O lugar do doente mental na sociedade contemporânea a partir de uma visão teórica e prática sobre loucura e a reforma psiquiátrica no campo da saúde mental.

2627 palavras 11 páginas
O lugar do doente mental na sociedade contemporânea a partir de uma visão teórica e prática sobre loucura e a reforma psiquiátrica no campo da saúde mental.

Ana Carolina Teles dos Santos
Ana Célia de Oliveira Cardoso
Sara Cunha Bastos

Resumo: O presente artigo visa incitar uma discussão acerca do louco e da loucura, analisando a forma que ele era visto em determinados momentos históricos e entendendo os deslocamentos desse ‘outro de nós’. Através de um levantamento bibliográfico contemplando os estudiosos Foucault, Roberto Machado, Charles Feitosa, entre outros; e contando com entrevistas semi-estruturadas feitas com profissionais da saúde mental das instituições Hospital Saúde Mental de Messejana (HSMM) pudemos isolar os assuntos
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Essa noção se funda na consolidação do sujeito do conhecimento cartesiano concretizado na racionalidade científica. Método esse que se funda nos princípios de causalidade e previsibilidade, que através desse pensamento faz emergir o sujeito da razão. A noção de loucura então se faz em contra partida da razão, ou seja, o sujeito da desrazão. O Classicismo trás consigo uma experiência estreita com a loucura. Num primeiro momento, ao mesmo tempo em que a razão se opõe à loucura, elas também só podem ser compreendidas quando contrastadas. Ou seja, a razão é quem explica a loucura e a loucura é quem explica a razão, mas, apesar de coexistentes, elas não apenas se opõem como também se anulam. Onde existe razão a loucura é excluída e vice-versa. Na era clássica a loucura era excluída da ordem da razão. Se a razão é uma forma de chegar a verdade(Descartes) e a loucura pode deturpar essa razão, então existe essa separação.

O trabalho sobre a história da loucura realizado por Foucault (1991) se estrutura na experiência de segregação social e de exclusão, são tidos em quase todos os diversos níveis sócio-históricos da sociedade. A partir do momento em que a loucura é capturada pelo um viés positivista e passa a fazer parte do domínio médico através da psiquiatria, o que era internação passa a ser um hospital psiquiátrico para o tratamento de distúrbios mentais. A lógica dessa produção se fez a partir de razões econômicas e sociais revelando

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