Resumo linguagem escrita e poder
“Linguagem, poder e discriminação”, capítulo 1 do livro “Linguagem, Escrita e Poder”, aborda de maneira concisa os problemas básicos das variantes linguísticas, e o poder discriminativo da linguagem padrão no campo sócio-historiográfico. O autor da obra, Maurizzio Gnerre (linguista italiano-brasileiro), discute questões que envolvem os três tópicos-tema do livro, unindo seus conceitos à política, história e antropologia. Não há apresentação de soluções para os problemas descritos, mas a obra fornece informações suficientes sobre os tipos de problemas encontrados no campo temático da obra.
2.0 Resumo
O capítulo tem início com a afirmação de que a linguagem não é usada somente para …exibir mais conteúdo…
Ele exemplifica o raciocínio com os apontamentos de Nunes de Leão, onde a construção da língua durante séculos de elaboração permite a utilização do idioma como poder político e cultural, e as influências negativas de proveniências plebeias devem-se evitar. As relações entre sistematização formalista e produção cultural de Bakhtin, apresentadas na sequencia, discutem a atitude hostil da reflexão linguística formal-sistemática em tratar as inovações linguísticas com uma posição conservadora e acadêmica.
No Brasil, a norma presente nas gramáticas é um conjunto de opiniões sobre como a língua deveria ser. José de Alencar é mencionado nesta parte da obra como o intelectual mais conhecido que defendeu a “ideia de língua brasileira”, influenciada por um aspecto nativista, detentora da simplicidade de pensamento e expressão do índio e do sertanejo. Comentários sobre o interesse de intelectuais brasileiros em construir um mito de origem da língua baseado no idioma tupi finalizam a perspectiva histórica do autor. Celso Pedro Luft, em seu livro “Língua & Liberdade”, diz que a língua é um meio de comunicação consequentemente viva e atual, e, à medida que é necessário, adapta-se à realidade de seus usuários. Sério e irônico Luft defende que a verdadeira teoria gramatical começa e acaba nos fatos da língua.
Fazendo agora uma perspectiva linguística, Gnerre caracteriza o dicionário como instrumento central no processo de legitimação,