O cortiço análise
A narrativa O Cortiço, de Aluízio Azevedo, retrata a história de João Romão. Pode-se concluir que o protagonista desta história é João Romão, pois é ele que inicia a construção do cortiço, além disso, segundo Cláudio Fatigatti em sua tese (1992) “É assim que começa a narrativa de O cortiço- colocando a personagem de João Romão desde logo em primeiro plano.” Jovem ambicioso, que trabalhava há muito para um português dono de uma taverna que, com o retorno de seu patrão para Portugal, herda-lhe a taverna e certa quantia em dinheiro como forma de pagamento pelos serviços prestados. E a partir destas heranças, e outras influências, passa a construir a sua “vida empresarial” e o cortiço. Ao longo da história percebemos que é contada por um narrador onisciente apessoal, na terceira pessoa e, de acordo com Fatigatti (1992), o narrador: “não participa dos acontecimentos, mas que parece tudo saber a respeito das personagens e de suas ações- até mesmo de seus pensamentos mais íntimos”. O trecho a seguir exemplifica essa onisciência no livro: “Mas que diabo havia ele de fazer afinal daquela peste?”. Além disso, o narrador chega a fazer de suas palavras as do personagem, esse processo é chamado de discurso indireto livre. Bertoleza era escrava de um velho cego, o pagava periodicamente vinte mil réis, dinheiro retirado de seus trabalhos como cozinheira. Após a morte de seu marido, confia todas as suas economias,