O papel do brasil no brics: reportagens, entrevistas e análise
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O PAPEL DO BRASIL NO BRICS: REPORTAGENS, ENTREVISTAS E ANÁLISESArtigo do Ministro das Relações Exteriores, Embaixador Celso Amorim, intitulado, "Os BRICs e a Reorganização do Mundo", publicado no jornal Folha de São Paulo - Brasília-DF , 08/06/2008
Chegou a hora de começar a reorganizar o mundo na direção que a esmagadora maioria da humanidade espera e precisa.
OS BRICS estão na moda. A sigla, criada por analistas financeiros, estava associada sobretudo ao impacto que o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China tem -e terá cada vez mais- na economia global. Com quase metade da população mundial, 20% da superfície terrestre, recursos naturais abundantes e economias diversificadas em ritmo sustentado de crescimento, era …exibir mais conteúdo…
No plano comercial, Rússia, China e Índia já importam quase US$ 16 bilhões em produtos brasileiros.
O fato de criarmos novas associações não diminui a importância de outras alianças que o Brasil tem construído no governo Lula. É o caso do foro de cooperação com a África do Sul e a Índia, das cúpulas América do Sul-países árabes e África-América do Sul. É sobretudo o caso do processo de integração em nossa região, que ganhou impulso com a recente assinatura do tratado da Unasul.
Os Brics têm um objetivo claro, no contexto dessas coalizões de geometria variável. Sem arroubos nem bravatas, chegou a hora de começar a reorganizar o mundo na direção que a esmagadora maioria da humanidade espera e precisa.
CELSO AMORIM, 66, diplomata, doutor em ciências políticas pela London School of Economics (Inglaterra), é o ministro das Relações Exteriores.
BRICS - Agrupamento Brasil-Rússia-Índia-China-África do Sul http://www.itamaraty.gov.br/temas/mecanismos-inter-regionais/agrupamento-brics A idéia dos BRICS foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil, em estudo de 2001, intitulado “Building Better Global Economic BRICs”. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento, propriamente dito, incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China. Em 2011, por ocasião da III