Muito além do espetaculo
A primeira preocupação dos autores é a compreensão do que seja uma imagem, como ela se relaciona com as coisas, com o pensamento e como nos afeta e modifica.
A gente participa de um curso aqui, outro ali, e acaba lembrando os fatos. Em março de 2004 realizou-se um ciclo de conferências no Palácio das Artes, Belo Horizonte, MG. Uma temática instigante: Muito Além do Espetáculo. Por sinal, até virou um livro de ensaios organizado por Adauto Novaes: Muito Além do Espetáculo (Editora Senac, 2005). Convém recordar também que as reflexões sobre a imagem e o espetáculo na atualidade têm a sua …exibir mais conteúdo…
O caráter contestatório da obra de Debord incita uma luta acirrada contra a perversão da vida moderna que prefere a imagem e a representação ao realismo concreto e natural, a aparência ao ser, a ilusão à realidade, a imobilidade à atividade de pensar e reagir com dinamismo. O pensador contemporâneo, Jean Baudrillard, autor de Simulacros e Simulações (Editora Relógio D’Água, Lisboa, Portugal, 1991), também recebeu influências de Debord.
O ponto de partida do livro é uma crítica ferina e radical contra qualquer tipo de imagem que leve o homem à passividade e a aceitação dos valores preestabelecidos pelo Capitalismo. Para o filósofo, cineasta e ativista francês a sociedade da época estava contaminada pelas imagens, sombras do que efetivamente existe, onde se torna mais fácil ver e verificar a realidade no reino das imagens, e não no plano da própria realidade. Servindo-se de aforismos, no primeiro deles Debord afirma que, “Toda a vida das sociedades nas quais reinam as modernas condições de produção se apresenta como uma imensa acumulação de espetáculos. Tudo o que era vivido diretamente tornou-se uma representação”. Ou seja, pela mediação das imagens e mensagens dos meios de comunicação de massa os indivíduos em sociedade abdicam da dura realidade dos acontecimentos da vida, e passam a viver num mundo movido pelas