REFLEXAO SOBRE ETNOCENTRISMO E RELATIVISMO CULTURAL
Um importante antropólogo chamado Claude Lévi-Strauss pode nos ajudar nesta discussão sobre o etnocentrismo. Em um artigo que escreveu em 1952 para a
Unesco, ele disse que a interpretação e a visão da diversidade se faz em função da própria cultura, e para essa discussão ele usa como metáfora explicativa o trem e o andar do cavalo no jogo de xadrez. Ele comparou as culturas com os trens, para falar do etnocentrismo, e, ainda, o desenvolvimento das culturas com o andar do cavalo no jogo de xadrez.
Claude Lévi-Strauss (1908-2009) é um dos mais importantes antropólogos do século XX. Ainda jovem, em 1934, veio ao Brasil e ajudou a fundar a Universidade de
São Paulo (USP). Ele fez pesquisas em Mato Grosso com os índios Bororo e Kadiwéu, entre outros. Quatro anos depois, foi embora do nosso país e desenvolveu, posteriormente, uma das mais importantes correntes da Antropologia: o estruturalismo. Em 1952, a pedido da Unesco, ele escreveu um artigo chamado Raça e história, em que criticava a ideia de raça e o etnocentrismo entre os povos, além de outros pontos.
Para falar sobre a ideia de que existiriam culturas que não se moveriam ou se transformariam e o etnocentrismo, ele deu o exemplo do viajante do trem: imaginem que cada cultura é um trem e nós somos os passageiros. Nós olhamos o mundo a partir do nosso trem.
Mas os trens caminham em direções opostas, em diferentes velocidades. Um viajante verá de modo