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1- Nº de entrevistadas que se enquadram na categoria
2- Nº de vezes que a categoria é mencionada pelas entrevistadas
No que se refere à questão 9: "Como se sente na sua família?" (Quadro 9), a análise do discurso das mulheres entrevistadas, indica a presença de sentimentos muito positivos, bem como sentimentos de aproximação afectiva à/da família, desde que estão sem consumir:
"Agora muito bem! Agora tenho muita vaidade na minha casa. Tenho os meus filhos, o meu marido agora
tenho. Sinto-me mais leve, mais airosa. Não tenho problemas nenhuns." (E4)
"Está tudo bem connosco agora, sinto-me bem na minha família." (E9)
"Sinto-me novamente inserida, sinto-me bem, tenho conforto, tenho amizade e atenção das pessoas. Ficam muito contentes por eu estar assim, ligam-me à noite e já não me ralham, já não me criticam e tratam-me bem." (E11)
" Agora eu sinto-me muito integrada na família. Eles brincam muito comigo agora, o meu filho é muito meigo comigo. O meu marido também está mais amigável." (E21)
Quadro 9- Hierarquização das categorias em relação as respostas à questão 9 ("Como se sente na sua família?")
CATEGORIA 1ª ORDEM |
CATEGORIA 2ª ORDEM |
CATEGORIA CENTRAL |
Bem N1= 8; n2= 11 Muito bem N1= 7; n2= 10 Extremamente bem N1= 1 n2= 3 Muito feliz N1= 3; n2= 4 Família muito feliz N1= 4; n2= 5 |
SENTIMENTOS MUITO POSITIVOS N1= 23;n2= 33 |
SENTIMENTOS MUITO POSITIVOS |
Mais contacto da família N1= 2 n2= 2 Família mais chegada N1= 1 n2= 1 Família mais amiga N1= 3 n2= 3 Integrada na família N1= 2; n2= 2 Tratam-me bem N1= 1; n2= 1 Mais entreajuda N1= 1; n2= 1 Mais diálogo N1= 1; n2= 1 Conforto N1= 1; n2= 1 Mais saídas em família N1= 1; n2= 1 Família gosta de mim N1= 1; n2= 1 |
SENTIMENTOS DE MAIOR APOIO N1= 14; n2= 14 |
SENTIMENTOS DE MAIOR APOIO |
Muito bom com os filhos N1= 1; n2= 1 Menos separada dos filhos N1= 1; n2= 1 Muito bem com os filhos N1= 1; n2= 1 Mais à vontade com os filhos N1= 1; n2= 1 Ganhei respeito dos filhos N1= 1 n2= 1 |
APROXIMAÇAO AOS/DOS FILHOS N1= 5; n2= 7 |
APROXIMAÇAO AFECTIVA À/DA FAMÍLIA |
Marido gosta mais da minha companhia N1= 1 n2= 3 Menos separada do marido N1= 1 n2= 1 Confiança do marido N1= 1 n2= 1 Ganhei amor do marido N1= 1 n2= 1 Ganhei respeito do marido N1= 1 n2= 1 |
APROXIMAÇAO AO/DO CONJUGUE N1= 5; n2= 7 |
|
Invisível N1= 1; n2= 1 Pessoa de parte N1= 1; n2= 1 Só se lembram de mim quando precisam N1= 1; n2= 1 Não me sinto no núcleo da família N1= 1; n2= 1 |
INDIFERENÇA POR PARTE DA FAMÍLIA N1= 4; n2= 4 |
INDIFERENCA |
1- Nº de entrevistadas que se enquadram na categoria
2- Nº de vezes que a categoria é mencionada pelas entrevistadas
No entanto, quatro entrevistadas referiram sentir indiferença por parte da família:
"Eu continuo a achar-me, na maior parte das vezes, invisível. Acho que sou sempre uma pessoa, não sei, de parte. Acho que só se lembram de mim quando precisam de alguma coisa, se querem um favor qualquer. Acho que nunca me sinto assim muito no núcleo da família, nunca me senti e continuo.." (E7)
Na questão 10: "O que a motivou, quais as razões que a levaram ao tratamento?" (Quadro 10), podemos realçar que a família foi a primeira a ser referenciada como factor motivacional primordial para o tratamento:
"Foi o meu filho mais velho. Ele ficou muito danado comigo e, com razão, por eu ter voltado a beber, que ele fez de pai e de mãe ao mesmo tempo que olhava pela miúda, que o pai e a mãe andavam sempre alcoolizados." (E5)
" O meu marido chamava-me muitas vezes à atenção: "Porque é que não fazes um tratamento?" Pensei várias vezes na minha filha. O meu marido chamou-me à atenção e disse-me "olha tens uma filha para criar! Eu sozinho não consigo! Vê lá se te tratas, porque é triste a criança se criada sem mãe!" (E8)
As mulheres iniciam o consumo de álcool devido a uma multiplicidade de causas (Perez, 1994 cit in Goodman, 1997), da mesma forma, procuram tratamento por razões muito diferentes. Enquanto os homens são normalmente confrontados com problemas de trabalho ou justiça, as mulheres são motivadas a pedir ajuda quando a sua saúde ou bem-estar dos seus está em risco (Blume, 1988 cit in Goodman, 1997).
Dezoito mulheres referiram, tal como no estudo de Blume (1988), o "medo da doença" como factor importante para a motivação para o tratamento:
". o que mais me preocupou é que a minha família para trás, os meus antepassados, avós, tios, assim essas pessoas mais chegadas, amigas que eram dependentes do álcool e que tiveram graves problemas de saúde e que morreram por causa disso e isso fez-me pensar." (E7)
A pressão de outros agentes (profissionais de saúde, entidade empregadora) e a iniciativa própria também
Quadro 10- Hierarquização das categorias em relação as respostas à questão 10 ("O que a motivou, quais as razões que a levaram ao tratamento?")
CATEGORIA 1ª ORDEM |
CATEGORIA 2ª ORDEM |
CATEGORIA CENTRAL |
Filhos N1= 11; n2= 15 Recuperar os filhos N1= 1; n2= 1 Vida estável com os filhos N1= 1; n2= 1 Melhor vida com os filhos N1= 1; n2= 1 |
FILHOS N1= 14; n2= 18
|
|
Família N1= 7; n2= 7
|
FAMÍLIA N1= 7; n2= 7 |
FAMÍLIA |
Marido N1= 6; n2= 7
|
MARIDO N1= 6; n2= 7 |
|
Morrer devido ao álcool N1= 3; n2= 3 Morrer com cirrose N1= 1; n2= 1 Estado degradado N1= 1; n2= 1 Doença N1= 1; n2= 1 Cada vez pior N1= 1; n2= 1 Medo N1= 1; n2= 1 Não se sentir bem N1=1; n2=1 |
MEDO DA DOENÇA N1= 18; n2= 21 |
MEDO |
Palavras de profissionais de saúde N1= 3; n2= 4 Pressão laboral N1= 1; n2= 1 Faltar ao trabalho N1= 1; n2= 1 Não perder o emprego N1= 1; n2= 1 |
PRESSAO DE OUTROS AGENTES N1= 6; n2= 7 |
PRESSAO DE OUTROS AGENTES |
Iniciativa própria/vontade minha N1= 4; n2= 6
|
INICIATIVA PRÓPRIA/VONTADE PRÓPRIA N1= 4; n2= 6 |
INICIATIVA PRÓPRIA/VONTADE PRÓPRIA |
Pressão laboral N1= 1; n2= 1 Faltar ao trabalho N1= 1; n2= 1 Não ,perder o emprego N1= 1; n2= 1 |
PROBLEMAS NO EMPREGO N1= 3; n2= 3 |
PROBLEMAS NO EMPREGO |
Perda de controle N1= 3; n2= 4
|
PERDA DE CONTROLE N1= 3; n2= 4 |
PERDA DE CONTROLE |
1- Nº de entrevistadas que se enquadram na categoria
2- Nº de vezes que a categoria é mencionada pelas entrevistadas
estiveram presentes na motivação para o tratamento:
"Comecei a pensar e depois a começar a ouvir o meu médico e depois a psicóloga, porque foi ela que me meteu na cabeça para eu vir para aqui.(U.A.-D.R.N.-I.DT,,IP). A minha filha estava grávida, o meu neto. e o Drº olhou para a minha cara e disse que se eu continuasse assim não valeria a pena andar aqui e então eu comecei a pensar e resolvi e vim para aqui fazer o tratamento." (E3)
" Não queria perder o emprego!" (E12)
" Foi uma cunhada minha que se informou, mas tinha que ser por vontade minha, eu de um momento para o outro decidi que tinha de acabar com a dependência do álcool. De um momento para o outro fui ter com o meu médico e ele tratou de tudo para eu vir para aqui (U.A.-D.R.N.-I.D.T,,IP).Foi por iniciativa própria, não foi por pressão da família, foi por minha iniciativa própria." (E19)
Em relação à comparação do consumo da mulher com o do homem constatamos que treze entrevistadas, na Questão 11: "Alguma vez sentiu que bebia de uma forma diferente por ser mulher, quando comparada com o consumo dos homens?" (Quadro 11), referiram que o consumo da mulher é idêntico ao do homem:
" Não, acho que não. Eu acho que é idêntico." (E1)
" Não, não. Eu acho assim, acho que nós, homens e mulheres temos os mesmos direitos, se eles bebem nós também podemos, se eles vão trabalhar, nós também podemos." (E7)
Quadro 11- Hierarquização das categorias em relação as respostas à questão 11 ("Alguma vez sentiu que bebia de uma forma diferente por ser mulher, quando comparada com o consumo dos homens?")
CATEGORIA 1ª ORDEM |
CATEGORIA 2ª ORDEM |
CATEGORIA CENTRAL |
Não N1= 13; n2= 13
|
CONSUMO DA MULHER IDÊNTICO AO CONSUMO DO HOMEM N1= 13; n2= 13 |
CONSUMO DA MULHER IDÊNTICO AO CONSUMO DO HOMEM |
Beber mais do que os homens N1= 6; n2= 9 Beber mais do que o marido N1= 3; n2= 4 |
BEBER MAIS DO QUE OS HOMENS N1= 9; n2= 13 |
BEBER MAIS DO QUE OS HOMENS |
Beber menos do que os homens N1= 6; n2= 8
|
BEBER MENOS DO QUE OS HOMENS N1= 6; n2= 8 |
BEBER MENOS DO QUE OS HOMENS |
Consumo do homem é diferente do consumo da mulher N1= 6; n2= 8
|
CONSUMO DOS HOMENS É DIFERENTE DO DA MULHER N1= 6; n2= 8 |
CONSUMO DO HOMEM É DIFERENTE DO CONSUMO DA MULHER |
Não sei N1= 3; n2= 5 Nunca pensei nisso N1= 1; n2= 1 |
NAO SEI N1= 4; n2= 6 |
NAO SABE |
1- Nº de entrevistadas que se enquadram na categoria
2- Nº de vezes que a categoria é mencionada pelas entrevistadas
Na verdade, novas condições femininas emergiram da multiplicidade das escolhas profissionais e sociais propostas às mulheres, modificando progressivamente os estereótipos femininos tidos como tradicionais. Estas alterações viriam a ter um efeito indirecto sobre a utilização de substâncias tóxicas, pois, se as mulheres partilham de um estatuto sócio-profissional idêntico ao dos homens, compreende-se que se torne mais banalizado o consumo de álcool por parte destas (Cardinal, s/d cit in Bergeret & Leblanc, 1988).
Nove mulheres referiram beber mais do que os homens:
" Sim, eu bebia mais do que os homens. Tinha alguns, na minha terra, que eu bebia mais do que eles." (E3)
" Eu bebia mais do que os homens. Eu chegava a comprar "grades" de cerveja e não me chegava. Uma grade de cerveja são 24 e não me chegavam. Eu cheguei a beber mais do que o meu ex-marido." (E5)
Seis entrevistadas referiram, contudo, que o consumo do homem é diferente do da mulher, o que vai de acordo com a literatura (Perez, 1994 cit in Golding, 1997) que refere, que muitas vezes, a própria mulher com consumo abusivo sente, frequentemente, desprezo e vergonha pelo seu próprio consumo, razão que poderá a todo momento interferir e produzir efeitos inibidores e culpabilizantes que levarão a um
consumo às escondidas. Segundo Goodman (2000) o consumo por parte da mulher é socialmente recriminado quando comparado com o do homem, levando assim que o consumo nas mulheres seja muito mais um comportamento escondido:
"Comparando com o meu marido eu bebia mais do que ele, embora bebesse às escondidas dele ou quando ele não estava. Bebia sozinha, nunca bebi acompanhada." (E21)
Em relação às respostas dadas à questão 12: "O que mudou na sua vida desde que está sem consumir álcool?" (Quadro 12), todas as entrevistadas referiram que o que mudou nas suas vidas, desde que não consomem álcool, é sentir bem-estar consigo própria:
"Tudo de bom, ando mais calma, mais serena, já não sou aquela mulher que era." (E1)
"Sinto-me muito mais aliviada, alegre, já não sou aquela pessoa triste, que por qualquer coisinha metia a garrafa de cerveja à boca. Sinto-me muito bem, sinto-me feliz por isso." (E8)
" Até agora mudou tudo! Eu sinto-me bem, eu já arrumo a casa, eu já faço de comer, estou diferente totalmente daquilo que era. Agora nem sou agressiva e falo baixinho, muito calma, totalmente diferente." (E19)
Treze mulheres referiram mudanças, mas sem especificar quais ("Tudo! Mudou tudo!" (E20)) e o bem-estar com os outros como algo que ocorre desde que não consomem álcool:
"Damo-nos todos muito bem, o marido, as filhas, tudo, está tudo muito diferente." (E9)
"Mudou o meu relacionamento com o marido, mudou o relacionamento com os filhos, mudou o relacionamento com a sociedade." (E13)
Outra categoria encontrada foi a responsabilidade que advém do não consumo:
"Mudou, que a gente tem a cabeça mais no lugar. Agora a gente está com juízo, com a cabeça no lugar, com a cabeça centrada, fresca e sabe onde a colocar. Sem o álcool a gente sabe o que faz durante o dia." (E3)
Na questão 13: "Desde que deixou de consumir álcool quais são os sentimentos que lhe surgem?" (Quadro 13), os significados referidos por estas mulheres são notavelmente positivos:
"Agora sinto-me óptima, sinto-me bem." (E6)
"Felicidade, paz, alegria, tudo de bom." (E8)
"Felicidade, um grande conforto. Acabou o mal-estar, tenho razoabilidade, compreensão, uma séria de sentimentos que quando consumia álcool nem dois ou três desses sentimentos existia." (E11)
"Sinto só orgulho de ter deixado o álcool. Sinto orgulho de mim própria por ter deixado." (E12)
"Alegria.sinto-me alegre, contente, feliz." (E19)
"Agora sinto é sentimentos de alegria de viver, alegria de deixar o que se passou para trás, alegria de continuar a vida." (21)
Quadro 12- Hierarquização das categorias em relação as respostas à questão 12 ("O que mudou na sua vida desde que está sem consumir álcool?")
CATEGORIA 1ª ORDEM |
CATEGORIA 2ª ORDEM |
CATEGORIA CENTRAL |
Mais calma N1=3; n2= 3 Aliviada N1= 1; n2= 1 Bem disposta N1= 1; n2= 1 Mais serena N1= 1; n2= 1 Já não sou aquela pessoa triste N1= 1; n2= 1 Não agressiva N1= 1; n2= 1 Levanto-me com outro ânimo N1= 1; n2= 2 Alegre/muito feliz N1= 3; n2= 5 Sinto-me muito bem N1= 6; n2= 12 Mais calma no emprego N1= 1; n2= 1 Muito melhor comigo mesma N1= 1; n2= 1 Sinto-me bem como mãe N1=1; n2= 1 |
BEM-ESTAR PSICOLÓGICO N1= 21; n2= 30
|
BEM- ESTAR CONSIGO PRÓPRIA |
Como melhor N1= 1; n2= 1 Melhor saúde N1= 2; n2= 2 Sinto-me melhor em termos de aspecto N1= 1; n2= 1 |
BEM- ESTAR FÍSICO N1= 4; n2= 4 |
|
Mudou/tudo N1= 10; n2= 16 Muita coisa N1= 1; n2= 1 Está tudo muito diferente N1=2; n2= 2
|
MUDANÇA N1= 13; n2= 19 |
MUDANÇA (sem especificar) |
Sentir-se melhor com o filho N1= 1; n2= 1 Muito melhor com os outros N1= 2; n2= 2 Dar-me bem com marido e filho N1= 1; n2= 1 Não tenho conflitos familiares N1= 1; n2= 1 Brinco com os filhos N1= 1; n2= 1 Conseguir conviver com os amigos N1= 1; n2= 1 Confiança das filhas N1= 1; n2= 1 Apoio das filhas N1= 1; n2= 1 |
SENTIR-SE BEM COM OS OUTROS N1= 9; n2= 9 |
BEM-ESTAR COM OS OUTROS |
Já sei o que faço N1= 1; n2= 1 Tenho a cabeça no lugar N1= 1; n2= 1 Tenho juízo N1= 1; n2= 1 Faço tudo bem feito N1= 1; n2= 1 Já mando N1= 1; n2= 1 Ando na rua sem problemas nenhuns N1= 3; n2= 3 |
RESPONSABILIDADE N1= 8; n2= 8 |
RESPONSABILIDADE |
Ainda tenho medo N1= 1; n2= 1 Medo de falhar N1= 1; n2= 1 Não quero falhar N1= 1; n2= 1 |
MEDO DE FALHAR N1= 3; n2= 3 |
MEDO DE FALHAR |
Nada N1= 1; n2= 1 A vida é a mesma N1= 1; n2= 1 |
SEM MUDANÇA N1= 2; n2= 2 |
SEM MUDANÇA |
Ando em baixo N1= 1; n2= 1 Pessoa degradada N1= 1; n2= 1 |
MUDANÇA NEGATIVA N1= 2; n2= 2 |
MUDANÇA NEGATIVA |
1- Nº de entrevistadas que se enquadram na categoria
2- Nº de vezes que a categoria é mencionada pelas entrevistadas
No entanto é de referir que persistem sentimentos de culpa e de arrependimento:
"Muita culpa. Se eu não tivesse caído no posso em que caí, talvez os meus filhos ainda estivessem
comigo." (E1)
"Começo a pensar no passado e torno a ir novamente em baixo."
".sentimentos de culpa por aquilo que fiz, sinto-me muito culpada por isso, sentimentos de culpa." (E17)
"Arrependida, arrependida de ter estado metida no álcool." (E20)
Na questão 14: "O que pensa a sua família acerca do seu não consumo de álcool?" (Quadro 14) é possível constatar que dezoito mulheres referiram pensar que a família está contente com o seu não consumo
"Agora estão muito contentes, muito felizes." (E3)
"A minha família, neste momento, está extremamente radiante e feliz por saber que.ter a certeza de que eu não consumo álcool nenhum." (E10)
Quadro 13- Hierarquização das categorias em relação as respostas à questão 13 ("Desde que deixou de consumir álcool quais são os sentimentos que lhe surgem?")
CATEGORIA 1ª ORDEM |
CATEGORIA 2ª ORDEM |
CATEGORIA CENTRAL |
Sentir-me bem N1= 5 n2= 6 Bem disposta N1= 1 n2= 1 Bem estar N1= 1 n2= 1 Tudo de bom N1= 1 n2= 1 Sentimentos bons N1= 3 n2= 4 Não tenho sentimentos maus N1= 1 n2= 1 Paz N1= 2 n2= 2 Muito conforto N1= 1 n2= 1 |
SENTIMENTOS MODERADAMENTE POSITIVOS N1= 15; n2= 17
|
SENTIMENTOS POSITIVOS |
Alegre N1= 6; n2= 11 Feliz N1= 1; n2= 2 Felicidade N1= 1; n2= 1 Sentir-me óptima N1= 1; n2= 1 Alegria de ter deixado o que passou para trás N1= 1; n2= 1 Contente N1= 1; n2= 1 Alegria de olhar pelo filho N1= 1; n2= 1 Melhor N1= 1; n2= 1 Liberdade N1= 1; n2= 1 |
SENTIMENTOS EXTREMAMENTE POSITIVOS N1= 14; n2= 20 |
|
Às vezes apetece-me N1= 1; n2= 1 Eu quero conseguir N1= 1; n2= 1 Se não conseguir acabaram-se os tratamentos N1= 1; n2= 1 Tenho que provar que sou a mãe que o meu filho sonhou N1= 1; n2= 1 Devo continuar assim N1= 1; n2= 1 Não recair porque é pior N1= 1; n2= 1 Eu digo "Não pode ser" ( beber) N1= 1; n2= 1 |
PROCESSO INACABADO N1= 7; n2= 7 |
PROCESSO INACABADO |
Muita culpa N1= 2; n2= 4 Arrependida N1= 1 ;n2= 2 Penso no passado e vou-me abaixo N1= 1; n2= 1 Se eu não tivesse caído num poço talvez os meus filhos ainda estivessem comigo N1= 1; n2= 1 |
CULPA E ARREPENDIMENTO N1= 5; n2= 8
|
CULPA E ARREPENDIMENTO |
1- Nº de entrevistadas que se enquadram na categoria
2- Nº de vezes que a categoria é mencionada pelas entrevistadas
É de salientar que oito mulheres desconhecem o que a família pensa acerca do seu não consumo:
"Não me dizem nada, porque não conversamos." (E15)
"Não comentam, assim, nada comigo. É aquela coisa deixou de beber, deixou de beber, não vale a pena falar mais nada." (E20)
O medo da recaída, por parte dos familiares, é referido por seis mulheres:
"Os meus sogros estão sempre com medo (recaída)." (E4)
"A família está sempre com o pé atrás e outro à frente. O meu filho, eu acho, que ele ainda não confia em mim." (E5)
Quadro 14- Hierarquização das categorias em relação as respostas à questão 14 ("O que pensa a sua família acerca do seu não consumo de álcool?")
CATEGORIA 1ª ORDEM |
CATEGORIA 2ª ORDEM |
CATEGORIA CENTRAL |
Contentes/muito contentes/felizes N1= 14; n2= 20 Toda a gente me dá os parabéns N1= 2; n2= 2 Estão satisfeitos N1= 1; n2= 1 Valeu a pena o tratamento N1= 1; n2= 1 |
ESTAO CONTENTES N1= 18; n2= 24
|
CONTENTES |
Não sei o pensar deles N1= 1; n2= 3 Não posso responder N1= 1; n2= 1 Nunca ninguém reclamou N1= 1; n2= 1 Nunca falou muito de nada N1= 1; n2= 1 Nunca ninguém disse "porque é que não bebes?" N1= 1; n2= 1 Não comentam nada comigo N1= 1; n2= 1 Deixou de beber não vale a pena falar mais nada N1= 1; n2= 1 |
NAO SABE N1= 7; n2= 9 |
DESCONHECE O QUE A FAMÍLIA PENSA |
Fiz bem em deixar de beber N1= 2; n2= 2 Acham muito bem N1= 1; n2= 2 Estou bem N1= 2;n2= 2 Melhor/tudo bem N1= 1 ;n2= 1 |
RECONHECEM O MEU BEM ESTAR N1= 6; n2= 7 |
RECONHECIMENTO DO BEM-ESTAR |
Medo da recaída N1= 2; n2= 2 Ainda não confiam em mim N1= 1; n2= 2 Admirados por eu não beber N1= 2; n2= 3 Estão sempre a perguntar se está tudo bem N1= 1; n2= 1 |
MEDO DA RECAÍDA N1= 6 ;n2= 8 |
INSEGUROS QUANTO A MANUTENÇAO DA ABSTINÊNCIA |
1- Nº de entrevistadas que se enquadram na categoria
2- Nº de vezes que a categoria é mencionada pelas entrevistadas
Em relação à questão 15: "Quais são os seus projectos quanto ao futuro?" (Quadro 15), dezoito das entrevistadas referiram que os seus projectos de futuro vão no sentido do bem-estar dos filhos e da família, tais como: entrada dos filhos na faculdade, ajudar os filhos, dar carinho aos filhos, desejo de saúde para a família, entre outros:
"Quero o melhor para os meus filhos. Gostava que os meus filhos entrassem todos para uma faculdade e gostava de ter uma família feliz." (E13)
"Como uma mãe, dar carinho, amor, estar a dar atenção. estar um bocadinho à beira deles, ir para a cama e eu ler uma historinha." (E5)
"Que os meus tenham saúde, que o meu marido tenha saúde também." (E4)
Quadro 15- Hierarquização das categorias em relação as respostas à questão 15 ("Quais são os seus projectos quanto ao futuro?")
CATEGORIA DE 1ª ORDEM |
CATEGORIA 2ª ORDEM |
CATEGORIA CENTRAL |
Filhos entrassem para a faculdade N1= 2 n2= 2 Vida feliz com os filhos N1= 2 n2= 2 Ajudar os filhos N1= 2 n2= 2 Dar carinho ao filho N1= 2 n2= 2 Fazer aquilo que nunca fiz: conviver com os filhos N1=2; n2= 2 Ter os filhos N1= 1; n2= 1 Bem estar do filho N1= 1; n2= 1 Emprego para o filho N1= 1; n2= 1 Que a vida corra bem aos filhos N1= 1; n2= 1 Filho arranje namorada N1= 1; n2= 1 Que a filha ande bem na escola N1= 1; n2= 1 Filhos felizes N1= 1; n2= 1 O melhor para os meus filhos N1= 1; n2= 1 |
BEM-ESTAR DOS FILHOS N1= 18;n2= 18 |
BEM-ESTAR DA FAMÍLIA |
Família com saúde N1= 2; n2= 3 Família N1= 1; n2= 1 Família feliz N1= 1; n2= 1 Dar felicidade para os filhos e marido N1= 1; n2= 1 Ter vida com marido e filhos N1= 1; n2= 1 Olhar pela minha família N1=1; n2= 1 Bom ambiente das pessoas que me rodeiam N1= 1; n2= 1 O melhor para mim e para os meus filhos N1= 1; n2= 1 Ajudar a criar o neto N1=2; n2= 2 |
BEM-ESTAR DA FAMÍLIA N1= 11; n2= 12 |
|
Que a vida corra bem N1= 1; n2= 1 Melhorar N1= 1; n2= 1 Que eu tenha saúde N1= 2; n2= 2 Feliz/felicidade N1= 1; n2= 1 Muitos projectos/muitas ideias N1= 2; n2= 3 |
EXPECTATIVAS POSITIVAS N1= 12; n2= 13 |
EXPECTATIVAS POSITIVAS |
Sair de casa N1= 2; n2= 2 Distrair-me N1= 1;n2= 2 Estou a fazer voluntariado N1= 1; n2= 1 Ler N1= 1; n2= 1 Ouvir música N1= 1; n2= 1 Ajudar pessoas que passam por aquilo que passei N1= 1; n2=1 Estudar N1= 3; n2= 7 Formar-me em Direito ou Línguas N1= 1; n2= 1 |
OCUPAR OS TEMPOS LIVRES N1= 11; n2= 16 |
OCUPAÇAO DOS TEMPOS LIVRES
|
Arranjar emprego N1= 4; n2= 4 Trabalhar N1= 2 ; n2= 4 Gostava de fazer promoções N1= 1 ; n2=1 Bom ambiente laboral N1= 1; n2= 1 |
TER EMPREGO N1= 8 n2= 10 |
TER EMPREGO |
Não recair N1= 1; n2= 1 Álcool penso que nunca mais N1= 1; n2= 1 Não cair Novamente nesse vício N1= 1; n2= 1 |
NAO RECAIR N1= 3;n2= 3 |
NAO RECAIR |
1- Nº de entrevistadas que se enquadram na categoria
2- Nº de vezes que a categoria é mencionada pelas entrevistadas
Outra categoria encontrada foi a ocupação dos tempos livres, tendo sido referido o sair de casa, distrair-se, ler, ouvir música, estudar:
"Estou desempregada, não consigo arranjar emprego e estou a fazer voluntariado num Centro de Dia, com a terceira idade, com aquela etapa com que eu gosto mais de trabalhar. Gosto muito de ler, ouço música, saio." (E10)
" .já me inscrevi na escola, vou começar a estudar, vou tentar tirar o nono ano, vou tentar depois tirar o décimo primeiro, o décimo segundo.Mas gostava de me formar em direito ou Línguas. Acho que é um sonho agora um bocado atrasado." (E21)
O arranjar emprego é também referido por oito mulheres como sendo um dos seus projectos para o futuro:
" Quero trabalhar." (E13)
"Gostava de ter um emprego." (E19)
Apenas três mulheres referiram como projecto futuro o não recair:
".que eu continue a não beber, que fique assim como está que está bom!" (E7)
Podemos concluir que a maior parte das mulheres entrevistadas não apresenta desesperança em relação ao futuro, provavelmente devido ao facto de estarem sem consumir álcool, referindo a importância do bem-estar da família e expectativas positivas em relação ao futuro, de um modo geral.
4.2. Resultado da construção do discurso do grupo
Após a clarificação estrutural, procedemos à organização de um discurso mais amplo e abrangente que, em nossa opinião condensa o que transparece como organizador dos principais núcleos de significados patentes nas palavras dessas 21 mulheres.Deste modo, salientamos que o início do consumo de álcool se dá na adolescência e juventude, com manutenção na vida adulta, tendo mesmo ocorrido consumo durante a gravidez e amamentação.
O significado de dependência alcoólica é algo de muito prejudicial/negativo, centrado nas consequências do consumo à nível pessoal e/ ou familiar, podendo mesmo esta dependência ser considerada como uma resposta a um mal-estar emocional.
O uso de álcool aparece associado às críticas ao comportamento de beber, ao arrependimento e a sentimentos de perda, isto é, a todo um conjunto de prejuízos (pessoais e familiares). No entanto, por vezes, faz-se de conta que o álcool não existe, numa espécie de "amnésia" desse consumo.
Em relação à comparação do consumo feminino com o masculino constata-se que este é percepcionado como idêntico, embora esteja envolto em sentimentos de vergonha, razão que poderá produzir efeitos culpabilizantes que levam a um comportamento de consumo às escondidas.
O início do consumo é recordado com emoções associadas à temática depressiva, com sentimentos de tristeza, arrependimento e vergonha.
No que refere à família esta reage mal ao consumo, com sofrimento, sendo mesmo evidente a interferência negativa desse consumo a nível dos filhos e do casal. Muitas vezes a família é portadora de mensagens de desaprovação e crítica, originando sentimentos de "abandono" nestas mulheres. No entanto, é a família o factor motivacional principal para o tratamento, seguido da pressão exercida por outros agentes (médicos, assistentes sociais, psicólogos) e da iniciativa própria.
Enquanto mulheres, as participantes deste estudo apreciam-se de forma negativa, como incapazes, havendo, consequentemente, a necessidade de se alienar das suas próprias vidas. Projectam esta apreciação negativa, esta alienação, para o seu papel de mãe, tornando-se também, na maior parte das vezes, como incapazes e ausentes, embora algumas se percepcionem com competência para este papel.
Na vida profissional, enquanto algumas se percepcionam como incapazes, outras referem que à nível profissional o álcool não interferiu significativamente, havendo algumas discrepâncias de percepções. É de salientar que embora a literatura refira o homem como o que procura o álcool como solução para as situações laborais stressantes, cada vez mais as mulheres se vêem envoltas num quotidiano de múltiplas tarefas a cumprir, ambiente esse igualmente propício ao stress e ao consumo abusivo de álcool.
O álcool surge então como consequência da incapacidade destas mulheres criarem significados alternativos para as suas experiências. Sem a possibilidade de criar múltiplos sentidos, ficam incapazes de reorganizar a sua história pela incapacidade de comunicarem consigo e com os outros. Segundo Guidano (1999) há significados que são criados ao longo do desenvolvimento emocional com as figuras de vinculação. O que é interessante pensar é que praticamente todas estas mulheres vêm de famílias onde um ou ambos os progenitores teve problemas com o álcool, surgindo esta substância como possível resolução alternativa para os problemas e como facilitador de alienação e do desconforto. Podemos considerar que os significados vão sendo construídos ao longo da vida, com as figuras significativas e, que a rigidificação desses mesmos significados inibe a multiplicação e criação de significados alternativos aquando do surgimento das vicissitudes. Verifica-se, tal como refere Jarvin (2000), que nestas mulheres a construção de significados é centrada em conotações negativas acerca de si próprias.
Podemos considerar que, em dada altura, a incapacidade de criar significados levou estas mulheres a terem dificuldade de comunicar e externalizar as suas dores, encontrando no álcool a única forma de comunicar.
Outros aspectos a ter em consideração no discurso colectivo são a violência doméstica, as relações conjugais conturbadas, os filhos e, em menor número as perdas, em termos gerais. Do passado para o presente, a vida sem álcool é pautada pela evolução pessoal e pela mudança global, estando sempre expressas no significado que têm no presente estar sem beber, essencialmente como algo de muito positivo. É gratificante não só para as mulheres sem consumo de álcool, mas também para as suas famílias. O significado do não consumo é visto como algo de muito positivo por parte da família, apesar do receio da recaída. Acarreta o bem-estar da família com uma maior aproximação à/da família, sentimentos de bem-estar consigo própria, quer à nível psicológico, quer à nível físico.
Em termos de projectos de futuro o bem-estar da família é o principal projecto, seguindo-se a ocupação dos tempos livres, o ter emprego e a manutenção do não consumo.
A realização deste estudo apresentou-se desafiante desde o início, quer pela dimensão e importância que cada vez mais assume o alcoolismo no sexo feminino, quer pela especificidade das suas questões, apesar da escassa literatura acerca desta matéria.
Deste modo, a utilização de uma metodologia qualitativa, permitiu-nos reflectir sobre a subjectividade associada ao comportamento de consumo abusivo de álcool nas mulheres, com vista a dinamização de estratégias de intervenção mais ajustadas a esta população. De facto, estas mulheres necessitam de ser ouvidas, precisam que ouçam a sua história, precisam de um olhar diferente para o seu problema com o álcool.
Em relação aos estudos qualitativos uma das desvantagens que lhes são apontadas é a do investigador assumir um papel interpretativo. No entanto partilhamos da opinião de que se deve assumir essa responsabilidade, uma vez que estes estudos permitem que diferentes perspectivas sejam levantadas e investigadas (Fernandes & Maia, 2001). Não se pode afirmar que esta metodologia é melhor ou pior que a metodologia quantitativa, mas sim que elas são complementares.
Em nossa opinião este tipo de investigações permite que, por exemplo, a Psicologia estude fenómenos onde a reflexão sobre o discurso da população em estudo seja tido em consideração, num aproximar gradual à subjectividade inerente a cada comportamento humano.
Contudo, todo o investigador ao utilizar metodologias qualitativas tem que aceitar as limitações ao que pode ser descoberto com base no acesso aos dados, no grau de experiência analítica e na quantidade de reservas pessoais. Reconhecemos que não é fácil fazer este tipo de trabalho analítico, mas, até certo ponto, ele é necessário.
Pensamos que a maior contribuição deste modelo de pesquisa consiste exactamente na perspectiva de construção de investigação a partir dos dados colectados, numa superação do modelo tradicional que idealiza o aspecto racional da construção de teorias.
Consideramos que, no quadro de uma intervenção psicoterapêutica com mulheres consumidoras de álcool deve-se privilegiar a responsabilização destas no processo, excluindo a culpabilização e promovendo a motivação para a mudança, a aprendizagem de respostas alternativas face ao "stress" e uma atitude que forneça informação precisa acerca das consequências do abuso de álcool quer à nível individual, como à nível da família. Em todo este processo a família tem que estar envolvida, dado ser uma "peça" essencial para a motivação e manutenção do comportamento sem consumo de álcool.
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Autor:
Clara Pinto Silva
clarapintosilva15[arroba]hotmail.com
Psicóloga Clínica na Unidade de Alcoologia do Porto Dr. José Barrias, DRN,/IDT,I.P.
Mestre em Psicologia do Comportamento Desviante e Justiça (FPCE-UP)
Contacto:clara.pinto[arroba]idt.min-saude.pt
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