Resumo - a história repensada
PREFÁCIO Trinta anos depois da revolução provocada nos estudos históricos pela obra de Focault, já era hora de se explicitar, discutir e avaliar as profundas mudanças pelas quais passou nossa disciplina, Há até pouco tempo, que os historiadores estavam convictos que estudavam os fatos, que o passado, no singular é determinado por “leis necessárias”, estava lá atrás bem organizado à espera de ser por ele revelado em sua suposta “essência” e em sua “totalidade”. Havíamos aprendido que o “real” o “concreto” - representado à nossa revelia como coisa – devia ser interpretado com objetividade e neutralidade, isto é, sem a intervenção subjetiva do narrador. Essa relação do …exibir mais conteúdo…
Não importando o quanto a história seja autenticada, amplamente aceita ou verificável, ela está fadada a ser um constructo pessoal, uma manifestação da perspectiva do historiador como “narrador”. “Para explicarem o passado, os historiadores vão além do efetivamente registrado e formulam hipóteses seguindo os modos de pensar do presente”, diz Lowenthal. O historiador descobre não só o que foi esquecido sobre o passado, mas também “reconstitui” coisas que, antes, nunca estiveram constituídas. A História é a maneira pela qual as pessoas criam, em parte, suas identidades. Por fim, a História é teoria, e a teoria é ideologia, e a ideologia é pura e simplesmente interesse material.
DA PRÁTICA A História é produzida por um grupo de operários chamados historiadores quando eles vão trabalhar. É o serviço deles. E, quando vão trabalhar, eles levam consigo certas coisas identificáveis. Em primeiro lugar, levam a sim mesmos: seus valores, posições, perspectivas ideológicas. Em segundo lugar, levam seus pressupostos epistemológicos. Mediante o uso de conceitos e pressuposições, o historiador vai gerar hipóteses, formular abstrações e organizar e reorganizar seu material de forma a incluir e excluir. Em terceiro lugar, os historiadores têm rotinas e procedimentos (métodos)