Teoria da iluminação em Santo Agostinho
O advento do Iluminismo tem como uma das características principais a ascensão da ciência enquanto marca da supremacia da racionalidade humana. O homem se sente convocado a comprovar cientificamente tudo aquilo que diz respeito às humanidades, desde a prática cotidiana de produção e conservação de alimentos e gêneros não renováveis, chegando até os pressupostos éticos, estéticos, políticos e, principalmente, religiosos. Nesse contexto, provar cientificamente a existência de um ser transcendente torna-se um desafio a ser perseguido. A Filosofia entendida enquanto construção e reflexão sobre a historicidade do pensamento humano mantém atual essa temática. Um dos caminhos propostos para o seu enfrentamento, o pensamento …exibir mais conteúdo…
Nas considerações finais, o presente trabalho objetiva desenvolver uma reflexão, visando demonstrar a relação da busca de Deus pela inteligência e a teoria da luz, para que fique clarividente a situação do homem perante Deus e como e por quais caminhos ele O pode alcançar.
2 TEORIA DA ILUMINAÇÃO DE SANTO AGOSTINHO
Pensar a teoria da iluminação de Santo Agostinho, sobretudo em um caráter filosófico, requer trabalho e esmero. O bispo de Hipona expõe sua teoria usando a luz como metáfora para construir sua teoria do conhecimento, podendo assim, pensar em última instância que ela possui um sentido ontológico, já que o conhecimento é algo intrínseco à própria natureza do ser. O estudo de Deus, a partir desta teoria, dá indicações do Ser, da Verdade e do Bem, ou seja, suscita uma investigação no mundo das criaturas racionais. Nesse sentido, o estudo da natureza trinitária de Deus articula o pensamento sobre todo o cosmo, e como os seres humanos se organizam nesse espaço em termos de caráter físico e até mesmo moral. Neste aspecto, o conhecimento enquanto estrutura constitutiva do ser humano encontra respaldo nessa teoria agostiniana. Não se pode pensar em ação divina sem pensar na criatura humana, e a “luz” é a expressão que denota essa relação do homem consigo mesmo. Ao pensar sobre a criatura racional, é preciso perguntar: essa criatura, o homem, pensa