O Espetáculo das Raças
1. “O Espetáculo das Raças - Uma história de „Diferenças e desigualdades‟ – as doutrinas raciais do século XIX” ( Editora Schwarcz, 1993), da antropóloga, professora da USP, Lilia Schwarcz, busca realizar um balanço das teorias raciais produzidas durante o sec. XIX, em que os teóricos referiam-se constantemente aos pensadores do século das Luzes. ENTRE A EDENIZAÇÃO E A DETRAÇÃO Na época das grandes navegações, as diferenças entre os homens torna-se tema constante de debate. Mas foi só no séc. XVIII que essas “novas gentes” começam a ser denominadas de primitivas, como uma fase inicial do gênero humano, reduzindo a humanidade à uma única espécie e uma possível “perfectibilidade”, termo criado por Rousseau para exprimir a capacidade do homem de aperfeiçoar-se. Como herança da Revolução Francesa e do Iluminismo, o debate sobre a diversidade influi para se pensar a humanidade enquanto totalidade, pressupondo, a liberdade e a igualdade como direitos naturais do homem. Rousseau buscou entender esse homem, que era tão diferente do modelo ocidental, através da identificação, transformando as diferenças em um modelo lógico. Contrapondo a visão de Rousseau, haviam várias vertentes negativas de interpretação. Dos pensadores dessa visão mais negativa da América, dois tiveram maior destaque: Buffon e De Pauw. Buffon caracterizou o continente americano como imaturo, assim, apesar da ideia de um gênero humano único