Resumo choque de civilizações
11/01/2006
Em 1993, procurando fornecer um “paradigma para o exame da política mundial que tenha significado para os estudiosos e seja de utilidade para os formuladores de política” [1], Samuel P. Huntington publica, na revista Foreign Affairs, o provocativo ensaio The Clash of Civilizations? Como o tema gera uma série de debates, o ensaio transforma-se, em 1996, no livro O Choque das Civilizações e a Recomposição da Ordem Mundial.
Este professor de Harvard propõe que, no mundo pós-Guerra Fria, “as distinções mais importantes entre os povos não são ideológicas, políticas ou econômicas. Elas são culturais” [2]. Partindo do pressuposto de que os valores das sociedades contemporâneas refletem a …exibir mais conteúdo…
Ou, como diz Nye, “a geoeconomia não substitui a geopolítica, por mais vagos que sejam os limites que as separam neste início de século”. [10]
Isto fica claro quando lembramos que enquanto o avanço dos fluxos de capital nas redes financeiro internacionais homogeneíza o discurso tecnocrático sem considerar as peculiaridades de cada Estado-nação, os Estados Unidos passam a ocupar de maneira unipolar o vácuo político e militar deixado pela falência soviética. Relacionando a importância da economia norte-americana para o espaço de fluxos com o exercício pleno do poder inerente a uma superpotência sem adversários à altura, temos que o Ocidente é a “única civilização que tem interesses substanciais em todas as outras civilizações ou regiões e tem a capacidade de afetar a política, a economia e a segurança de todas as outras civilizações ou regiões”. [11]
É quase natural a pretensão ocidental de tornar-se uma civilização universal. De querer controlar esta multipolaridade dos fluxos financeiro e informacional para combiná-la com a unipolaridade dos poderes militar, político, econômico e cultural tradicionais. Uma unimultipolaridade que mantenha o poder ocidental neste novo mundo fragmentado e no qual as identidades criadas em torno de ideologias