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Uma abordagem sobre o ensino da contabilidade na cidade de Mossoró/RN (página 2)

Shirley Maria Cavalcante
Partes: 1, 2, 3

As Instituições de Ensino Superior (IES) possuem um ambiente adequado para a construção do pensamento contábil, fazendo com que os membros acadêmicos, em parte, tornem-se dependentes das criações, inovações, renovações e críticas, para atingirem uma competência significativa no tocante ao estímulo dado aos educandos, para que consequentemente, estes absorvam as mesmas dependências e se adaptem ao mercado de trabalho.

Para que o profissional da área contábil se destaque no mercado de trabalho, primeiramente, é necessário que o mesmo absorva habilidades interdisciplinares em sua educação. Antes disso, é indispensável a proliferação, a hereditariedade das informações do presente, passado e futuro na comunicação professor/aluno. Nota-se o grande e indispensável valor do ensino da contabilidade ao profissional da área e sua transmissão de conhecimento.

1.2 Caracterização do problema

No presente trabalho, busca-se abordar o ensino contábil na cidade de Mossoró/RN, evidenciando sua evolução histórica, bem como sua importância à profissão.

A pesquisa é um convite à formulação de opiniões e críticas aos docentes e/ou discentes ativos e preocupados em somar positivamente à contabilidade na proliferação de conhecimentos do ensinamento e do aprendizado. Embora a cidade evidencie o problema da falta de pesquisas na área, espera-se que essa pesquisa seja como um instrumento remediador, resultando assim na necessidade de conhecer, como se desenvolveu, proliferou, expandiu e progrediu o ensino contábil na cidade de Mossoró/RN.

Diante do exposto, faz-se a seguinte indagação:

Como se desenvolveu o ensino da contabilidade na cidade de Mossoró/RN?

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Fazer um levantamento histórico sobre o ensino da contabilidade na cidade de Mossoró/RN.

1.3.2 Objetivos Específicos

  • Levantar a evolução do ensino da contabilidade na cidade de Mossoró/RN;

  • Abordar os sistemas educacionais de contabilidade na cidade de Mossoró/RN.

1.4 Justificativa da pesquisa

A cidade de Mossoró é situada entre duas capitais: Fortaleza e Natal. Interliga-se às BR' s 110, 304 e 405, além de rodovias intermunicipais. Limita-se ao norte como Estado do Ceará e o Município de Grossos, ao sul com os Municípios de  Governador Dix-Sept Rosado e Upanema, ao leste com Areia Branca e Serra do Mel e a oeste com Baraúnas.

O censo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE do ano de 2000 relata que a população da cidade de Mossoró/RN é estimada em 227.357. O IBGE menciona também os dados referentes ao ensino superior em 2003: 3 escolas de ensino superior; 573 docentes; e 5.678 matrículas. Com esses dados, consequentemente observa-se na cidade a possível necessidade de profissionais capacitados, neste caso da área contábil, e mesmo com os grandes privilégios da cidade, ainda encontra-se uma carência significativa de pesquisas científicas no ramo do ensino contábil.

A privação de pesquisas se torna um grande problema quando Marion (2001, p.11) diz: "[...] a pesquisa é a alma da universidade". É quando surge uma outra indagação de que não se deve apenas transmitir conhecimento daquilo que já existe, deve sim, haver inovação, a construção e o desenvolvimento do conhecimento e da pesquisa, ou seja, não apenas na mera transmissão de informações e técnicas profissionais, o ensino precisa ser visto como convite à exploração, à descoberta, à invenção, entre outros.

Dentro desse contexto, aborda-se tudo aquilo que é parte da história e evolução do ensino da contabilidade do surgimento até os dias atuais, procurando abordar os sistemas educacionais bem como sua evolução, sua importância ao profissional contábil e suas atualidades.

Enfim, espera-se desta forma, contribuir ao profissional contábil docente, suas instituições de ensino superior e discentes, a forma educacional melhor interligada aos objetivos das novas diretrizes curriculares pelo Ministério da Educação.

1.5 Metodologia

Na busca de abordar o ensino contábil na cidade de Mossoró/RN, enfatiza-se, neste ponto, o conjunto das técnicas e procedimentos utilizados na condução da pesquisa.

Para atingir o resultado pretendido em uma pesquisa, é necessário utilizar-se de um ou vários métodos, que são importantes para racionalizar o tempo e recursos (SILVA, 2003, p.39).

Segundo Silva (2003, p.38), os métodos são: indutivo; dedutivo; dialético; hipotético-dedutivo; histórico; comparativo; estatístico e monográfico.

Diante desse exposto, a referida pesquisa utilizará o método dedutivo, aquele que partirá dos enunciados gerais (universais) e transformá-los-á em particulares (específicos).

Segundo Oliveira e Filgueira (2004, p.176):

O Método Dedutivo, criado por René Descartes (1596-1650), século XVII, é um método lógico que pressupõe a existência de verdades gerais já afirmadas e que serve de base para se chegar através dele a conhecimentos novos.

Os tipos de pesquisa classificam-se em bibliográfica, exploratória, documental, experimental, pesquisa-levantamento, estudo de caso, pesquisa-ação, descritiva, explicativa e ex-post-facto. Aqui, serão utilizados aqueles que mais se adaptaram as necessidades da pesquisa. Portanto: Bibliográfica; onde têm-se base através de referências teóricas já publicadas, livros, revistas, artigos científicos, arquivos de instituições, Exploratória; a que explora um local no qual há pouco conhecimento acumulado ou sistematizado sobre determinado assunto.

Para Silva e Menezes (2004, p.211):

A pesquisa exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; análise de exemplos que estimulem a compreensão. Assume, em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Caso.

Para Silva e Menezes (2001, p. 21) a pesquisa bibliográfica: "É elaborada a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet".

Após o detalhamento dos tipos de pesquisa, logo, faz-se necessário identificar as técnicas de pesquisa a serem utilizadas na investigação. Tais como, questionário, entrevista ou formulário.

Para Roesch (1999, p. 140):

"As principais técnicas de coleta de dados são a entrevista, o questionário, os testes e a observação. Também é possível trabalhar com dados existentes na forma de arquivos, bancos de dados, índices ou relatórios."

O universo da pesquisa é o ensino contábil no Brasil e a amostra corresponderá ao ensino contábil na cidade de Mossoró.

Para analisar a pesquisa, emprega-se a entrevista padronizada ou estruturada, com aplicação de formulário contendo perguntas abertas aos coordenadores do curso de Ciências Contábeis das IES da cidade de Mossoró/RN para avaliação dos sistemas educacionais.

2 HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

A História da Contabilidade é tão antiga quanto a própria História da Civilização. No que diz respeito ao objetivo que a sociedade antiga almejava, a mesma se apresenta desde as primeiras manifestações humanas. Nos primeiros tempos da humanidade, havia apenas o senso do coletivo em tribos primitivas.

O estabelecimento de um habitat permitiu a implantação da agricultura e do pastoreio. Cada pessoa criava sua riqueza individual e, por isso, iniciou-se posteriormente a troca e venda de mercadorias. A herança que os pais iam deixando para os filhos quando morriam, denominou-se patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo que estes não tivessem sido herdados, para Schmidh, (2000, p.15):

Em sítios arqueológicos do Oriente próximo, foram encontrados materiais utilizados por civilizações pré-históricas que caracterizam um sistema contábil utilizado entre 8000 e 3000 a.C., constituído de pequenas fichas de barro. Essas escavações revelaram fatos importantes para a contabilidade, colocando-a como mola propulsora da criação da escrita e da contagem abstrata.

2.1 Origem das Partidas Dobradas

Não se sabe ao certo quem inventou a Contabilidade, porém, nos séculos XIII e XIV, sistemas de escrituração por partidas dobradas surgiram gradativamente em diversos centros de comércio no norte da Itália e em outros lugares do mundo. O mérito das partidas dobradas foi atribuído ao Frei Luca Pacioli ou Paciolo, o primeiro a publicar um livro intitulado Summa de Arithmetica, geometrica, proportioni et proportionalitá em 1494, que abordava principalmente a Matemática, mas tinha uma seção que mencionava a Teoria Contábil do débito e do crédito (partidas dobradas) chamada Particularis de Computis et Ecripturis.

Acrescentou que, primeiro deve vir o devedor e depois o credor; prática que se usa até hoje, complementando usamos Hendriksen e Breda (1999, p. 39):

Esta seção foi o primeiro material publicado que descrevia o sistema de partidas dobradas, e apresentava o raciocínio em que se baseavam os lançamentos contábeis. Seus comentários sobre a contabilidade são tão relevantes e atuais quanto há quase 500 anos.

A divulgação da obra de Paciolo abriu precedentes para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. Todavia, ainda existem dúvidas quanto ao verdadeiro pioneiro a produzir evidências sobre as partidas dobradas, que sofreu influências em vários países.

Algumas evidências foram consideradas na região da Itália denominada Toscana, entre 1250 e 1280. Já existia no Oriente Médio, ensinamentos do método semelhante na difusão de livros contábeis. Livros editados em 1307, 1330, 1340 e que se encontram na Aysofia Biblioteca de Istambul, obras circuladas mais de um século antes da obra de Paciolo. Segundo Iudícibus e Marion (2000, p.34):

Somente em torno do século XV (com presença relevante no século XIII), isto é, praticamente após 5.500 anos (partindo-se da hipótese de que ela existe desde 4.000 a.C.) é que a Contabilidade atinge um nível de desenvolvimento notório, sendo chamada de fase lógico-racional ou até mesmo a fase pré-científica da contabilidade.

Sá (1997, p. 35) apresenta que a evidência mais completa do surgimento das partidas dobradas foi um diário, iniciado em 1403, descoberto por Melis, na cidade de Prato, na Toscana, Itália, que se encontra nos arquivos de Datini. Mas, documentos registrados já haviam sido encontrados por volta de 1292 e também uma outra ainda mais antiga em 1211, escrita por banqueiros florentinos. Além disso, em 1202 da Era Cristã, apareceu o Líber Abaci (o livro do cálculo ou do ábaco), da autoria de Leonardo Fibonaci, o Pisano, baseado na Aritmética e na Álgebra.

Sá (1997, p.21) apresenta a origem da Contabilidade datada por volta de 20.000 anos atrás, no Período Paleolítico Superior. Alguns pesquisadores afirmam ter indícios sobre o surgimento da Contabilidade por volta de 27.000 anos atrás. Tais afirmações são baseadas em descobertas arqueológicas, de hieróglifos em grutas e em cavernas de sítios arqueológicos em diversas partes do mundo.

Sá (1997, p.17), comenta também sobre a divisão de Períodos em quatro que Melis classificou como sendo:

I. Mundo Antigo - Que vai dos primórdios da História até o ano de 1202 de nossa Era.

II. Sistematização - De 1202, em razão da formação do processo das partidas dobradas.

III. O da Literatura – Tendo como marcos as obras de Luca Pacioli de 1494 a 1840 com a obra de Francesco Villa.

IV. Era Científica - De 1840 até nossos dias.

2.2 Evolução

A história da contabilidade difundiu-se e vários autores importantes da área somaram positivamente para que isto acontecesse, e para melhor entendimento, os mesmos dividiram-na em vários segmentos de suas devidas épocas de acontecimentos.

Assim, Sá (1997, p. 16), dividiu a História da Contabilidade em sete períodos:

. Intuitivo Primitivo (Período Pré-Histórico),

. Racional Mnemônico (4.000 anos a.C.),

. Lógico Racional (Segunda metade do século XI),

. Literatura (século XV),

. Pré-científico (Do século XVI ao início do século XIX),

. Científico (início do século XX) e

. Filosófico-normativo (a partir da década de 50 do século XX).

Esses sete períodos poderiam ser ainda divididos em duas fases, a saber:

. Empírica, que abrange do Período Intuitivo Primitivo ao do Pré-Científico e Científica, que abrange os Períodos Científico e Filosófico-Normativo.

Os grandes estudos que envolveram a Contabilidade produziram três Escolas do Pensamento Contábil: a primeira foi a Escola Lombarda, chefiada por Francisco Villa; a segunda, a Escola Toscana, chefiada por Giusepe Cerboni; e a terceira, a Escola Veneziana, por Fábio Besta.

No século XVII, a Ciência da Contabilidade se confundia com a Ciência da Administração, e o patrimônio era definido como um direito, segundo postulados jurídicos, mesmo que o século tenha sido considerado o berço da era científica e Pascal já tivesse inventado a calculadora. Nessa época, na Itália, a Contabilidade já chegara à Universidade e começou a ser lecionada com a aula de Comércio da Corte, em 1809. 

Destaca-se no Período Científico, Francesco Villa, escritor milanês, contabilista público, que publicou várias obras como "La Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche", que foi escrita para participar de um concurso sobre Contabilidade, promovido pelo Governo da Áustria, que reconquistara a Lombarda, terra natal do autor. Além do prêmio, Villa obteve o cargo de Professor Universitário. 

Extrapolando os conceitos tradicionais de Contabilidade, Francisco Villa, com seu pensamento patrimonialista, dizia que a escrituração e guarda livros poderiam ser feitas por qualquer pessoa inteligente. Segundo ele, a Contabilidade implicava conhecer a natureza, os detalhes, as normas, as leis e as práticas que regem o patrimônio.

Iniciou-se a Fase Científica da Contabilidade, Fábio Besta demonstrou que o elemento fundamental da conta era o valor, e chegou muito perto de definir patrimônio como o objeto da Contabilidade, além de ser um fiel seguidor de Francesco Villa, superou seu mestre em seus ensinamentos.

Vicenzo Mazi, seguidor de Fábio Besta, em 1923, definiu patrimônio como objeto da Contabilidade, pela primeira vez um autor falava sobre essa verdade. Como a Contabilidade foi enquadrada como elemento fundamental da equação aziendalista, fez-se concluir que a Contabilidade é muito mais do que mero registro; é um instrumento básico de gestão.

Entretanto, a Escola Européia teve peso excessivo na teoria talvez porque se preocupava demais em demonstrar que a Contabilidade era uma Ciência ao invés de dar razão à pesquisa de campo e de grupo; em demonstrações práticas, sem pesquisas fundamentais: explorava a parte teórica das contas e o uso exagerado das partidas dobradas.

A partir de 1920, aproximadamente, inicia-se  a Fase de predominância Norte-Americana da Contabilidade. O surgimento do American Institut of Certield Public Accountants – AICPA em, foi de suma importância no desenvolvimento da Contabilidade e dos princípios contábeis e muitos esforços foram atribuídos por várias associações empreendedoras de grandes somas em pesquisas nos Estados Unidos. Havia uma total integração entre acadêmicos e os já profissionais da Contabilidade, o que não ocorreu com as Escolas Européias, onde as Universidades foram decrescendo em nível e em importância.

Segundo Hendriksen e Breda (1999, p.48): "Foi somente em 1957 que o AIA acrescentou a palavra registrados e transformou-se no American of Certified Public Accountants (AICPA)".

2.3 Brasil

No Brasil, a vinda da Família Real Portuguesa devido ao aumento dos gastos públicos e também da renda nos estados, incrementou a atividade colonial, exigindo um melhor aparato fiscal. Para tanto, constituiu-se o Erário Régio ou o Tesouro Nacional e Público, juntamente com o Banco do Brasil em 1808. As Tesourarias de Fazenda nas Províncias eram compostas de um Inspetor, um Contador e um Procurador Fiscal, responsável por toda a arrecadação, distribuição e administração financeira e fiscal.

Segundo Iudícibus e Marion (2000, p.281): "a Legislação Contábil das demonstrações contábeis do Brasil é uma das mais aperfeiçoadas do mundo".

Também foram desenvolvidas no país, técnicas avançadas de correção monetárias devido ao fenômeno inflacionário vivido até 1994. Vários autores se destacaram no Brasil dentre eles: Carlos de Carvalho, Francisco D"Áuria, Frederico Herrmann Júnior, Hilário Franco, Antônio Lopes de Sá, Américo Mateus Florentino.

Algumas Entidades são de suma importância e relevância para o país, como o Conselho Federal de Contabilidade - CFC, Instituto Brasileiro de Contabilidade - IBRACON, e a Comissão de Valores Mobiliários - CVM.

Para Iudícibus e Marion (2000, p. 282.):

O banco Central e a Receita Federal também têm tido atuação nas legislações contábeis, bem como outras entidades em sua esfera de atuação, sem esquecer a legislação comercial propriamente dita, como a lei nº 6.404 de 1976, sobre as sociedades por ações que, em sua parte contábil, mostrou grande avanço.

De acordo com Iudícibus e Marion (2000, p.282): "A contabilidade, no Brasil, tem todas as condições para formar entre as mais avançadas do mundo, faltando um maior investimento na área educacional e de pesquisa".

3 EDUCAÇÃO SUPERIOR

Conforme dados de 2005 e 2006 publicados pelo Ministério da Educação – MEC, o Brasil possui 2.398 IES, sendo que destas, 177 são Universidades, 185 Centros Universitários e 2.036 Faculdades. A Tabela 01 mostra esses dados por região, onde se observa um maior número de IES na região Sudeste (corresponde a 57,56% do total), o menor número destas na região Norte.

O segundo maior estado em número de IES, o Nordeste, com 21% do total das IES do Brasil, mostra mais especificamente no Estado do Rio Grande do Norte na Tabela 02, onde, dessas 426 IES existentes no Nordeste, 22 encontram-se no Rio grande do Norte, ou seja, pouco mais de 5%.

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Tabela 01 – Número de IES, segundo a região geográfica. Brasil – 2005.

Fonte: INEP/MEC.

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Tabela 02 – IES por organização acadêmica 2006 no RN

Fonte: adaptado com dados do MEC/INEP

Indicadores das IES do Brasil de 2005 também fornecidos pelo MEC apontam, conforme Tabela 03, que em todos os Cursos, teve-se 2.429.737 (dois milhões quatrocentos e vinte e nove mil setecentos e trinta e sete) vagas oferecidas em todo o Brasil (sendo aproximadamente 1% no Rio Grande do Norte), sendo que 5.038.220 (cinco milhões trinta e oito mil e duzentos e vinte) alunos inscritos, apenas 1.394.066 (um milhão trezentos e noventa e quatro mil e sessenta e seis) ingressaram nas IES, 4.453.153 (quatro milhões quatrocentos e cinqüenta mil cento e cinqüenta e três) alunos matriculados em Graduações, e 717.858 (setecentos e dezessete oitocentos e cinqüenta e oito) concluíram.

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Tabela 03 – Corpo discente Brasil/RN

Fonte: adaptado com dados do MEC/INEP

Ainda com dados de 2005 do MEC, quanto aos docentes, no Brasil tem-se 305.513 (trezentos e cinco mil quinhentos e treze), destes, 12,79% são graduados, 29,87% especialistas, 35,93% mestres e 21,41% doutores. Ver Tabela 04:

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Tabela 04 – Função Docente em exercício Brasil/RN

Fonte: adaptado com dados do MEC/INEP

Nota-se que no Rio Grande do Norte, o maior número de professores são mestres, seguidos de especialistas, doutores e graduados.

3.1 Educação Superior em Contabilidade

A primeira Escola de Contabilidade no Brasil foi a Fundação Escola Prática de Comércio Álvares Penteado, iniciada em 1902, que impulsionou o surgimento do Ensino Superior de Contabilidade, para continuar o processo de evolução do Ensino Comercial.

Em 1905, o Decreto Federal 1.339 reconheceu em caráter oficial, os diplomas expedidos pela Escola Prática de Comércio, e três anos depois (1908) iniciou o Curso Superior de Ciências Comerciais na mesma Fundação. Atualmente, a mesma é situada em São Paulo/SP, com o nome de Faculdade Álvares Penteado.

Em 1931, através do Decreto 20.158 de 31 de junho, foi instituído o Curso Técnico em Contabilidade com duração de dois anos para formar Guarda-Livros e de três anos para formar Peritos Contadores. Só em 1943, os Cursos Técnicos acima referidos foram transformados na categoria de cursos médios, garantindo aos concluintes o título de Técnico de Contabilidade.

O Curso de Ciências Contábeis e Atuariais foi criado através do Decreto-Lei 7.988 de 22 de setembro de 1945 (data em que se comemora o Dia do Contador), conferindo aos formandos o Grau de Bacharel em Ciências Contábeis e Atuariais. Apenas em 1949 foi iniciada a primeira turma.

Para contribuir com o Ensino Contábil, em 1946 surgiram o Conselho Federal de Contabilidade - CFC e a Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo – FEA/USP, que passou a ser o primeiro núcleo de pesquisas no Brasil envolvendo a Contabilidade. O Curso veio a efetivar-se com o advento da Lei 1.401 de 31 de julho de 1951, que desdobrou o Curso de Ciências Contábeis e Atuariais em dois, possibilitando aos formandos receberem o título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Em função da Ditadura Militar de 1964, profundas mudanças foram atribuídas à postura educacional do país através da Lei nº 5.540, que criou a departamentalização e a matrícula por disciplina, reformando o Ensino Universitário. Para Kraemer:

Na verdade, na maioria dos casos, não era interessante para grande parte dos profissionais da área contábil direcionar-se para a educação em Contabilidade, sendo-lhes mais rentável, ainda que com inúmeros problemas, trabalhar em escritórios ou departamentos de Contabilidade das empresas. (KRAEMER, 2005, p.70).

Nas décadas de 70 e 80, a atuação dos Órgãos de Classes e Associações ligadas à profissão teve maior repercussão, principalmente na emissão de informações contábeis, como também sobre profissionais e o ensino superior.

Já na década de 90, a resolução nº. 03/92 reformula o currículo de Ciências Contábeis, criando um currículo mínimo para o Curso, objetivando uma melhor qualificação dos profissionais de Ciências Contábeis; Disciplinas como Perícia Contábil, Ética Profissional e Monografia.

Em 2004, a Resolução nº 10/04 institui as diretrizes curriculares de graduação em Ciências Contábeis, e uma de suas atribuições refere-se ao perfil do formando que devem atender aos campos de conteúdo de formação básica (administração, economia, direito, métodos quantitativos, matemática e estatística), formação profissional (como auditorias, perícias, arbitragens, controladoria), e formação teórico-prático (estágio, atividades complementares e prática em laboratório).

Hoje, os profissionais da área estão, a todo o momento, a observar novas tendências. Para que os educandos tornem-se profissionais preparados, as IES devem concentrar-se nas diversas informações a serem repassadas aos discentes, como também fazer com que os mesmos adquiram a capacidade de criar e inovar conhecimentos. Para Kraemer:

Formar o cidadão, com a potencialidade de desenvolvimentos social, cultural, econômico e político da sociedade implica articular a universidade com as demais instituições sociais. A universidade não pode estar fora ou à parte da sociedade; ela é uma instituição social. (KRAEMER, 2005, p.70).

O número de Cursos de graduação em Ciências Contábeis no Brasil cresceu 48% em quatro anos. De acordo com o Instituto de Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - INEP, no Brasil, em 2000 existiam 510 cursos de graduação em Ciências Contábeis, passando para 641 em 2002, chegando a 753 em 2004.

Verifica-se um grande crescimento no número de cursos de graduação em contabilidade e ao mesmo tempo, devido às inovações tecnológicas e demais fatores socioeconômicos da última década, o surgimento de novos perfis de estudantes. Porém, cada professor possui uma maneira particular de ministrar suas aulas, construídas por meio de sua experiência social e profissional. Caso haja uma falta de atualização didática dos docentes ao novo cenário da educação poderá ocorrer um desequilíbrio entre os métodos e as técnicas de ensino e os alunos, prejudicando o ensino da Ciência Contábil. (PASSOS e MARTINS, 2006, p. 66).

3.1.1 Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

O marco inicial de dotar Mossoró de uma instituição de ensino superior é a Faculdade de Ciências Econômicas de Mossoró - FACEM, instituída através da Resolução n. º 1/43, de 18 de agosto de 1943, por iniciativa da Sociedade União Caixeiral, citada acima, onde sua luta somou-se com a União Universitária Mossoroense, fundada em 09 de julho de 1955, composta por universitários de Mossoró que estudavam em outras cidades. A entidade foi presidida por João Batista Cascudo Rodrigues que veio a ser o primeiro reitor da Universidade Regional do Rio Grande do Norte - URRN.

Com o objetivo de implantar progressivamente e manter a URRN a Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte - FURRN foi criada pela Lei Municipal Nº. 20/68, de 28 de setembro de 1968, pelo prefeito Raimundo Soares de Souza.

A Lei Municipal n.º 41/63, de 5 de dezembro de 1963, sancionada pelo prefeito Antônio Rodrigues de Carvalho, cria a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência e da Técnica - FUNCITEC que, em 1968, foi transformada em FURRN pelo então prefeito Raimundo Soares de Souza. Após a transformação da FUNCITEC em FURRN, o governador do Rio Grande do Norte, Walfredo Gurgel, autorizou o seu funcionamento como instituição superior, através do Decreto Estadual n. º 5.025, de 14 de novembro de 1968.

Assim, inicialmente Integravam a URRN, nos termos da Lei n. º 20/68, a Faculdade de Ciências Econômicas de Mossoró, a Faculdade de Serviço Social de Mossoró, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mossoró e a Escola Superior de Enfermagem de Mossoró.

Em 19 de fevereiro de 1973, o prefeito Jerônimo Dix-Huit Rosado Maia segmentou a administração da Instituição e a FURRN passou a ser gerida por um presidente, responsável pelas atividades burocráticas e a captação de recursos financeiros. A URRN passou a ser gerida por um Reitor, encarregado das ações acadêmicas. Esse modelo administrativo vigorou por alguns anos e voltou mais tarde a ser gerida por uma só pessoa, juntamente com os conselhos superiores, a mantenedora (FURRN) e a mantida (URRN).

Uma das situações mais importantes para a continuidade da Instituição foi dada no dia 08 de janeiro de 1987, através da Lei nº 5.546, pelo governador Radir Pereira, que estadualizou a FURRN, onde já contava com o Campus Universitário Central e os Campi Avançados de Açu, Patu e Pau dos Ferros. Essa luta pela estadualização uniu todos os segmentos acadêmicos e vários setores da comunidade.

A URRN, conforme Portaria Ministerial n.º 874, de 17 de junho de 1993, e Decreto n.º 83.857, de 15 de agosto de 1993, do ministro Murílio de Avellar Hingel foi reconhecida pelo Conselho Federal de Educação, em sessão realizada no dia 4 de maio de 1993.

Em 29 de setembro de 1997, através da Lei Estadual n. º 7.063, o governador Garibaldi Alves Filho transformou a Universidade Regional do Rio Grande do Norte em Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, mantendo, no entanto, a sigla URRN.

Em 15 de dezembro de 1999, através da Lei n. º 7.761, o Governo do Estado alterou a denominação de Universidade Estadual do Rio Grande do Norte para Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN, como também a alteração da mantenedora, passando de Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte para Fundação Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - FUERN, através do Decreto Nº 14.831, de 28 de março de 2000.

A seguir, alguns dados interessantes a serem observados:

Carga Horária Total: 3120 horas

Tempo do Curso: Entre 05 e 07 anos (máximo)

Grade Curricular: 1999

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É importante salientar que todas as informações citadas a partir deste parágrafo referentes a esta instituição, foram baseadas na entrevista aplicada à coordenadora do curso da mesma - ver Apêndice B ou análise de dados.

A grade curricular vigente será reformulada e há uma consciência de todos com relação à necessidade de reformulação da mesma. O critério de avaliação regimental é prova escrita sem consulta.

A Instituição comporta aproximadamente trezentos alunos e sua média de matriculados é aproximadamente sessenta alunos, que participam de atividades que estimulem seu aprendizado na instituição através da Semana Universitária, eventos em parcerias com o Conselho Regional de Contabilidade e outras Faculdades. Os professores são liberados parcialmente para cursar mestrado e publicam trabalhos em eventos nacionais e internacionais.

O quadro docente é formado em sua grande maioria por Professores aprovados em concurso público, e professores com contrato provisório aprovados em processo seletivo, nas mais variadas especialidades. Além disso, não há quase nenhuma evasão (segundo a entrevistada), e há um grande desempenho dos discentes nos concursos públicos.

Quanto ao Planejamento Pedagógico, a Comissão de Contábeis cria o Plano de Desenvolvimento institucional - PDI do Curso e planejam o futuro do Curso/Universidade no curto, no médio e longo prazo.

No incentivo à pesquisa, os financiamentos públicos não atendem a toda Instituição, mas, seus alunos são estimulados para pesquisa pelos próprios métodos de ensino. Na Tabela 06 mostra-se 1/3 (um terço) dos professores da instituição do curso de Ciências Contábeis, que foram mencionados pela coordenadora do curso:

Professor

Titulação

Adriana Martins de Oliveira

Especialista

Antonio Cláudio Noberto Paiva

Especialista

Antonio Marcos Soares Brasil

Especialista

Auris Martins de Oliveira

Mestre

Saulo Medeiros Diniz

Especialista

Sérgio Luiz Pedrosa Silva

Mestre

Flávio José Dias Xavier

Mestre

Tabela 06 – Um terço (1/3) dos professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte do curso de Ciências Contábeis por titulação.

Fonte: Elaborada pela autora (2006)

3.1.2 Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater Christi

A Escola Mater Christi foi fundada no dia 25 de setembro de 1989, com a pré-escola, logo, em 1992, a primeira série do Ensino Fundamental foi introduzida e em seguida todo o Ensino Fundamental e Médio. Com sua proposta educacional inovadora, aliando tecnologia a uma didática interativa, envolvendo aluno e professor no processo de construção do conhecimento, ampliou suas atividades educacionais.

Com o intuito de atender as necessidades de formação profissional da população e do mercado de trabalho da cidade e demais localidades, a Faculdade de Mater Christi (Ensino Superior) resultou de um processo evolutivo da Sociedade Educacional Mater Christi, depois de 14 (quatorze) anos de experiência com demais graus de ensino.

A Faculdade iniciou suas atividades com a efetivação do primeiro vestibular em 21 e 22 de abril de 2001, oferecendo 50 (cinqüenta) vagas semestrais para o Curso de Administração, 40 vagas semestrais para o Curso de Direito e 40 vagas semestrais para o Curso de Sistemas de Informação, respectivamente, tendo uma grande aceitação das comunidades local e regional. No segundo semestre do ano seguinte, implantou o Curso de Ciências Contábeis, oferecendo 50 (cinqüenta) vagas semestrais, atendendo a área empresarial e governamental.

Assim, a Faculdade Mater Christi encontra-se devidamente credenciada, mediante Portarias do MEC que homologaram parecer favorável da Comissão de Verificação para os cursos de Administração, Direito, Sistemas de Informação e Ciências Contábeis (Sob Portaria 2413 de 07.07.2005, com Conceito "A").

Em convênio com a Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, sede Mossoroense, em abril de 2003, a Faculdade instalou seu primeiro Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Direito Público e atualmente comporta também o Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Gestão Estratégica de Negócios, Segurança do Trabalho e Engenharia do Petróleo.

A Faculdade possui grande influência nas cidades circunvizinhas, abrangendo alunos de municípios como Aracati e Russas (CE), Areia Branca, Apodí, Caraúbas, Felipe Guerra, Grossos e Pau dos Ferros (RN) e Catolé do Rocha (PB).

Desta forma, a Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater Christi, no uso de suas atribuições, procura responder às necessidades da sociedade na qual se insere, através de transformações e avanços sociais, científicos e tecnológicos na oferta de Cursos de Extensão, Graduação e Pós-Graduação.

Dados referentes ao curso de Ciências Contábeis da instituição:

Nome do Coordenador: Professor Especialista José Nilson Rodrigues

Monografias.com

Tabela 07 – Dados de Especificação do Curso/Mater Christi

Fonte: Fornecida pelo Coordenador

Monografias.com

Tabela 08 – Grade Curricular vigente do Curso/Mater Christi

Fonte: Fornecida pelo Coordenador

É importante salientar que todas as informações citadas a partir deste parágrafo referentes a esta instituição, foram baseadas na entrevista aplicada ao coordenador do curso da mesma - ver apêndice C ou análise de dados.

A grade curricular acima foi reformulada no 2º semestre de 2005, o curso de Ciências Contábeis foi reconhecido pelo MEC com conceito CMB (correspondente ao conceito A pelo MEC) e encontram-se matriculados no curso aproximadamente 170 alunos. Nos últimos semestres foram em torno de trinta alunos, e em 2006.2 todas as cinqüenta vagas foram preenchidas. Os mesmos participam de vários eventos, como por exemplo, a I Mostra de Trabalhos Científicos do Curso de Ciências Contábeis, Semana Acadêmica, prática contábil oferecida no Laboratório de Informática (onde o aluno liga a teoria à prática) e outros eventos oferecidos à população pelos alunos junto aos professores, como a Declaração de Imposto de Renda.

O critério de avaliação é Prova escrita sem consulta e a cada semestre é feito um planejamento pedagógico com os professores, onde são abordadas as questões para a melhoria do ensino. Durante o semestre, o Coordenador do curso fica atento ao andamento das atividades dos professores e pede opiniões dos alunos referentes aos professores, sempre com o propósito de melhorar cada vez mais a qualidade do ensino do curso.

Além disso, existe o acompanhamento da Coordenação de Pós-graduação, Pesquisa e Extensão para o desenvolvimento de Trabalhos de Iniciações Científicas, que proporcionam uma bolsa de 30% de desconto na mensalidade do curso, mas neste semestre, o mesmo foi suspenso para um melhor planejamento e distribuição das bolsas.

Os professores da Instituição ministram disciplinas de forma coerente com sua formação e para que o mesmo seja contratado, é necessário submeter-se a uma banca de avaliação docente, e no semestre 2006.2 abriu-se edital para o processo seletivo docente. Atualmente, somente um reside em Natal e suas aulas são concentradas em um único dia. Todos são conscientes da importância da interdisciplinaridade no curso, visando à melhoria e adequação ao projeto pedagógico. A instituição comporta os seguintes professores (Tabela 09):

Professor

Titulação

Alexandre Pires Monte Lima

Especialista

Ana Vitória Sobral de M. G. Fernandes

Especialista

Antonio Cláudio Noberto Paiva

Especialista

Antonio Erivando Xavier Júnior

Especialista

Benedito Florêncio de Queiroz

Mestre

Bianca Valente de Medeiros

Especialista

Carlos Alberto de Souza Soares

Especialista

Cacilda Alves de Souza

Especialista

Cássio Rodrigo da Costa Almeida

Especialista

Elisângela Cabral dos Santos

Mestre

Francisco Márcio de Oliveira

Especialista

Gilcélia Batista de Góis

Mestre

Gilmara Elke Dutra Dias

Especialista

Jaqueline Cunha de V Martins

Mestre

Jean Frederick Silva e Souza

Especialista

José Antonio de Melo Neto

Especialista

José Nilson Rodrigues

Especialista

Kellcilene Cabral de Paula

Especialista

Leonildo Tchapas

Mestre

Magnólia Maria da Rocha

Mestre

Maria do Socorro Oliveira

Mestre

Moisés Vidal Araújo

Mestre

Raimundo Falcão Ferreira Neto

Especialista

Ytatiane Amorim de Souza

Graduada

Tabela 09 – Relação dos professores da Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater Christi do curso de Ciências Contábeis por titulação.

Fonte: Elaborada pela autora (2006)

3.1.3 Universidade Potiguar

A Universidade Potiguar - UNP, mantida pela Associação Potiguar de Educação e Cultura - APEC, tem sede em Natal e integra o Sistema Federal de Ensino e foi fundada pelo Professor Paulo Vasconcelos de Paula, em 1981, sob a denominação de Faculdade de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas - UNIPEC, recebeu o credenciamento como Universidade em 1996 (D.O.U. 20/12/1996).

A UNP veio para Mossoró no primeiro semestre letivo de 2002 e nesse semestre abriu a turma de Ciências Contábeis, concluída no segundo semestre letivo de 2005. Duas turmas foram abertas totalizando aproximadamente 80 (oitenta) alunos, dos quais somente 38 (trinta e oito) concluíram o Curso que foi realizado em 04 (quatro) anos.

O primeiro Diretor do Curso de Ciências Contábeis, foi o professor Benedito Florêncio de Queiróz que assumiu o cargo por um semestre letivo, sendo substituído pelo professor José Sueldo Câmara permanecendo no cargo até a finalização do Curso. Ao concluir a primeira turma, não houve mais a oferta do Curso de Ciências Contábeis, pois o número de inscritos não foi suficiente para formar uma turma.

3.2 O pioneirismo no Ensino Contábil na cidade de Mossoró/RN

3.2.1 Escola Técnica de Comércio União Caixeiral

Situada à Praça Redenção, centro de Mossoró, a sociedade União Caixeiral foi fundada em 27 de agosto de 1911 por Francisco Isódio de Souza, juntamente com Alcides Galvão de Miranda, Afonso Freire de Andrade, Raimundo Nonato de Souza, Sebastião Fernandes Gurgel, Antônio Filgueiras Secundes, Luiz Bom e Manoel Marques. Portanto, pioneira no Ensino Contábil na cidade de Mossoró/RN.

Segundo Costa (2005, p.425):

Quando se faz referência ao edifício sede da antiga Sociedade União Caixeiral – Sociedade fundada em 27 de agosto de 1911 –, de imediato é estabelecido um paralelo ao processo histórico e evolutivo do sistema educacional da cidade de Mossoró, bem como, do Estado do Rio Grande do Norte.

A pioneira na educação contábil na cidade, foi palco da primeira escola de ensino profissionalizante de contabilidade do interior do Estado do Rio Grande do Norte, a Escola Técnica de Comércio União Caixeiral, fundada em 10 de fevereiro de 1936, pelo consolidador da União Caixeiral Alcides Dias Fernandes, passando a integrar o sistema educacional do estado com valiosas contribuições.

A escola capacitava os profissionais para lidar com o cotidiano comercial, formando técnicos capazes de exercer a escrituração contábil nas empresas do estado e demais localidades. Pessoas de cunho popular passaram pela instituição como professor e/ou aluno.

Segundo Costa (1984, p.288): "Grandes lentes, como Raimundo Nonato da Silva, Solon Moura, Abel Coelho, Raimundo Gurgel, Carlos Borges de Medeiros, entre outros, já passaram nas suas salas de aula." E continuando com Costa (1984, p.288):

"A minha geração liga, com facilidade, o nome dessa instituição aos nomes dos professores José Araújo, Antônio da Graça Machado e, funcionários Alcides Menezes Mascarenhas e Carlos Moura, o tradicional mudo do Solon".

A Escola Técnica de Comércio União Caixeiral disponibilizava também escolas de primeiro e segundo graus e cursinhos pré-vestibulares para alunos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN e da primeira instituição de ensino superior da cidade, a Faculdade de Ciências Econômicas de Mossoró - FACEM, instituída por meio da resolução n.º 01/43, de 18 de agosto de 1943.

Em 05 de abril de 1948, o Prefeito de Mossoró da época, Sr. Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia, assinava o Decreto-Lei n° 04/48, criando a Biblioteca Pública Municipal. Quarenta e oito anos depois, essa biblioteca, mais uma vez, por meio do Decreto de n. º 1446/96, passou a ser chamada de Ney Ponte Duarte, que teve vários locais e endereços desde a sua criação e o apoio da população em doações e recolhimento de livros e demais materiais didáticos.

Assim, visando a preservação do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural, a prefeitura municipal de Mossoró restaurou o edifício União Caixeiral (como é conhecido até hoje), investindo mais de um milhão de reais para formar a Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes Duarte, dirigido atualmente por Almir Nogueira Costa, professor que publicou um livro intitulado "Mossoró, Nossa Terra" discorrendo sobre a História de Mossoró, a nova estrutura desde então, propunha a melhoria da educação. Assim, a transição culminou a incorporação de duas importantes realizações na cidade para a educação.

A Biblioteca Municipal Ney Pontes Duarte vai muito além do que se refere à informação a seus usuários, é um dos símbolos da história do povo mossoroense, e como tal, é merecedora dessa brilhante infra-estrutura. A prestação de serviços, neste momento, ganha saltos qualitativos, e certamente o acervo histórico e cultural de Mossoró poderá ser melhor conhecido pelo seu próprio povo e por todo o país. (COSTA, 2005, p. 431).

 

3.3 Alguns Cursos Técnicos em Contabilidade na cidade de Mossoró/RN

3.3.1 Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - SENAC

O SENAC foi fundado em 10 de janeiro de 1946 pelos Decretos-Leis nº. 8.621 e nº. 8.622, com o objetivo de qualificar mão-de-obra para trabalhar no setor de comércio e serviços. Na época, as classes produtivas solicitaram a permissão ao governo brasileiro com vistas a melhorar o desempenho econômico do país.

A unidade mossoroense detinha um curso de Auxiliar de Escritório, onde o aluno adquiria conhecimentos teóricos e práticos de contabilidade e afins, como legislação trabalhista e fiscal, relações humanas, contabilidade geral (parte fiscal, lançamentos, balancetes, balanço e demais demonstrativos), matemática comercial, português e laboratório. Neste último, simulava-se uma abertura de uma empresa pedagógica comercial chamada ECTS LTDA, empresa de eletrodomésticos.

O professor responsável Eli Diógenes Holanda (Título de Bacharel em Ciências Contábeis em 1982, UERN), que está há 23 anos no SENAC, junto aos demais professores, destinavam parte da carga horária para que uma vez por semana os alunos tivessem aula laboratorial para conhecer todos os procedimentos legais de uma empresa, desde a abertura, sua manutenção e seu fechamento. A Empresa era muito bem elaborada, abrangia vários setores, como caixa e tesouraria, Almoxarifado e Estoque, Setor de Crédito, Vendas, Recepção e Pessoal, onde faziam pesquisa de mercado e declaração de imposto de renda. Os alunos saíam preparados para o mercado.

Numa reforma elaborada no SENAC em 1997, o curso de Auxiliar de Escritório passou a ser Curso Técnico em Contabilidade, onde a primeira turma conclui no ano seguinte. A carga horária do curso reformado passou a ter 1.200 horas, sendo que, além de constituírem uma empresa como já o faziam, neste, utilizavam sistemas informatizados (Sistema de contabilidade ECOS, por exemplo) e na conclusão do curso, tinham que se submeter à aprovação de um trabalho de conclusão de curso pelo orientador Eli Diógenes Holanda, que era os procedimentos contábeis de uma empresa, desde sua abertura até a manutenção periódica desta.

3.3.2 Escola Estadual Eliseu Viana

Além do SENAC, a Escola Estadual Eliseu Viana também disponibilizou o Curso Técnico em Contabilidade, fundado em 1972, a Escola passava a oferecer desde o primeiro contato do aluno na escola (o chamado pré-escolar) até sua profissionalização. Possuía além de Ensino Fundamental e Ensino Médio, Cursos Profissionalizantes que conferiam aos mesmos uma habilitação profissional em nível de 2º (segundo) grau.

Nos cursos profissionalizantes, além de conhecimentos específicos da área contábil, os alunos viam no primeiro ano disciplinas que faziam parte da Educação Geral, ou seja, Inglês, Matemática, História, Geografia, Língua Portuguesa, Ensino Religioso, Educação Física, entre outros. Mais dois anos os alunos viam disciplinas específicas da área e concluíam o curso com um estágio. Ver tabela 10:

Monografias.com

Tabela 10 – Disciplinas Profissionalizantes

Fonte: adaptada dos arquivos do Eliseu Viana.

4 A IMPORTÃNCIA DO MAGISTÉRIO CONTÁBIL

O profissional contábil abrange muitas áreas de atuação, inclusive no Magistério. Tendo em vista que o Contador fornece informações necessárias sobre o patrimônio da entidade, e que na necessidade de tomada de decisões devem estar preparados para fornecer elementos decisivos que ajudem os gestores na geração de lucro e desenvolvimento. Para isso, é necessário que o profissional utilize suas habilidades e conhecimentos técnicos, teóricos e práticos de contabilidade.

Questiona-se como sobreviveriam as futuras Empresas e demais usuários da Contabilidade sem que houvesse a transmissão dos conhecimentos específicos e relacionados à área contábil, havendo a possibilidade de gerar uma decadência nas Empresas e usuários da contabilidade e, por ser uma Ciência Social e exercer função social, afetaria também a sociedade.

Nota-se a extrema importância do Ensino Contábil ao mundo. Embora a Pesquisa signifique busca, investigação, produção de conhecimento, formação de conhecimento, há uma carência de pesquisas na área, profissionais mestres, doutores e pós-doutores.

De acordo com Marion (2001, p.12): "Entre mestres, doutores e pós-doutores há média de 70.000 no Brasil. Nos últimos 30 anos conseguimos formar em torno de 400 pós-graduados em Contabilidade".

4.1 O Profissional de Contabilidade

No Brasil, com duração de quatro a cinco anos, o Curso de Ciências Contábeis abrange profundos estudos teóricos e práticos das áreas de Contabilidade geral, avançada e especializada. Nos primeiros anos, o ensino é voltado para conceitos, controle e conhecimentos em Administração, Economia, Direito e métodos quantitativos em conjunto com a Teoria Contábil. Nos últimos anos, há um aprofundamento dos estudos, direcionados para especialidades da carreira de Contador.

Para Marion (2003, p.25): "A Contabilidade é uma das áreas que mais proporcionam oportunidades para o profissional. O estudante que optou por um curso superior de Contabilidade terá inúmeras alternativas [...]".

Sabendo-se que o Bacharel em Ciências Contábeis tem sua profissão regulamentada pelo Decreto-lei nº 9.295/46 e suas atribuições definidas pela Resolução nº 560/83, do Conselho Federal de Contabilidade, o campo de atuação é bastante amplo e o mercado de trabalho oferece muitas oportunidades para uma carreira bem sucedida. Atualmente, a profissão vive um momento valioso, onde houver uma Empresa de pequeno, médio ou grande porte, sempre existirá a figura do contador.

Profissional liberal, o Contador pode-se dizer um profissional de múltiplas funções, podendo ser: Autônomo; Empresário de Contabilidade; Auditor Independente, Auditor Interno; Consultor Tributário; Controller; Auditor Fiscal; Perito Contábil; Membro de Conselho Fiscal e de Administração; Árbitro em Câmaras Especializadas; Atuar na Área Acadêmica; Membro de Comitês de Auditoria; Membro em Entidade de Classe e Executivo.

4.2 Formação continuada do Magistério Superior

Dentro do contexto educacional contemporâneo, a formação continuada é um dos principais pontos na melhoria da qualidade do Ensino. O profissional moderno deve saber que sua formação acadêmica não termina na Universidade. Através de uma formação continuada, o profissional contábil adquirirá capacidade para enfrentar as novas tendências do mundo globalizado, podendo estar suprindo as expectativas das organizações, bem como atingir seus objetivos e os dos usuários.

Através de um programa do CFC que visa atualizar e aprimorar os conhecimentos de contadores que atuam no mercado de trabalho como Auditores Independentes, cria-se a Resolução CFC 1.060/05, com normas e regras para as Instituições e as Entidades aptas a serem capacitadoras.

Hoje, um professor destituído de pesquisas, de novos conhecimentos, é um indivíduo ultrapassado, sem visão auto-empreendedora, o mesmo deve sempre estar inovando, recriando, buscando novos horizontes na permeação de atualidades e diferenciais. Hypólito relata que:

Mesmo supondo que o professor tenha recebido adequada formação, a atualização é uma exigência da modernidade. Tabus caem, métodos são questionados, conceitos são substituídos, o mundo da ciência, do trabalho, da política, da empresa caminha velozmente para mudanças de padrões e exigências. Se o diploma abre as portas do mercado de trabalho, não garante a permanência nele. Os medíocres serão preteridos pelos melhores classificados. (HYPÓLITTO, 2004, p.03).

4.3 Aspectos metodológicos

Na atual conjuntura, onde os profissionais da Educação Contábil assumem responsabilidades de proporcionar aos estudantes de Contabilidade um ensino de elevado nível, a crescente necessidade do mercado de trabalho, exige profissionais com sólida formação e, até por questão de sobrevivência da Instituição, a preocupação com o melhor preparo continuado dos docentes em ministrar aulas realmente eficientes e eficazes, torna-se incessante no meio acadêmico.

Método de ensino pode ser considerado o conjunto de conhecimentos, seja técnico e/ou profissionais, eficientemente coordenados, repassados a um conjunto de pessoas aptas a receberem as técnicas e teorias de um determinado estudo sistematizado. Levar o aluno a produzir conhecimento, a incorporar seus próprios ideais.

Para Passos e Martins (2006, p. 67): "A técnica de ensino se transforma no instrumento para que o método de ensino possa alcançar seus objetivos, adaptada às circunstâncias e utilizando dos recursos que a instituição possui". Para Kraemer:

Formar o cidadão, com a potencialidade de desenvolvimentos social, cultural, econômico e político da sociedade implica articular a universidade com as demais instituições sociais. A universidade não pode estar fora ou à parte da sociedade; ela é uma instituição social. (KRAEMER, 2005, p. 66).

O professor de nível superior Contábil adquire a responsabilidade de formar pessoas com competências e habilidades, para dar a sua contribuição neste ambiente social, seja como docente, profissional ou pesquisador, obedecendo sempre aos padrões técnicos nacionais e internacionais. Assim, o docente deve estar fixamente refletindo sobre suas ações educativas e estratégias de ensino, para estimular os discentes a absorverem os conhecimentos transmitidos da melhor maneira possível.

Segundo Marion (2001, p.31):

Alguns dados por mim levantados no final da década de 70 e início de 80 indicavam uma situação nada alentadora, principalmente nas instituições de ensino particular: "Em média 41% dos estudantes de Ciências Contábeis estavam deixando a faculdade sem dominar adequadamente a técnica de debitar e creditar, mais da metade dos formandos deixavam os bancos escolares desmotivados diante da profissão que estavam abraçando; cerca de 68% achavam que não estariam preparados para assumir a contabilidade de uma empresa".

O Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação no Século XXI elaborou quatro pilares da educação para a UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Segundo Kraemer (2005, p. 67): "Esses pilares podem ser apontados como um referencial importante para ampliarmos nossa ação pedagógica. Os quatros pilares da educação devem ser a base ao longo de toda sua vida."

Os quatro pilares são:

  • Aprender a conhecer; compreender o mundo que nos rodeia,

  • Aprender a fazer; saber pôr em prática os conhecimentos,

  • Aprender a conviver; responsabilidade por um mundo mais solidário corresponde a uma das tarefas principais da Educação e,

  • Aprender a ser; a Educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa.

De acordo com Marion (2001, p. 127): "Entendemos que o professor, independente da matéria a ser ensinada, deveria conhecer bem seus alunos (público-alvo) e, em função disso, variar seus métodos de ensino".

O professor deve se ater também, ao planejamento diário de aula, para variar e consequentemente, melhorar o desempenho do aluno na percepção dos conhecimentos a serem absorvidos.

Dentre as mais variadas formas de ministrar aulas, tem-se: Aulas Expositivas, Exposições e visitas, Dissertação ou resumo, Projeção de Filmes, Seminários, Ciclo de Palestras, Discussão com a Classe, Resolução de Exercícios, Estudo de caso, Aulas Práticas, Estudo dirigido, Jogo de Empresas e Simulações.

A aplicação desses componentes na comunicação professor/aluno faz com que a qualidade de Ensino evolua significativamente, bem como os desempenhos dos futuros profissionais da área.

4.4 Pontos fortes e fracos no Magistério Contábil

O Magistério Superior é uma área em crescimento. A maioria das IES trabalham oito ou nove meses no ano. Essa profissão pode proporcionar férias prolongadas devido ao recesso atribuído a cada semestre, além dos feriados prolongados, semana santa, semana da pátria e os pontos facultativos permitem ao profissional maior liberdade que as outras profissões.

O professor, em especial contábil, estará livre dos problemas apresentados na rotina do escritório. Além disso, sempre haverá novas IES, necessitando de profissionais de ensino, garantindo parte do orçamento ou até da própria sobrevivência. A profissão é nobre devido à função de promover a continuidade dos conhecimentos contábeis, de formar profissionais para o mercado de trabalho, garantindo, muitas vezes, boa parte do desenvolvimento profissional dos discentes. Essa carreira não possui muitos concorrentes, e por isso, aumenta a oportunidade de nela se inserir e se aperfeiçoar, corrobora Marion:

Na verdade, dos professores de contabilidade que conheço, a maioria jamais planejou abraçar esta alternativa profissional. Curiosamente, da mesma forma, a maioria dos professores universitários da área contábil não está arrependida nem quer deixar sua atividade como docente da área contábil. (MARION, 2001, p.17).

O autor também relata que existem pontos fracos nessa atuação. O professor, muitas vezes, adquire atividades extra-sala de aula, como provas para corrigir e preparação de suas aulas, é uma das profissões mais mal pagas em países de Terceiro Mundo, e o mesmo, tem dispêndios com sua aparência, na compra de livros didáticos (que deveriam ser doados pelas Editoras), e transportes.

Porquanto, Marion (2001, p.24) acredita que o professor deve perceber alguns aspectos fundamentais para serem bem sucedidos nessa profissão: dominar as disciplinas que leciona; gostar das disciplinas que leciona; gostar dos alunos; ter senso de humor; memória; força de vontade; bondade; humildade; e marca.

5 ATUALIDADES DA CONTABILIDADE

Hoje, o contabilista não se restringe ao âmbito meramente fiscal, as Organizações necessitam de informações mais precisas e relevantes possíveis para a tomada de decisões e para atrair investidores. O profissional vem ganhando destaque no mercado em Auditoria, Perícia, Controladoria e Atuarial.

São áreas de Análise Contábil e Operacional da Empresa, e, para Atuários, um profissional raro, há também a especialização em Estimativas e Análises. O mercado para este profissional cresce em virtude de Planos de Previdência Privada. Por isso, o profissional deve estar atento às novas evidências contábeis que surgem e/ou modificam-se a todo o momento, como por exemplo, o surgimento da Contabilometria.

5.1 Atuária

Regulamentada pelo Decreto nº. 66.408 de 03/04/1970, a Atuária é a Ciência da análise de riscos, como também do cálculo dos prêmios e reservas relativas às operações de seguros, ou seja, a matemática dos seguros, que por sua vez, é o meio de controlar o risco, permitindo prevalecer à certeza. Em 22 de fevereiro de 1989, foi aprovado o Código de Ética do Profissional Atuário pelo Instituto Brasileiro de Atuária – IBA.

Essa Ciência divide-se em ramo vida e ramo não-vida. O primeiro trata-se das conseqüências das principais contingências da vida: nascimento, morte, doença, invalidez, desemprego e aposentadoria. O segundo são todos os demais e abrangem veículos, fogo, transportes, responsabilidade civil, habitacional e garantia de obrigações contratuais. Um outro ramo, o do risco financeiro, está em ascensão, existindo, ainda, a área de Planos de Capitalização.

Assim, ao realizar uma operação de seguro, o cliente paga uma quantia em dinheiro à Seguradora, chamada prêmio, para que em caso de ocorrência de algum prejuízo ela o indenize, resultado da ocorrência de evento impreciso ao objeto segurado.

Seus objetivos são: incentivar e proporcionar a pesquisa, o desenvolvimento e o aperfeiçoamento da Ciência e da Tecnologia dos fatos aleatórios de natureza econômica, financeira e biométrica, em todos os seus aspectos e aplicações; colaborar com as Instituições de Seguro, Saúde e Capitalização, Previdência Social e Complementar, organizações bancárias e congêneres; e, cooperar com o Estado, no campo de atuação do profissional de Atuária e na implementação da técnica atuarial.

As principais áreas de atividade do Atuário, segundo Moura (2006, p.01) são:

  • Empresas Seguradoras: Nas atividades de cálculo de prêmios, acompanhamento de contratos de apólices, planejamento de produtos, avaliação atuarial dos planos e assessoria técnica.

  • Entidades Fechadas de Previdência Privada ou Fundos de Pensão: Nas atividades de avaliação e acompanhamento atuarial, estudos de novos planos de benefícios e avaliação de desempenho de carteira de aplicações.

  • Entidades Abertas da Previdência Privada e Bancos: Nas atividades de avaliação e acompanhamento atuarial, desenvolvimento de produtos (planos de benefícios) e avaliação de desempenho de carteira de aplicações.

  • Órgãos Governamentais do Ramo de Seguro - Tais como: Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Superintendência de Seguros Privados e Secretaria de Previdência Complementar (SUSEP); Que aprovam planos previdenciários e de seguros em geral e acompanham e normatizam essas áreas.

  • Empresas de Capitalização: Desenvolvendo produtos e elaborando notas técnicas.

  • Mercado Financeiro: Avaliando os riscos financeiros, rating (avaliação dos riscos) de Empresas Financeiras e Estratégia de Investimentos.

Estudiosos afirmam que o exercício da profissão está restrito às pessoas que possuem o diploma de graduação em Atuária, mas, profissionais da área contábil, diante da atual conjuntura, deve atribuir valor a esse ramo também contábil, já que é atual e importante para as organizações.

5.2 Contabilometria

A Contabilometria é o ramo da Contabilidade que trata das variações de natureza contábil, ou seja, da mensuração de relações contábeis, econômicas, financeira e testa sua validade. É um tipo especial de análise econômica na qual a abordagem teórica geral é combinada freqüentemente através de procedimentos estatísticos complexos com mensurações empíricas dos fenômenos comportamentais de caráter econômico-financeiros, daí o pensamento de Corrar e Theóphilo:

Quando, em meados da década de 80, me aventurei a lançar um artigo intitulado "Existirá a Contabilometria?", na Revista Brasileira de Contabilidade, não poderia prever os desdobramentos que ocorreriam a partir desse incipiente e até ingênuo trabalho, no qual fazia uma analogia entre os eventos econômicos tratados pela econometria e, eu afirmava, os contábeis, que poderiam ser tratados pela contabilometria. Concluía afirmando que havia todas as condições para inaugurar esse novo campo de contabilidade. (CORRAR e THEÓPHILO, 2004, p. 13).

A mesma, mensura, estima, formula testes e faz uma previsão e é tão importante, que se tornou em alguns Cursos, Disciplina. Segundo Corrar e Theóphilo (2004, p. 13):

A disciplina, aos poucos, foi ganhando espaços nos currículos, tanto do curso de graduação quanto do de pós-graduação, e hoje é matéria bastante ensinada em universidades de ponta, pelo Brasil.

Alguns estudiosos afirmam também que a Contabilometria relaciona-se com Métodos Quantitativos – matemática, estatística e informática.

Segundo Silva, Chacon e Santos (2005, p. 5):

A Contabilometria representa a utilização de metodologia científica de Métodos Quantitativos (Matemática, Estatística e Informática) na Contabilidade. Tal uso resultará em criação de cenários contábeis que poderão auxiliar o gestor a tomar decisões.

A contabilometria proporciona ao aluno de métodos quantitativos o emprego das técnicas científicas para compreensão e análise de regressão, análise dos dados, bem como na obtenção de conclusões válidas na tomada de decisões baseadas em caráter contábil, necessário aos processos de planejamento e controle econômico-financeiro. Assim, Proporciona a aplicação de instrumental a problemas gerenciais, discutindo alguns conceitos das informações contábeis necessárias aos processos de planejamento, controle e tomada de decisão no âmbito da gestão econômico-financeiro de empresas.

Sabendo que a Contabilometria é uma nova propensão contábil, logo, a fim de se estabelecerem e se destacarem no mercado de trabalho, os gestores contábeis precisam se ater às novas tendências e habilidades técnicas e doutrinárias da profissão contábil, assim, consequentemente estarão a caminho da excelência profissional.

6 ANÁLISE DOS DADOS

Com relação ao problema e aos objetivos a serem atingidos na pesquisa, a análise de dados propõe-se mostrar um resumo da evolução histórica do ensino contábil na cidade de Mossoró/RN desde o início até os dias atuais:

Monografias.com

Tabela 11 – Evolução histórica do ensino contábil na cidade de Mossoró/RN.

Fonte: Elaborada pela autora (2006).

Na Tabela 11, pode-se observar que houve evolução do ensino na cidade, porque ao longo dos anos foram surgindo novas instituições, onde nas décadas de 30 e 40 tinham-se apenas cursos técnicos em contabilidade, evoluindo mais tarde, na década de 60, para curso superior em contabilidade (UERN), compondo assim, a cidade, em cursos técnicos e superiores, e hoje têm-se apenas cursos superiores em contabilidade (Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater Christi e UERN).

Quanto aos Sistemas Educacionais, muitos pontos foram citados pelos coordenadores dos cursos de Ciências Contábeis das IES da cidade de Mossoró/RN, dentre eles, 7 (sete) pontos principais foram resumidos em quadro para melhor entendimento:

Monografias.com

Tabela 12 – Avaliação dos Sistemas Educacionais Contábeis de Mossoró/RN.

Fonte: Elaborada pela autora (2006).

Em relação à UERN, segundo a Coordenadora de Ciências Contábeis, a grade curricular vigente será reformulada e há uma consciência de todos com relação à necessidade de reformulação da mesma. O critério de avaliação regimental é prova escrita sem consulta.

A Instituição comporta aproximadamente trezentos alunos e sua média de matriculados é aproximadamente sessenta alunos, que participam das atividades que estimulem seu aprendizado na instituição através da Semana Universitária, eventos em parcerias com o Conselho Regional de Contabilidade e outras Faculdades. Os professores são liberados parcialmente para cursar mestrado e publicam trabalhos em eventos nacionais e internacionais.

O quadro docente é formado em sua grande maioria por Professores aprovados em concurso público e professores com contrato provisório aprovados em processo seletivo, nas mais variadas especialidades. Além disso, não há quase nenhuma evasão, e há um grande desempenho dos discentes nos concursos públicos.

Quanto ao Planejamento Pedagógico, a Comissão de Contábeis cria o Plano de Desenvolvimento institucional - PDI do Curso e planejam o futuro do Curso/Universidade no curto, no médio e longo prazo.

No incentivo à pesquisa, os financiamentos públicos não atendem a toda Instituição, mas, seus alunos são estimulados para pesquisa pelos próprios métodos de ensino.

Quanto a Faculdade Mater Christi, sua grade curricular foi reformulada no 2º semestre de 2005, o curso de Ciências Contábeis foi reconhecido pelo MEC com conceito CMB (correspondente ao conceito A pelo MEC) e encontram-se matriculados no curso aproximadamente 170 alunos. Nos últimos semestres foram em torno de trinta alunos, e em 2006.2 todas as cinqüenta vagas foram preenchidas.

Os discentes participam de vários eventos, como por exemplo, a I Mostra de Trabalhos Científicos do Curso de Ciências Contábeis, Semana Acadêmica, prática contábil oferecida no Laboratório de Informática e outros eventos sociais oferecidos à população pelos alunos junto aos professores como a Declaração de Imposto de Renda.

O critério de avaliação é Prova escrita sem consulta e a cada semestre é feito um planejamento pedagógico com os professores, onde são abordadas as questões para a melhoria do ensino. Durante o semestre o Coordenador do curso fica atento ao andamento das atividades dos professores e pede opiniões dos alunos referentes aos professores, sempre com o propósito de melhorar cada vez mais a qualidade do ensino do curso. No semestre de 2006.2 a instituição abriu edital para professores.

Além disso, existe o acompanhamento da Coordenação de Pesquisa para o desenvolvimento de Trabalhos de Iniciações Científicas, que proporcionam uma bolsa de 30% de desconto na mensalidade do curso, mas este semestre, o mesmo foi suspenso para melhor análise e estruturação.

Os professores da Instituição ministram disciplinas de forma coerente com sua formação e para que o mesmo seja contratado é necessário submeter-se a uma banca de avaliação docente. Atualmente, somente um reside em Natal e suas aulas são concentradas em um único dia. Todos são conscientes da importância da interdisciplinaridade entre as disciplinas do curso, visando à melhoria e adequação ao projeto pedagógico.

Para melhor entendimento, mencionou-se todos os esses dados no referencial teórico da pesquisa, no tópico específico de cada instituição.

Espera-se que o estudo sirva de guia para a comunidade acadêmica, bem como para embasamento teórico, auxiliando na qualidade do Ensino Contábil na cidade de Mossoró/RN.

Para futuras pesquisas, sugere-se um novo levantamento histórico sobre o ensino da contabilidade na cidade de Mossoró/RN, para compará-lo com a referida pesquisa, bem como uma abordagem sobre história da contabilidade na cidade de Mossoró/RN.

7 CONCLUSÃO

Com base na pesquisa sobre o ensino da contabilidade na cidade de Mossoró/RN, constata-se que este segmento, ao longo dos anos, tem se desenvolvido e proliferado na cidade para subsidiar boas e eficientes práticas contábeis e, assim, enriquecer a profissão de Contador na cidade. Por isto, foi de suma importância relatar o ensino desta, desde seu pioneirismo, acompanhando sua repercussão e evolução, até suas principais práticas atuais na cidade.

Esta evolução do ensino contábil na cidade de Mossoró/RN procedeu da seguinte forma:

( Quanto ao ensino técnico;

  • Na década de 30, a cidade já dispunha de práticas de ensino inerentes a Contabilidade, através da Escola Técnica de Comércio União Caixeiral, onde hoje, visando à preservação do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural encontra-se totalmente reformada e passou a ser chamada Biblioteca Pública Municipal Ney Pontes Duarte.

  • Dois lugares contaram com o curso técnico na área além da Escola Técnica de Comércio União Caixeiral, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (1946) e Escola Estadual Eliseu Viana (1972).

( Quanto ao ensino superior;

  • A Faculdade de Ciências Econômicas de Mossoró, instituída em 1943, foi a primeira Escola de Ensino Superior da cidade, e em virtude disso, mais tarde pôde oferecer o curso superior em Ciências Contábeis através da Fundação Universidade Regional do Rio Grande do Norte, criada em 1963, que passava a manter a atual Universidade do Estado do Rio Grande do Norte(1968).

  • Em 2001, em continuação ao Projeto do Colégio Mater Christi, nasce a Faculdade de Ciências e Tecnologia Mater Christi, onde passa a disponibilizar no ano seguinte, Ciências Contábeis.

Partes: 1, 2, 3


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