Narrativas Mitologicas
Artigo original
NARRATIVAS MITOLÓGICAS: UM ESTUDO SOBRE O PERCURSO GERATIVO
DE SENTIDO EM ORFEU E EURÍDICE
ANDRADE, Tiago Souza Monteiro de1
Tiago Souza Monteiro de Andrade
Artigo submetido em 10/07/2012
Aceito em 15/08/2012
Correio eletrônico: tygerstone@ig.com.br
RESUMO
As origens de lendas povoadas por deuses e mortais perdem-se na memória do tempo. Essas lendas surgiram de forma espontânea, da imaginação popular, quando os registros da linguagem verbal eram muito diferentes da escrita de hoje. O conhecimento era passado oralmente através de gerações, por isso a matriz necessariamente da mitologia. Se hoje não precisamos mais dos mitos para responder às questões elucidadas pela precisão científica, eles
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J. Greimas. A seguir é realizado um resgate teórico, seguido do corpus e análise deste e, finalmente, as considerações acerca do estudo. RESGATE TEÓRICO
Para abordar a teoria semiótica, aplicada na narrativa mitológica em estudo, julga-se necessário deixar clara a definição de texto entendida neste trabalho. Nesse sentido, texto define-se como objeto de significação, podendo ser tomado como sinônimo de discurso. Desse modo, propôsse examinar os procedimentos e os mecanismos que o estruturam como um todo de sentido, sendo, portanto, a análise interna ou estrutural do texto. Para construir o sentido do texto, a Semiótica procura explicar o seu plano de conteúdo sob a forma de um percurso gerativo de sentido.
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O texto será examinado utilizando a metalinguagem específica proposta por
Greimas para analisar e descrever a significação, apresentando as estruturas que compõem o conteúdo e segmentando-as em seus patamares ou níveis de significação. A essas estruturas Greimas denominou percurso gerativo de sentido.
O percurso gerativo de sentido é uma sucessão de patamares, cada um dos quais suscetível de receber uma descrição adequada, que mostra como se produz e se interpreta o sentido, num processo que vai do mais simples ao mais complexo. (...) Os três níveis do percurso são o profundo (ou fundamental), o narrativo e o discursivo. (FIORIN, 2008,