Transvanguarda
"Transvanguarda significa que foi adotada uma posição nômade, não respeitando nenhum engajamento definitivo, não tendo nenhuma ética privilegiada, senão aquela de seguir os 'diktats' de uma temperatura mental e material sincrônica com a instantaneidade da obra." (Achile Bonito Oliva)
Desde o final da década de 70 até a atualidade, as artes plásticas se caracterizam pela ausência de movimentos definidos. De modo geral, os artistas integram-se à indústria cultural e têm menos reservas quanto à comercialização da arte. A recusa de muitos artistas nos anos 60 e 70 em trabalhar com suportes tradicionais, como a pintura e a escultura, e em participar de exposições em galerias e …exibir mais conteúdo…
Francesco Clemente leva ao limite as idéias de fragmentação, multiplicidade, falta de hierarquia e dispersão. Como indica o artista: "Minha estratégia ou visão como artista é aceitar a fragmentação e ver o que sai daí, ... . Tecnicamente, isso significa que eu não arranjo meios e imagens. Não trabalho com nenhuma hierarquia de valor. Uma imagem é tão boa quanto a outra". Vale lembrar que, no caso de Clemente, os fragmentos foram produzidos em meio aos sucessivos deslocamentos do artista entre Itália, Estados Unidos, Japão, Afganistão e Índia. O contato específico com as religiões indianas trazem consigo uma idéia explorada nos trabalhos de que a espiritualidade está posta nos detalhes. No Brasil, parece difícil apontar influências diretas da transvanguarda embora seja possível notar um número significativo de obras tributárias do neo-expressionismo, por exemplo, os trabalhos dos artistas da Casa 7 – Nuno Ramos (1960), Paulo Monteiro (1961), Fábio Miguez (1962), Rodrigo Andrade (1962) e Carlito Carvalhosa (1961) -, as pinturas de Daniel Senise (1955), Jorge Guinle (1947-1987) e Cristina Canale (1961), assim como parte das obras de Leda Catunda (1961) e Omar Pinheiro.
Na Casa 7 trocavam experiências, pintavam, refletiam e criticavam intensamente uns aos outros. A influência predominante entre os jovens era Philip Guston, Kiefer, De Kooning, Pollock e Markus Lupertz, ou seja, os neo-expressionitas da década de 80. Após