Resenha sociedade de corte, de norbert elias.

1830 palavras 8 páginas
Norbert Elias foi um sociólogo alemão do século XX, falecido em 1990. Ele busca nesse trabalho fazer um estudo sociológico das chamadas Sociedades de Corte. Como objeto principal estão as cortes dos regimes absolutistas, principalmente a corte de Luis XIV, quando o absolutismo se mostra de maneira mais emblemática. Elias justifica esse estudo pela urgência na complementaridade das pesquisas históricas, com excelência por sua natureza na análise de casos singulares. A historiografia tende a voltar a atenção para as particularidades, e não para as linhas gerais entre as diversas experiências, o que é justamente o objetivo deste livro. O período em questão compreende, genericamente falando, uma longa era de transição entre o que chamamos …exibir mais conteúdo…

A grande questão relativa às casas dos nobres diz respeito ao elemento que mantém coesa essa sociedade. Já detectamos que a corte ainda vive sob a égide do Antigo Regime. Naturalmente essa corte vive de seus rendimentos rurais, sendo ainda extremamente mal visto o trabalho, seja ele qual for, como fonte de rendimentos. Elias ressalta que não nos cabe fazer aqui um juízo de valor, já que estamos impregnados justamente pelo etos burguês. Nossa chance de uma vida melhor depende da nossa capacidade de racionalizar os gastos a fim de ter algum excedente para investir em algum tipo de atividade. Parece-nos hoje estúpida a busca por autoafirmação, mesmo às custas de endividamento. Dentro da vida na corte a busca é por um outro tipo de capital. O que dá a razão do status de um nobre, e é a sua razão de existência, é o prestígio perante o restante da corte. O nobre deveria ser reconhecido pelos outros nobres como um homem de prestígio, de glória. E a casa tinha justamente essa função. Toda a arquitetura e decoração era baseada em ostentar e reforçar sua posição da família que a representa, e ser reconhecida pela corte e pelo rei como merecedor de tal condição. Um aspecto importante sobre a construção das casas é que elas deveriam ser um indicador exato da posição social. Jamais deveriam ser suntuosas como somente a casa do Rei era. Deveriam distanciar abaixo e acima a família que nela residia. A busca pelo prestígio era a

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