Resumo do caso Dora (Lacan)
Segundo Laznik (2008), os primeiros fatos sobre a questão aparecem no Congresso de Línguas Românicas de 1951, onde Lacan fala sobre um paciente que deve mais ser ouvido do que observar seu comportamento. Lacan cita três desdobramentos para o caso Dora, no primeiro Lacan fala que depois que Dora passou a confiar em Freud, ela conta sobre a ligação de seu pai com a Sra. K, como ela (Dora) sendo oferecida como moeda de troca ao Sr. K. Com essa informação Freud lhe propõe que verifique a participação que ela toma nos transtornos que se queixa. No segundo desdobramento, Dora reconhece que sua cumplicidade permitiu que continuasse a relação entre os dois amantes, e ela descreve a troca de presentes. Já no terceiro desdobramento, Lacan fala sobre o apego fascinado de Dora pela Sra. K. Nesse momento revela-se também o verdadeiro valor real de “objeto” da Sra. K, que para Dora, encarnaria o mistério da feminilidade corporal. Para sustentar essa hipótese, Lacan faz uma breve alusão ao sonho de Dora (Dora suga seu dedo, retirando da orelha do seu irmão caçula de 18 meses). Isso significa que a imagem de Dora, proveniente do estado do espelho, constitui-se sobre esse pequeno outro que é seu irmão, a partir daí, essa é a imagem masculina que lhe servirá de eu ideal (moí), o que não quer dizer que o ser de seu sujeito será masculino, entretanto, como Dora assumiria um corpo próprio como o de mulher?. É ai que entra o verdadeiro valor