Livro “a náusea”, de jean-paul sartre
Em "A Náusea", Sartre nos mostra Antoine Roquentin, um historiador letrado e viajado, que chega à cidade de Bouville (Boue significa lama em francês, logo Bouville, a cidade da lama) a fim de escrever a biografia do marquês de Rollebon, figura excêntrica e fascinante, que vivera na cidade durante o século XVIII. O ano é 1932. O texto é apresentado como sendo o caderno encontrado entre os papéis de Roquentin, um diário onde decidiu "escrever os acontecimentos do dia-a-dia". Ao iniciar seus trabalhos, logo se desencanta de forma irreversível não só pela biografia, como também pela própria sociedade e condições humanas com as quais se depara em Bouville.
Passa seus dias na biblioteca da cidade, coletando material para o livro. O seu universo possui apenas quatro pessoas. O bibliotecário, Françoise, a gerente do Rendez-vous, que mantém com ele, esporadicamente, relações sexuais, mediante pagamento, Anny, uma ex-namorada, que só aparecerá no fim da história. E "Autodidata", um dos poucos cidadãos com quem Roquentin conversa, um homem que freqüenta a mesma biblioteca, um personagem sem nome próprio, mas sabemos que é um leitor ávido, ele lê pela ordem alfabética dos autores na biblioteca. Sempre solitário, ele pretende absorver o conhecimento integral lendo toda a biblioteca da cidade. O personagem representa a impotência de certa cultura enciclopedista diante da qual Roquentin se mostra cético.
É um homem solitário,