Os fenômenos transicionais e sua relação com o brincar na clínica sob a perspectiva de winnicott

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OS FENÔMENOS TRANSICIONAIS E SUA RELAÇÃO COM O BRINCAR NA CLÍNICA SOB A PERSPECTIVA DE WINNICOTT

Julianna Bastos Almeida¹

RESUMO

Esse artigo é baseado em uma revisão de literatura sobre registros a respeito dos conceitos de fenômenos transicionais e o brincar na obra de Winnicott. Os fenômenos transicionais possuem uma função primordial no desenvolvimento da criança. O processo de escolha dos objetos transicionais acontece a partir da possibilidade de percepção que o bebê tem de reconhecer, com a ajuda da mãe, os objetos como fenômenos externos a ele. O estudo do brincar realizado por Winnicott mantém intrínsecas relações com a noção de transicionalidade. Assim como os fenômenos transicionais, a experiência do brincar se
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No entanto, a presença do objeto pode não ser limitada a infância primitiva e reaparecer quando uma privação ameaçar o sujeito. Na idade adulta, essa área aparece fortemente associada com as artes, religião e cultura em geral. Além disso, a relação do sujeito com esse objeto pode vir a apresentar um conteúdo patológico. Leopoldo Fulgêncio, em O brincar como modelo do método de tratamento psicanalítico (2008) fala que

“[...] numa tentativa de negar a morte da mãe, esse objeto é transformado num objeto fetiche ou num objeto que visa substituir esta mãe que não está mais lá (do ponto de vista do bebê, a mãe morreu); o objeto é supervalorizado como sendo a mãe, na tentativa de reencontrar a mãe desaparecida.” (FULGÊNCIO, 2008, p.130)

Dentre as características mais presentes na relação entre o sujeito e os fenômenos transicionais, podemos citar a onipotência que o bebê assume diante do objeto, ele é o próprio objeto e apenas ele pode mudar a configuração do objeto. O objeto é, constantemente, acariciado, amado e mutilado. Nesse processo, os sentimentos não são reprimidos ou esquecidos, apenas perdem o significado.

A dinâmica dos fenômenos transicionais proposta por Winnicott não possui uma lógica formal clássica, tais fenômenos são representados por uma temporalidade e espacialidade não convencionais. Por um lado, a criança cria um valor para um determinado objeto de acordo com os seus conteúdos oníricos, adotando um

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