Resenha - adeus o trabalho de ricardo antunes
2754 palavras
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Resenha: Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho. Autor: Ricardo Antunes.Nos últimos anos diversos teóricos vem travando um rico e extenso debate acerca da centralidade ou não da categoria trabalho, na sociedade capitalista (neoliberal/global) contemporânea. Os que defendem a sua centralidade concebem o trabalho como elemento fundante e fundamental para a sociabilidade humana, enquanto outros o deslocam, secundarizando-o, como é o caso das teorias de Habermas, André Gortz, dentre outros. Estas teses afirmam a perda de sentido da teoria do valor, seja pela substituição do valor-trabalho pela ciência, seja pela vigência de uma lógica societal intersubjetiva e interativa, informacional …exibir mais conteúdo…
Nessa nova etapa de reestruturação da produção que se insere no processo de acumulação. O primeiro é uma experiência concreta da Terceira Itália “que articula, de um lado, um significativo desenvolvimento tecnológico e, de outro, uma desconcentração produtiva baseada em empresas médias e pequenas” (p.25). O segundo, o toyotismo combina a experiência da indústria têxtil, que se põe um único trabalhador para operar simultaneamente várias máquinas, com a gestão dos supermercados dos Estados Unidos (Kanban) na indústria automobilística japonesa. No caso do Kanban a produção orienta-se no sentido de recolocar o produto no estoque somente após a sua venda. Nesse sentido, é a demanda dos consumidores (formalizada na venda) que dá início ao processo produtivo, que orienta a produção. Para o autor, o toyotismo é a experiência que tem causado maior impacto, na ordem mundializada e globalizada do capital. “A ocidentalização do toyotismo... conformaria uma decisiva aquisição do capital contra o trabalho” (p.41). Constitui um grande perigo para os trabalhadores, especialmente, os europeus. Sua adoção coloca em questão as conquistas a época do Welfare State, pois este modelo está “muito mais sintonizado com a lógica neoliberal do que com uma concepção verdadeiramente social-democrata” (p.39). Antunes lembra que para