Sociologia da Cultura - Renato Ortiz e a moderna tradição brasileira
“Não basta, porém, apontarmos para essas causas sociais mais amplas que ‘retardaram’ a reflexão sobre a cultura de mercado entre nós; é preciso entender a especificidade da discussão sobre cultura num país como o Brasil, pois só assim poderemos compreender com clareza as implicações que marcam o debate e em que medida ele se modifica com o advento das indústrias culturais.” (Ortiz, Renato; A moderna Tradição brasileira; p. 17; 1988) A Revolução Burguesa no Brasil, obra de Florestan Fernandes serve de parâmetro para o entendimento da configuração nacional, quando atesta que nas sociedades que outrora foram colônias , o capitalismo é introduzido pelas elites interessadas em assegurar a manutenção do status quo, daí compreendermos como elucida o autor, que o capitalismo é introduzido antes da ordem social competitiva, sem quaisquer preocupações sociais e que sua introdução possui um espírito modernizador bastante tímido, para não dizer nulo. As conseqüências disso é a acentuada discrepância social com a formação de dois pólos bastante distintos, tendo ao meio de tais pólos a classe média, e uma “democracia” quase censitária, na medida em que sua restrição é bastante significativa, dado as condições precárias de informação para essa classe mais marginalizada.
Ampliando os parâmetros para evidenciar as discrepâncias na formação e manutenção da configuração que se apresenta em nosso país, (e aqui o autor é bastante virulento e crítico com a classe dominante, atendo-se a