT, M. H. Controle Motor Teoria e aplicações práticas. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2003.
- SMITH, L. K; WEISS E. L; LEHMKUHL L. D. Cinesiologia Clínica de Brunnstrom. 5ª ed. São Paulo: Manole, 1997.
- SOUZA, A. M. C; FERRARETTO, I. ABPC – Associação Brasileira de Paralisia Cerebral: Paralisia Cerebral aspectos práticos. 1ª ed. São Paulo: Frontis Editorial, 1998.
- TEIXEIRA L. A. Controle motor. São Paulo: Manole, 2006.
- WICKERT, Hugo. O cavalo como instrumento cinesioterapêutico. Revista Equoterapia, Brasília, [S.l.], n.3. p. 3-7, dez.1999.
Sites:
Acesso em 17/09/2008
http://www.equitacaoterapeutica.com.br/artigos/artigo-07.php)
http://www.equoterapia.com.br/artigos/artigo-02.php)
http://www.equoterapia.org.br/equoterapia.html
ANEXO I
CARTA DE INFORMAÇÃO AO PACIENTE
Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após ser esclarecido (a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra do pesquisador responsável. Em caso de recusa, você não será penalizado de forma alguma.
INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA
Título do Projeto:
"O PASSO E O BAILAR: A INTERVENÇÃO NO ANDAR DO PORTADOR DE PARALISIA CEREBRAL",
Pesquisador: Ft. Daniela da S. Andrade Cardoso.
Orientador responsável: Ft. Divaina Alves Batista
Telefone para contato: (62) 91078445
. A sua participação será de grande importância para a nossa pesquisa, pois através dela poderemos demonstrar a influência da Equoterapia e/ou na marcha dos pacientes portadores de Paralisia Cerebral.
. Sua colaboração é importante e necessária para o desenvolvimento da pesquisa, porém sua participação é voluntária.
. A pesquisa será realizada através de avaliações, atendimento com Equoterapia e/ou balé e reavaliações.
. O período de participação será o tempo necessário para que sejam feitas avaliações, atendimento com Equoterapia e/ou balé e reavaliações, que durará cinco meses (de outubro 2008 a fevereiro de 2009).
. Não haverá nenhum tipo de risco ou prejuízo para a sua vida.
. Serão garantidos o anonimato e o sigilo das informações, além da utilização dos resultados exclusivamente para fins científicos.
. Você poderá solicitar informações ou esclarecimentos sobre o andamento da pesquisa em qualquer momento da pesquisa.
. Você poderá retirar-se do estudo ou não permitir a utilização de seus dados em qualquer momento da pesquisa e não será penalizado de forma alguma por isso.
. Sendo um participante voluntário, você não terá nenhum pagamento e/ou despesa referente à sua participação no estudo.
Goiânia, _____ de _____________ de 2008.
Orientador responsável: Ft. Divaina Alves Batista
Pesquisador: Ft. Daniela da S. Andrade Cardoso
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o Sr. (a) _______________________________________________________________, portador(a) da cédula de identidade ___________________________, responsável por__________________________________________________ após leitura minuciosa da CARTA DE INFORMAÇÃO AO PACIENTE, devidamente explicada pelos profissionais em seus mínimos detalhes, ciente dos serviços e procedimentos aos quais será submetido o paciente no qual sou responsável legal, não restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO concordando em participar da pesquisa proposta.
Fica claro que o paciente e/ou seu representante legal pode a qualquer momento retirar seu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO e deixar de participar desta pesquisa e ciente de que todas as informações prestadas tornaram-se confidenciais e guardadas por força de sigilo profissional.
E, por estarem de acordo, assinam o presente termo.
Goiânia, _______ de ________________ de _____.
________________________________ |
Assinatura do Representante Legal |
_______________________________ |
________________________________ |
Assinatura do Orientador |
Assinatura do Pesquisador |
ANEXO II
- Descrição da nomenclatura do balé das atividades envolvidas no protocolo da pesquisa.
Posição dos pés na 1º, 6º posição dos MMII. A 1° posição, os calcanhares estarão encostados um no outro formando na face medial uma linha reta de 180°, exceto para iniciantes que é de 100°, ou seja, adução com rotação externa de quadril e extensão dos joelhos. Na pesquisa o ângulo da rotação externa do quadril era de acordo com a capacidade de cada paciente. Sua cinesiologia se apresenta pela colocação dos MMII em rotação externa iniciado na articulação do quadril, contraindo os músculos rotadores externos. O joelho, tornozelo e pé devem acompanhar o movimento de rotação externa de quadril e não realizá-lo. A rotação externa de quadril é combinada com retroversão femoral e alongamento anterior da cápsula, sendo que principalmente na 1° posição que o pé e o tornozelo de uma das pernas se posicionam exatamente na direção oposta à outra perna e forma um ângulo de 180° entre os pés e os joelhos de ambos os MMII, para iniciantes é de 100° com intuito de evitar compensações. A função do en dehors (rotação externa dos quadris) na 1ª posição é possibilitar uma maior estabilidade, facilidade na movimentação como na beleza das linhas (Khan et al, 1995; Toledo et al, 2004). Segundo Achcar (1998) os MMII serão posicionados em en dehors exceto a 6° posição quando os pés estão paralelos com adução do quadril (posição anatômica).
Demi-plié na 1º, 6º posição dos MMII. O plié quer dizer dobrado/flexionado, é o primeiro exercício na barra sendo o princípio básico da técnica da dança e o segredo dos grandes bailarinos. Tem a função de alongar e relaxar os músculos dos MMII tornando-os flexível, preparando para os exercícios, como também realizado para ligação dos movimentos do balé. Pode ser classificado: como postura/posição e movimento na execução de exercício de base. O paciente realiza este movimento vagarosamente ao flexionar seus joelhos na mesma linha dos pés, que estarão em total rotação externa juntamente com o quadril conforme Khan et al (1995) e Achcar (1998). O plié possui alguns objetivos, entre eles está o alongamento do tendão do músculo tríceps sural, aumento da ADM na dorsiflexão que poderá melhorar o controle motor durante a marcha. O demi plié, meia ou pequena flexão em Cadeia Cinética Fechada - CCF fazendo flexão/abdução/rotação externa de quadril, flexão de joelho, dorsiflexão de tornozelo máxima sem tirar os calcanhares do chão.
O battement significa batida, é o movimento executado em forma de batida ou compasso com extensão total de joelho com movimento de quadril no plano sagital e frontal (flexão, extensão, abdução e adução) com tornozelo em flexão plantar enquanto estiver fora do chão e posição neutra quando no chão. O battement possui uma variedade de exercícios que proporcionam força flexibilidade para os MMII preparando para saltos e ligação dos movimentos. O battement tendu, battement jété devant (anterior) e a la second (na lateral) na 6º posição. Estes são executados com ADM menor que 90 graus, sendo que o tendu mantém contato mínimo com o solo e o jeté não há contato com o solo (Bertoni, 1992 e Achcar, 1998). O battement (batidas) tendu (esticado) é executado com contração isométrica máxima mantendo MMII esticados. Devant (a frente) há flexão de quadril extensão de joelho, à la seconde (na segunda posição, ao lado) abdução de quadril sendo que nos três anteriores o tornozelo estará em flexão plantar máxima. O tronco permanece em contração isométrica dos estabilizadores centrais. (Bertoni, 1992 e Achcar, 1998). Os battements recrutam com mais intensidade os músculos do tronco e MMII que proporcionam ao quadril uma maior mobilidade.
Petit rond de jambe a terre en dehor e en dedans na 6º posição. O ronds de jambe é classificado em Petit e Grand, podem ser realizados seguindo a seqüência en dehors e en dedans. São movimentos realizados pelos MMII que trabalham sem movimentar o corpo para trabalhar movimentos independentes do tronco, porque este deve manter-se em contração isométrica dos músculos estabilizadores centrais. Segue o mesmo movimento do battement associando adução e abdução horizontal do MI em um movimento contínuo igualmente como no movimento frente/lado e lado frente conforme Achcar (1998). O rond de jambes movimenta os MMII fazendo uma circundução no quadril sem movimentar o tronco, contraindo musculatura profunda da coluna.
Demi-plie chasse na 6º posição devant e a la second, realiza o demi-plié e acrescenta após o movimento de flexão dos joelhos, a flexão seguida de extensão (devant) e abdução seguida de adução(a la second) do quadril. Fazendo a transferência da descarga de peso alternado MID e MIE. Durante este exercício deverá ser mantido a estabilização do tronco (abdominais) e contração excêntrica de paravertebrais.
Temps lie na 6º posição devant e a la second. De acordo com Fontes (1998) o temps lié, significa tempo ligado, é um movimento lento mantendo a extensão do joelho, associado ao demi plié para executar o battement tendu com transferência de peso. Sua execução é feita pela transferência de peso de uma perna para outra, faz-se o battement tendu e transfere o peso da perna de base para a que está executando o exercício e faz o movimento inverso. O temps lié poderá ser um exercício ideal para ganhar habilidade na transferência de peso em MMII, que se faz necessária durante a deambulação.
Retiré (retirado) movimento unilateral de MI progressivo de abdução do quadril flexão de joelho e flexão plantar de tornozelo com flexão dos dedos enquanto outro membro serve de base mantendo-se. O retiré desenvolve o equilíbrio, fortalece os músculos do quadril, como também melhora sua mobilidade.
Sauté na 6º posição, realizado o demi-plié em seguida um salto fazendo extensão dos joelhos e retornando novamente com demi-plié. Treina o equilíbrio, coordenação, força e trabalha com a contração concêntrica e excêntrica semelhante à pliometria.
Souplesse ao lado direito e esquerdo, feita a abdução progressiva do ombro com extensão do cotovelo até 180° então inicia a inclinação do tronco para o lado contra lateral do membro que está realizando o movimento e retorna fazendo movimento oposto de inclinação do tronco para o mesmo lado seguido da adução do ombro. Nesta atividade melhora a mobilidade da coluna, alongamento associado à contração excêntrica e concêntrica, treina a lateralidade e estimula o sistema vestibular.
Sem apoio dos MMSS mantendo na posição bra bas, no centro da sala:
Port de brás é o movimento dos braços que alterna as posições chama-se port de bras. A escola russa usa o Sistema Vaganova, um método simplificado, onde há somente três posições: bras bas, 1°, 2° e 3º posição, podendo ser feita combinações entre elas. Os ombros devem estar com as escápulas em adução e retração alongando trapézio, braços redondos em semiflexão dos cotovelos e punhos com as palmas das mãos para dentro (punho na posição neutra). Bras bas (leve flexão com abdução do ombro, semiflexão do cotovelo e punho), 1°posição (flexão menor que 90º com abdução horizontal do ombro, semiflexão do cotovelo e punho alinhado a altura da cicatriz umbilical), 2° posição (abdução do ombro a 90°, semiflexão do cotovelo e punho) e 3º posição (flexão do ombro menor que 180° com semiflexão do cotovelo posicionado ao lado da cabeça e punho em semiflexão em posição neutra). A cinestesia é bem desenvolvida neste tipo de atividade.
Reverence é a atividade que associa movimentos dos MMII e MMSS para direita e para esquerda. Os MID vão realizar temps lie a la second e o MIE battement tendu, o MSD fará port de brás nas posições bras bas, 1º e 2º posição. Logo em seguida são executados do lado esquerdo.
Com deslocamento na diagonal (bissetriz) da sala:
Galop é um salto seqüenciado que repete os movimentos de abdução e adução dos quadris, alternado a flexão (preparando para o salto) e extensão dos joelhos (no saltar).
Trote é a atividade que prepara para execução do Skip. Movimento unilateral alternado de flexão (menor que 90°) do quadril e joelho, plantiflexão do tornozelo. Alternando a descarga de peso dos MMII.
Skip é uma atividade saltada alternado MMII, ao saltar é realizada flexão do quadril a 90°, flexão do joelho maior que 90° e o pé encosta no joelho contralateral, depois realiza a extensão do quadril e joelho fazendo a aterrissagem flexionando o joelho. E repete o movimento com o outro membro.
http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/LuisClaudioMartinsChiaramonte.pdf
O passo é, essencialmente, um andamento calmo, relaxado, suave, lento, simétrico e basculante. É um andamento executado em quatro tempos, no qual cada um dos membros desloca-se separadamente, resultando em uma seqüência de 8 apoios. Na audição, percebemos quatro batidas nitidamente espaçadas. O cavalo jamais tem menos do que dois membros em fase de apoio simultâneo. Logo, não há momentos de suspensão. Quando as batidas dos cascos não são executadas compassadamente, em intervalos regulares de tempos, o passo torna-se desunido.
Durante o passo, o peso do cavalo é alternadamente deslocado de um membro a outro. A cabeça acompanha estes deslocamentos, sendo erguida e baixada, aumentando ou reduzindo o comprimento do pescoço e auxiliando o cavalo na manutenção de seu equilíbrio. Analogamente, balançamos nossos braços quando caminhamos ou corremos, na busca do equilíbrio de nosso corpo, para que permaneça retilíneo. Assim, a cabeça do cavalo baixa a cada contato de um casco anterior, e a anca baixa a cada contado de um casco posterior. Através deste ritmo, o centro de gravidade da massa corpórea do cavalo é balanceado, compensando o maior peso que incide sobre membros anteriores, devido à cabeça e pescoço.
Ao passo, as reações sentidas pelo cavaleiro são suaves, em virtude da baixa velocidade dos deslocamentos, e porque o centro de gravidade da massa corpórea desloca-se muito pouco, particularmente no sentido vertical. O deslocamento é, basicamente, no sentido longitudinal. Como regra geral, o comprimento da passada é equivalente ao comprimento do corpo do cavalo, resultando em uma velocidade média de 5 a 6 km Existem três modalidades de amplitude da passada a saber: Transpistar, sobrepistar e atepistar.
Resultado da pesquisa apresentada ao Centro de
Estudos do CRER – Centro de Reabilitação
Henrique Santillo, como artigo pré-requisito
para conclusão do Programa de
Estágio de Aperfeiçoamento.
Orientadores responsáveis:
Ft. Divaina Alves Batista
Ft. Luciano Bernardes
Ft. Patrícia Aline Cavalcante
Pesquisador:
Ft. Daniela da S. Andrade Cardoso
Autor:
Daniela da Silva Andrade Cardoso
danielafisioterapeuta[arroba]gmail.com
GOIÃNIA
2009
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