Neotenia e Relações Precoces
Desde o nascimento, o ser humano vive integrado no meio social: relaciona-se com os seus semelhantes, num meio construído e modificado que dá respostas às suas necessidades. Durante a infância, o ser humano está dependente de outros, com os quais estabelece relações de proximidade e afetividade. São estas relações, designadas relações precoces, que estão na base da nossa vocação social: as relações precoces têm um papel fundamental na construção de relações com os outros e na criação do eu psicológico. A necessidade que o recém-nascido tem de criar relações próximas com os seus cuidadores deve-se ao facto de o bebé, ao contrário dos outros animais, ser imaturo. Biologicamente inacabado, o bebé precisa de diversos cuidados, dispensados pelos progenitores ou por outros indivíduos, para poder sobreviver física e psiquicamente. Consequentemente, é relevante conhecer como se estabelecem as relações de comunicação desencadeadoras de comportamentos, por parte dos cuidadores, que satisfaçam as necessidades do recém-nascido. Atualmente, sabe-se que o bebé possui competências básicas que estimulam aqueles que o rodeiam a satisfazer essas necessidades, ou seja, o bebé apresenta a capacidade para comunicar, através de um conjunto de diferentes sinais, aos quais os adultos estão biologicamente predispostos a responder. Daniel N. Stern escreveu: “Tal como os alimentos são necessários para o corpo crescer, o estímulo é necessário para fornecer ao cérebro