Silvia Lane redefinição, processo grupal, e uma nova concepção de homem
1870 palavras
8 páginas
O texto apresentado por Silvia Lane não objetiva retomar críticas às teorias antes desenvolvidas em Psicologia Social, apenas comprova o papel de reprodução ideológica das teorias, as quais, consciente ou inconsciente, prestavam-se como álibi científico para justificar a repressão do movimento das massas por uma classe dominante. Por esse viés, a autora propõe que a Psicologia social se desprenda da tradição biológica, a qual considera que os comportamentos de um indivíduo – visto como organismo – podem ser entendidos apenas a partir dos seus processos psicológicos quando interagem com determinados estímulos do meio físico, e se dimensione para uma análise histórica tanto dos processos internos, quanto dos estímulos do meio, ou seja, há
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Lane (1984, apud MARTINS, 2007), ao estudar o processo grupal, identificou duas posições. A primeira deveria conduzir as pessoas para a pacificação, a aceitação dos papéis já definidos, como algo acabado, com vistas a garantir a ordem social estabelecida. A segunda posição propõe a mediação entre os sujeitos e a sociedade, com implicações mútuas.
A autora ainda coloca que para se conhecer o grupo se faz imperativo contextualizá-lo historicamente, nas suas contradições e dialética, e que determinações econômicas, institucionais e ideológicas devem ser consideradas. Por ser o próprio grupo formado por tais assentamentos, a nomenclatura proposta seria processo grupal e não grupo. O processo grupal é formado por pessoas com necessidades individuais, e também por interesses coletivos, que se manifestam na ação social.
A análise do processo grupal, baseado no materialismo histórico, deve levar em conta que o homem que o forma é alienado, vivendo de forma dual: no nível subjetivo e da realidade objetiva. E, para que aja uma práxis transformadora, o homem deve se apropriar dessa consciência histórica, romper com as representações ideológicas, e assim, acabar com essa dualidade.
Aos psicólogos sociais, Lane sugere três questionamentos sobre os processos grupais:
- o “objetivo comum”, qual a sua necessidade e o que ele visa;
- a diferenciação de papéis. Não seria ela uma representação ideológica?
- o papel da