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Teoria da Localização de Krugman (página 3)

José Alberto Afonso Alexandre
Partes: 1, 2, 3

Conclusões

O conhecimento convencional da análise económica é que enquanto a grande integração global prejudicar interesses de grupos particulares, aumentará normalmente o rendimento real global de cada nação. Existem excepções a esta regra mesmo na maioria dos modelos convencionais: barreiras ao comércio, naturais bem como artificiais, devem às vezes substituir de facto as tarifas, e a sua remoção deve deixar alguns países numa situação pior. Contudo, modelos de comércio sugerem que a integração é sempre uma coisa boa.

Criticas a este conhecimento convencional têm sido longamente argumentadas, ao contrário, a grande integração usualmente produz vencedores e perdedores nacionais. Tradicionalmente, críticas heterodoxas argumentavam que a integração fomenta a desigualdade, de forma que uma economia mundial integrada divide entre um centro rico e uma periferia pobre, e que a pujança do centro se deve à custa da periferia. Só recentemente o contrário foi argumentado, que a globalização beneficia a periferia à custa do centro, ganhando terreno.

O que foi argumentado por Krugman e Venables, é que um modelo simples, em que a diferenciação regional é conduzida pela interacção entre economias de escala e custos de transporte, faz sentido tanto para os argumentos antigos como para os mais recentes. A economia mundial deve atingir um certo nível critico de integração antes de as forças que causaram a diferenciação entre centro e periferia poderem tomar apoio. Quando esta diferenciação ocorrer, o aumento nos rendimentos do centro é parcialmente à custa da periferia. Como procedimentos de integração posteriores, contudo, as vantagens do centro são erodidas, e o resultado é que os rendimentos da periferia aumentam em parte à custa do centro.

4 - Modelo da concentração urbana

Aspectos gerais

Krugman compara três propostas:

    1. A teoria neoclássica dos sistemas urbanos, que dá ênfase à compensação entre economias de aglomeração e deseconomias do tamanho da cidade;
    2. A nova geografia económica, que tenta derivar os efeitos da aglomeração das interacções entre o tamanho do mercado, custos de transporte e rendimentos crescentes ao nível da firma;
    3. Uma visão nihilística em que as cidades emergem como um processo aleatório em que existem rendimentos constantes para o tamanho da cidade.

O problema da urbanização e desigual desenvolvimento regional, que leva à formação de grandes metrópoles, é mais grave nos países em vias de desenvolvimento do que nos países industrializados.

O autor apresenta um modelo em que acentua o papel de factores relativamente mensuráveis como as economias de escala e custos de transporte que determinam o crescimento urbano. Nos países desenvolvidos as economias de escala estáticas tendem a parecerem pouco importantes. De facto, nos países avançados existe um incremento nas actividades de produção de informação mais do que na produção de bens tangíveis, as externalidades que induzem a aglomeração e os custos de transacção que fazem com que a distância se torne cada vez mais ténue.

Por contraste, os países em vias de desenvolvimento, têm mercados internos muito menores. Assim, as economias de escala convencionais são relevantes, e estes países ainda dedicam muita da sua força de trabalho em produtos tangíveis que devem ser transportados por estrada ou caminho de ferro.

Finalmente, a radical mudança nas políticas que teve lugar em alguns países em desenvolvimento, foi a de terem impactes maiores no desenvolvimento regional ou urbano. Posteriormente apresenta um exemplo: no México, o distrito federal tornou-se dominante durante o período da estratégia de desenvolvimento baseada na substituição das importações, bem como no extenso envolvimento do governo na economia. Como o país mudou para uma política de comércio orientada para as exportações, o centro de gravidade da indústria deslocou-se visivelmente para os Estados do norte do país. Decidindo a combinação desta mudança com a privatização e descentralização enfraqueceu o papel especial da Cidade do México.

O artigo expõe um modelo minimalista da nova geografia económica designado para aclarar o curso de tensão entre forças de aglomeração e forças de dispersão que determinam o tamanho das cidades. As implicações desta tensão são explicadas examinando um problema particular: de que maneira a política comercial deve afectar a tendência dos países em desenvolvimento terem grandes cidades capitais. Dois outros factores também são explorados que provavelmente terão talvez papeis mais importantes na determinação da estrutura urbana: a centralização do governo e a qualidade e a forma da infra-estrutura de transportes.

Abordagem do desenvolvi-mento urbano

A urbanização – e o desigual desenvolvimento regional, que é um processo intimamente relacionado – claramente envolve uma tensão entre forças centrípetas que tendem a atrair a população e a produção para as aglomerações e as forças centrifugas que tendem a quebrar as aglomerações.

A lista seguinte contém os principais tipos de forças centrifugas e centrípetas que aparecem nos vários modelos de crescimento urbano:

Forças centrípetas:

  • Vantagens naturais de sítios particulares: portos, rios; localizações centrais.
  • Externalidades do tamanho do mercado: acesso ao mercado; acesso aos produtos; trabalho abundante.
  • Externalidades puras: divulgação do conhecimento.

Forças centrifugas:

  • Forças mediadoras do mercado: custos de transporte, renda do terreno urbano; atracção de recursos dispersos, tal como terreno para cultivo.
  • Forças não relacionadas com o mercado: congestionamento, poluição.

No que respeita às forças centrípetas existe a distinção básica entre factores naturais que favorecem um sítio — como um bom porto ou uma posição central — e economias externas que originaram e reforçaram as vantagens do sítio. No que respeita às economias externas, são exemplos a difusão de conhecimento entre empresas vizinhas e efeitos do tamanho do mercado, quer no mercado de trabalho ou nas ligações entre os sectores a montante ou a jusante.

Do lado das forças centrífugas existe uma distinção similar entre as deseconomias não transaccionáveis (como o congestionamento) e factores como o preço do solo que são completamente mediados através do mercado. Uma distinção limitada mas por vezes importante aparece entre as forças que expulsam as actividades duma grande cidade, como os preços do solo urbano, e aquelas que atraem as actividades para o campo, como a existência de um mercado rural disperso.

A resposta é, com certeza, todas elas. Posteriormente, Krugman, apresenta várias abordagens analíticas da tensão entre a aglomeração e a dispersão que cria um sistema urbano.

Teoria neoclássica dos sistemas urbanos

Pelo menos dentro da economia a abordagem mais influente do desenvolvimento urbano é provavelmente aquela que devemos chamar de teoria neoclássica dos sistemas urbanos. Esta abordagem modela as forças centrípetas para a aglomeração como economias externas puras (portanto permite modelar a concorrência perfeita) e as forças centrífugas como surgindo da necessidade de transportar para o CBD dentro de cada cidade, uma necessidade que conduz a um gradiente da renda do solo dentro de cada cidade. No caso mais simples a tensão entre estas forças leva a um tamanho óptimo de cidade, não obstante, tal não garante que as forças do mercado produzirão esta cidade óptima.

Esta abordagem neoclássica foi grandemente desenvolvida por Henderson e seus seguidores, que acrescentaram dois contributos importantes. Primeiro, Henderson salientou que se as cidades têm o tamanho «errado», existem oportunidades de lucro potenciais para uma classe de empreendedores. Assim, os modelos do tipo que Henderson adoptou como hipótese de trabalho o facto de que a concorrência entre empreendedores produz cidades de tamanho óptimo.

Segundo, de acordo com Henderson, as economias externas devem ser bem específicas do sector (as indústrias têxteis devem encontrar benefícios externos na vizinhança das indústrias têxteis). Por outro lado, as deseconomias de transporte e preço do solo dependem do tamanho total da cidade, não do tamanho dum sector individual dentro dessa cidade. Assim, os modelos do tipo de Henderson prevêem o aparecimento de cidades especializadas, com cada sector de «exportação» da cidade produzindo um leque de sectores com divulgação mutua, e com sectores que não beneficiam desta divulgação buscando outras localizações. Por que as cidades são especializadas, esta abordagem explica a existência de um sistema urbano com vários tipos de cidades; visto que como o tamanho óptimo duma cidade depende da intensidade relativa das economias externas e das deseconomias do tamanho da cidade, e as economias externas são presumivelmente mais fortes em alguns sectores do que em outros, as cidades de diferentes tipos serão de diferentes tamanhos. A teoria neoclássica dos sistemas urbanos portanto oferece uma linha de acção que explica a existência não só de cidades mas também dum sistema de cidades de diferentes tamanhos.

Se os critérios ganhos com esta abordagem são impressionantes, ela tem importantes limitações:

  • as economias externas que conduzem à aglomeração são tratadas à posteriori, tornando difícil estudar o que deve influenciar a sua intensidade e assim dificultando a concretização de previsões de como as mudanças podem afectar o sistema urbano.
  • a confiança de muita literatura no pressuposto da concorrência entre planeadores de cidades, enquanto um útil projecto clarificador, força a credibilidade quando aplicado a enormes áreas urbanas.
  • a teoria neoclássica dos sistemas urbanos é inteiramente não-espacial: descreve o número e tipo de cidades, mas não diz nada acerca das suas localizações.

Nos últimos anos uma abordagem alternativa emergiu que partilha muitas das linhas de acção da teoria dos sistemas urbanos.

Teoria da concorrência monopolística

Em esta nova literatura, as economias de aglomeração não são admitidas, mas ao contrário derivadas da interacção entre economias de escala ao nível da empresa, custos de transporte e mobilidade dos factores. As economias de escala ao nível da empresa inevitavelmente implicam concorrência imperfeita; esta imperfeição é modelada usando a mesma abordagem (insatisfatória) da concorrência monopolística que jogou um grande papel na teoria do comércio e do crescimento ao longo dos últimos 15 anos. A literatura da «nova geografia económica», começou em Krugman (1991), apoiou consideravelmente a abordagem dos sistemas urbanos, mas a natureza de caixa negra das economias externas terminou, existe uma dimensão espacial, e os modelos não se relacionam mais na hipótese dos desenvolvedores de cidades que impõem resultados óptimos. Pelo mesmo motivo, de facto, a nova abordagem parece estar próxima do espirito da descrição do «processo cumulativo» do desenvolvimento urbano e regional associado com geógrafos como Pred (1966).

O modelo abaixo descrito insere-se nesta tradição, assim, vale a pena notar as limitações consideráveis desta abordagem. Dois pontos são de salientar:

    1. os sistemas de múltiplas cidades são difíceis de modelar usando esta abordagem.
    2. finalmente, pretendemos salientar um risco adicional tanto nos sistemas urbanos como nas abordagens da concorrência monopolística para o modelo urbano: devemos tentar explicar tomando um teste em que tentamos encontrar explicações deterministas de resultados essencialmente aleatórios. Contudo, esta noção não deve constituir exactamente uma teoria rival dos sistemas urbanos, a ideia de que existem criações largamente aleatórias requer pelo menos alguma discussão.

Sistemas urbanos aleatórios

A ideia geral sugerida pela classificação acima – que o tamanho das cidades era determinado pela tensão entre forças centrípetas e centrifugas – parece implicar a conclusão de que haverá em alguma economia um típico equilíbrio no tamanho da cidade. De facto, observa-se uma variedade de tamanhos de cidades. A teoria dos sistemas urbanos explica que existem diferentes tipos de cidades, cada uma com um tamanho característico. Por outro lado, a especialização urbana é cada vez mais difícil de detectar nos países avançados.

Suponhamos que não existe equilíbrio no tamanho da cidade – que os rendimentos constantes proporcionais aproximadamente aparecem sobre alguns tipos de tamanhos. E suponhamos que as cidades crescem através de algum processo aleatório, em que o índice de crescimento esperado é independente do tamanho da cidade. Então quanto maior for o processo aleatório este gera uma distribuição amplamente dispersa de tamanhos de cidades.

Esta abordagem nihilística levanta questões reais acerca de qualquer tipo de modelo de equilíbrio de um sistema urbano; de facto, se esta interpretação está correcta, então não deve haver tamanho de cidade óptimo ou em equilíbrio, simplesmente um processo aleatório que gera agrupamentos populacionais de vários tamanhos. A outro nível esta interpretação não pode ser completamente correcta: seguramente o tamanho da cidade deve interessar. (É o mesmo aspecto que se levanta dos estudos sobre o tamanho da distribuição das firmas, que também parece obedecer a leis).

Enquanto a experiência urbana varia bastante entre os países, parece haver quatro regularidades empíricas interessantes acerca das distribuições do tamanho urbano:

  • o rendimento per capita está negativamente relacionado com as medidas de concentração urbana;
  • a concentração do poder político conduz à concentração urbana;
  • a natureza da infra-estrutura de transportes modela a concentração urbana;
  • a abertura da economia condiciona a estrutura urbana.

Um modelo de concentração urbana

Este modelo baseia-se nas forças centrípetas que aparecem da interacção entre economias de escala, tamanho do mercado e custos de transporte, ou seja, ligações a montante e a jusante.

O modelo considera 3 localizações: 0, 1 e 2, em que 0 corresponde ao resto do mundo; 1 e 2 são dois locais internos. Só existe um factor de produção: trabalho. A oferta doméstica fixa de trabalho L é móvel entre 1 e 2, mas não existe mobilidade internacional do trabalho

Para gerar deseconomias de concentração urbana, pressupõe-se que em cada lugar a produção deve-se efectuar num único ponto central. Os trabalhadores necessitam de terra para lá viverem. Cada trabalhador necessita de um espaço fixo, ou seja, de uma unidade de terreno.

As cidades são extensas e estreitas, assim, os trabalhadores distribuem-se ao longo de uma linha. Este pressuposto implica que a distância do último trabalhador numa dada localização é simplesmente proporcional à localização da população.

As deseconomias que surgem da necessidade de transporte de pessoal reflectem-se tanto na renda do solo como nos custos de transporte. Os trabalhadores que vivem nos subúrbios da cidade não pagam renda do solo mas pagarão elevados custos de transporte. Os trabalhadores que vivem junto do centro da cidade evitarão estes custos, mas a concorrência assegurar-se-á que paguem uma renda do solo compensatória. O rendimento líquido dos custos de transporte declinará à medida que se deslocar do centro da cidade, mas a renda do solo sempre compensará exactamente o diferencial. Assim, dado um índice de rendimentos no centro, o rendimento líquido dos custos de transporte e da renda do solo será uma função decrescente do tamanho da cidade para todos os trabalhadores.

Para explicar a aglomeração perante estas deseconomias, devemos introduzir vantagens compensatórias da concentração. Essas devem surgir das economias de escala. A menos que as economias de escala sejam puramente externas às firmas, no entanto, devem conduzir à concorrência imperfeita. Assim, devemos introduzir as economias de escala de forma a permitir um modelo manejável de concorrência imperfeita.

De forma não surpreendente, o caminho mais fácil para fazer isto é com os artifícios familiares do modelo de concorrência monopolística. Suponhamos um grande número de produtos potenciais, nem todos actualmente produzidos. Cada produtor funciona como um monopolista maximizador do lucro, mas entradas livres conduzem os lucros para zero. O resultado será que uma grande concentração de população produz uma grande variedade de produtos diferenciados. (Faz pensar que a escala média de produção será também maior).

Só se houver custos de transacção entre localizações, assim, a localização com maior população é um bom lugar para ter acesso aos produtos (ligação a montante) e aos mercados (ligação a jusante).

Devemos pensar nos custos de transporte inter-regionais como consequências «naturais» da distância (se bem que afectados por investimentos nas infra-estruturas). Os custos de transacção com o resto do mundo, no entanto, envolvem não só custos naturais mas também barreiras alfandegárias artificiais. Assim, o nível dos custos de transporte para e do mundo exterior pode ser visto como uma política variável.

A interacção entre economias de escala, custos de transporte e mobilidade do trabalho é suficiente para gerar economias de aglomeração; a necessidade para transportar gera deseconomias do tamanho da cidade; e a tensão entre forças centrifugas e forças centrípetas fornece uma linha de acção para reflectir acerca da estrutura urbana.

Nesta história todos os trabalhadores acabarão concentrados num lugar, ganhando o mesmo salário. Assim, aparecendo para ser um modelo de concentração urbana mas não de desigualdade regional. Suponhamos, no entanto, que nem todos os trabalhadores eram móveis. Então é aparente que um padrão de centro-periferia pode emergir em que os trabalhadores móveis se aglomeram numa região, deixando para trás uma parte empobrecida daqueles trabalhadores que por qualquer razão não se podem ou não se querem mover. Histórias semelhantes podem também ser relevantes para a extrema desigualdade regional que se observa em alguns países em desenvolvimento.

O nosso próximo passo é examinar a relação entre a abertura do mercado e a concentração urbana.

Comércio livre e concentração urbana

Agora suponhamos que a economia está aberta ao comércio internacional, não obstante, com algumas barreiras naturais e talvez artificiais. Como mudará a história? Parece óbvio que o efeito é enfraquecer as forças centrípetas enquanto deixa as forças centrifugas mais fortes do que antes.

Consideremos uma grande cidade num país com uma política de comércio fortemente proteccionista. As firmas estarão dispostas a pagar salários suplementares de maneira a localizarem-se nestes centros precisamente devido à existência de muitas outras firmas, e assim, o tamanho do seu mercado está concentrado aqui. Também devem ser atraídas pela presença de outras firmas produzindo produtos intermédios. Por outro lado, os trabalhadores estarão perante elevadas rendas do solo ou elevados custos de transporte, mas estes serão pelo menos parcialmente contrabalançados por melhores acessos aos bens e serviços produzidos na metrópole.

Mas agora abrindo esta economia ao comércio internacional. A empresa típica venderá mais da sua produção no mercado internacional (e talvez adquira muitas das matérias-primas neste mercado também). Na medida em que a produção é mais para os mercados mundiais do que para o mercado interno, o acesso ao principal mercado doméstico torna-se menos crucial – e assim, o salário suplementar que as firmas estavam dispostas a pagar para a localização metropolitana cai. Ao mesmo tempo, os trabalhadores consumirão mais bens importados; eles estarão, todavia, menos dispostos a aceitar elevados custos de transporte e renda do solo de forma a estarem próximo dos fornecedores metropolitanos. O resultado pode ser de transformar uma concentração metropolitana sustentável em insustentável.

Se pressupormos que os trabalhadores se deslocam para qualquer lugar que ofereça elevados índices de salários reais, estamos perante uma situação de comportamento económico dinâmico. Quando o diferencial de salários reais é positivo, o trabalho move-se para o lugar 1; quando aquele é negativo, o trabalho move-se para o lugar 2.

Quando os custos de transacção com o mundo exterior são regularmente elevados, assim, a economia não é muito aberta, existe um equilíbrio, ainda que instável, em que o trabalho está igualmente dividido entre os dois lugares. Se mais de metade do trabalho está no lugar 1, este lugar oferecerá salários mais elevados, induzindo mais trabalho a deslocar-se para lá. Isto fortalecerá as ligações a montante e a jusante e induzirá ainda mais trabalhadores a moverem-se para lá e assim por diante.

Assim, neste caso de economia fechada, um processo cumulativo conduz a uma concentração de população numa única metrópole.

Se a economia é mais aberta, o equilíbrio em que a população estava igualmente dividida entre os dois locais é estável, e a concentração da população em um só lugar é insustentável. Assim, nesta situação tende-se a ter duas cidades com o mesmo tamanho em vez de uma enorme metrópole.

É óbvio que a industria mexicana mudou o seu centro de gravidade para fora da Cidade do México quando o país se mudou para as exportações. Neste caso, contudo, a explicação relaciona-se pelo menos parcialmente com o papel do acesso à fronteira com os EUA, bem como com o papel do programa «maquiladora» em fomentar o sector das exportações no norte do país. Krugman sugere, contudo, uma razão mais genérica porque é que as políticas que visam o interior do país encorajam o crescimento de grandes cidades e as políticas que visam o exterior desencorajam este crescimento.

Centralização política e desigualdade regional

Enquanto as relações teóricas e empíricas entre política comercial e estrutura urbana é um surpreendente e tão gratificante critério, não é seguramente a razão mais importante de por que as cidades dos países em desenvolvimento crescem tanto, ou por que a desigualdade regional é tão marcada nos países em desenvolvimento. Talvez a razão mais importante é o papel da centralização política.

A centralização política tem efeitos a vários níveis. O mais óbvio é que os assuntos do governo são uma fonte substancial de emprego.

Uma fonte mais ténue de concentração urbana é a importância do acesso ao governo, especialmente em estados altamente intervencionistas. Na sua forma mais simples, é simplesmente um resultado da concentração de grupos de pressão. Mais subtilmente, se as políticas de governo tendem a ser mais respondentes aos mais próximos, estes manifestam uma atracção importante pela área da capital para os negócios e actividades económicas.

A modelação económica per si não pode contribuir muito para a nossa compreensão destas preocupações políticas. Pode, contudo, ajudar-nos a compreender uma consequência futura da centralização política: os efeitos multiplicadores da concentração regional que podem resultar da despesa assimétrica do governo.

Consideremos uma variante na abordagem descrita nas duas últimas secções. Coloquemos as deseconomias de transportes e de preço do solo de lado e suponhamos, ao contrário, que existe uma população rural imóvel dividida entre duas regiões. A indústria será levada a concentrar-se numa região pelas ligações a montante e a jusante que já vimos em acção, mas contra esta força será a atracção pelo mercado fornecida pela população rural. Num modelo já concebido por Krugman (1991b) mostrou que o equilíbrio estável é aquele em que a industria está igualmente dividida entre as duas regiões.

Mas agora suponhamos que um governo colecta impostos à população rural em ambas as regiões, mas gasta-os todos em uma região. Obviamente, a última região torna-se o maior mercado, assim, atraindo mais indústrias.

Todavia, as ligações a montante e a jusante que foram geradas atraem ainda mais industrias para esta região, fomentando um processo cumulativo de concentração.

No entanto, deve ser a interacção entre a intensidade dos efeitos multiplicadores que produzem concentração regional e o grau de abertura da economia. A localização da industria próximo da capital, de maneira a ter vantagens no mercado que o governo e os seus empregados geram, será muito menos atractiva numa economia aberta do que numa economia fechada.

A infra-estrutura de transportes

A quantidade e a forma dos investimentos de um país na infra-estrutura de transportes pode afectar a tendência para formar grandes centros urbanos em pelo menos duas formas.

Os custos de transporte elevados são dentro dum país as vantagens mais fortes em termos de ligações a montante e a jusante de localizar a produção próximo duma concentração metropolitana estabelecida. Este efeito questiona se as ligações são suficientemente fortes para suportar uma concentração estabelecida perante as deseconomias de escala urbanas. Nesta expressão, o maior são os custos de transporte, o mais semelhante é a condição de sustentabilidade ser satisfeita.

A implicação é que a tendência para concentrar a actividade económica numa única grande cidade deve ser reforçada se o governo negligenciar a rede de transportes. Isto corresponde às percepções vulgares acerca do contraste entre decisões de localização nas economias avançadas e em desenvolvimento. Nas economias avançadas, bons transportes para os mercados (e boas comunicações) estão virtualmente disponíveis em qualquer lado, enquanto que nos países em desenvolvimento, as estradas e as comunicações frequentemente falham à medida que nos deslocamos para fora da capital.

Um problema mais subtil envolve a forma do sistema de transportes. Um sistema que está centrado na cidade principal provavelmente promove mais a concentração do que aquele que não favorece o movimento de bens e serviços para alguma direcção em particular.

Imaginemos um país com 3 regiões em vez de 2. E suponhamos que ao contrário de serem iguais em todas as direcções, os custos de transporte entre o lugar 1 e ambas as outras localizações são menores do que aquelas entre 2 e 3, assim, 1 é com efeito o centro do sistema de transportes.

Então é directamente para mostrar que mesmo se todas as 3 regiões oferecessem o mesmo tamanho de mercado, a região 1 seria a localização preferida para bens produzidos sujeitos a economias de escala: oferece melhor acesso ao mercado nacional do que alguma das outras regiões. Tipicamente, a concentração da população e a centralização do sistema de transportes reforçam-se uma à outra: os transportes ligam o ponto à grande cidade porque é onde os mercados e os fornecedores estão, e a concentração de negócios é maior devido ao papel que esta cidade tem como centro de transportes.

Só deveríamos especular que a tendência aparente dos países em desenvolvimento para terem distribuições mais concentradas do tamanho urbano deve-se numa importante medida à forma como a sua relativa pobreza conduz a um sistema de transportes limitado. Nos países avançados, o volume de tráfego é suficiente para assegurar que boas estradas liguem mesmo os centros menores; linhas de caminho de ferro frequentemente fornecem ligações directas que evitam as grandes cidades. Nos países em desenvolvimento, o tráfego é suficiente para suportar boas estradas somente para a capital. Aqui, também é, provavelmente, uma ligação política – um sistema que centraliza o poder político na capital é provavelmente para concentrar o investimento em infra-estruturas também próximo dela ou em projectos que a sirvam.

Implicações políticas

Posteriormente apresentam implicações políticas sobre a discussão do processo de urbanização e crescimento regional. Pela sua natureza, este é um assunto que se relaciona com as economias e deseconomias externas.

A moral geral dos modelos aqui descritos parece ser que, para as cidades nos países em desenvolvimento não serem tão grandes deve haver políticas económicas liberais, que são correntemente favorecidas pela maioria das instituições internacionais por outras razões. As políticas comerciais liberais aparecem provavelmente para desencorajar o crescimento da principal cidade; assim basta uma redução na intervenção do estado e uma descentralização de poder. O investimento em melhores infra-estruturas de transporte – um papel tradicional do governo – também parece caminhar na mesma direcção.

Concluindo, as políticas neo-liberais parecem ser benéficas para aliviarem os problemas criados pelo crescimento de grandes cidades e qualquer mudança efectuada pela política económica terá implicações no desenvolvimento regional e urbano dentro dos países.

Análise crítica das teorias de Krugman

Os trabalhos de Paul Krugman inscrevem-se no seio da corrente evolucionista e assim, constituem uma alternativa à análise tradicional da localização das actividades de produção. Com efeito, a partir do momento em que se dedica a explicar as modalidades de implantação das empresas em um mesmo lugar a partir duma repartição inicialmente dada de recursos e aplicando os princípios do cálculo à margem de variáveis como a distância, a procura ou os custos de transporte, os modelos desenvolvidos por Krugman têm por objectivo compreender o aparecimento e a evolução dinâmica dos sistemas localizados de produção. Eles tentam explicar sob que condições a aglomeração de um grande número de empresas num mesmo local constitui uma situação estável ou instável e por que processos endógenos esta última pode ser alcançada. Uma vez que os modelos neo-clássicos tradicionais saídos dos trabalhos pioneiros de Weber (1909), ou de Von Thünen (1826), ficam pela maior parte fundados na hipótese de rendimentos de escala decrescentes a fim de determinar a existência de um equilíbrio, estes desenvolvidos por Krugman tendem, ao contrário, a explicar quais são os factores que permitem pôr em evidência um processo de implantação de empresas em si dinâmico à semelhança dos rendimentos crescentes, dos efeitos da aglomeração, das externalidades pecuniárias ou das antecipações auto-realizadoras.

O conjunto dos seus trabalhos permite explicar de maneira formalizada em quê os processos dinâmicos descritos podem ser averiguados irreversíveis, estáveis ou instáveis e qual é a parte na evolução dos sistemas da cronologia dos acontecimentos históricos e das condições iniciais ou ainda das antecipações auto-proféticas.

A evidência dos trabalhos de Krugman visam a análise dos sistemas locais de produção numa via diferente e muitas vezes oposta àquela seguida pela teoria ortodoxa, nomeadamente em matéria de tomada em conta dos rendimentos crescentes ou das externalidades uma vez que trata de explicar os determinantes do crescimento dos territórios ou a evolução das tecnologias.

Este documento tem por objectivo de relembrar e comentar os principais resultados a que chegou aquele autor em matéria de localização das actividades de produção a fim de sublinhar a sua originalidade. Começamos, numa primeira etapa, por relembrar a origem, do ponto de vista da análise económica, de conceitos económicos sobre os quais se articulam estes trabalhos inicialmente apresentados na obra de Marshall para apreender os contributos actuais. Analisaremos, de seguida quais são os contributos dos modelos desenvolvidos por Krugman a fim de compreender em que é que diferem dos modelos tradicionais da localização e por que eles próprios contêm duas percepções do tempo que podem conduzir a resultados diferentes.

Influências do Evolucionismo de Marshall

Aparece claramente, através da leitura das referências de Krugman, que este autor se inscreve na continuidade duma análise heterodoxa da obra de Marshall. Neste sentido ele participa naquilo que é conveniente chamar, actualmente, o renascimento da análise marshalliana, nomeadamente quando começa por explicar quais são os mecanismos industriais que contribuem para a concretização dos rendimentos crescentes e a evolução dos sistemas localizados de produção. De facto, estes dois problemas estão ligados a Marshall e aparecem por sua vez nos sua obra "Princípios de Economia Política".

A referência a Marshall permite introduzir as noções de rendimentos crescentes e de feed-backs positivos entre adoptantes de um mesmo sítio de implantação, amplificando-se através de pequenos impulsos iniciais.

O conceito de rendimentos crescentes externos às empresas mas internos ao ramo ou ao sistema localizado de produção encontra uma aplicação evidente na explicação da organização das industrias e do crescimento dos distritos industriais ou das cidades industriais em que Marshall propõe um estudo. Com efeito, mostrou nessa obra que os factores que determinam a escolha de implantação das empresas resultam não só da repartição das vantagens economicamente dadas, mas também dos efeitos de aglomeração, das economias dos custos de transacção, dos progressos na qualificação da mão-de-obra ou ainda das características históricas ou sociais elaboradas endogenamente ao longa da evolução de um sistema localizado de produção. Assim, a organização industrial destes sistemas não se efectua unicamente por intermédio do mercado, mas articula-se essencialmente em torno de uma série de interdependências entre firmas, veiculadas pelas externalidades positivas, sendo elas mesmas o resultado da proximidade espacial. A análise de Marshall põe em evidência o conjunto dos factores indutores de inovações organizacionais e tecnológicas. A existência de externalidades positivas ou de vantagens construídas ao longo do desenvolvimento de um sítio pode levar um local de implantação a ser preferido depois de um desenvolvimento inicial relevante do acaso e auto-reforçado, mesmo que as preferências intrínsecas de algumas empresas deveriam no início do processo de adopção as conduzir a implantarem-se em outro local.

A análise dos textos de Marshall contribui para sublinhar a importância dos efeitos de reforço entre o aumento da procura e a implantação de um número importante de firmas em uma região delimitada. Estes efeitos de aglomeração são a fonte de Krugman para as externalidades pecuniárias que podem ser, sob certas condições, determinantes para o desenvolvimento de uma região. O autor opõe-se neste contexto às análises de Christaller (1933) e Lösch (1940) segundo as quais a repartição da produção manufactureira efectuar-se-ia unicamente em função da repartição da população agrícola. Ele defende, ao contrário, a tese segundo a qual a implantação das firmas obedece a efeitos de feed-back positivos de maneira que quanto mais se intensifica a concentração das firmas mais importante será o tamanho do mercado, e quanto mais este aumente permitirá induzir efeitos de arrastamento a montante e a jusante (Krugman, 1991).

O autor serve-se de três elementos essenciais ao argumento de Marshall a fim de ter em conta formas de dinâmica da localização industrial. A concentração das firmas permite a criação de um mercado de trabalho especializado e altamente qualificado. Favorece igualmente a produção de bens não-comercializáveis, nomeadamente em matéria de "segredos tecnológicos" de produção e de aprendizagem socialmente e automaticamente difundidos pelo meio ambiente indutor de uma verdadeira "atmosfera" industrial propícia à acessibilidade e à criação de novos conhecimentos. Enfim, contribui para uma melhor circulação de informação permitindo a elaboração de funções de produção mais eficazes do que no caso das firmas isoladas.

No entanto, outro argumento de Krugman, que aparece nomeadamente em "History versus Expectations", reside certamente na ideia que a concentração das empresas rege-se por uma dinâmica complexa que depende do valor relativo dado a certos parâmetros como o custo dos transportes, os rendimentos crescentes, a relação dos salários entre o sector agrícola e o sector industrial ou os custos de implantação. O autor é assim levado a mostrar por que, em certos casos, se pode admitir que são as condições históricas iniciais dum sistema que determinam a sua evolução (process past dependent), e por que em outros casos são as modalidades de antecipação dos agentes que favorecem a sua convergência rumo a um equilíbrio (process futur and/or past dependent). Aqui, ainda a referência a Marshall é explícita. Intervém sob a forma de uma questão através da qual o autor se interroga sobre os factores que permitem decidir entre: o peso das condições históricas iniciais e o da antecipação dos agentes, ou seja, entre o passado e o futuro, para compreender quais são os determinantes da evolução de um sistema dinâmico explicativo da localização industrial.

Assim, para Krugman, a ideia de economia externa remonta a Marshall e permitiu formular o conceito de backward-looking dynamics, o qual recebeu um tratamento umas vezes formal outras informal na determinação do equilíbrio de longa duração para a firma representativa, e encontra igualmente uma aplicação privilegiada na explicação do crescimento dos sistemas localizados de produção.

A importância das condições iniciais segundo Krugman é determinante no raciocínio marshalliano. Conduzem a colocar a hipótese que os factores de produção admitem evoluir gradualmente e lentamente de uma actividade menos lucrativa para uma actividade mais lucrativa ou um sítio de implantação para outro. Para que esta mudança se faça lentamente é necessário supor que é custosa, ou seja que depende de uma arbitragem entre custos de implantação elevados em um novo sítio, fracos custos de transporte do sítio inicial para o exterior e o diferencial de salários entre regiões favorável ao sítio inicial.

Ao contrário, se supormos que os agentes são capazes de antecipar esta modificação e de se interessarem pelos rendimentos crescentes futuros, ou ainda de anteciparem os seus ganhos futuros em termos de salários (diferencial de salários fortemente favorável ao sítio futuro em relação ao sítio inicial), a hipótese de antecipações autoproféticas poderá conduzir à convergência do processo para uma situação dada mais sensível às condições iniciais.

Que Krugman criou as bases para uma nova Economia do Desenvolvimento ninguém duvida. A sua investigação e proclamações introduziram estes campos com novo entusiasmo e energia. Krugman argumenta que devido aos economistas não poderem tratar os problemas confusos da economia do desenvolvimento e da economia regional com modelos matemáticos formais, eles ignoram estes campos. Através da sua própria investigação, demonstrou que aqueles problemas podem ser estudados com modelos formais actuais. Por isso, aqueles campos devem crescer em prestígio e importância. Esta promessa de reconhecimento e renascimento é precipitada para praticantes da velha economia regional e do desenvolvimento.

Para Isserman o modelo de Krugman da concentração urbana falha por ser demasiado simples. As pessoas concentram-se nas cidades porque as cidades oferecem uma grande variedade de bens, e as firmas concentram-se nas cidades porque as cidades oferecem grandes mercados para os seus bens. Os salários devem ser menores no meio rural porque as firmas absorveram os custos de transporte dos seus bens para o mercado urbano, e os preços são superiores nas áreas rurais devido ao custo de transporte dos bens da cidade. Estes baixos salários e elevados preços não conduzem ninguém para a cidade devido à elevada renda e custos de transporte urbanos que equilibram os salários elevados na cidade e os baixos preços.

Este modelo sugere que o comércio livre pode reduzir o tamanho ou, pelo menos, desacelerar o crescimento das principais cidades criando mercados alternativos para os produtores e novas fontes de bens para os consumidores. As empresas concentradas nas principais cidades não necessitam mais de maximizar o seu acesso ao mercado nacional, e a (sobre)urbanização não é mais necessária para criar um mercado. Do mesmo modo, com o acesso aos bens de todo o mundo, os consumidores não precisam de se localizar na cidade e pagar elevados custos de transporte e do solo urbanos.

Um argumento possível é contar os vários determinantes do crescimento urbano que o modelo ignora. A principal vantagem de simplificação ou modelação é que visa atributos-chave, exclui outros, pode trazer novos contributos. Um argumento mais interessante é explorar que os atributos escolhidos são talvez atributos errados e que os novos contributos são talvez implicações erróneas da má simplificação escolhida. Por outras palavras, avaliemos o modelo e as suas previsões no seu próprio terreno, ou seja, examinando como define os seus componentes-chave: cidades, campo (ou pequenas cidades), bens comercializáveis, infra-estruturas de transporte e migrações.

As cidades principais no modelo são pontos de produção que podem oferecer bons salários porque são os centros de mercado e têm baixos custos de transporte para satisfazerem esse mercado. São monocêntricas, com custos de transporte ao centro crescentes e rendas decrescentes com a distância ao centro. Têm mais população do que os outros locais. O campo (ou as pequenas cidades) devem oferecer baixos salários para absorver os custos de transporte de bens para o mercado da cidade.

A grande cidade não é o único centro produtor industrial. Tipicamente, é o centro governativo, o centro financeiro, o centro educativo, o centro intelectual, o centro de transportes e comunicações, o centro industrial. Assim, mesmo se uma grande proporção da sua produção é vendida aos mercados exteriores como resultado do comércio livre, só uma parte da sua base económica está livre da dependência da grande concentração de população. As suas outras funções, particularmente finanças, governo, comércio e comunicações, devem expandir e reforçar a sua posição dominante. No entanto Krugman reconhece alguns destes papeis, o seu modelo não. Consequentemente, o modelo deve produzir conclusões erradas observando os efeitos globais do comércio livre na concentração de população.

O efeito do comércio de bens manufacturados, além do mais, não deve acontecer. A sua base é a substituição dos mercados externos e bens para os mercados das grandes cidades. Para esta substituição ocorrer, os industriais das grandes cidades devem ser capazes de produzir para o mercado internacional, e os residentes citadinos devem ser capazes de poder gastar os bens produzidos pelo mercado internacional. Os produtores locais serão eliminados pelos competidores externos ou por competidores recentemente implantados em pontos óptimos para servir tanto o mercado mundial como o das grandes cidades, o efeito do comércio será forte. No modelo teórico extremo, a grande cidade cessará de existir se todas as indústrias se deslocarem para o terceiro ponto, ou seja, fora do país para o resto do mundo. Abreviadamente, não podemos conhecer a natureza ou tamanho do efeito do mercado na concentração de população até conhecermos melhor o que é produzido e produtível no país, que bens, para que mercados, bem como acerca dos níveis de rendimento nacionais e sistemas de distribuição.

Presumivelmente, algumas cidades pequenas e localidades rurais crescerão devido à sua produção para os mercados mundiais. As áreas rurais, todavia, produzem alimentos, recursos naturais e outros bens e serviços que são restringidos por atributos específicos à sua localização. Muitos destes bens não podem ser produzidos nas cidades. Deixando estes bens fora do modelo torna-se um problema quando apresentou conclusões acerca dos efeitos do comércio na urbanização. A liberalização do comércio deve ter efeitos bastante grandes na agricultura, por exemplo. Ao contrário dos bens manufacturados, os bens agrícolas devem ser substitutos perfeitos para bens agora consumidos no mercado mundial. O comércio de bens agrícolas deve envolver precisamente o que Krugman postulou para os bens manufacturados das grandes cidades.

Nesse caso, a liberalização do comércio teria sérias repercussões para as grandes cidades, mas o oposto daquilo que Krugman pressupôs. As importações deverão destruir a agricultura doméstica, como se temeu em França, Japão, Coreia e em muitos outros países. Um resultado plausível no cenário dos países em desenvolvimento, todavia, é o aumento da migração do campo para as grandes cidades. De forma alternativa, a liberalização do comércio deve capacitar o país para expandir as suas exportações, mas só tornando a agricultura mais intensiva em capital de maneira a aumentar a produção para os mercados mundiais. Esta mudança também deve destruir o actual sistema agrícola e causar desemprego rural adicional e migrações para as grandes cidades.

A natureza da infra-estrutura de transportes no modelo é também importante. Esta aparece para ser uma incompatibilidade entre o que é pressuposto na construção do modelo e o que está implícito nas previsões da liberalização do mercado. Crucial para o efeito do comércio previsto por Krugman é a capacidade para produzir para os mercados mundiais a partir de locais fora da grande cidade. Novamente, o modelo argumenta que a produção está concentrada na cidade, largamente, devido aos elevados custos de transporte para a cidade de qualquer parte do país. Aqueles custos de transporte empurram as pessoas para a cidade como consumidores e as empresas como produtores. Presumivelmente, as localizações alternativas são tão custosas em termos de transportes para serem servidas pelos bens a partir da principal cidade ou para produzir bens para servir essa cidade. É assim porque temos a grande cidade: as economias de transporte – pelo menos, de acordo com o modelo.

Com a entrada da liberalização do comércio, e o sistema de transportes parece repentinamente diferente. Agora esta basta para servir mais pontos. Para Krugman o caso da fronteira do México, este argumento é fácil: o sistema de transportes que interessa está fora do país uma vez que a fronteira ou porto é penetrado. Para outros casos, a história torna-se um bocado misteriosa. Devemos agora assumir uma infra-estrutura de transportes adequada de um lugar para o mercado mundial, considerando que antes pressupomos que não havia um sistema adequado deste lugar para a grande cidade. Assim, para o efeito do comércio previsto ocorrer, devemos mudar a infra-estrutura de transportes do país. Criando mercados adicionais através da liberalização do comércio enfraquecerá a dominância da grande cidade só se aqueles mercados podem ser satisfeitos a custos razoáveis a partir de vários pontos dentro do país. Novamente, os rendimentos actuais dependerão das particularidades de cada caso nacional.

Finalmente, a migração está implícita no modelo. A população desloca-se para a grande cidade até que os aumentos na renda do solo e nos custos de transporte conduzam o sistema urbano ao equilíbrio. Na realidade a população também se desloca para o estrangeiro. A liberalização do comércio que fomenta a produção interna deve reduzir a emigração – como os apoiantes da NAFTA argumentaram. Assim, a liberalização do comércio deve estimular a migração dentro do país, particularmente para locais onde a produção e a procura de emprego aumentem. Aqueles lugares devem também incluir a grande cidade, outra vez confundindo o pressuposto do efeito do comércio de Krugman.

A verdadeira resposta ao efeito do comércio tem muito a ver com as circunstâncias particulares do país visado, incluindo o que pode oferecer ao comércio internacional, que sistema de transportes e outras infra-estruturas pode reunir, o que acontecerá aos seus sectores rurais, a distribuição espacial dos seus recursos e população, e por aí adiante.

A conclusão de Krugman que uma redução na intervenção do Estado e um descentralização do poder poderão desencorajar o crescimento de grandes cidades não pode ser apreendida directamente a partir do modelo formal. Isto segue da discussão menos formal da centralização política e desigualdade regional de Krugman. A centralização política é "seguramente a razão mais importante" porque as cidades do Terceiro Mundo crescem tanto, de acordo com Krugman. Todavia, a centralização política não aparece explicitamente no modelo, parecendo que qualquer conclusão sobre o seu efeito não resulta do modelo. A centralização pode estar relacionada com o modelo, como Krugman pretende, sublinhando que o governo é ele próprio o maior empregador. Ele também afirma que se o governo for mais intervencionista, o acesso ao governo é mais importante, assim, mais «lobbies» contribuirão para a base económica e tamanho da cidade. Assim, os governos descentralizados e menos intervencionistas significarão menos população na capital. Todavia, a liberalização do comércio não necessita de ser acompanhada por governos descentralizados e menos intervencionistas.

A secção política de Krugman contém um exercício de modelamento formal interessante. Mostra que se o governo taxar a produção rural e gastar os rendimentos na cidade, resultará uma posterior concentração na cidade. Esta ilustração, um elegante subproduto do modelo, não é também um novo contributo. Os economistas agrícolas e outros argumentaram durante bastante tempo que a sobre-taxação do campo através de baixos preços agrícolas subsidiou as cidades e estimulou o crescimento urbano e industrial. Este é um conceito-chave da economia planificada soviética, está subjacente ao sistema económico chinês, para não mencionar as economias feudais, e é a pedra de toque da literatura de tendência urbana. Neste caso, o modelo meramente ilustra o conhecimento aceite, um bonito resultado mas não um novo contributo.

Finalmente, existe o argumento de Krugman para o investimento em infra-estruturas para desencorajar o crescimento das grandes cidades. Esta recomendação vem do modelo e é um reflexão directa do papel jogado pelos custos de transporte. Assim, é também um velho ponto na economia regional e do desenvolvimento. Ligações de transporte fracas dentro do país e sistemas de transporte focados na capital reforçam o papel dominante da cidade. Como Krugman nota, estes pontos parecem intuitivamente óbvios, como traduzem as recomendações políticas relacionadas.

Convém clarificar a interligação entre comércio e disparidades de rendimentos. As relações entre comércio, crescimento económico e disparidades de rendimentos entre países, numa economia mundializada marcada pelas diferenças crescentes entre países ricos e pobres, o comércio pode ser um factor de convergência de rendimento entre países.

As medidas que facilitem a fixação de «knowledge spillovers» que emanem do comércio – como a melhor e mais ampla educação, melhores infra-estruturas, protecção dos direitos de propriedade, etc. – são de forma inerente as mesmas medidas que facilitam o crescimento.

A liberalização do comércio é geralmente um contribuidor positivo para aliviar o subdesenvolvimento – permite à população explorar o seu potencial produtivo, apoia o crescimento económico, reduz as intervenções políticas arbitrárias e ajuda a evitar os choques económicos.

Liberalizar não pode significar perda de autoridade por parte do Estado, o seu papel será o de arbitrar os conflitos e de criar condições propícias ao bom desenrolar da actividade económica, responsabilizar os cidadãos alertando-os para os seus deveres. A liberdade deixa de existir quando a responsabilidade é esquecida. Quando se faz apelo dos direitos e se esquecem os deveres.

No entanto, a maioria das reformas criam alguns perdedores, e as reformas do comércio podem exacerbar a pobreza temporariamente. Por isso, deve ser implementada uma resposta política apropriada, para estes casos, por forma a atenuar as dificuldades, sendo necessário prever sistemas de protecção social e de reciclagem em vez de abandonar as reformas.

Em termos macro-económicos, a abordagem da substituição das importações não teve sucesso na promoção de elevadas taxas de crescimento a longo prazo, bases sustentadas para os países em desenvolvimento que queiram participar na economia global. A maioria dos países que utilizaram esta abordagem foram forçados eventualmente a abandoná-la devido aos problemas crónicos da sua balança de pagamentos e a problemas de orçamentos deficitários. Aqueles que ficaram basicamente presos a uma abordagem voltada para o interior ao longo dos anos, como por exemplo a Índia e o Paquistão, tiveram taxas de crescimento relativamente menores. Ao contrário, enquanto muitos países em desenvolvimento que se voltaram para políticas viradas para o exterior foram também muitas vezes forçados a abandonar estas políticas temporariamente devido a eventos externos inesperados ou a pressões políticas internas relacionadas com problemas de ajustamento; aqueles que foram capazes de sustentar estas políticas durante longos períodos parecem ter tido um crescimento mais rápido. Outro aspecto importante, é que tanto a abordagem voltada para o interior como a abordagem voltada para o exterior, envolvem muito mais do que as políticas comerciais e o próprio comércio. Por exemplo, um consentimento para atrair investimento directo estrangeiro, para manter as taxas de câmbio orientadas pelo mercado, para conservar a oferta monetária sob um apertado controlo, para constranger os défices orçamentais do governo e a corrupção, e controlar o comportamento monopolístico das empresas parecem ser componentes importantes das políticas de desenvolvimento voltadas para o exterior. A tentativa para isolar a importância relativa no crescimento de um componente particular tal como o volume de exportações ou políticas comerciais liberais contra políticas comerciais proteccionistas não parece fazer muito sentido, uma vez que existem inter-relações muito complexas entre estes tipos de políticas que as tornam altamente inter-correlacionadas.

Concluindo, Krugman não é o primeiro economista americano a começar uma nova geografia económica baseada na teoria económica matemática. Walter Isard fê-lo nos anos 1950. Ele chamou-lhe Ciência Regional, mas era de facto uma nova geografia económica baseada na aplicação de ferramentas contemporâneas da economia à análise espacial. Isard ofereceu modelos teóricos formais da localização, especialmente da empresa, e métodos de análise empíricos, incluindo a maioria dos modelos de input-output regionais. O trabalho de Krugman é uma continuação das preocupações de Isard com a modelação matemática do comportamento económico num contexto espacial. Incorpora o espaço da mesma forma, ou seja, principalmente através dos custos de transporte. Isard focou-se no principio das substituições como Krugman faz com os rendimentos crescentes. Isard e Krugman também partilham um fascínio pela busca de teorias gerais e pelo potencial das estruturas teóricas originando economias externas.

A ciência regional de Isard teve sucesso, mas mais entre os geógrafos do que entre os economistas. Nos anos 1960 e 1970 a ciência regional era discutivelmente o campo mais perigoso da geografia. A ciência regional ofereceu à velha geografia económica uma mensagem não muito diferente da de Krugman. Procurou leis de comportamento sobre o espaço, focadas no universal, ofereceu novas técnicas matemáticas, e prometeu grande respeitabilidade para a geografia dentro das Ciências Sociais. De facto, a geografia pode agora tornar-se numa verdadeira «ciência» social. A história da ciência regional é demasiado extensa para ser aqui contada, mas a revolução na ciência regional, a revolução quantitativa na geografia, levaram a uma contra-revolução. Provavelmente, a maioria dos geógrafos actualmente vê a ciência regional como demasiado teórica, demasiado geral, demasiado matemática e demasiado neoclássica, com muito pouca «região» e demasiada «ciência». A ciência regional sempre foi ridicularizada como um «cul-de-sac» intelectual onde a "influência tem sido perversa, obstruindo teorias, técnicas e políticas relevantes. Todavia, o lado analítico e metodológico da ciência regional prospera dentro da geografia matemática, económica e demográfica. A investigação inclui estatísticas espaciais, análises locativas e modelos, modelos de interacção espacial e aspectos dos Sistemas de Informação Geográfica.

Ainda, muito recentemente, artigos sobre economia regional eram raros nas principais revistas de economia. Krugman (1991a, p.4) apresenta uma explicação:

A negligência pelos problemas espaciais em economia aparece na maioria das vezes a partir dum simples problema: como conceber a estrutura do mercado. Essencialmente, para não dizer nada útil ou interessante acerca da localização da actividade económica no espaço, é necessário deitar fora os rendimentos constantes e a abordagem da concorrência perfeita que ainda domina a maior parte das análises económicas. Tanto quanto os economistas esqueceram as ferramentas analíticas para pensar rigorosamente acerca dos rendimentos crescentes e concorrência imperfeita, o estudo da geografia económica estará condenado a ficar fora do campo de actuação da economia. De facto, como os padrões de rigor na economia aumentaram, o estudo da localização tem sido empurrado cada vez mais para a periferia intelectual.

Krugman apresenta o mesmo argumento para a economia do desenvolvimento: "os teóricos do desenvolvimento foram incapazes de formular as suas ideias com a precisão requeridas por uma economia cada vez mais orientada para a formulação de modelos e foram assim deixados para trás".

A nova geografia económica de Krugman ainda está no seu primeiro estádio, talvez comparável à nova ciência regional de Isard por volta de 1956 depois da publicação do seu primeiro livro teórico. Mas, a geografia económica não pode ser reformada na base dos princípios da economia.

O trabalho de Krugman é economia, não geografia. Krugman somente gosta do termo geografia económica – mas a escolha da palavra por Krugman é provavelmente tão pobre como foi para Isard. O incómodo «economia geográfica» (semelhante à categoria «economia demográfica»), se não o familiar economia regional ou teoria da localização, ou mesmo economia espacial, tornariam claro que a Krugman faltam ambições.

Se a nova geografia económica combinar o estudo do mundo real com o estudo da economia matemática, deve ser capaz de evitar o «cul-de-sac» da modelação irreal e conclusões infundadas.

A ciência regional eventualmente encontrou um nicho útil entre o excesso teórico, por um lado, e o excesso descritivo, por outro. Aprender a apreciar o papel da teoria em disciplinar a investigação e o papel do mundo, dados e análise estatística em disciplinar a teoria. Se a nova geografia económica eventualmente não partilhar esta ênfase no teste empírico, também deve a seu tempo ser ridicularizada como modelação simplista.

De forma resumida, apesar de a nova geografia económica perder algumas das lições substantivas e conceitos básicos da primeira economia regional e geografia económica, mostra uma orientação empírica saudável que a seu tempo suportará a condução para modelos teóricos mais ricos. A teoria só não funciona – particularmente quando faz distâncias importantes para as implicações políticas. Há muito a dizer acerca da concepção de modelos empíricos regionais formais que estão enraizados na compreensão da região.

A teoria da localização de Krugman baseada no comércio argumentou que o problema definido pela geografia económica é suficiente para explicar as concentrações de população e/ou das actividades económicas – a distinção entre faixa industrializada e faixa agrícola, a existência de cidades, o papel dos agrupamentos de empresas. Duma maneira geral é claro que todas estas concentrações criam e sobrevivem devido a algumas formas de economias de aglomeração, em que a concentração espacial cria o ambiente económico favorável que apoia a concentração posterior. E para algumas finalidades deve ser simplesmente suficiente para iniciar a existência de tais economias de aglomeração.

Como devem os rendimentos da concentração espacial ser modelados? Há um século Alfred Marshall sugeriu uma tripla classificação. Em terminologia moderna, ele argumentava que os distritos industriais apareciam devido à divulgação de conhecimento, às vantagens de mercados centrais para tarefas especializadas, e às ligações a montante e a jusante associadas com grandes mercados locais. Enquanto todas as três forças de Marshall funcionam no mundo real, os novos modelos geográficos têm negligenciado os primeiros dois, essencialmente porque restam difíceis para modelar de uma maneira explicita. No entanto, foram focados no papel das ligações.

O tema das ligações é fácil de explicar. Os produtores desejam escolher localizações que (i) tenham bons acessos aos grandes mercados e (ii) tenham bons acessos aos fornecedores de bens que eles ou os seus trabalhadores necessitam. Contudo, um lugar que por qualquer razão às vezes tem uma concentração de produtores tenderá a oferecer um grande mercado (devido à procura gerada pelos produtores e seus trabalhadores) e uma grande oferta de matérias primas e bens de consumo (feitos pelos produtores). Estas duas vantagens correspondem preci-samente às «ligações a montante» e «ligações a jusante» da teoria do desenvolvi-mento. Devido a estas ligações, a concentração espacial da produção, uma vez estabelecida, tende a persistir – e uma pequena diferença no tamanho económico inicial de duas localizações equivalentes devem tender a crescer sempre.

Contudo, existem algumas questões que as discussões tradicionais das ligações e da geografia económica não levantam. A mais importante destas é a natureza da concorrência. A história das ligações só funciona se existirem rendimentos crescentes na produção ao nível da firma individual – de outro modo a firma não pode concentrar a produção onde o mercado é maior, mas estabelecer uma oportunidade separada para servir cada mercado. Mas se existirem rendimentos crescentes, a concorrência deve ser imperfeita.

Durante quanto tempo fica uma concentração espacial da actividade económica sustentável? e quando se torna um equilíbrio simétrico, sem concentra-ção espacial, instável? As respostas a ambas as questões dependem do equilíbrio entre forças centrípetas, forças que tendem a promover a concentração espacial das actividades económicas, e forças centrifugas que se opõem a tal concentração.

Os artigos de Krugman refocaram a nossa atenção nos mercados, custos de transporte e centralização do governo para explicar por que o desenvolvimento ocorre em alguns lugares e não em outros.

O trabalho de Paul Krugman e os seus modelos são notáveis e adicionam contributos às teorias locativas clássicas de von Thunen, Weber, Losch e Christaller. De facto, segundo ele, "por mais mudanças que se façam nas políticas económicas, as suas implicações para o desenvolvimento regional e urbano dentro dos países é um problema importante".

No entanto, é nosso entendimento que o trabalho de Krugman é Economia e nunca Geografia, pois negligencia outros aspectos importantíssimos do desenvolvimento, ou quanto muito refere-os de forma bastante leve.

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http://www.oecd.org/eco/eco

Dados do Autor:

Nome: José Alberto Afonso Alexandre

E-mail: jaaalexandre[arroba]gmail.com ou jaaalexandre[arroba]hotmail.com

Mestre em Inovação e Políticas de Desenvolvimento (Universidade de Aveiro)

Licenciado em Geografia (Universidade de Coimbra)

Publicação em «monografias.com» de:

«O planeamento estratégico como instrumento de desenvolvimento de cidades de média dimensão», (https://www.monografias.com/pt/trabalhos/planeamento-cidades/planeamento-cidades.shtml);

«Rumo à sustentabilidade: o planeamento urbano participativo», (https://www.monografias.com/pt/trabalhos2/sustentabilidade-urbana/sustentabilidade-urbana.shtml);

O turismo em Portugal: evolução e distribuição, (https://www.monografias.com/pt/trabalhos2/turismo-portugal/turismo-portugal.shtml).

 

José Alberto Afonso Alexandre

josealexandre[arroba]aveiro-digital.net

jose_alexandre[arroba]megamail.pt

18 de Fevereiro de 2001

Universidade de Aveiro

Departamento de Ambiente e Ordenamento

Partes: 1, 2, 3


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