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Avaliação de fungos entomopatogênicos para o controle de Tetranychus urticae Koch (página 3)

Júlio Marcos Melges Walder

Partes: 1, 2, 3

 

Tabela 2
Porcentagens de mortalidades corrigida (acumulada) e confirmada de Tetranychus urticae e porcentagem de ácaros mortos contendo cristais, pela inoculação com 45 isolados dos fungos entomopatogênicos.

Dias após a Inoculação

Espécies*

Isolados

3 D.A.I.

4 D.A.I.

5 D.A.I.

Corrig.

Conf.

Cristais

Corrig.

Conf.

Cristais

Corrig.

Conf.

Cristais

M.a.

E6

25,3

72,4

100,0

56,5

80,6

100,0

62,1

42,8

100,0

M.a.

E9

31,5

75,7

100,0

57,3

84,0

100,0

81,9

86,9

100,0

B.b.

CB 02

20,0

87,5

100,0

76,1

94,4

100,0

87,4

72,7

100,0

B.b.

CB 04

0,0

100,0

100,0

21,6

76,7

80,0

38,1

64,7

90,0

B.b.

CB 06

23,2

83,3

100,0

60,2

78,0

60,0

76,2

40,0

83,3

B.b.

CB 07

4,3

33,3

100,0

47,2

85,4

100,0

74,7

80,8

100,0

B.b.

CB 13

16,3

39,1

88,9

56,2

76,3

100,0

80,7

95,6

100,0

B.b.

CB 14

9,1

90,0

100,0

34,1

93,7

80,0

52,4

72,2

80,0

B.b.

CB 15

11,1

83,3

80,0

55,7

57,1

80,0

79,8

68,2

100,0

B.b.

CB 16

6,5

100,0

100,0

56,3

92,0

100,0

79,2

95,6

100,0

B.b.

CB 21

6,5

100,0

100,0

51,3

97,8

100,0

75,0

100,0

100,0

B.b.

CB 23

18,5

52,0

80,0

49,4

76,7

100,0

79,5

82,1

100,0

B.b.

CB 24

4,5

100,0

100,0

54,3

96,0

100,0

77,1

95,6

100,0

B.b.

CB 44

5,4

76,9

100,0

40,4

76,5

100,0

68,7

81,5

100,0

B.b.

CB 47

4,5

75,0

100,0

53,3

97,9

100,0

78,1

100,0

100,0

M.a.

PL 47

17,0

100,0

100,0

67,3

100,0

100,0

94,8

100,0

100,0

B.b.

PL 63

14,2

81,2

70,0

49,3

89,2

90,0

73,6

91,7

90,0

B.b.

CB 66

0,0

0,0

0,0

19,0

88,9

100,0

26,5

100,0

100,0

B.b.

CB 74

17,4

62,5

100,0

50,6

75,0

100,0

72,3

85,7

100,0

B.b.

CB 75

6,5

100,0

100,0

58,4

79,2

100,0

81,3

88,5

100,0

B.b.

CB 87

1,0

100,0

100,0

1,1

27,3

33,3

10,7

25,0

66,7

B.b.

CB 141

36,0

86,1

100,0

56,8

95,6

90,0

69,6

92,3

80,0

B.b.

CB 145

1,0

100,0

100,0

55,0

87,0

100,0

78,0

100,0

100,0

B.b.

CB 146

2,0

100,0

100,0

60,0

91,4

90,0

87,0

92,6

100,0

B.b.

CB 147

29,0

82,7

80,0

48,4

86,4

100,0

57,6

90,0

88,9

B.b.

CB 149

36,0

75,0

100,0

55,8

86,4

100,0

78,3

100,0

100,0

B.b.

CB 150

1,0

100,0

100,0

19,2

100,0

100,0

60,4

91,4

90,0

B.b.

CB 154

3,0

100,0

100,0

57,0

81,5

100,0

82,0

92,0

100,0

B.b.

CB 157

8,0

100,0

100,0

76,0

80,9

100,0

93,0

94,1

90,0

B.b.

CB 161

6,0

100,0

100,0

64,0

100,0

100,0

88,0

95,8

90,0

B.b.

CB 164

7,1

75,0

83,3

43,2

71,4

100,0

65,5

66,7

90,0

B.b.

CB 165

6,0

100,0

100,0

38,4

97,3

100,0

66,7

89,3

100,0

B.b.

CB 166

11,0

90,9

100,0

73,0

91,9

100,0

89,0

93,7

100,0

M.a.

CB 345

36,4

94,7

100,0

64,5

100,0

100,0

88,6

100,0

100,0

M.a.

CB 347

30,3

100,0

100,0

62,4

100,0

100,0

82,9

100,0

100,0

M.a.

CB 348

24,1

96,1

100,0

60,2

100,0

100,0

90,9

100,0

100,0

B.b.

353

14,9

100,0

100,0

41,9

96,5

100,0

72,6

96,6

100,0

M.a.

1037

14,7

100,0

100,0

55,4

97,5

100,0

85,1

100,0

100,0

P.f.

1205

1,5

0,0

0,0

0,0

0,0

0,0

2,9

22,2

0,0

A.a.

1216

1,0

0,0

0,0

1,0

25,0

0,0

1,0

0,0

0,0

M.a.

1247

11,0

100,0

100,0

61,2

100,0

100,0

94,8

97,0

100,0

B.b.

1260

13,0

100,0

100,0

53,1

97,6

100,0

78,4

96,0

100,0

Ht.

1282

24,0

95,8

0,0

55,1

100,0

0,0

73,2

88,9

0,0

M.a.

1286

16,8

100,0

90,0

77,2

98,3

100,0

93,1

100,0

100,0

M.a.

1294

1,1

83,3

100,0

17,4

94,4

* Espécies de fungos entomopatogênicos: B.b. (Beauveria bassiana); M.a. (Metarhizium anisopliae); Ht. (Hirsutella sp.); P.f.(Paecilomyces farinosus); A.a. (Aschersonia aleyrodis)

Estes cristais são de tamanho e forma variadas, alguns alongados e outros apresentando geometria bipiramidal. Sua constatação nos ácaros foi feita a partir do terceiro dia após a inoculação, correspondendo ao início do período de colonização do hospedeiro pelo patógeno. Foram observados, predominantemente, na região posterior do corpo dos ácaros. Pelo tamanho e localização, sua presença deve interferir nas atividades normais de funcionamento dos órgãos do hospedeiro.

A formação de cristais é conhecida quase exclusivamente para ácaros infectados por vírus, contudo, ainda não havia sido observada para fungos. A presença de cristais é comum em Panonychus citri (McGregor) (Acari: Tetranychidae) infectados por um vírus não-incluso em pomares cítricos nos Estados Unidos. De acordo com BEAVERS & REED (1972) a infecção pelo vírus pode ser determinada montando-se os ácaros em meio Hoyer e examinando-os em microscópio de luz polarizada para a presença ou ausência de cristais birefringentes no interior dos ácaros. A observação dos cristais era de fundamental importância para a comprovação da infecção pelo patógeno, pois as partículas virais são muito pequenas e de difícil visualização. Estes cristais foram observados por TASHIRO & BEAVERS (1966) em 77% dos ácaros mortos pelo patógeno e 54% dos ácaros vivos infectados, durante uma epizootia. Inclusões birefringentes dentro do mesêntero de Panonychus ulmi (Koch) (Acari: Tetranychidae) foram observadas por BIRD (1967), quando os ácaros encontravam-se infectados por um outro vírus não-incluso. Na Europa existem suspeitas de que um entomopatógeno seja o responsável pela formação de cristais na forma de halteres na região posterior de Phytoseiulus persimilis Athias-Henriot (Acari: Phytoseiidae), capaz de comprometer sua reprodução, predação e longevidade (BJORNSON et al., 2000).

Nos estudos de infecção de Phyllocoptruta oleivora (Ashmead) (Acari: Eriophyidae) (MCCOY & COUCH, 1978; SOSA-GÓMEZ & NASCA, 1983) e T. urticae (GERSON et al., 1979) por Hirsutella thompsonii Fischer, não foram feitas pelos pesquisadores qualquer referência a possível presença de cristais nos ácaros infectados, mesmo quando descreveram com detalhes o processo de colonização dos ácaros por este fungo. O mesmo aconteceu para Neozygites floridana infectando os ácaros tetraniquídeos Eutetranychus banksi McGregor (SELHIME & MUMA, 1966) e T. urticae (CARNER, 1976).

Os fatores que envolvem a formação de cristais em ácaros ainda não são bem conhecidos, contudo, no estudo de NORTON & BEHAN-PELLETIER (1991) são propostas algumas hipóteses. Deposições de carbonato de cálcio e oxalato de cálcio foram observadas pelos autores em diversos pontos do tegumento de ácaros de solo (Acari: Oribatida), conferindo dureza ao tegumento, e desta forma, contribuindo para a sua defesa contra o ataque de seus predadores. A origem destes cristais foi discutida e sugerem, com base na literatura, que estes cristais são formados pela reação entre o ácido oxálico produzido durante o metabolismo de fungos decompositores com o cálcio presente na solução do solo. Para estes fungos, o ácido oxálico atua no processo não-enzimático de decomposição vegetal, sendo os cristais de oxalato de cálcio precipitados na superfície de suas hifas. Estas deposições de cálcio presentes sobre o tegumento dos ácaros derivam dos cristais originalmente precipitados pelos fungos no solo, este por sua vez, servem de alimento para estes ácaros.

Considerando que os fungos B. bassiana e M. anisopliae são também habitantes do solo, onde vivem dos componentes orgânicos deste ambiente, é provável que a origem dos cristais observados em T. urticae seja a reação entre o ácido oxálico produzido pelo metabolismo destes fungos, com o cálcio presente na hemolinfa do ácaro. Este tipo de cristal também foi observado por AMARAL & ALVES (1979) sobre o tegumento e na hemolinfa de Bombyx mori L. (Lepidoptera: Bombycidae) infectados por B. bassiana. Neste caso, a formação dos cristais pode ter ocorrido externamente pela reação do ácido oxálico com a cálcio polvilhado sobre os insetos, como prática usual dos produtores para prevenir a infecção dos insetos por este entomopatógeno. MOINO JÚNIOR (1998) observou a formação de reduzido número de cristais em locais de intenso crescimento micelial de B. bassiana sobre o tegumento do cupim Heterotermes tenuis (Hagen) (Isoptera: Rhinotermitidae).

Estudos detalhados são necessários para que possa ser elucidado o fenômeno envolvido na formação dos cristais de cálcio durante a colonização de insetos e ácaros por B. bassiana e M. anisopliae, bem como o papel destes cristais no ciclo das relações entre patógenohospedeiro.

CONCLUSÕES

A. aleyrodis e P. farinosus apresentam reduzida patogenicidade a T. urticae; Os valores médios de mortalidades corrigida e confirmada de T. urticae apresentados pelos isolados de B. bassiana, M. anisopliae e Hirsutella sp. são semelhantes; Os isolados CB 2, CB 146, CB 157, CB 161 e CB 166 de B. bassiana e os isolados CB 345, CB 348, 1247, 1286 e PL47 de M. anisopliae são altamente patogênicos e promissores para o controle microbiano de T. urticae; Todos os isolados de B. bassiana e M. anisopliae produzem cristais de cálcio no interior do corpo dos ácaros infectados.

AGRADECIMENTOS

Agradecemos ao CNPq-PRONEX e a FAPESP pelo financiamento desta pesquisa.

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Recebido em 5/2/02 / Aceito em 30/4/02

M.A. Tamai (1), S.B. Alves (1), J.E.M. de Almeida (2), M. Faion (1)
sebalves[arroba]esalq.usp.br

1. Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP, CP 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP, Brasil. E-mail: maatamai[arroba]carpa.ciagri.usp.br
2. Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidad Vegetal, Instituto Biológico, ampinas, SP, Brasil.


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