Resenha sociedade de corte, de norbert elias.
A grande questão relativa às casas dos nobres diz respeito ao elemento que mantém coesa essa sociedade. Já detectamos que a corte ainda vive sob a égide do Antigo Regime. Naturalmente essa corte vive de seus rendimentos rurais, sendo ainda extremamente mal visto o trabalho, seja ele qual for, como fonte de rendimentos. Elias ressalta que não nos cabe fazer aqui um juízo de valor, já que estamos impregnados justamente pelo etos burguês. Nossa chance de uma vida melhor depende da nossa capacidade de racionalizar os gastos a fim de ter algum excedente para investir em algum tipo de atividade. Parece-nos hoje estúpida a busca por autoafirmação, mesmo às custas de endividamento. Dentro da vida na corte a busca é por um outro tipo de capital. O que dá a razão do status de um nobre, e é a sua razão de existência, é o prestígio perante o restante da corte. O nobre deveria ser reconhecido pelos outros nobres como um homem de prestígio, de glória. E a casa tinha justamente essa função. Toda a arquitetura e decoração era baseada em ostentar e reforçar sua posição da família que a representa, e ser reconhecida pela corte e pelo rei como merecedor de tal condição. Um aspecto importante sobre a construção das casas é que elas deveriam ser um indicador exato da posição social. Jamais deveriam ser suntuosas como somente a casa do Rei era. Deveriam distanciar abaixo e acima a família que nela residia. A busca pelo prestígio era a