Islandia
Este discurso sereno e razoavelmente optimista do Governador do Banco Central da Islândia contrasta estranhamente com o desvario atabalhoado e as dramatizações das autoridades monetárias e financeiras portuguesas. Por que tal contraste? Na Islândia, autoridades com sentido da dignidade nacional e dos interesses do seu povo não adoptaram a postura servil de "bom aluno" frente aos abutres do capital financeiro. Tão pouco submeteram-se servilmente às chantagens da União Europeia e preferiram por o seu povo acima de qualquer outra consideração. Lá houve um Presidente da República com sentido de dignidade nacional que, impondo-se aos politiqueiros locais, obrigou à realização de um referendo acerca da assunção ou não por parte do Estado de dívidas de banksters privados – e o povo soube dizer não a essa tentativa de extorsão depois de uma intensa campanha popular. A Islândia salvou-se por isso mas – também e sobretudo – porque nunca perdeu a sua soberania monetária. Soberania essa que em Portugal foi abdicada por deputados do PS, PSD e CDS, sem qualquer mandato para isso.
O caso da Islândia encerra lições para Portugal e os demais países do Sul da Europa. A primeira é que a resistência popular é decisiva; a segunda é que é importante ter gente digna entre os governantes; a terceira é que é imperioso libertar o país dos grilhões do euro. resistir.info Sr. Presidente da Islândia, Srs.