Trabalho de literatura brasileira
“Mas a nós, que não somos nem cavaleiros da fé nem super-homens, só nos resta, por assim dizer, trapacear com a língua, trapacear a língua. Essa trapaça salutar, essa esquiva, esse logro magnífico que permite ouvir a língua fora do poder, no esplendor de uma revolução permanente da língua, eu chamo, quanto a mim: literatura” (Roland Barthes, Aula)
➢ Proposta: Ler os trechos destacados de Bosi e estabelecer relações com a prosa de ficção lida durante o curso. Elaborar um texto argumentativo na qual focalize dois textos (contos ou romances), nos quais estabeleça m dialogo (problematizando, concordando ou negando o que se afirma.
Com base nos textos lidos e …exibir mais conteúdo…
Percebe-se, por conseguinte, que os romances dessa fase são como o "treinamento" para o grande ficcionista que viria a seguir. Mesmo tendo sido repudiado pelo autor que, taxativamente, afirmou "melhor seria não tê-lo publicado", o livro tem a marca inconfundível do mestre. Situações ambíguas, ironia, hipocrisia, falsidades, interesses escusos, todos os ingredientes usados sobejamente para realizar um estudo da alma humana com a "pena da galhofa e a tinta da melancolia" num meio riso que mais parece um ríctus de amargura a revelar o desencanto e o desalento ante a miséria física e moral do ser humano irremediavelmente condenado à pequenez. Incrível a diferença no ritmo e narrativa entre este que é o segundo livro de Machado e “Memórias póstumas...”. A Mão e a Luva é perfeitamente sintonizado com o Romantismo entretanto é possível perceber entre a estrutura clássica do romance, as características que farão de Machado um diferencial Memórias Póstumas de Brás Cubas, em 1881. Nessa obra, o autor, definitivamente rompido com o Romantismo, retira de seu estilo tudo que seja enfático ou idealizante. O narrador deixa de ser o omnisciente e a narrativa é feita em primeira pessoa. Machado de Assis procura não a fixidez psicológica dos personagens para tornar-se verossímil, mas