A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho



Partes: 1, 2, 3, 4

PERSONAGENS

ARMANDO DUVAL

JORGE DUVAL, seu pai

GASTÃO RIEUX

SAINT-GAUDENS

GUSTAVO

CONDE DE GIRAY

ARTHUR DE VARVILLE

MÉDICO

ARTHUR

MENSAGEIRO

MARGARIDA GAUTHIER

NICHETTE

PRUDÊNCIA

NANINE

OLÍMPIA

ANAIS

EMPREGADOS E CONVIVAS

A ação tem lugar em casa de Margarida; numa casa de campo em Auteuil; em casa de Olímpia e, novamente, em casa de Margarida.

ATO I

("Boudoir" de Margarida. Uma porta ao fundo; à direita, uma lareira, à esquerda, uma porta aberta, deixando à mostra uma mesa e candelabros. Á direita, entre a lareira e a porta do fundo, outra porta. Piano, mesas, poltronas e cadeiras).

CENA I

(Nanine está trabalhando; Varville está sentado junto à lareira. Ouve-se a campainha).

VARVILLE Estão batendo.

NANINE Valentim vai abrir.

VARVILLE De certo é Margarida.

NANINE Ainda não. Só deve chegar às dez e meia e ainda são dez horas... Veja! É dona Nichete

CENA II

NICHETTE (Da soleira, entreabrindo a porta) Margarida não está?

NANINE Não, senhora. Queria falar com ela?

NICHETTE Não. Passei por aqui e subi para lhe dar um abraço; mas como não está já vou andando.

NANINE Espere um pouco, ela não deve demorar.

NICHETTE Não, não tenho tempo; Gustavo está lá embaixo. Ela vai bem?

NANINE Vai como sempre.

NICHETTE Diga-lhe que um dia desses venho vê-la e que lhe deixei um abraço. Até logo, Nanine. Adeus, meu senhor. (Cumprimenta e sai).

CENA III

(Nanine e Varville)

VARVILLE Quem é essa moça?

NANINE É dona Nichette.

VARVILLE Nichette! Isso é nome de gata, não é nome de gente.

NANINE É um apelido. Tem os cabelos tão crespos que parece mesmo uma gatinha. Foi colega da patroa na loja onde ela antigamente trabalhava.

VARVILLE Então Margarida já trabalhou numa loja?

NANINE Foi bordadeira.

VARVILLE Ora vejam!

NANINE O senhor não sabia? Não é nenhum segredo.

VARVILLE É bem bonitinha, essa Nichette!

NANINE É ajuizada!

VARVILLE E esse tal de Gustavo?

NANINE Que Gustavo?

VARVILLE O que ela disse que estava esperando lá embaixo?

NANINE É o marido dela.

VARVILLE Então é o senhor Nichette?

NANINE Ainda não é o marido, mas logo vai ser.

VARVILLE Portanto, é o amante. Muito bem… A mocinha é ajuizada mas já tem o seu amante.

NANINE Que só gosta dela, como ela só gosta dele e sempre há de gostar. E com quem vai se casar, ouça o que estou lhe dizendo. Dona Nichette é uma moça direita.

VARVILLE (Levantando-se e se aproximando de Nanine). Afinal de contas, pouco me importa... Parece que não estou ganhando terreno aqui.

NANINE Não está mesmo.

VARVILLE Que idéia de Margarida...

NANINE O que?

VARVILLE Sacrificar todo o mundo a esse tal de Mauriac, que deve ser um bom cacete.

NANINE Coitado! É a única felicidade que tem... É um pai para ela... mais ou menos.

VARVILLE Claro! Anda correndo por aí uma estória muito patética. Infelizmente...

NANINE Infelizmente, o que?

VARVILLE Eu não acredito nela.

NANINE (Levantando-se). Ouça, Sr. barão, há muito de verdade no que corre sobre a patroa; razão de sobra para não se dar ouvidos ao que é falso. Mas uma coisa eu lhe digo, porque vi com os meus próprios olhos, e Deus é testemunha de que não estou levando e trazendo pois a patroa não tem o menor interesse em enganá-lo, nem se preocupa o mínimo em estar bem ou mal com o senhor. ... Mas como eu ia dizendo, há dois anos atrás, depois de uma modéstia grave, a patroa foi para uma estação de águas, convalescer. Eu fui com ela. Entre os doentes que freqüentavam o balneário havia uma moça, mais ou menos da idade dela, e com a mesma moléstia, só que em grau mais adiantado. As duas pareciam gêmeas. Essa moça era a filha do duque de Mauriac.

VARVILLE E a moça morreu.

NANINE Pois é.

VARVILLE E o duque, desesperado, descobrindo nos traços, na idade e até na moléstia de Margarida a imagem da filha, implorou que o recebesse e que o deixasse amá-la como um pai. Então Margarida confessou sua condição...

NANINE Porque a patroa não mente.

VARVILLE Justo. Mas como Margarida não se parecia com ela no moral, tanto quanto se parecia no físico, o duque prometeu-lhe tudo, contanto que ela mudasse de vida com o que Margarida concordou logo. Mas de volta a Paris é claro que se esqueceu de tomar ao pé da letra a palavra dada. E o duque... vendo que só recebia metade da felicidade, cortou-lhe a mesada pela metade. Resultado: Margarida tem hoje 50.000 francos de dívidas.

NANINE Que o senhor está pronto a pagar. Infelizmente há quem prefira dever dinheiro aos outros, que reconhecimento ao senhor.

VARVILLE Mesmo porque o conde de Giray está sempre à mão.

NANINE O senhor é impossível! O que eu posso afirmar é que a estória do duque é verdadeira, dou-lhe a minha palavra. Quanto ao conde não passa de um amigo.

VARVILLE Pronuncie melhor a palavra.

NANINE Isso mesmo, um amigo! Que língua o senhor tem, credo! Estão batendo. Deve ser a patroa. Posso contar a ela o que o senhor andou me dizendo?

VARVILLE (Dando-lhe a bolsa). Não, Nanine, não conte.

NANINE (Pegando a bolsa). O senhor merecia que eu contasse.

CENA IV

MARGARIDA (À Nanine). Mande aprontar a ceia, Nanine. Olímpia e Saint-Gaudens vêm ai... encontrei-os na Ópera. (À Varville). Você por aqui, Varville? (Vai sentar-se junto à lareira).

VARVILLE O meu destino, senhora, é esperar por vós...

MARGARIDA Mas o meu destino, senhor, não é vos aturar...

VARVILLE Enquanto não me fechar a porta, hei de vir.

MARGARIDA Com efeito, não há uma só vez que eu entre em casa que não o encontre esperando. O que ainda tem para me dizer?

VARVILLE Você bem sabe.

MARGARIDA A mesma coisa, sempre! Que monotonia Varville!

VARVILLE Que culpa eu tenho de gostar de você?

MARGARIDA Que bom argumento! Meu caro, se eu fosse obrigada a ouvir todos os que gostam de mim, não me sobrava mais tempo nem para jantar. Uma vez por todas, Varville, está perdendo seu tempo. Deixo você vir quando lhe dá na cabeça entrar quando não estou em casa, me esperar até minha chegada...nem sei bem porque. Mas pretende continuar falando de seu amor sem me dar trégua, eu o mando embora.

VARVILLE No entanto, Margarida, o ano passado em Bágnères, você me deu esperanças.

MARGARIDA Ah! Meu caro, isso foi em Bàgnères, eu estava doente, aborrecida... Aqui é diferente, estou me sentindo bem e não me aborreço mais.

VARVILLE Compreendo quando se é amada pelo duque de Mauriac...

MARGARIDA Que idiota!

VARVILLE E quando se gosta do conde de Giray...

MARGARIDA Posso gostar de quem quiser, ninguém tem nada com isso e muito menos você; e sé só o que tem a dizer, pode ir embora. (Varville começa a andar pela sala). Não quer ir embora?

VARVILLE Não.

MARGARIDA Então sente-se ao piano. É a única coisa que sabe fazer.

VARVILLE O que quer que eu toque? (Nanine entra durante a música).

MARGARIDA O que quiser.

CENA V

(Os mesmos, Nanine).

MARGARIDA Deu ordens para a cela, Nanine.

NANINE Dei, sim senhora.

MARGARIDA O que é isso que você está tocando, Varville?

VARVILLE Uma "Rêverie" de Rosselen.

MARGARIDA Que bonito!...

VARVILLE Escute, Margarida, tenho 80.000 francos de renda.

MARGARIDA E eu, 100.000. (A Nanine). Você esteve com Prudência?

NANINE Estive, sim senhora.

MARGARIDA Ela vem cá, hoje de noite?

NANINE Vem, sim senhora assim que chegar. Dona Nichette esteve aqui.

MARGARIDA E por que não me esperou?

NANINE O Sr. Gustavo estava lá embaixo. Quem também esteve aqui foi o doutor.

MARGARIDA O que é que ele queria?

NANINE Recomendar à senhora que não se esquecesse do repouso.

MARGARIDA Como ele é bom! E que mais?

NANINE Também trouxeram umas flores.

VARVILLE Que eu mandei.

MARGARIDA (Pegando o ramalhete). Rosas e goivos. Leve essas flores para o seu quarto, Nanine. (Nanine sai)

VARVILLE (Parando de tocar). Por que? Não gostou?

MARGARIDA Como é que me chamam?

VARVILLE Margarida Gauthier.

MARGARIDA Que apelido me deram?

VARVILLE A dama das camélias.

MARGARIDA Por que?

VARVILLE Porque são as únicas flores que costuma usar.

MARGARIDA O que quer dizer que são as únicas flores que me agradam, e que é inútil me mandarem outras. Se pensou que lhe ia abrir uma exceção, enganou-se, Varville. O perfume me enerva.

VARVILLE Não tenho mesmo sorte. Adeus Margarida.

MARGARIDA Adeus.

CENA VI

(Os mesmos, Olímpia, Saint-Gaudens, Nanine).

NANINE (Entrando). Dona Olímpia e o Sr. Saint-Gaudens.

MARGARIDA Até que enfim, Olímpia, pensei que não viesse mais.

OLÍMPIA A culpa foi de Saint-Gaudens.

SAINT-GAUDENS A culpa é sempre minha. Boa noite, Varville.

VARVILLE Boa noite, meu caro.

SAINT-GAUDENS Vai cear conosco?

MARGARIDA Não, não vai.

SAINT-GAUDENS (À Margarida). E você, menina, como tem passado?

MARGARIDA Muito bem.

SAINT-GAUDENS Ótimo! Então, como é? Vamos nos divertir hoje aqui?

OLÍMPIA É claro! Você não está presente?

SAINT-GAUDENS Pestinha! Ah! E Varville que não ceia conosco, não me conformo com isso. (A Margarida). Quando passei pelo "Galo de Ouro" pedi que me mandassem umas ostras e aquela champanha que só vendem a mim, uma delícia! Uma verdadeira delícia!

OLÍMPIA É Prudência, não vem?

MARGARIDA Vem sim.

OLÍMPIA (Baixo à Margarida). Por que não convidou o Edmundo?

MARGARIDA E você? Por que não o trouxe?

OLÍMPIA É Saint-Gaudens?

MARGARIDA Será que ainda não se habituou?

OLÍMPIA Ainda não, minha filha. Na idade dele é difícil pegar um hábito, principalmente um bom hábito.

MARGARIDA (Chamando Nanine). E a ceia, Nanine?

NANINE Daqui a cinco minutos. Onde quer que a sirva? Na sala de jantar?

MARGARIDA Não, aqui mesmo, estamos mais à vontade. E então, Varville? Você ainda não foi?

VARVILLE Já vou indo.

MARGARIDA (Na janela chamando). Prudência!

OLÍMPIA Ah, então Prudência mora ao lado?

MARGARIDA Em frente. Suas janelas ficam defronte às minhas. Estamos separadas por uma área apenas. É muito cômodo quando preciso dela.

SAINT-GAUDENS Ah! E o que é que ela faz?

OLÍMPIA É modista...

MARGARIDA Mas sou eu a única pessoa no mundo que lhe compra os chapéus.

OLÍMPIA Que, aliás, não usa.

MARGARIDA Já faço muito de os comprar, são medonhos! Mas é uma boa pessoa e vive precisando de dinheiro. (Chamando). Prudência!

PRUDÊNCIA (Do lado de fora). O que é?

MARGARIDA Se já chegou, por que é que ainda não veio?

PRUDÊNCIA Não pude.

MARGARIDA Por que?

PRUDÊNCIA Estou com visita, dois moços. E me convidaram para cear.

MARGARIDA Pois traga-os para cá, dá no mesmo . Como é que se chamam?

PRUDÊNCIA Um, você já conhece, é Gastão Rieux.

MARGARIDA Oh! Se conheço! E o outro?

PRUDÊNCIA O outro é um amigo dele.

MARGARIDA É o que basta; então venha de. pressa. Está fazendo frio, hoje. (Tosse um pouco à Olímpia, sentando-se perto dela). E você, como vai?

OLÍMPIA Bem.

MARGARIDA Ponha lenha no fogo, Varville, estamos gelados. Ao menos seja útil, já que não pode ser agradável. (Varville se abaixa diante da chaminé e atiça o fogo).

CENA VII

(Os mesmos, Gastão, Ar mando, Prudência, um criado).

O CRIADO (Anunciando). O Sr. Gastão Rieux, o Sr. Armando Duval, a Sra. Duvernoy.

OLÍMPIA Que finura! Quanta etiqueta!

PRUDÊNCIA Pensei que houvesse gente da alta.

SAINT-GAUDENS A Sra. Duvernoy já começa com as suas gentilezas.

GASTÃO Minha senhora, como tem passado?

MARGARIDA Bem e o senhor?

PRUDÊNCIA Ah! Que cerimônias são essas?

MARGARIDA Gastão agora é um moço de salão; depois, se eu falasse com ele de outro jeito, Eugênia me arrancava os olhos.

GASTÃO As mãos de Eugênia são pequenas demais para tão grandes olhos.

PRUDÊNCIA Chega de galanteria. Margarida, quero lhe apresentar o Sr. Armando Duval...

MARGARIDA Preciso me levantar?

ARMANDO Não minha senhora, não é preciso.

PRUDÊNCIA … o apaixonado mais fiel que você tem em Paris.

MARGARIDA (À Prudência). Diga que ponham mais dois talheres; pois acho que essa paixão não o vai impedir de cear. (Estende a mão a Armando, que se inclina e a beija).

SAINT-GAUDENS (A Gastão que está na sua frente). Que prazer em vê-lo, meu caro!

GASTÃO Sempre moço, hein meu velho?

SAINT-GAUDENS Sempre.

GASTÃO E como vamos de amores?

SAINT-GAUDENS (Mostrando Olímpia). Como está vendo.

GASTÃO Meus parabéns.

SAINT-GAUDENS Estava morrendo de medo de encontrar Amanda por aqui.

GASTÃO Coitada! Bem que gostava de você.

SAINT-GAUDENS Até demais. Mas havia um certo jovem de quem não conseguia se desvencilhar: o banqueiro. (Ri). Como é que eu podia fazê-la perder uma posição tão brilhante? Eu era o favorito. Esplêndido. Mas vivia escondido nos armários, rondando as escadas, esperando ao relento.

GASTÃO O que lhe dava reumatismo.

SAINT-GAUDENS Não, mas o tempo corre. E a mocidade passa. E Varville, coitado, que não ceia conosco? Não me conformo.

GASTÃO (Aproximando se de Margarida). estupendo, ele tem dezoito anos!

MARGARIDA Só os velhos é que não envelhecem nunca. Ele é estupendo.

SAINT-GAUDENS (A Armando, que Olímpia está lhe apresentando). Por acaso é parente do Sr. Duval, o coletor geral?

ARMANDO Sou, sim senhor é meu pai. O senhor o conhece?

SAINT-GAUDENS Conheci-o há tempos, em casa da baronesa de Nersay. A senhora sua mãe também por sinal que era muito bonita.

ARMANDO Morreu há três anos.

SAINT-GAUDENS Desculpe ter falado nisso.

ARMANDO Gosto que falem em minha mãe. As grandes afeições têm isso de belo: quando já não temos a felicidade de sentir, resta-nos sempre a felicidade de recordar.

SAINT-GAUDENS É filho único?

ARMANDO Não, tenho uma irmã… (Vão avançando para o fundo do palco, sempre conversando).

MARGARIDA (Baixo, a Gastão). É muito simpático, seu amigo.

GASTÃO Também acho. E além disso tem uma verdadeira paixão por você, não é mesmo, Prudência?

PRUDÊNCIA O que?

GASTÃO Estava dizendo à Margarida que Armando está louco por ela...

PRUDÊNCIA E verdade; nem pode fazer uma idéia!

GASTÃO Gosta tanto de você que nem se atreve a confessar.

MARGARIDA (A Varville, que está tocando piano). Fique quieto, Varville.

VARVILLE Mas é você que me manda sempre tocar piano.

MARGARIDA Quando estamos sós; mas não quando tenho visitas.

OLÍMPIA O que estão cochichando aí?

MARGARIDA Se quiser saber, preste atenção.

PRUDÊNCIA (Baixo) E dizer que esse amor já tem dois anos !

MARGARIDA Santo Deus! Já é um velho!

PRUDÊNCIA Armando vive em casa de Gustavo e de Nichette só para ouvir falar em você.

GASTÃO O ano passado, quando você esteve doente e passou três meses de cama, não lhe contaram que todos os dias um moço vinha pedir notícias, sem nunca deixar o nome?

MARGARIDA Estou me lembrando...

GASTÃO Pois era ele.

MARGARIDA Que amabilidade! (Chamando). Sr. Duval?

ARMANDO Minha senhora...

MARGARIDA Sabe o que estão me dizendo? Estão me dizendo que quando eu estive doente , senhor vinha saber de mim, todos os dias.

ARMANDO É verdade, minha senhora.

MARGARIDA O menos que eu posso fazer, agora, é agradecer-lhe. Está ouvindo, Varville? Você nunca foi capaz de fazer o mesmo.

VARVILLE Mas se eu só a conheço há um ano!

MARGARIDA E este senhor, que só me conhece há cinco minutos?... Você só diz bobagens, Varville. (Entra Nanine, acompanhada dos criados, trazendo a mesa).

PRUDÊNCIA Para a mesa! Estou morrendo de fome.

VARVILLE Adeus, Margarida.

MARGARIDA Adeus, meu amigo, e até quando?

VARVILLE Você é que sabe?

MARGARIDA Então, adeus.

VARVILLE (Cumprimentando). Meus senhores.

OLÍMPIA Adeus Varville, adeus meu caro (Enquanto isso os empregados arrumaram a mesa, que a esta pronto todos se puseram à mesa).

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